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DOENÇAS TRANSMITIDA POR ALIMENTOS Profª. Esp. Hérika P. S. Martins Rabêlo Poderes Patogênicos dos microrganismos INTRODUÇÃO A Patogenicidade é a capacidade que um microrganismo possui de causar doenças. A Virulência é um termo utilizado para indicar o “grau” de patogenicidade ou a sua magnitude de depende: De cada microrganismo Dose infectante Produção de toxinas Susceptibilidade do indivíduo Os microrganismos podem causar doença por três mecanismos: AGRESSIVIDADE TOXICIDADE HIPERSENSIBILIDADE INTRODUÇÃO AGRESSIVIDADE É a capacidade de um microrganismo de penetrar nos tecidos e se multiplicar causando lesões e invadindo outros tecidos, provocando sintomas típicos de infecção, como inflamação, dor, febre, rubor e formação de pus INTRODUÇÃO TOXICIDADE Capacidade de causar doença pela ação de produtos metabólicos produzidos em consequência do metabolismo microbiano ou de liberação de toxinas ou de suas estruturas em nosso organismo (intestino, pele, vísceras etc) Nos alimentos podem produzir pequenas cadeias protéicas que causam doenças através do poder tóxico, causando quadros clínicos toxêmicos ou toxinótico. INTRODUÇÃO HIPERSENSIBILIDADE Quando penetram no organismo pela primeira vez, estimula o Sistema imunocompetente para produzir defesas chamadas de: humoral anticorpos (imediata) e celular linfócitos T (tardia) INTRODUÇÃO O que é? São todas as ocorrências clínicas consequentes à ingestão de alimentos que possam estar contaminados com microrganismos patogênicos, substâncias químicas, objetos lesivos ou que contenham em sua constituição estruturas naturalmente tóxicas. Ou seja, são doenças consequentes à ingestão de perigos biológicos, químicos ou físicos presentes nos alimentos TOXINOSE Produção de toxina no alimento (toxicidade) