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Direito Constitucional - Resumo Primeira Unidade

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DIREITO CONSTITUCIONAL III 
										 I Unidade
DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS 
NOÇÕES GERAIS
A Defesa do Estado e das Instituições Democráticas representa na Constituição Federal um conjunto de normas destinadas à garantia do equilíbrio da ordem constitucional. 
A norma constitucional se vale de instrumentos de proteção institucional:
Sistema de constitucional de crise: estado de defesa e o estado de sítio;
Forças Armadas – defesa do País;
Segurança Pública – defesa da Sociedade.
Defesa do Estado:
Defesa do território nacional contra invasões estrangeiras – art. 34, inc. II e art. 137, inc. II, ambos da CF, a defesa da soberania nacional – art. 91, CF e defesa da Pátria – art. 142, CF.
Defesa das Instituições Democráticas:
Sobrevivência da democracia, da soberania, da separação dos poderes, do federalismo, da República, das liberdades públicas. Garantia do equilíbrio entre os grupos de poder.
Diante da inviabilidade da defesa:
 O Estado poderá tentar soluções administrativas ou romper com a ordem jurídica (ampliação do poder repressivo do Estado e suspensão de determinadas garantias constitucionais) – Situação de Crise (doutrina).
 Sistema Constitucional de Crises – conjunto de normas constitucionais que visa manter ou restabelecer a normalidade institucional (Estado)
Exteriorização: estado de defesa e estado de sítio
Princípios norteadores do estado de exceção:
Princípio da necessidade 
A declaração do estado de defesa e do estado de sítio necessita da ocorrência de fatos justificadores das medidas.
Princípio da temporariedade 
Prazo de duração para execução das medidas.
Princípio da proporcionalidade
Os fins precisam justificar os meios utilizados no estado de exceção e no estado de sítio, não podem haver arbitrariedades ou ilegalidades. Verifica-se a substituição de uma legalidade comum para uma legalidade extraordinária ou regime de legalidade extraordinária (Uadi Lammêgo Bulos).
Consequências: Normas que passam a definir e reger o estado de exceção, ou seja, limita e suprime, de forma temporária, o gozo de algumas liberdades públicas.
Diante da situação de crise e utilização dos mecanismos de defesa (estado de defesa e estado de sítio) o Poder Judiciário não se eximirá de reprimir abusos e ilegalidades (Habeas Corpus, Mandado de Segurança, dentre outros).
Não se pode desrespeitar totalmente as normas constitucionais e as leis. 
Não caberá, todavia, ao Poder Judiciário a análise política do ato de decretação das medidas;
O Controle Jurisdicional não pode adentrar na análise da conveniência e oportunidade política para a decretação das medidas;
O ato de decretação do estado de defesa e estado de sítio trata-se de ato discricionário.
ESTADO DE DEFESA
Estado de defesa – art. 136, §§ 1º ao 7º da CF;
Conjunto de normas constitucionais que visa preservar ou restabelecer ameaças à ordem pública ou à paz social (art. 136, caput, CF).
Decretação da medida:
Requisitos Matérias: 
Ordem pública ou paz social ameaçada;
Instabilidade institucional;
Calamidade natural
Verifica-se grave perturbação ou a impossibilidade de restabelecer a normalidade pelas vias comuns.
Requisitos Formais: 
Competência para decretação é do Presidente da República – competência exclusiva – art. 84, IX, CF;
Instrumentalização: o decreto presidencial estabelecerá duração da medida, áreas abrangidas e providências para limitação de direitos;
Antes da decisão de decretação ou não da medida – solicita pareceres dos Conselhos da República (art. 89, CF) e de Defesa Naciona ( art. 91, CF) – meramente opinativos;
Prazo de duração da medida: máximo de 30 dias, prorrogado uma única vez por mais 30 dias – art. 136, § 2º, CF;
Se ao final do prazo de 60 dias as medidas não forem suficientes para solução da situação de crise, poderá ser decretado o estado de sítio (art. 137, inc. I e art. 138, § 1º, CF).
Áreas abrangidas – locais restritos e determinados (art. 136, caput, CF) 
Direitos e garantias restringidos (art. 136, § 1º, inc. I e § 3º, CF):
Art. 5º, XII (sigilo de correspondência e de comunicações telegráficas e telefônicas).
 
Art. 5º, XVI (direito de reunião);
 Art. 5º, LXI (exigibilidade de prisão somente em flagrante delito ou por ordem da autoridade judicial competente).
Controle Judicial 
 Repressão a abusos e ilegalidades - § 3º, art. 136, CF:
Comunicação da prisão por crime contra o Estado ao juiz competente, acompanhada de declaração de estado físico e mental do detido.
Em caso de prisão ilegal, haverá relaxamento da prisão;
Direito do preso ao exame de corpo de delito;
Prazo de 10 dias para detenção, salvo autorização do Judiciário;
Proibição de incomunicabilidade do preso.
Controle Político 
Espécie de controle posterior previsto nos §§ 4º a , do art. 136, CF:
Após decretação do estado de defesa ou sua prorrogação, no prazo de 24 horas, haverá encaminhamento do decreto presidencial para análise do Congresso Nacional;
O CN poderá aprovar a decretação, por maioria absoluta de ambas as Casas Legislativas, editando o Decreto Legislativo (art. 49, inc. IV, CF) ou poderá rejeitar o decreto presidencial, cessando o estado de defesa;
Referida apreciação deverá ocorrer no prazo de 10 dias do recebimento e, em caso de recesso, haverá convocação extraordinária;
O CN deverá manter suas atividades parlamentares, sob pena de crime de responsabilidade (art. 85, inc. II, CF).
Controle Político Concomitante à execução da medida – art. 140, CF
“A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.”
Finalização do estado de defesa (art. 141, parágrafo único, CF):
Cessado o estado de defesa, cessam os efeitos das medidas, mas tem a prestação de contas do Presidente da República ao Congresso Nacional das providências adotadas, das pessoas atingidas e das restrições aplicadas.
Responsabilidade política e por danos causados (art. 141, caput, CF):
 A finalização do estado de defesa não impedirá a apuração das responsabilidades (civis e penais) pelo Judiciário pelos ilícitos cometidos pelos seus executores ou agentes. O Presidente da República responderá por crime de responsabilidade (art. 85, CF) ou nos âmbitos Cível ou Penal, caso desrespeite os pressupostos constitucionais (materias e formais) autorizadores da medida. 
ESTADO DE SÍTIO
Estado de defesa – arts. 137 a 139 da CF. 
Conjunto de normas constitucionais que visa preservar ou restabelecer normalidade das instituições democráticas, perturbadas por comoções graves ou por situações de beligerância com Estados estrangeiros (art. 137, incisos I e II, CF).
Para a Decretação da Medida: 
Requisitos Matérias: 
Comoção nacional e Ineficácia do estado de defesa (inc. I, art. 137);
Declaração de guerra e resposta à agressão armada estrangeira (inc. II, art. 137);
Para Uadi Lammêgo Bulos – a comoção grave significa “toda perturbação que não possa ser resolvida pelos meios convencionais, normais ou ordinários de resolução pacífica de conflitos”.
Requisitos formais: 
Competência para decretação é do Presidente da República – competência exclusiva – art. 84, IX, CF;
Instrumentalização: o decreto presidencial estabelecerá duração da medida, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas (art. 138, CF). Após publicação do ato, Chefe do Executivo designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas (poderá ser local ou de âmbito nacional) pela medida (art. 138, CF. 
Emissão de pareceres – oitiva dos Conselhos da República e de Defesa Nacional (art. 137) para emissão de pareceres.
Autorização do Congresso Nacional 
Controle político prévio (art. 137, parágrafo único) – o Presidente da República deverá solicitar autorização do Congresso Nacional antes da decretação ou prorrogação do estado de sítio, justificandoos motivos que ensejam seu pedido. Somente após a autorização do CN, pelo voto da maioria absoluta de suas Casas, poderá o Presidente da República decretar o estado de sítio. Haverá convocação extraordinária do CN, em caso de recesso, para reunião em 05 dias, a fim de se apreciar o pedido de autorização (§ 2º, art. 138, CF). Assim, o Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas (§ 3º, art. 138, CF). 
Garantia à “difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa” (parágrafo único, art. 139, CF).
Prazo de duração da medida:
Em caso de comoção nacional ou ineficácia do estado de defesa – prazo máximo de 60 dias –art. 138, § 1º, CF, já em caso de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira duração enquanto perdurarem os conflitos.
Direitos e garantias restringidos (art. 139, CF):
Art. 5º, XI (inviolabilidade domiciliar);
 Art. 5º, XII (sigilo de correspondência e de comunicações telegráficas e telefônicas);
 Art. 5º, XVI (direito de reunião);
 Art. 5º, XXV (direito de propriedade);
Art. 5º, LXI (exigibilidade de prisão somente em flagrante delito ou por ordem da autoridade judicial competente);
Art. 220 (liberdade de manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação).
No caso de declaração de guerra ou agressão armada estrangeira toda e qualquer garantia poderá ser suspensa.
Controle Político Concomitante à execução da medida – art. 140, CF:
“A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.”
Finalização do estado de sítio (art. 141, parágrafo único, CF):
Cessado o estado de sítio, cessam os efeitos das medidas, mas ainda tem a Prestação de contas do Presidente da República ao Congresso Nacional das providências adotadas, das pessoas atingidas e das restrições aplicadas.
Responsabilidade política e por danos causados (art. 141, caput, CF):
A finalização do estado de sítio não impedirá a apuração das responsabilidades (civis e penais) pelo Judiciário (controle do judiciário) pelos ilícitos cometidos pelos seus executores ou agentes. O Presidente da República responderá por crime de responsabilidade (art. 85, CF) ou nos âmbitos Cível ou Penal, caso desrespeite os pressupostos constitucionais (matérias e formais) autorizadores da medida. 
FORÇAS ARMADAS
Forças Armadas – arts. 142 e 143, CF;
São constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica (art. 142, caput). Possuem como prerrogativa maior a defesa da nação, para garantia da soberania nacional. Organizadas nacionalmente, de forma permanente e regular – ligam-se à existência do Estado, logo, não pode ser dissolvidas e funcionam de maneira contínua.
Lei Complementar 97/99 - Dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas (§ 1º, art. 142, CF).
O Presidente da República é o chefe superior das Forças Armadas, destinando-as à defesa da pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem (art. 142, caput).
Possuem relativa autonomia – subordinação ao Ministério da Defesa (responsabilidade de gerir as Forças Armadas).
Princípio da subordinação da organização militar 
Subordinação das forças militares ao poder civil (poder político). Ficará a cargo do Comandante a chefia de cada uma dessas forças. Os Comandantes serão nomeados pelo Presidente da República e possuem foro privilegiado no STF.
Objetivos das Forças Armadas 
A defesa da pátria, a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer um deles, a defesa da lei e da ordem.
Atuação das funções de modo interno e externo:
De maneira externa, garantem a soberania da nação contra ameaças estrangeiras;
De maneira interna, funcionam como mecanismos de garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. Neste último caso, necessitam da requisição dos três Poderes, de forma fundamentada, do Presidente da República, do Presidente do CN e do Presidente do STF.
A organização está pautada na hierarquia e disciplina – o descumprimento de uma ordem gera a aplicação de uma punição no subordinado (Súmulas 55 e 56 do STF).
Os membros das Forças Armadas são considerados servidores públicos, com peculiaridades próprias em razão da militarização. Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares (§ 2º, art. 142, CF). 
O STF entende que a legalidade da imposição da punição pode ser discutida em HC (análise da razoabilidade e da proporcionalidade).
A Hierarquia demonstra um escalonamento de funções e uma relação de subordinação;
A Disciplina representa a manifestação do poder hierárquico, possibilitando a imposição aos subordinados do cumprimento das ordens;
O escalonamento hierárquico é realizado através das patentes privativas das Forças Armadas, as quais são outorgadas pelo Presidente da República, com direitos e deveres, tanto para os oficiais da ativa como para os oficiais da reserva (art. 142, § 3º, I, CF);
As patentes e os uniformes são exclusivos de seus titulares. O militar não pode se sindicalizar, fazer greve ou se filiar a partido político (art. 142, § 3º, incisos IV e V, CF). O oficial poderá perder o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por um tribunal competente (art. 142, § 3º, inciso VI, CF).
O oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido a novo julgamento militar – se for considerado indigno do oficialato ou com ele incompatível, poderá perder o posto e a patente (142, § 3º, inciso VII, CF). O militar, em atividade, que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva (142, § 3º, inciso II, CF). Se a atividade for de natureza temporária, não eletiva, após o seu término será agregado ao quadro que ocupava (funções administrativas), podendo ser promovido, enquanto durar essa situação, somente por antiguidade, contando o tempo de serviço apenas para aquela promoção e para a reserva (142, § 3º, inciso III, CF).
Durando a atividade civil mais de dois anos, de modo contínuo ou não, deverá o militar ser transferido para a reserva (142, § 3º, inciso III, CF). O serviço militar é obrigatório aos dezoito anos (art. 143, caput, CF). Se convocado para o serviço militar e não se apresentar – insubmisso. Se abandonar o serviço militar – desertor. Compete às Forças Armadas atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem escusa de consciência para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar (art. 143, § 1º, CF).
As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório, em tempo de paz, podendo, contudo, ficarem sujeitos a outros encargos (art. 143, § 2º, CF);
Lei nº 8239/91 – “Entende-se por Serviço Alternativo o exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, em substituição às atividades de caráter essencialmente militar.” (art. 3º, § 2º);
Os militares têm garantia a: 
décimo terceiro salário; salário-família; férias; licença à gestante; licença-paternidade; assistência gratuita a filhos e dependentes em creche; limites de remuneração e subsídio; vedação de vinculação de espécies remuneratórias, vedação de acréscimos pecuniários e irredutibilidade de subsídios e vencimentos (art. 142, inc. VIII, CF).
Art. 142, X, CF - Lei ordinária irá dispor sobre o ingresso nas Forças Armadas, dentre outros.
SEGURANÇA PÚBLICA
Segurança Pública – art. 144, §§ 1º ao 9º, CF;
Visa a proteção dos direitos dos cidadãos, inclusive dos direitos sociais. O Estado tem o dever de manter a ordem pública interna do Estado, preservando a incolumidade da pessoa e do patrimônio.
Direito e responsabilidade de todosgarantir a segurança pública – cumprimento das leis, respeito aos direitos fundamentais e consciência de cidadania.
Pode ser preventiva e repressiva.
Preventiva: Possui natureza administrativa – visa evitar a prática de condutas delituosas – funções de vigilância e proteção da sociedade.
Repressiva: Possui natureza judiciária – desvendar a autoria das infrações – atua em momento posterior, buscando a identificação dos elementos de autoria para embasamento de ação penal. Não exercem função judicial – exclusiva do Poder Judiciário;
A segurança pública está presente nas três esferas do governo;
Âmbito Federal: polícia federal, polícia rodoviária federal e polícia ferroviária federal;
Âmbito Estadual: polícia civil; polícia militar e corpo de bombeiros;
Âmbito Municipal: guarda municipal.
Polícia Federal (Art. 144, § 1º ) - órgão permanente, organizado em carreira e mantido pela União. Pode ser polícia preventiva e repressiva (§ 1º, incisos I ao IV, do art. 144, CF). 
Competência dividida em razão da matéria (crimes contra a ordem política e social, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins) ou em razão da pessoa (os ilícitos que atingem bens, serviços e interesses da União e suas entidades autárquicas e empresas públicas.
 Polícia Rodoviária (Art. 144, § 2º, CF) – órgão permanente, organizado em carreira e mantido pela União.
Função de patrulhar as rodovias federais, para evitar acidentes ou práticas de crimes. Para tanto pode: realizar vistorias, solicitar documentos, realizar a fiscalização e controle do trânsito.
Polícia Ferroviária Federal (§ 3º, art. 144, CF ) – órgão permanente, organizado em carreira e mantido pela União;
Função de patrulhar as ferrovias federais.
Nos Estados, a polícia militar exerce a função repressiva e a polícia civil exerce a função judiciária, exceto para crimes militares:
 Polícia Civil (Art. 144, § 4º, CF) – dirigidas por um Delegado e com o objetivo de elucidar delitos;
Polícia Militar – organizada com base na hierarquia e disciplina, com objetivo de manter a ordem pública e o cumprimento da lei, de modo ostensivo.
Corpo de bombeiros – organizado de modo militar, tem função de defesa civil, tais como: combate de incêndios e acidentes que ponham em risco a coletividade.
As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
Guarda Municipal – função de proteger bens, instalações e serviços do Município.
A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades (§ 7º, Art. 144, CF);
A remuneração dos servidores policiais está em formato de subsídio (§ 9º, Art. 144, CF).
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Sistema Tributário Nacional – arts. 145 a 162, CF;
É um conjunto de regras básicas destinadas a reger as relações formadas entre o Estado/Fisco e o particular/contribuinte, informando as bases constitucionais para tributação em nosso país;
Abrangência das normas: 
Princípios gerais da tributação; limites do poder de tributar; tributos das entidades políticas (competências) e repartição de receitas;
Art. 145, CF – Instituição de Tributos pela União, Estados, DF e Municípios.
Código Tributário Nacional define Tributo como:
	
“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
O pagamento do tributo consiste em uma obrigação tributária, que deriva da vontade da lei;
Ocorrendo o fato previsto em lei (fato gerador abstrato), surge a obrigação de pagar dinheiro ou algo que em moeda possa se exprimir;
O tributo não é penalidade, não constitui sanção por ato ilícito.
