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Interação medicamentosa

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Aplicada à Atenção 
Farmacêutica
Profas. Ana Lo Prete e
Luciana Nogueira
Interações
Interações 
Medicamentosas
É a modificação a ação que um fármaco ou medicamento
sofre pela presença simultânea de outro ou outros
medicamentos, substâncias fisiológicas ou substâncias
exógenas não medicamentosas no organismo ”.
LINARES BORGES et al. Acta Farm. Bonaerense 21 (2) : p. 139-48, 2002
Interações Medicamentosas
São ações recíprocas dos componentes ativos dos
medicamentos, resultando em efeitos benéficos ou
prejudiciais (Zeizi Oga).
Benéficas = melhora da eficácia terapêutica ou redução de
efeitos adversos.
Prejudiciais = aumento exagerado do efeito farmacológico
ou perda de efeitos terapêuticos.
Interações Medicamentosas
Fatores que influenciam a interação
Relacionados à DrogaRelacionados ao Paciente
• Nível sérico de proteínas
• Idade
• pH urinário
• Hábitos alimentares
• Funções renal e/ou hepática
• Alterações microbiota
• Via de administração
• Duração da terapia.
• Dose
• Horário da administração
Adição: Associação de dois fármacos que promovem efeito 
semelhante e por mecanismos de ação semelhantes.
Ex: Analgésicos inibidores da COX.
Somação: Associação de fármacos que promovem efeito 
semelhante, mas por mecanismos diferentes. 
Ex: AAS e Codeína (um ação periférica e outro ação 
central)
Revisão de Conceitos
Potencialização: Associação de fármacos onde a soma do 
efeito final é maior que a soma dos efeitos individuais.
Ex: Álcool + Barbitúricos.
Antagonismo: Associação de fármacos com ação contrária 
ou competitivo ante um receptor (agonista + antagonista). 
Ex: Barbitúricos ou Ansiolíticos + Anfetamínicos
Revisão de Conceitos
As interações podem ser classificadas em lentas ou rápidas, 
de acordo com a velocidade de aparecimento dos efeitos.
• Rápidas = efeitos imediatos ou até 24 horas.
• Lentas = promovem efeitos tardios, dias ou semanas após 
a administração dos fármacos.
Latência
• Leves ou Fracas = efeitos geralmente imperceptíveis, 
sem interesse clínico.
• Moderadas = presença de efeitos nocivos – monitorar o 
paciente. 
• Graves = efeitos podem ser letais ou permanentes –
evitar ou suspender se necessário. 
Tipos de Interação 
Quanto à intensidade do efeito
Podem ser físico-químicas, farmacocinéticas e 
farmacodinâmicas.
• Físico-químicas = Alterações decorrentes de interações
químicas ou influência do meio.
• Farmacocinéticas = Interferência dos processos de
absorção, distribuição, metabolização e/ou excreção.
• Farmacodinâmicas = Ocorrem no local de ação do
fármaco.
Tipos de Interação 
Quanto ao mecanismo de ação
Ocorrem quando duas ou mais substâncias são administradas
na mesma solução ou de forma concomitante e produto da
interação entre esses produtos resulta em perda de atividade.
Chamamos estas interações de incompatibilidades 
farmacêuticas. 
Podem ocorrer quando misturadas em infusão venosa, 
frascos ou seringas ou no interior do TGI.
Ocorre por mecanismos como: adição de moléculas, reação
química entre as moléculas resultando em produtos
diferentes, quelação com metais, etc.
Interações Físico-Químicas
Ex:
 Atropina + Permanganato de Potássio
 Vitamina C + Sulfato ferroso
 Tetraciclina + Cátions
 Carvão ativado + Alcalóides
 Estreptomicina, Amicacina e Gentamicina + Penicilina
 Penicilinas, Anfotericina B e Cefalosporinas + SF
 Doxorrubicina + Luz
Interações Físico-Químicas Protamina Sulfato é 
utilizada na intoxicação 
por heparina, a 
interação entre elas 
inativa a heparina pela 
formação de um 
complexo insolúvel
São interações onde um fármaco modifica a absorção, 
distribuição, metabolização ou excreção de outro fármaco.
As interações podem ser recíprocas.
Essas interações são mais significativas 
nos fármacos com margem de 
segurança estreita. 
Interações Farmacocinéticas
Diversos fatores podem interferir na absorção 
gastrointestinal de substâncias:
• pH e pKa
• Tempo de esvaziamento gástrico e motilidade
• Interferência no ciclo êntero-hepático
• Formação de quelatos e precipitados 
• Interferência no transporte ativo
• Alterações patológicas da mucosa intestinal
• Alteração do volume e composição 
• Efeitos na circulação local.
Absorção
Interações que 
afetam a absorção 
e estão 
relacionadas com 
a passagem do 
fármaco para a 
corrente sanguínea
Ex:
 Prednisona + Antiácidos 
 Dexametasona + Antiácidos
 Bifosfonados + Alimentação (alcalina principalmente)
 IECA + Antiácidos
 Fenobarbital, Teofilina e Fenitoína + Carvão ativado
 HCTZ, Warfarina, Digoxina e Cefalexina + Colestiramina
 Tetraciclina, Ácido Salicílico + Cátions (Al, Fe, Mg, Zn)
 Cetoconazol, Tetraciclinas + Cimetidina
Absorção
Os fármacos circulam no sangue, livres ou ligados à proteínas
plasmáticas.
Alterações no equilíbrio dinâmico na ligação entre o fármaco e
as proteínas plasmáticas resultam em alterações na
concentração de fármaco livre e consequentemente no efeito
farmacológico.
A ligação com proteínas teciduais também pode ser deslocada
pela interação com outros fármacos, aumentando também a
fração livre do fármaco deslocado.
Distribuição
Podem alterar a distribuição: 
• pH sanguíneo
• Presença de substâncias que utilizam a mesma proteína de 
transporte
• Doenças como anemia ou situações especiais como 
gravidez. 
• Alterações no fluxo sanguíneo em alguns locais.
Distribuição
Fármacos ácidos tem maior afinidade pela albumina e 
os alcalinos se ligam em maior extensão à lipoproteínas, 
especialmente à alfa-glicoproteína. 
Ex:
Varfarina se liga à albumina, porém quando administrado
junto com Fenilbutazona é deslocado da albumina por ela
(quem tem maior afinidade), elevando a concentração
plasmática da Varfarina.
Distribuição
As interações que envolvem o processo de metabolização,
podem aumentar ou diminuir a velocidade de
biotransformação de uma droga, por dois mecanismos
básicos:
• Indução enzimática
• Inibição enzimática
Metabolização (Biotransformação)
O sistema enzimático mais importante 
para biotransformação de fármacos é o 
sistema “oxidase mista”, mas conhecido 
como Sistema P-450.
Metabolização
Enzimas Fase IIEnzimas Fase I 
• Citocromo P450
• CYP2D
• CYP2C
• CYP3A
• Epóxido hidrolases
• Hidrólise em grupos epoxido
• Monooxigenases contendo 
flavina.
• Atua em sítios contendo S, N ou P
• Sulfotransferases
• adição de grupos sulfato. 
• UDP-glicuronosil transferase
• transfere 1 ácido glicurônico. 
• Glutationa-S-transferase
• adiciona glutationa. 
• N-acetiltransferase
• adição de grupo acetila. 
• Metiltransferase
• adição do grupo metila. 
Metabolização
Inibidores enzimáticosIndutores enzimáticos
• Carbamazepina
• Contraceptivos estrogênicos
• Fenobarbital
• Varfarina
• Etanol (uso crônico)
• Corticosteróides, ciclosporina...
• Rifampicina
• Contraceptivos orais
• Griseofulvina
• Corticosteróides
• Cloranfenicol
• Fenitoína
• Cimetidina
• Amiodarona, Fenitoína
• Ciprofloxacino
• Teofilina
• Corticosteróides
• Antidepressivos tricíclicos
• Eritromicina
• Ciclosporina, Teofilina
A indução ou inibição é feita nas isoformas do citocromo
P-450 e não em todas as enzimas do sistema enzimático.
Ex: Fluoxetina que inibe a fração CYP2C19.
Metabolização
As interações que afetam a excreção estão relacionadas com a 
alteração do tempo da permanência do fármaco no 
organismo.
Envolve as vias de eliminação como rim, intestino, fígado e 
pulmão.
Excreção
Mecanismos:
• Alteração na secreção tubular
• Alteraçãono pH urinário
• Aumento do volume urinário
• Deficiências nutricionais
Excreção
Ex: 
a) pH da urina = aumento do pH da urina aumente excreção 
de barbitúricos.
a) Secreção tubular = Probenecida compete com o mesmo 
carreador de excreção que a Penicilina.
Excreção
Inibição da Secreção 
• Probenecida → inibe penicilina e outros fármacos como 
zidovudina.
• Fenilbutazona, Sulfonamida, Aspirina, Diuréticos 
tiazídicos, etc → inibe secreção de Penicilina, 
Indometacina, etc
• Aspirina → inibe secreção metotrexato.
• Verapamil, Amiodarona, Quinidina → inibe digoxina.
• AINEs → Metotrexato.
Excreção
Excreção – influência do pH urinário
São interações que ocorrem através do mecanismo de ação do 
fármaco.
• Adição: O efeito final é a soma dos efeitos individuais, quando 
os fármacos agem pelo mesmo mecanismo de ação.
• Ex: AAS e Dipirona 
• Somação: O efeito final é a soma dos efeitos individuais, 
quando os fármacos agem por mecanismos de ação diferentes. 
• Ex: AAS e Morfina 
• Potencialização: A soma dos efeitos é maior que a soma 
individual dos efeitos.
• Ex: Benzodiazepínicos e álcool. 
Interações Farmacodinâmicas
• Antagonismo: A interação dos fármacos leva à redução de 
efeito.
• Antagonismo Fisiológico: Dois fármacos atuam em locais 
diferentes produzindo efeitos opostos. 
• Antagonismo Farmacológico: A interação ocorre nos receptores de 
forma competitiva, não competitiva ou ainda de forma química. 
Interações Farmacodinâmicas
Exemplos gerais
Antipsicóticos
Exemplos gerais
Exemplos gerais
Exemplos gerais
Exemplos gerais
INTERAÇÃO FÁRMACO-
NUTRIENTE
Profª. Drª Ana Cristina Lo Prete
INTERAÇÃO FÁRMACO-NUTRIENTE
“Evento que ocorre quando é produzido um desequilíbrio de
nutrientes por ação de um fármaco ou quando o efeito farmacológico
é alterado pela ingestão de determinado nutriente ou pelo estado
nutricional do paciente ou quando alguma reação adversa é
produzida pela ingestão concomitante de algum componente do
alimento com o fármaco”
Reis, N.T, 2004
Importante: recomendação da administração de medicamento 
com alimento
• Motivos da recomendação:
• possibilidade de aumento da sua absorção; 
•  efeito irritante de alguns fármacos sobre a mucosa gastrintestinal; 
• como auxiliar no cumprimento da terapia, associando a ingestão com uma 
atividade fixa (refeições). 
Kirk, 1995
• Entretanto, estes motivos são insuficientes para justificar este procedimento de 
forma generalizada. 
Thomas, 1995
Resumo
• Profissionais dão pouca importância ao tema e têm pouco conhecimento do
assunto;
• A interação pode surgir antes ou durante a absorção gastrintestinal, durante
a distribuição e armazenamento nos tecidos, no processo de
biotransformação ou mesmo durante a excreção.
Moura; Reyes, 2002; Santos; Ramos, 2005
• Década de 80: criação de uma comissão (EUA) para incentivar os
profissionais de saúda a participar da vigilância e prevenções de possíveis
interações.
