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XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005 ENEGEP 2005 ABEPRO 4813 APQP como ferramenta para gestão do conhecimento na transferência de novas tecnologias ao sistema produtivo Adm. Ronaldo S. Abranches (FACESM) cca@facesm.br Adm. Vladas Urbanavicius Júnior (FACESM) gpde@facesm.br Resumo Este trabalho apresenta o planejamento avançado da qualidade do produto (APQP) como uma ferramenta para a gestão do conhecimento na transferência de conhecimentos das áreas de P&D para o setor produtivo. Os conhecimentos obtidos durante o processo de desenvolvimento do produto são extremamente importantes tanto para as atividades que serão responsáveis em produzir o produto em grandes volumes, como para a própria engenharia nos próximos desenvolvimentos. O artigo apresenta um posicionamento em relação ao processo de desenvolvimento de produto e a relevância de uma transferência consistente de tecnologia adquirida neste processo através de um sistema de informação estruturado para este fim, e a utilização da ferramenta APQP como condutor efetivo das informações geradas, na qual deve ser gerenciada para que seja transformada em ativo intangível para a organização. Palavras-chave: Conhecimento; Tecnologia; Desenvolvimento de produto; Ativo intangível. 1. Introdução Na atual realidade de mercado, as empresas estão buscando fazer do processo de desenvolvimento de produtos um expressivo diferencial competitivo, principalmente no ambiente industrial. Para isto, se faz necessário uma estrutura capaz de acelerar a velocidade do desenvolvimento dos produtos que tenha alto teor tecnológico; custos reduzidos e uma gestão para os conhecimentos gerados durante este processo, na qual passa á ser um insumo fundamental na entrada de novos projetos. A necessidade de acelerar o desenvolvimento para antecipar o lançamento e com isto gerar um maior retorno dos investimentos e um possível aumento na vida comercial do produto, refletindo diretamente no fluxo de caixa da empresa, tem proporcionado vários problemas devido às inconsistências de projeto e da transferência das novas tecnologias para o sistema produtivo. Isto normalmente resulta em impacto negativo na produtividade e no nível de reclamações de clientes. Para isto, é necessário estabelecer um sistema de informação que documente as informações relevantes geradas durante o processo de desenvolvimento e estas sejam disponibilizadas aos envolvidos no plano de controle do produto e principalmente como dados de entrada para os próximos projetos. Porém, o atual nível de competição entre as organizações, em que a velocidade das mudanças caracteriza o potencial de um negócio, e com isto tem aumentado substancialmente o grau de importância do conhecimento. A gestão do conhecimento é uma identificação, dos detalhes do processo de negócio, na qual o conhecimento útil pode ser utilizado como diferencial competitivo. Cada vez mais em nossa sociedade, a evolução dos negócios está representada pela tendente valoração de ativos intangíveis em demérito a ativos físicos. Este artigo busca apresentar a ferramenta APQP (Advanced Planning Quality Product) como um instrumento de transferência de conhecimentos para melhorar o desempenho das organizações que vivem um ambiente industrial e com isto contribua para a obtenção da sustentabilidade tão importante nos atuais níveis de competitividade. XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005 ENEGEP 2005 ABEPRO 4814 2. O processo de desenvolvimento de produto Segundo Florenzano e Toledo (1998), o desenvolvimento de produto deve ser visto como um macro processo que envolve uma série de etapas, incluindo desde a identificação das necessidades do mercado até a fabricação do primeiro lote do produto. E ao pensar neste macro processo, deve-se considerar que cada etapa do desenvolvimento deve ser detalhada em atividades ou estágios menores, o que permite uma análise mais consistente dos aspectos que envolvem o desenvolvimento do produto. Juran e Gryna (1997) definem o desenvolvimento de produtos como “uma etapa da espiral da qualidade que traduz as necessidades do usuário, descobertas por intermédio de informações de campo, num conjunto de requisitos do projeto do produto para a fabricação”. O desenvolvimento de produtos consolida-se como importante fator de competitividade, bem como busca atender as necessidades potenciais e/ou latentes dos clientes (Silva, 2001). Nesta competição, as organizações tendem a definir estratégias ofensivas e defensivas para seu desenvolvimento de produtos (Silva, 2001). No caso da indústria automobilística, esse processo se encontra cada vez mais distribuído, tanto em unidades da companhia, quanto entre as montadoras e a sua rede de fornecedores, caracterizando a presença do chamado “co-design”. Isto aumenta o grau de complexidade da gestão de desenvolvimento de produtos. Alguns autores, como, Costa e Queiroz (1999), Cheng (2000), Rosenthal (1992), Boznak e Decker (1993), Toledo e Brito (2000), Nakano (1997), Smith e Reinertsen (1997), em seus estudos, demonstram que as empresas estão buscando fazer do processo de desenvolvimento de produtos, um grande diferencial competitivo. Silva (2001) apresenta que a concepção moderna do processo de desenvolvimento de produtos tem um foco concentrado nos resultados, onde algumas premissas definem o grau de modernidade da gestão aplicada. As premissas são: redução de custos, melhoria da qualidade, lead time de desenvolvimento e aumento da flexibilidade e confiabilidade. O objetivo é proporcionar produtos mais competitivos, os meios para isto são: a velocidade do desenvolvimento; o teor tecnológico do produto; o custo reduzido e a qualidade do projeto. Slack (1993) enfatiza que para a redução do ciclo de desenvolvimento de produto, é extremamente produtivo concentrar-se na redução das atividades que não agregam valor. Segundo Smith e Reinertsen (1997) muitas vantagens competitivas resultam da capacidade de acelerar o desenvolvimento de produtos, sendo talvez a mais óbvia, mas não menos importante, o prolongamento da vida comercial de um produto. Pode-se observar que quando lançado antecipadamente, gera um volume de benefício maior na vida comercial, com impacto direto no fluxo de caixa da empresa e conseqüentemente aumentando a sua rentabilidade. Segundo Silva e Alliprandini (1998), independente do projeto que a empresa esteja praticando, existem alguns fatores críticos que devem ser levados em consideração no gerenciamento e na execução do processo de desenvolvimento de novos produtos. Estes fatores estão relacionados com o time de projeto escolhido, com a gerência ou líder de projeto, com a liderança exercida por este gerente e com a relação que a empresa estabelece com seus clientes e fornecedores neste processo de desenvolvimento. 3. Retro-alimentação das informações como meio de gerar novos ativos para organização Wheelwrigt e Clark (1992) apresentam uma forma de visualização do processo de desenvolvimento de produto como estratégia por meio do conceito do funil de desenvolvimento. Este conceito preocupa-se em preencher algumas necessidades da estratégia de desenvolvimento de produto, que são: criar, definir e selecionar os projetos que poderão gerar produtos ou processos superiores; integrar e coordenar tarefas funcionais e técnicas, bem como as unidades envolvidas; gerenciar os esforços do desenvolvimento coerentemente com as metas do negócio; criar e melhorar as capacidades necessárias para tornar o processo XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005 ENEGEP 2005 ABEPRO 4815 de desenvolvimento de produto uma fonte de vantagem competitiva. Agregamos a todos estes componentes,a necessidade de retro alimentar o sistema com as informações geradas durante o desenvolvimento, de maneira a possibilitar que dificuldades; novidades e conhecimentos consolidados sejam considerados como entrada para os próximos projetos, bem como a experiência dos envolvidos no projeto de desenvolvimento sejam também disponibilizados para todo sistema produtivo, a fim de agregar valor ao longo do processo de produção, transformando estes conhecimentos em redução do índice de refugos, improdutividades, reclamações de clientes, entre outros. Está também contida na atividade de aprendizagem pós- projeto, a busca pela melhoria contínua do processo. Todos estes pacotes de conhecimentos gerados pela equipe de projetos durante o desenvolvimento, necessitam ser transferidos para o pessoal envolvido nas demais atividades como uma “transferência de tecnologia de produto e de processo”. 4. Utilizando o processo de desenvolvimento de produtos como meio de transferência de conhecimentos e tecnologia Como visto anteriormente, o fluxo do processo de desenvolvimento de novos produtos constitui de várias fases, na qual envolve várias áreas de conhecimento e unidades organizacionais, considerando desde a etapa de pesquisa básica até o fornecimento contínuo ao cliente. Neste fluxo, as etapas de formação da nova tecnologia vão se consolidando, exigindo das áreas de engenharia de produto, processos e de produção a absorção dessas tecnologias. Este é um ponto extremamente complexo nas organizações, pois caso este processo de transferência não tenha uma boa gestão, a resultante do desenvolvimento não gera o potencial de resultado esperado, devido a perdas de produtividades, refugos, insatisfação de clientes, prejuízo para imagem, entre outras. A adoção de novas tecnologias é uma questão fundamental para as empresas. Sob a ótica da competitividade, esta decisão pode contribuir fortemente para a melhoria do desempenho das empresas (Pedroso, 2000). Em contrapartida, a resistência em introduzir novas tecnologias pode deteriorar o desempenho de uma determinada empresa em relação aos seus concorrentes. Por este motivo, a decisão por uma nova tecnologia é extremamente estratégica, visto que: − ela afeta o desempenho e a competitividade da empresa; − este tipo de decisão é geralmente difícil de reverter, seja em função do volume de investimento envolvido, como pelos esforços organizacionais necessários; − a introdução de uma nova tecnologia representa uma descontinuidade em relação à tecnologia atual, o que implica necessidade de gerenciar a mudança. O conceito de tecnologia segundo Pedroso (2000) pode variar em função do contexto em que é utilizado, considerando: os componentes da tecnologia; o seu nível de análise e a sua classificação. Este autor classifica a tecnologia em cinco desdobramentos conforme demonstra a figura 1. XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005 ENEGEP 2005 ABEPRO 4816 Figura 1. A conceituação da tecnologia. Fonte: Adaptado de Pedroso (2000) Segundo Vasconcelos (2001) a transferência de tecnologia pode ser definida como um processo através do qual o conhecimento tecnológico passa de uma “fonte” para um “receptor”. Para que haja transferência real é necessário que a entidade recipiente adquira capacidade de absorver e melhorar a tecnologia com certo grau de autonomia. Para isto, faz-se necessário a existência de instrumentos que possibilite não somente a criação de novos conhecimentos, mas principalmente o direcionamento ordenado destes conhecimentos através de um sistema inteligente para o devido resgate e aproveitamento aos profissionais que utilizarão estes conhecimentos como input básico para busca de resultados satisfatórios. 5. A tecnologia da informação no desenvolvimento de novos produtos O desenvolvimento de um produto e de seu processo de fabricação é uma atividade que demanda grande volume de transmissão e processamento de dados e informações, devido ao alto grau de incerteza ao qual está submetido (Nakano, 1997). Vários autores estudaram a importância da transmissão de informações dentro do processo de inovação tecnológica, desde o P&D até a engenharia. Clark e Fujimoto (1991), argumentam que a análise da organização a partir do ponto de vista do fluxo de informações fornece uma visão diferente da convencional, baseada no fluxo de materiais. O desenvolvimento de produtos passa a ser o processo pelo qual a organização recebe as informações das oportunidades e necessidades do mercado e reúne a elas as informações das possibilidades técnicas que possui, e as transforma em informações que possibilitem a produção comercial do produto pela manufatura (Nakano, 1997). Os sistemas ERP (Interprise Resource Planning) são sistemas integrados de gestão empresarial que abrangem um amplo escopo de funções, nas quais podem ser utilizadas para ajudar no processo de desenvolvimento de produtos e no auxilio na disponibilização dos conhecimentos gerados durante o processo. A integração ou agrupamento de componentes heterogêneos em um conjunto sinérgico é a principal justificativa da utilização de sistemas ERP, visto que a integração de aplicativos evoluiu para a integração do negócio como um todo. Neste contexto, o sistema de informação passa à ser um importante instrumento na transferência de tecnologia, uma vez que segundo Vasconcelos (2001) a transferência de tecnologia pode ser definida como um processo através do qual o conhecimento tecnológico