Espécies de tributos: art. 145, art. 148 e parágrafo único, art. 149, CF;
IMPOSTO: O fato gerador abstrato (hipótese de incidência tributária) não se vincula a qualquer atividade específica do Estado. É tributo não vinculado ou sem causa, pois não há vinculação a um determinado serviço ou contraprestação do Estado.
Carrazza ensina que: “são prestações pecuniárias desvinculadas de qualquer relação de troca ou utilidade.”
TAXA: Tem por fato gerador abstrato o exercício do poder de polícia ou a utilização de serviços públicos. 
Poder de polícia é espécie de atividade administrativa (preventiva ou repressiva), que condiciona o exercício dos direitos de liberdade e propriedade do particular em nome do interesse público;
CTN, Art. 78. “Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”.
Serviço público:
Tem que ser específico e passível de individualização. A utilização dos serviços públicos poderá ser de modo efetivo ou potencial, logo, não há necessidade do cidadão fazer ou não uso do serviço;
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: Benefícios proporcionados por obras realizadas pela União, Estados, municípios e DF.
O fato gerador abstrato constitui a realização de uma obra pública e a valorização do imóvel.
Sacha Calmon Navarro Coêlho ensina que: “é o imposto sobre a mais-valia imobiliária causada pelo Estado”
O custo da obra será rateado proporcionalmente com os proprietários da área beneficiada, devendo ser pago após o término da obra pública.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO (art. 148, CF) – tributo de competência exclusiva da União, com aplicação vinculada (parágrafo único, art. 148, CF), em razão dos objetivos:
Atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência e no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, desde que respeitado o princípio da anterioridade (art. 150, III, b, CF).
CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS (art. 149, CF) – a pessoa política, por meio de lei, delega a terceiros (autarquia ou paraestatal) a capacidade de arrecadar o tributo, os quais poderão dispor do produto arrecadado.
Podem ser: sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas (contribuições corporativas).
Contribuições sociais – financiamento da ordem social, divididas em:
Previdenciárias– art. 195, I, a, II e, CF: 
Os empregados e empregadores ao INSS, dos autônomos e dos servidores públicos.
Seguridade Social– art. 195, I, b e c, III e IV, art. 239, todos da CF e arts. 75, 84 e 90 do ADCT:
Sobre receita ou faturamento (PIS/PASEP e COFINS), sobre lucro líquido (CSLL), sobre a receita de concursos e prognósticos e do importador de bens ou serviços do exterior (COFINS - importação);
Contribuições da competência residual da União – art. 195, § 4º, CF c/c o art. 154, I, CF:
FGTS – Lei Complementar nº 110/2001;
Contribuições para educação e serviços sociais autônomos – art. 212, § 5º e art. 240, ambos da CF:
Salário-educação e sistema SENAI, SESI, SENAC e SEBRAE;
Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) 
Contraprestação ao Estado pelo desempenho de atividade reguladora no setor produtivo (econômico). Decorre da regulação da atividade econômica e possui utilização vinculada.
Dispõe o art. 149, § 2º, I a III, da CF que: 
 	
As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: 
	
	I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 
	II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; 
	III - poderão ter alíquotas: 
	a)ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; 
	b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. 
Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas 
Destinadas à manutenção de entidades sindicais e profissionais. Resultam da fiscalização das profissões e destinadas aos órgãos fiscalizadores.
Contribuições de iluminação pública – COSIP – art. 149 – A, CF:
Municípios e DF poderão instituir o tributo.
Destinação vinculada: custeio do serviço de iluminação pública
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR 
Os Princípios Tributários constituem limitações constitucionais ao exercício estatal do poder de tributar, com a finalidade de evitar arbitrariedades por parte do Fisco. Configuram-se como direitos fundamentais, eis que necessários à garantia da segurança jurídica e dos direitos individuais (Alexandre de Moraes).
Princípio da Legalidade tributária – art. 150, I, CF – somente por lei pode ser criado ou aumentado o tributo. Referida norma deverá indicar o fato que pode criar a obrigação de pagar o tributo, estabelecer a base de cálculo, a alíquota que incidirá na base de cálculo e o sujeito passivo.
