Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Processamento da aguardente de mel. Hygor Lendell Silva de SOUZA* Resumo: Estre trabalho teve como objetivo de estudar a obtenção da aguardente de mel, visando os valores de suma importância para o setor econômico, atividade do homem no campo e composição nutricional. Certificar o método empregado na fabricação de acordo com legislação de aguardente de melado. Os teor de acidez volátil (90,09mg/100ml) e valor de grau alcóolico (42,0 GL) ficaram dentro da norma brasileira. Dessa forma a aguardente pode contribuir como mais umas da atividades rurais. Palavras-chaves: aguardente de mel, processamento. Abstract: The objective of this study was to job the obtaining of honey aguardientes, aiming at values of paramount importance for the economic sector, man’s activity in the field and nutritional composition. To certify the method employed in the manufacture according to legislation of liqueur of molasses. The volatile acid content (90.09mg / 100ml) and the alcohol content value (42.0 GL) were within the Brazilian standard. Therefore, the brandy can contribute as one of the rural activities. Keywords: honey aguardientes, processing. 1. Introdução O mel concebe como um dos produtos mais puros obtido da natureza. Segundo MILESKI, J. P. F. (2006) A apicultura é uma das atividades mais antigas e importantes do mundo, prestando grande contribuição ao homem por meio da produção de mel, geleia real, própolis, cera e pólen, bem como para a agricultura por intermédio dos serviços de polinização (apud WIESE, 2005; BARBOSA et al., 2007). O Brasil produziu 37.815 toneladas de mel no ano de 2015, contribuindo entorno de 358,8 milhões de reais (IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2016). Além de ter grande importância para o comércio, o mel é um alimento com alto ter nutricional e complexo, como água, proteínas, lipídios, carboidratos (frutose e glicose), minerais (cálcio, magnésio, manganês, fósforo, ferro, sódio, potássio, cobre e zinco) e vitaminas (A, B1, B2, B3, B6 e C) (GOIS et al. 2013). Neste sentido, conforme Matietto et al. (2006) relata que o aproveitamento do mel, na fabricação de produtos alimentícios, vem como uma alternativa complementar na renda familiar de apicultores, agregando valor aos produtos, com tecnologias relativamente simples para a comercialização de produtos artesanais (ROCHA, 2007, apud MILESKI, J. P. F. 2016). Sendo uma delas a produção de aguardentes de mel. No Brasil a aguardente é um produto nobre quanto cultural, aquisitivo e sensorial. Para a legislação brasileira, Aguardente é a bebida com graduação alcoólica de 38% vol (trinta e oito por cento em volume) a 54% vol (cinqüenta e quatro por cento em volume) a 20ºC (vinte graus Celsius), obtida do destilado alcoólico simples de cana- de-açúcar ou pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana- de-açúcar ou outra matéria prima com açucares fermentáveis podendo ser adicionada de açúcares até 6g/l (seis gramas por litro), expressos em sacarose.( Brasil. Instrução Normativa nº 13 e 15 , de 29 de junho de 2005 e 31 de março de 2011 ). Nesse sentido, o atual trabalho tem como objetivo produzir, detalhar o processamento da fabricação e caracterizar aguardente de mel. 2. Materiais e métodos. Efetuou-se o experimento no laboratório de Tecnologia de Produtos Agrícolas (TPA) da Universidade Federal do Espírito Santo, no Centro de Ciências Agrária e Engenharia (CCAE-Alegre), do Departamento de Engenharia de Alimentos. Utilizou-se mel obtido no Apiário do Vale Das Águas LTDA ME, situado na avenida Tuffy David 1641 – Varge Grande, Varge Alta – ES do CEP 29250-000, sendo o tipo do mel Florada: Silvestre. Para a requerimento da aguardente foi feito a medição dos sólidos solúveis no refratômetro de alta escala (marca) com escala de 0 a 30° Brix. A levedura Saccharomyces cerevisiae utilizada para elaboração da bebida foi da UFLA CA-11. Durante o processo fermentativo foram avaliados periodicamente a variação do Brix e densidade ótica (a fim de verificar o crescimento biológico) do mosto para acompanhar a evolução da fermentação. Por fim o mosto fermentado foi submetido a uma destilação em alambique de cobre com a capacidade de 30 (trinta) litros e aquecido a gás e a amostra foi submetida à análise de acidez total, volátil, fixa e sensorial. As análises físico químicas, como acidez total: determinou-se por titulação da amostra com NaOH 0,1N, utilizando-se fenolftaleína como indicador (BRASIL, 2005, apude ASQUIER, E.R., et al., 2009). Ácidos voláteis: após a destilação da amostra, fez-se a correção do destilado para 50 °GL e titulou-se com NaOH 0,1N (IAL, 1985, apude ASQUIER, E.R., et al., 2009). Grau alcoólico: Determinou-se com uso de alcoômetro de Gay-Lussac colocados diretamente em volume de 250 mL de destilado a 20 °C (IAL, 1985, apude ASQUIER, E.R., et al., 2009). Acidez fixa: Foi determinada pela diferença entre a acidez total e a volátil (IAL, 1985, apude ASQUIER, E.R., et al., 2009). Densidade ótica: utilizou-se espectrofotômetro na leitura de comprimento de onda 540 nm (CALVETTE, Y. M. A; FIAUX, S. B; 2010). pH: foi determinado através de pHmetro. 3. Preparação do Inoculo. A levedura foi preparada de acordo com as instruções do fornecedor pela incorporação de água a temperatura equivalente de 35° Celsos, adicionado três (3) gramas de levedura por litros de mosto, neste caso 21 gramas de leveduras, permanecendo por uma (1) hora na estufa com a temperatura controlada a 35° Celsos. 4. Preparação do mosto. O volume total de mosto preparado foi de sete (7) litros, com 18° Brix, que foi efetuado a partir do mel de 78,5° Brix, diluído em água. O mosto foi submetido a pasteurização de 100° Celsos por 2 (dois) minutos, para que a microbiota natural do mel fosse reduzida e que evitasse possíveis contaminações. Após um resfriamento do mosto para 30° Celsos foi adicionado o inoculo e medido o pH igual 6,3. 5. Fermentação. A fermentação ocorreu em duas (2) panelas com volume total de 5 litros, o processo ocorreu em aerobiose e em temperatura oscilando na estufa de 25 ° a 35° Celsos. O sistema foi acompanhado com medições de refrações, acidez e densidade ótica. Observou-se o acessar o desprendimento de gás carbónico, subsequente a estagnação do índice de refração e densidade ótica, bem como a fase de declínio, morte celular, indicando o fim do processo de fermentação. Por fim, fez-se trafega do mosto fermentado para recipientes de vidros para evitar acúmulo de células no destilador. 6. Destilação. O alambique foi previamente limpo com solução de ácido acético e repassou água para que tirasse toda sujidade. Durante a destilação foram separadas as frações de cabeça (10%), coração (80%) e cauda (10%), do volume de aguardente obtida. A aguardente foi armazenada à temperatura ambiente em garrafas de vidro de 700 mL e fechada com tampa de rosca, posteriormente, foram feitas as análises de acidez e pH da fração referente ao coração. 7. Resultados e Discursões. O processo fermentativo teve como término na observação da estagnação de 8,0° Brix, tendo partido inicial de 18° Brix, analisadona tabela1 e figura1, com duração de quadro (4) dias ou 96 horas de fermentação e com pH igual a 5,1, percebendo que ou formação de compostos ácidos. Uma possível explicação do tempo de fermentação ser maior do que de um mosto preparado de cana-de- açúcar, sujeito a dois (2) dias de fermentação, pode estar relacionado com a levedura utilizada no processo, cujo esteja adaptado para um meio rico em sacarose e depois metabolizar em carboidratos simples, como frutose e glicose. Encontra partida, a matéria prima, o mel, utilizada já contém em sua parte majoritário os açucares simples. A análise da densidade ótica, na figura 2, apresentou de como prosseguiu o crescimento microbiológico nas fase Log não observado pela figura; Lag com o período de 3 a 17 horas; Estacionária com o período variando de 19 a 41 horas; Declínio dos 41 horas adiante até completar o término da fermentação. A figura 3 traz dados relevantes relacionando