Murray & Healy, 1991; Lasswell & Loreck, 1992
Exemplos de interação fármaco-nutriente
• Sonda: AAS precipita com a dieta na sonda; Captopril - liberação lenta;
Gordozi et al, 2010
• Urologia do HC do Paraná: de 64 administrações , 20 tiveram alguma 
interação com alimentos.
Domingues; Paraná, 2005
• Alho=  ação de hipoglicemiantes, anticoagulantes e relaxantes musculrares; 
 ação de alguns anti-retrovirais
Alexandre et al, 2008
• Nateglinida (hipoglicemiante) apresenta interação com alimento = menor absorção 
Farhat et al, 2007
• Hospital Universitário (Porto Alegre): 54,5% (1.442) das prescrições apresentavam 
potenciais IFA.
Magedans et al, 2009
• Hospital regional do Piauí: 19,5% apresentaram interação (ex. captopril = alimentos 
a absorção; AAS=  a absorção de vit C e K)
Lopes et al, 2010
Exemplos de interação fármaco-nutriente
1. EFEITOS DO ALIMENTO SOBRE A TERAPIA COM 
FÁRMACOS
2. EFEITOS DOS FÁRMACOS SOBRE O ALIMENTO 
E A NUTRIÇÃO
3. EFEITO DOS FÁRMACOS SOBRE O EFEITO 
NUTRICIONAL
INTERAÇÃO FÁRMACO-NUTRIENTE
1. EFEITOS DO ALIMENTO SOBRE A TERAPIA COM FÁRMACOS
- Farmacocinética (ADME do Fármaco)
- Farmacodinâmica
INTERAÇÃO FÁRMACO-NUTRIENTE
1.1 ABSORÇÃO DO FÁRMACO
Presença de alimentos/nutrientes no TGI pode reduzir a 
absorção de um fármaco
 Absorção por difusão passiva: refeição  pH gástrico = 
dificulta a absorção de fármacos ácidos e melhora a 
absorção de fármacos básicos;
 Absorção por transporte ativo (requer transportador) = pode 
haver competição entre o fármaco e o nutriente pela 
absorção.
 Ex.  absorção de L-dopa pela dieta hiperprotéica (aa 
competem com o fármaco pela absorção intestinal).
Moura; Reyes, 2002
Modificação do pH do conteúdo gastrintestinal pode alterar a desintegração
da forma farmacêutica
• Alimentos ou líquidos alteram o pH de 1,5 do estômago para ≈ 3,0 = altera a
desintegração de cápsulas, drágeas ou comprimidos e consequentemente a
absorção do princípio ativo
•  desintegração de eritromicina, tetraciclina...
•  desintegração da fenitoína, dicumarol...
Welling,1984
1.1 ABSORÇÃO DO FÁRMACO
Modificação do pH do conteúdo gastrintestinal altera estabilidade e/ou 
ionização dos fármacos 
• Fármacos instáveis com o HCL;
• Ionização interfere na absorção 
• Ex. cetoconazol é melhor absorvido em pH ácido; deve ser ingerido com bebidas 
ácidas: cola, suco de laranja...
• Ex: Antiosteoporose (ex. alendronato; alcalino) tem  60% na absorção e  40% na 
biodisponibilidade se ingerido com café ou suco de laranja (ácidos).
Tuck; Datta, 2007
1.1 ABSORÇÃO DO FÁRMACO
Influência do tempo de esvaziamento gástrico
• Refeições sólidas, ácidas, gordurosas, ricas em fibras, quentes, hipertônicas e
volumes líquidos >300 mL = esvaziamento gástrico mais lento.
• Retardo nem sempre indica  da quantidade absorvida e sim a necessidade
de período maior para se alcançar sua concentração sanguínea máxima.
• Além disso, pode  a absorção de fármacos absorvidos por transporte ativo
(processo saturante; mais tempo de contato do princípio ativo com a
superfície de absorção) (ex. alguns antibióticos ou antiretrovirais).
1.1 ABSORÇÃO DO FÁRMACO
Aumento da atividade peristáltica do intestino
• A presença de alimento (quimo) no intestino delgado aumenta a atividade
peristáltica, o que pode:
- favorecer a dissolução do medicamento, facilitando o contato das substâncias com
a superfície de absorção;
-  biodisponibilidade pela velocidade do trânsito intestinal.
Secreções de ácidos, enzimas e sais biliares aumentam na presença de alimentos.
• Por serem tensoativos,  absorção de fármacos lipossolúveis; mas formam
complexos não absorvíveis com outras substâncias (ex. colestiramina)
Basile, 1994; Roe, 1985
1.1 ABSORÇÃO DO FÁRMACO
Aumento do fluxo sanguíneo do TGI
• Dietas hiperprotéicas e hiperlipídicas elevam o fluxo sanguíneo no TGI;
 Fluxo sanguíneo pós-prandial
 efeito de primeira passagem
 disponibilidade sistêmica de alguns fármacos 
(ex. beta-bloqueadores) (Welling,1989)
1.1 ABSORÇÃO DO FÁRMACO
Influência das interações físico-químicas 
• Quelação:
•  absorção de alguns fármacos;
• ocorrem entre certas medicações (ex. antibióticos) e cátions divalentes ou 
trivalentes (ferro, cálcio, magnésio, alumínio e zinco)
• Ex: tetraciclina + leite (rico em cálcio e ferro) ou + antiácidos (ricos em 
alumínio)
Neuhofel et al, 2002
1.1 ABSORÇÃO DO FÁRMACO
Influência das interações físico-químicas
• Fármacos estáveis em pH <3,5 ou > 10 + dieta enteral
• risco de precipitação e consequente obstrução da sonda.
• Ex. fluoxetina, haloperidol...
• Portanto, devem ser adm 1 h antes ou depois dos alimentos (Hospital Santa
Creu i Pau,1998).
• Além dessas, podem ser também observadas reações de hidrólise,
oxidação e neutralização que podem ocorrer na nutrição parenteral ou
mesmo por V.O., quando ambos se encontram no TGI (Santiago, 2006).
1.1 ABSORÇÃO DO FÁRMACO
Influência das interações físico-químicas
• Adsorção (adesão) do fármaco pelo alimento:
• Ex1.: Dietas ricas em fibras adsorvem alguns medicamentos (ex.
antidepressivos tricíclicos), diminuindo a ação destes medicamentos.
• Ex2.: Digoxina (cardiotônico) é adsorvida pelo farelo de trigo ou aveia.
1.1 ABSORÇÃO DO FÁRMACO
• Albumina é a mais importante ligante de fármacos no sangue;
•  albumina (< 3 g/dL) por ingestão inadequada de proteínas fornece menos 
locais de ligação:
 albumima =  fármaco livre =  atividade do fármaco = intoxicação
•  deve-se diminuir a dose do fármaco nesses pacientes; 
• Ex1.: Varfarina (anticoagulante; > 98%) = hemorragias;
• Inverso também ocorre (pacientes com hiperalbuminemia).
1.2 DISTRIBUIÇÃO DO FÁRMACO
Alimento pode inibir ou estimular o metabolismo do fármaco por alterar
sistemas enzimáticos (ex. complexo P450).
• Ex1.: Dietas ricas em proteínas e pobres em carboidratos pode 
metabolização/inativação da teofilina (antiasmática).
Walter-Sack e Klotz, 1996
• Ex2.: Substância encontrada na toranja, na laranja Seville (geléias) e no
limão Siciliano inibe o metabolismo intestinal de diversos fármacos (ex.
sinvastatina) por inibir a P450 na parede intestinal = > efeito
farmacológico.
Egashira et al, 2003; Lama, 2006
1.3 METABOLISMO DO FÁRMACO
• Ex3: Álcool estimula o complexo P450 - estimula o metabolismo de
muitos fármacos.