Princípio da Isonomia– art. 150, II, CF – impede tratamento desigual entre os contribuintes que estejam na mesma situação, proibindo, a Constituição, qualquer distinção em razão da ocupação profissional ou função exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. O objetivo é evitar tratamentos privilegiados para aqueles que se encontrem na mesma situação fática ou jurídica. Não fere o princípio da isonomia o tratamento diferenciado dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte (art. 146, III, d e art. 170, inc. IX e art. 179, todos da CF.
Princípio da Irretroatividade – art. 150, III, a, CF – impede que as leis possam atingir fatos geradores ocorridos no passado, ou seja, a norma que tiver criado ou aumentado o tributo não pode retroagir a fatos geradores anteriores ao início da vigência da norma.
O Código Tributário Nacional prevê no art. 106 prevê a utilização de lei mais benigna aos contribuintes, a saber:
	 “Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
	I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
	II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
	a) quando deixe de defini-lo como infração;
	b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
	c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” (grifo nosso)
Princípio da Anterioridade – art. 150, III, b, CF – nenhum tributo pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro em que foi criado ou majorado; Visa garantir um prazo para que os contribuintes possam adequar suas condutas a nova carga tributária. Não haverá incidência do princípio da anterioridade nos seguintes tributos (§ 1º, art. 150, CF):
- Impostos de produtos estrangeiros;
- Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
- Imposto sobre produtos industrializados;
- Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
- Imposto extraordinário na iminência ou no caso de guerra externa;
- Empréstimo compulsório para atender despesas extraordinárias, no caso de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência.
Princípio da Noventena – art. 150, III, c , CF – os entes políticos não poderão cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data da publicação da lei que os criou ou os aumentou, observando-se, ainda, o princípio da anterioridade.
A anterioridade nonagesimal significa que pelo prazo de noventa dias o tributo não surtirá efeito. Não haverá incidência do princípio da anterioridade nos seguintes tributos (§ 1º, art. 150, CF):
- Impostos de produtos estrangeiros;
- Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
- Imposto de Renda e Proventos de Qualquer Natureza;
- Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
- Imposto extraordinário na iminência ou no caso de guerra externa;
- Empréstimo compulsório para atender despesas extraordinárias, no caso de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
- Base de cálculo do imposto sobre propriedade de veículos automotores;
- Base de cálculo do imposto sobre propriedade predial e territorial urbana
Princípio da Proibição do confisco – art. 150, IV, CF – não é permitido ao Estado utilizar o tributo com efeito de confisco. O confisco pode configurar tanto a perda da propriedade para o Fisco, como a imposição de ônus que torne impraticável a manutenção das atividades privadas.
Princípio da Capacidade contributiva - § 1º, art. 145, CF - 1º - “Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.”
Princípio da Liberdade de Tráfego – art. 150, V, CF – o Estado está impedido de estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. O princípio visa impedir que a carga tributária possa limitar o tráfego interestadual e intermunicipal, de bens e pessoas, fundamentado na garantia constitucional da liberdade de locomoção (art. 5º, XV, CF).
2.3. 	IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
Impedimentos constitucionais ao poder de tributar dos entes políticos, nas hipóteses de não incidência de um tributo: imposto. Configura-se, portanto, como forma de restrição à competência tributária.
Imunidade é diferente de isenção (§ 6º, art. 150, CF);
Imunidade recíproca (art. 150, VI, “a”, CF) – abrange o patrimônio, a renda ou os serviços dos entes de direito público componentes da Federação (União, Estados, Municípios e DF).
Configura-se como forma de preservação do federalismo brasileiro, eis que impede um ente político, componente da Federação, instituir impostos sobre os demais.
A imunidade recíproca abrange às autarquias e fundações, como previsto no § 2º, do art. 150, da CF. Todavia, não se aplica em relação ao patrimônio, a renda e os serviços de intervenção dos entes estatais no campo econômico, regidas por determinações do Direito Privado ou que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário (art. 150, § 3º, CF).
Imunidade dos templos de qualquer natureza (art. 150, VI, “b”, CF) – incidente em qualquer atividade religiosa, de qualquer religião. Logo, as missas, os batizados, os cultos, as procissões ou qualquer atividade religiosa estão livres de impostos. Todavia, se o patrimônio das entidades religiosas não forem utilizados em finalidades espirituais, poderá haver a tributação dos impostos por parte do Estado, na medida em que, a imunidade compreende somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades (§ 4º, art. 150, CF). 
Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais e das instituições de educação ou de assistência social sem fins lucrativos (art. 150, VI, “c”, CF).