passa de uma “fonte” para um “receptor”. Na indústria, principalmente na automobilística a estratégia da tecnologia de desenvolvimento de novos produtos é fortemente utilizada pelos fornecedores, sendo que vários requisitos são definidos pelos clientes, que valorizam ainda mais o grau da importância das atividades de desenvolvimento. Alguns requisitos são específicos da indústria automobilística, de maneira a caracterizar este mercado de uma maneira diferente. Um dos requisitos é a utilização da metodologia denominada como Advanced Planning Quality Product (APQP). COMPONENTES DA TECNOLOGIA: • Pesquisa • Desenvolvimento • Mudança CLASSIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA Tecnologia de processos Tecnologia de materiais Tecnologia de produtos e serviços Tecnologia de informação Tecnologia de gestão XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005 ENEGEP 2005 ABEPRO 4817 6. O planejamento avançado da qualidade do produto (APQP) Mais conhecido por APQP devido as iniciais no idioma inglês “Advanced Planning Quality Product”, o modelo de planejamento avançado da qualidade do produto que será comentando, é um método estruturado para definir e estabelecer os passos necessários para assegurar que o produto satisfaça o cliente na visão de três grandes montadoras terminais de veículos automotivos: Chrysler, Ford e GM (Gonzáles e Miguel, 2000). A meta estabelecida pelas três montadoras ao exigir estes requisitos de sua base de fornecedores é facilitar a comunicação entre toda cadeia que envolve o desenvolvimento e fabricação de um produto completo como o veículo automotivo, bem como, assegurar que todos os passos foram completados dentro do prazo. A primeira empresa certificada no mundo foi a Delphi Saginaw Steering Systems dos EUA, e na America Latina a Meritor do Brasil – Divisão LVS. Segundo Gonzalez e Miguel (2000) o APQP é uma importante metodologia estruturada para atender eficazmente as expectativas do cliente quanto aos prazos estipulados e a qualidade do produto final. A metodologia de APQP tem algumas importantes seções tais como: planejamento e definição do programa, que descreve como determinar as necessidades e expectativas dosclientes de forma a planejar e definir um programa de qualidade. O projeto e desenvolvimento do produto, que discute os elementos do processo de planejamento onde as características de projeto são desenvolvidas; o projeto e desenvolvimento do processo, que discute as principais características para se desenvolver um sistema de manufatura e seus respectivos planos de controle para obter produtos de qualidade; validação do produto e do processo, que discute as características principais de validação do processo de manufatura através de uma avaliação de uma corrida piloto de produção; retroalimentação que é uma avaliação e conseqüentes ações para melhorar o processo consideram-los no planejamento da qualidade do produto, de maneira a fechar o ciclo sistêmico do processo de desenvolvimento de maneira auto-sustentável, onde este apresenta que o planejamento da qualidade do produto é um ciclo onde a execução de cada fase seqüencialmente demonstra a busca interminável. de melhoria contínua. Segundo o Manual de referência do APQP (1995), algumas vantagens da ferramenta são: − Direcionar recursos para satisfazer o cliente; − Promover a identificação antecipada de alterações necessárias; − Evitar alterações de última hora; − Oferecer um produto de qualidade dentro do prazo ao custo mais baixo. O sucesso de qualquer programa depende de atender as expectativas e necessidades dos clientes no prazo adequado e a um custo que representa valor. O cronograma da figura 2.6 demonstra o ciclo de planejamento da qualidade do produto descrito anteriormente, porém de uma maneira a melhor visualizar a evolução das etapas e principais atividades de cada etapa, em um determinado espaço de tempo. XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005 ENEGEP 2005 ABEPRO 4818 Figura 2.As cinco fases do APQP. Fonte: Manual do APQP (1997) Para avaliar a utilização da metodologia do APQP como ferramenta de transferência de tecnologia de produto e processo, Abranches (2003), utilizou uma indústria de autopeças multinacional do ramo de componentes de motores. Esta empresa estava com dificuldades para consolidar algumas de suas tecnologias que já se encontrava em ritmo de produção em série, porém