Bardag-Gorce, 2010 
Além disso, pode haver competição entre alimento e fármaco pelas enzimas 
que o metabolizam no fígado.
• Ex. Propranolol com alimento =  ação do fármaco.
1.3 METABOLISMO DO FÁRMACO
Os alimentos/nutrientes podem alterar a reabsorção dos fármacos pelo 
túbulo renal.
• Ex1.: A reabsorção de lítio e agentes antimaníacos está intimamente 
relacionada à reabsorção de sódio. 
• se há baixa ingestão de sódio (ou Δ desidratado), os túbulos tentam reter mais 
sódio e, com isso, retém mais lítio também, e vice-versa.
1.4 EXCREÇÃO DO FÁRMACO
Alteração da excreção por alteração do pH urinário
• Os fármacos são reabsorvidos no túbulo renal para voltar à circulação 
apenas no estado não-ionizado;
• Leite, frutas, muitas hortaliças são alcalinizantes urinários = fármacos 
alcalinos são mais reabsorvidos (ex. anfetaminas) e os ácidos mais 
excretados (ex. Barbitúricos);
• Ovos, carnes e pães são acidificantes urinários = efeito contrário. 
Basile, 1994
• Obs: mais provável quando a dieta é composta exclusivamente de um único 
alimento ou grupo alimentar. 
1.4 EXCREÇÃO DO FÁRMACO
• Interação na fase farmacodinâmica = no resultado do efeito terapêutico. 
• Podem ser:
• Aditivas: há  da ação terapêutica
• Ex.: hipnóticos + álcool, ambos depressores do SNC
• Antagônica: há  da ação terapêutica
• Ex.: anticoagulantes + alimentos ricos em Vit K, que é pró-fatores de coagulação
Santos; Ramos, 2005
1.5 FARMACODINÂMICA DO FÁRMACO
2. EFEITOS DOS FÁRMACOS SOBRE O ALIMENTO E A
NUTRIÇÃO
- Absorção do Nutriente
- Metabolismo do Nutriente
- Excreção do Nutriente
INTERAÇÃO FÁRMACO-NUTRIENTE
Quelação: 
• O fármaco pode  ou impedir a absorção de nutrientes por provocar quelação
com minerais da dieta.
• Ex.: Tetraciclina e ciprofloxacina quelam o cálcio, ferro, magnésio e zinco - -
minerais devem ser tomados com intervalo de 2-6 h desses antibióticos.
Adsorção:
• Também pode  ou impedir a absorção de nutrientes.
• Ex.: Os anti-hiperlipêmicos sequestrantes de gorduras também adsorvem as 
vitaminas lipossolúneis (A, D, E e K) - - tomar suplementação vitamínica.
2.1 ABSORÇÃO DO NUTRIENTE
Aumento dos movimentos peristálticos
• Laxante pode causar diarreia =  absorção de glicose, proteínas, Na+, Ca2+, K+, Vit C 
e D. 
Roe, 1984
• Fármacos que  secreção de HCl =  pH estomacal 
• Ex.: Anti-ulcerosos impedem absorção da Vit B12 por reduzir a clivagem de 
suas fontes dietéticas e  absorção de Ca2+, Fe, ácido fólico e betacaroteno.
Pelton et al., 2001
• Fármacos que danificam a mucosa intestinal, inibindo as enzimas e sistemas de 
transporte intestinal envolvidos na absorção de vários nutrientes.
• Ex. quimioterápicos, AINE’s e AB a longo prazo.
2.1 ABSORÇÃO DO NUTRIENTE
Moura; Reys, 2002
2.1 ABSORÇÃO DO
NUTRIENTE
Fármacos que aceleraram o metabolismo do nutriente
• Faz com que ele “passe” pelo corpo mais rápido e, portanto, sejam requeridas 
quantidades maiores do mesmo.