A imunidade abrange o patrimônio, a renda, os serviços e fundações dos partidos políticos e das entidades sindicais dos trabalhadores. A imunidade abrange, ainda, o patrimônio, a renda, os serviços e fundações das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Não é qualquer instituição de educação ou qualquer organização de assistênciasocial que goza da imunidade tributária, eis que necessitam atender aos dispositivos previstos no art. 14 do CTN e demonstrar que o patrimônio, a renda e os serviços estão ligados às suas atividades essenciais (§4º, art. 150, CF).
Imunidade de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (art. 150, VI, “d”, CF) – vedação da tributação de impostos sobre esses meios de comunicação, em todas as suas fases de elaboração (processo de produção), como forma de garantir a liberdade de expressão.
EXONERAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIAS
Dispõe a Constituição Federal que:
Qualquer liberação de tributos, seja por subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica (ordinária), dos entes políticos, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, com ressalva para o campo de incidência da lei complementar (§ 6 º, art. 150, CF).
Impede que a liberação de tributo ocorra por delegação legislativa, logo a exoneração só poderá ocorrer por lei específica.
De acordo com Walber de Moura Agra, a substituição tributária, prevista no § 7º, do art. 150, CF, significa:
	“a imposição para que o sujeito passivo pague sua obrigação tributária previamente, em virtude de uma antecipação do fato gerador, com a presunção de sua base de cálculo. Se for comprovado que ele pagou a mais do que devia ou se o fato gerador presumido não se realizar, é assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga.”
Trata-se de recolhimento do tributo pelo substituto tributário na fonte e repasse no preço da mercadoria. Visa impedir a sonegação fiscal.
	
REGULAMENTAÇÃO
A CF/88 exige lei complementar para tratar de normas gerais tributárias.
O art. 146 e seus incisos da CF trata dos assuntos que devem ser considerados como normas gerais tributárias, dispondo que:
“Cabe à lei complementar:
	I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
	II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
	III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
		b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.”
A Lei nº 5.172/66, denominada de Código Tributário Nacional, em que pese haver sido editada como lei ordinária, integra nosso sistema jurídico com status de lei complementar, em decorrência da denominada teoria da recepção.
No que tange às microempresas e empresas de pequeno porte, verifica-se que a CF/88 designou tratamento diferenciado e favorecido, através do Super Simples, para alguns tributos (art. 146, III, d, CF). Do mesmo modo, o parágrafo único, do art. 146, CF, estabelece a instituição por lei complementar de um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, Estados, DF e municípios, observando-se os critérios de: 
Caráter opcional para os contribuintes; 
Possibilidade do estabelecimento de condições de enquadramento diferenciadas por Estado; 
Recolhimento será unificado e centralizado, com a distribuição imediata da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados, vedado qualquer tipo de retenção ou condicionamento; 
A arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. 
Referida lei complementar poderá, ainda, estabelecer:
“Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.”
Em se tratando os territórios de autarquias federais, compete à União:
“Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.”
VEDAÇÕES À UNIÃO
Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.”
VEDAÇÕES AOS ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS.
Determina a CF/88 o estabelecimento de regras comuns nas relações tributárias entre os entes federativos, impedindo discriminações de qualquer natureza, com o objetivo de se formar um mercado interno comum, dispondo que:
	
“Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.”
IMPOSTOS
DA UNIÃO
Art. 153, incisos I ao VII, da CF;
Imposto de produtos importados 
Fato gerador 
Tipificado no instante em que bens estrangeiros entram no espaço nacional, por qualquer via de acesso.
Possui função extrafiscal (tributação extrafiscal), eis que funciona mais como instrumento de proteção da indústria nacional do que como instrumento de pura arrecadação de recursos financeiros para os cofres públicos (tributação fiscal).
Imposto de exportação
O Fato gerador
 Concretiza-se com a saída de produto (nacional ou nacionalizado) para fora do território nacional, com destino a um país no estrangeiro.
Imposto de Renda e Proventos de qualquer natureza
Possui como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica e jurídica, representada pelo ganho de renda ou de proventos de qualquer natureza (acréscimos no patrimônio). Está fundamentado nos critérios de generalidade, universalidade e progressividade.
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
Incidirá sobre produtos manufaturados da indústria nacional, determinando o art. 46 do CTN o seu fato gerador, a saber:
“Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador:
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.”
Poderá haver redução, por meio de lei, do impacto do IPI sobre os bens de capital (art. 153, § 3º, IV, CF);
Possui as seguintes características: seletividade, não cumulatividade e não incidência sobre produtos industrializados destinados ao exterior;
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
Incidirá sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
Ocorrerá seu fato gerador, quando houver o aportenumerário que constitui o objeto da obrigação nas operações financeiras. O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro e instrumento cambial apenas sofrerá incidência do IOF.
Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR)
Finalidade extrafiscal, eis que visa desestimular a manutenção de propriedades improdutivas.
Dispõe o art. 29 do CTN que seu fato gerador é a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.
O § 4º, do art. 153, da CF elenca suas características, a saber:
Será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; 
Não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; 
Será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. 
Se o município apenas cobrar o tributo fará jus a 50% do produto da arrecadação do ITR, no que tange aos imóveis nele situados (art. 158, II, da CF).
Imposto sobre grandes fortunas
Não há regulamentação por lei complementar.
Competência residual e impostos extraordinários
Somente a União poderá criar (art. 154, CF):
Mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
Na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
IMPOSTOS DOS ESTADOS E DF
Art. 155 e incisos, CF;
Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação
Fato gerador: a transmissão em decorrência do falecimento do titular de bens ou, quando houver doação. 
Haverá incidência sobre bens (móveis e imóveis) e direitos. No que tange a bens imóveis e respectivos direitos, a instituição do imposto compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal (art. 155, § 1º, I, CF). 
Relativamente a bens móveis, títulos e créditos, a criação do imposto compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal (art. 155, § 1º, II, CF);
Terá competência para sua instituição regulada por lei complementar, quando 155, § 1º, III, CF) :
	a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS)
Terá como fato gerador a circulação de mercadorias ou a prestação dos serviços de transporte interestadual e intermunicipal e a prestação de serviços de comunicação;
A circulação exige a transferência de titularidade do bem.
- Art. 155, § 2º, I, CF – o imposto será “não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;”
- Art. 155, § 2º, III, CF – o imposto “poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;”
Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
Terá como fato gerador a propriedade do veículo. Incidirá sobre propriedade de qualquer veículo automotor que esteja registrado no órgão competente dos Estados.
IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS
Art. 156 e incisos, CF;
Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
Seu fato gerador é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, conforme lei civil, localizado na área urbana do Município. Esse imposto abrangerá tanto a área em que situado o imóvel quanto suas edificações. Sem prejuízo da progressividade prevista no art. 182, § 4º, inciso II, CF, o IPTU poderá:
 I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; 
 II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel (art. 156, § 1º, II e II, da CF). 
Imposto de Transmissão Inter Vivos 
Fato gerador: transferência da propriedade da coisa, a título oneroso.
Imposto sobre Serviços (ISS)
Constitui fato gerador a prestação, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviços designados em lei complementar como tributáveis. Não incidirá sobre os serviços pertinentes ao ICMS.
REPARTIÇÃO DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS
Arts. 157 a 162, CF;
A transferência fiscal representa a forma como a receita tributária será repartida entre os entes federativos. A repartição sempre será da União para os Estados e o DF, da União para os municípios e dos Estados para os municípios. Somente haverá repartição do produto da arrecadação de impostos e da contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre combustíveis (CIDE – combustíveis).
A participação dos entes políticos no produto da arrecadação tributária de outro ente federativo poderá ocorrer:
De maneira direta – quando temos a definição de um percentual do tributo arrecadado;
De maneira indireta – quando temos a formação dos fundos, para os quais seguem as receitas dos impostos, que serão rateadas pelos seus participantes;
Art. 157, CF – Repartição direta aos Estados e ao Distrito Federal;
Art. 158, CF – Repartição direta aos municípios;
Art. 159, CF – Repartição indireta por parte da União.
Não sofrem repartição do produto da sua arrecadação:
Os impostos municipais (IPTU, ITBI e ISS);
Os impostos instituídos e arrecadados pelo DF;
O imposto estadual sobre transmissão causa mortis e doações;
Os impostos federais de importação, de exportação, sobre grandes fortunas e extraordinário de guerra.
Em regra, está vedado a retenção ou qualquer restrição à entrega ou ao emprego dos recursos pertencentes aos Estados, DF e aos municípios (art. 160, CF). Todavia, a União e os Estados podem condicionar a entrega dos recursos nas hipóteses do parágrafo único, do art. 160, CF.
“Art. 160. (...) Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos:
	I - ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; 
	II - ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III.”
Isso quer dizer: pagamento dos créditos devidos pelos entes políticos, inclusive de suas autarquias e aplicação, anual, de recursos mínimos em ações e serviços públicos de saúde;
“Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês subsequente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio.
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município. Os dos Estados, por Município.”

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