com alta improdutividade e atrasos na entrega, com riscos de dificultar outros negócios do grupo. Abranches (2003) definiu como Percepção do problema: Como concluir a transferência de novas tecnologias para o mercado, de maneira consistente, através de produtos e processos sustentáveis nas fábricas. Os Principais problemas relatados durante a fase de levantamentos estão relacionados com a transferência de informações e conhecimentos, na qual são apresentadas no quadro abaixo: Problemas 1 Falta de um filtro (avaliação) nas transferências de dados 2 Definição de um líder de projeto que acompanhe todo seu desenvolvimento 3 Falta de retroalimentação para dados de entrada de novos projetos 4 Falta de efetividade no programa de APQP 5 A reunião de lançamento de novos produtos é realizada quando o cliente já colocou pedido para produção em série 6 Faltam critérios para abertura de pedidos de fabricação de amostras, protótipos e lote piloto. 7 As informações de disponibilidade de novas tecnologias chegam ao mercado antes do término efetivo do desenvolvimento 8 Solicitações de amostras quando a tecnologia ainda está em fase de prototipagem 9 Falta de uma gestão para os conhecimentos adquiridos durante o processo de desenvolvimento 10 Faltam definições de critérios para entrada de novos projetos 11 Falta de uma estrutura de sistema de informação para a gestão do projeto 12 Novos projetos não consideram limitações do processo (não houve retro alimentação) 13 Falta de desdobramento de algumas informações importantes para o processo 14 Falta classificação quanto ao estágio das novas tecnologias (dominada, em desenvolvimento, em pesquisa) Quadro 1. Problemas identificados. Fonte: Abranches (2003) XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005 ENEGEP 2005 ABEPRO 4819 7. Conclusão A busca pela competitividade gera um ciclo contínuo de necessidades. Neste processo, a gestão do conhecimento passa a ser um fator determinante no aproveitamento do ativo intelectual da empresa, para capitalizar este precioso recurso e transforma-lo em verdadeiros diferenciais. O processo de desenvolvimento de produtos é uma estratégia chave para criação desses diferenciais. Porém as organizações, na ansiedade de visualizar e valorizar os resultados (saídas do sistema), muitas vezes não valoriza e gerencia convenientemente os insumos (entradas) e os meios (processamento) para obter estes resultados. Neste aspecto, o aproveitamento dos conhecimentos adquiridos ao longo do processo de desenvolvimento do produto, onde, necessariamente é exigida a utilização de várias competências, a geração desses conhecimentos variados deve ser canalizada para o aumento do ativo intangível da empresa, bem como, do compartilhamento dessas informações em prol da minimização das perdas decorrentes da não aplicação desses conhecimentos (improdutividade, perdas de recursos de materiais, tempo, tecnologia, entre outros). A utilização de maneira efetiva da ferramenta do APQP auxilia significativamente neste aspecto, pois é uma metodologia que desenvolve em cinco fases, na qual se deve gerar um memorial que na ultima fase (retro alimentação), as informações e conhecimentos adquiridos são direcionados e compartilhados aos vários subsistemas através de um banco de dados. Os critérios de possibilidades e restrições desse compartilhamento devem ser definidos em função da realidade de cada organização. Com isto, esta ferramenta pode agregar valores significativos ao negócio. Figura 3. Resumo do esquema de transferência de tecnologia através dos conhecimentos adquiridos durante o processo de desenvolvimento de produtos. 9. Bibliografia ABRANCHES, RONALDO SALES. (2003) - Influência da Engenharia, Manufatura, Sistema de Informação e Logística no Desempenho de Entrega de Protótipos e Amostras. Universidade Federal de Engenharia de Itajubá. BOZNAK, RUDOLPH G. DECKE, ANDREY. (1993) - Competitive Product Development. CHRYSLER CORPORATION; FORD MOTOR COMPANY; GENERAL MOTORS CORPORATION. (1997) Planejamento Avançado da Qualidade do Produto e Plano de Controle. São Paulo, Manual de Referencia. CHENG, LIN CHIN. (2000) - et al. Evolução do Desenvolvimento de Produtos. Propostas dos Fatores que caracterizam as Concepções da Engenharia Seqüencial e Simultânea. Escola Federal de Engenharia de Itajubá. CLARK, K. B.; FUJIMOTO, T.. 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