• Ex1.: Fenobarbital (ansiolítico; anticonvulsivante) e a fenitoína
(anticonvulsivante) induzem as enzimas hepáticas que metabolizam a Vit D, 
Vit K e ácido fólico. Berg 
et al., 1995
• Ex2.: Carbamazepina (anticonvulsivante) acelera o metabolismo da biotina, 
Vit D e ácido fólico.
Pelton et al., 2001
2.2 METABOLISMO DO NUTRIENTE
Fármacos que provocam antagonismo vitamínico
• Bloqueiam a conversão de uma vitamina em sua forma ativa.
• Ex1.: INZ (antituberculose), levodopa e outros inibem a conversão da 
piridoxina (Vit B6) em sua forma ativa, o piridoxal 5-fosfato - neuropatia 
periférica! 
• Ex2.: O metotrexato (antineoplásico) e a pirimetamina (antimalárico) 
inibem a dihidrofolato redutase, portanto, a conversão do ácido fólico em 
sua forma ativa.
2.2 METABOLISMO DO NUTRIENTE
Fármacos que alteram a reabsorção tubular renal
Alguns fármacos podem  ou  a excreção de alguns nutrientes pela alteração da 
reabsorção tubular renal.
• Ex1.: Diuréticos de alça (ex. Furosemida)  excreção K+ (com uso prolongado 
também de Mg, Ca2+, ...)
• Ex2.: Diuréticos Tiazídicos (ex. Hidroclorotiazida)  excreção K+ e Mg, mas 
excreção de Ca2+.
• Ex3.: Inibidores da ECA  excreção de K+.
• Ex4.: Corticoesteróides (ex. prednisona)  excreção de Na+ e  a de K+ e Ca2+. - -
recomenda-se uma dieta com baixa ingestão de sódio e alta de potássio e cálcio.
• Ex5.: Cisplatina (quimioterápico)  excreção Mg. 
2.3 EXCREÇÃO DO NUTRIENTE
3. EFEITO DOS FÁRMACOS SOBRE O EFEITO 
NUTRICIONAL
INTERAÇÃO FÁRMACO-NUTRIENTE
1. Oral, Paladar, Olfato e Apetite
Muitos fármacos afetam a capacidade de sentir o gosto ou odor dos
alimentos.
• Os fármacos podem causar alteração na sensação do paladar, menor
acuidade da sensação de paladar ou causar um desagradável gosto que fica
na boca. Qualquer um desses efeitos pode alterar a ingestão alimentar.
• Os mecanismos pelos quais os fármacos alteram as sensações químicas não
são muito esclarecidos:
• podem alterar a troca das células do paladar;
• interferir nos mecanismos de transdução dentro das células do paladar;
• alterar os neurotransmissores no SNC que processam as informações
quimiossensoriais.
1. Oral, Paladar, Olfato e Apetite
Muitos fármacos afetam a capacidade de sentir o gosto ou odor dos
alimentos.
• Ex1.: captopril (anti-hipertensivo), amprenavir (anti-retroviral), cisplatina
(antineoplásico) e fenitoína (anticonv.): todos causam gosto ruim (amargo ou
metálico).
• Ex2.: Muitos antineoplásicos (paclitaxel, carboplatina...) causam inflamação
da mucosa da boca, da língua e rachadura nos lábios, o que dificulta a
ingestão alimentar.
• Ex3.: Drogas anticolinérgicas, ADT (ex. amitriptilina) e antihistamínicos (ex.
difenidramina)  acetilcolina, o que causa diminuição da saliva - - boca seca
(xerostomia) - - a boca seca causa perda da sensação do paladar e, quando
por tempo prolongado, causa cárie dental e perda dos dentes o que diminui
mais ainda a ingestão alimentar.
Com relação ao Apetite, muitos fármacos alteram este mecanismo.
• Existem fármacos que propositalmente causam diminuição do apetite 
(anorexígenos) como também os que propositalmentepromovem o aumento 
de apetite (para pacientes caquéticos; Ex. hormônio acetato de megestrol, 
somatotropina, esteróide anabolizante...). No entanto, há fármacos que 
causam estas alterações no apetite como efeitos indesejáveis.