as quantidades de açúcares, mensurados em °Brix, com o comportamento celular no meio fermentado, resultando a inviabilidade da célula com a queda do °Brix. Dessa forma, o mosto fermentado apresentou com teor alcóolico 10,5° GL, medido pelo alcoômetro, que possibilitou uma parâmetro indireto para as separações das frações, cabeça, coração e cauda, efetuado logo após a destilação. A fração mais importante para a aguardente de mel, coração, alcançou um teor alcóolico de 42,0° GL, medido por alcoómetro. O teor alcóolico da aguardente de mel atendeu a legislação brasileira conforme a Instrução Normativa MAPA n° 13 de 29 de Junho de 2005, com a graduação alcóolica de 38% a 54% em volume. A acidez é um parâmetro importante para avaliar a qualidade das bebidas fermentadas. A acidez relativamente alta indica a formação de ácido acético em demasia, isso ocorre quando o processo fermentativo não é conduzido de modo adequado, contaminação por bactérias acidogênicas ou eventual oxidação provocada pela adição/infiltração de ar atmosférico e consequentemente o oxigênio (BAUER e PRETORIUS, 2000; HOHMANN e MAGER, 2003; SROKA e TUSZYNSKI, 2007, apude MILESKI, J. P. F. 2016). Como não foi encontrado um padrão de identidade e qualidade para aguardente de mel, a Instrução Normativa Nº 13, de 29 de Junho de 2005, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Brasília – DF, item 2.2 e sub item 3.1.1., regulamenta, acidez volátil, em no máximo 150mg/100ml de álcool anidro expressa em ácido acético, que pode fazer uma analogia ao resultado da amostra de aguardente de mel, efetuando da seguinte maneira, acidez total igual 90,09 mg/100 ml, acidez volátil igual 33,80 mg/100ml e acidez fixa igual a 56,29 mg/100ml de ácido acético/ álcool anidro. 8. Conclusão. O mel sendo uma alimento com custo baixo, rico nutricionalmente e obtenção em abundância fácil e natural no Brasil, possibilita um alimento que tenha grande participação na culinária brasileira. Nesse seguimento teve um boa aplicabilidade para a produção aguardente, o qual não teve necessidades em corrigir o mosto nos paramentos de pH e nutrientes para o desenvolvimento da levedura (tal). Junto com bom resultado de teor alcoólico de 42,0° GL e os Coeficiente de Congêneres ficaram de acordo com a legislação. 9. Referências Bibliográficas. ASQUIERI, E.R; SILVA, A. G. M; CÂNDIDO, M. A. Aguardente de jabuticaba obtida da casca e borra da fabricação de fermentado de jabuticaba. 2009. Brasil. Instrução Normativa nº 13, de 29 de junho de 2005. Estabelece o regulamento técnico para fixação dos padrões de identidade e qualidade para aguardente de cana e para cachaça. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília. CALVETTE, Y. M. A; FIAUX, S. B. Roteiro de aula prática – uso do espectrofotômetro.Niterói – RJ, 2010. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da Pecuária Municipal. Disponível em: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp. Acesso em: 2. Dezembro. 2017. MILESKI, J.P.F. Produção e Caracterização de Hidromel Utilizadas Cepas de Leveduras Sacharomyces. Londrina, 2016. 10. Figuras e Tabelas Figura 1: Gráfico relacionando a disponibilidade açucares em relação ao tempo. Figura 2: Gráfico relacionando a densidade ótica, visando o crescimento microrganismo em relação ao tempo. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 20 40 60 80 100 °Brix no eixo Y Tempo em horas no eixo X. 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0 20 40 60 80 100 120 V al o r d a d e n si d ad e ó ti ca c o m 5 4 0 n m Tempo em hora. Series1 Figura 3. Gráfico relacionando a fase de crescimento do microrganismo com a disponibilidade de açúcar no mosto fermentável. *eixo x °Brix e eixo y Densidade ótica comprimento de onda 540nm Tabela1: Avaliação do °Brix ao tempo de fermentação °Brix Tempo em hora 18,0 18,0 16,0 16,0 13,0 11,0 9,0 9,0 8,0 0 3 17 19 41 50 72 81 96 0 0.544 0.724 0.701 0.687 0.531 0.367 0.324 0.245 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 18 18 16 16 13 11 9 9 8
Compartilhar