• Ex1.: Antipsicóticos (ex. risperidona, olanzapina), ADT (ex. aminitriptilina), 
anticonvulsivante (ácido valpróico) e muitos corticoesteróides causam 
indesejavelmente ganho de peso por aumentarem o apetite (obs. Os 
corticoesteróides também aumentam o peso por causar retenção hídrica e 
diminuição da lipólise).
2. Efeitos Gastrointestinais
A irritação e a ulceração gastrointestinal são sérios problemas causados por
alguns fármacos.
• Ex1.: Alendronato (antiosteoporose) causa alto grau de esofagite, portanto não
pode ser adm a pacientes que não possam permanecer sentados pelo menos 30
min após a adm do fármaco (diminuindo o tempo de permanência no esôfago);
Além dos danos no TGI, a esofagite causa dor ao deglutir o que promove
diminuição da ingestão alimentar.
• Ex2.: AAS e ibuprofeno (AINEs) causam irritação do estômago, gastrite,
ulceração... Além dos danos no TGI, essas alterações promovem dor, o que
diminui a ingestão alimentar.
2. Efeitos Gastrointestinais
A irritação e a ulceração gastrointestinal são sérios problemas causados por
alguns fármacos.
• Ex3.: Fármacos antineoplásicos causam com frequência náuseas e vômitos.
Tais manifestações fazem diminuir a ingestão de nutrientes e provocam
danos à mucosa do TGI. Além disso, com o vômito há perda de água,
nutrientes e eletrólitos, causando desidratação, desnutrição e graves
problemas eletrolíticos (hiponatremia, hipopotassemia e hipocloremia).
Os fármacos podem causar alterações na função intestinal que levam à 
constipação. 
• Ex1.: Codeína e morfina (analgésicos opióides) causam aumento do tônus 
da MM da parede intestinal - - diminuem o peristaltismo - - causam 
constipação.
• Ex2.: Anticolinérgicos inibem a acetilcolina, logo, diminuem as secreções 
intestinais e os movimentos peristálticos- - causam constipação.
Os fármacos podem causar alterações na função intestinal que levam à
diarréia.
• Fármacos podem causar diarreia por alterar a flora bacteriana intestinal,
por promover irritação local ou ainda por promover diminuição da
absorção de algum componente que aumente o bolo fecal (ex. lipídios).
• Ex1.: Muitos AB causam destruição da flora bacteriana intestinal. Por
consequência têm-se a proliferação do Clostridium difficile, o que causa
colite.
• Ex2.: Arcabose e Miglitol (anti-hipoglicêmicos) agem por inibir enzimas
intestinais (α-glicosidase) - - diminui a absorção de glicose e, portanto,
aumenta a glicose presente no intestino - - (1) o aumento da glicose no
intestino causa efeito osmótico - - aumento do volume aquoso das fezes -
diarreia; (2) aumento da fermentação da glicose presente em excesso no
intestino - - flatulência.
Toxicidade de Sistemas Orgânicos
• Os fármacos podem causar toxicidade nos sistemas orgânicos específicos, como
hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, toxicidade pulmonar, neurotoxicidade, toxicidade
ocular, cardiovascular, etc.
• Apesar de todas as toxicidades serem importantes, a hepatotoxicidade e
nefrotoxicidade são as mais comuns, visto que os fármacos são metabolizados e
excretados por esses órgãos; além disso, são os órgãos que mais alteram a função
nutricional.
• Ex1.: Anfotericina B (antiinfeccioso), cisplatina, gentamicina, metotrexato
(antineoplásicos) e outros causam lesão renal e com isso podem alterar a excreção
de nutrientes específicos.
• Ex2.: Muitos alimentos que precisam ser metabolizados no fígado podem tornar-se
tóxicos visto que este órgão pode estar danificado por diversos fármacos (ex.
estatinas, carbamazepinas, metotrexato...).

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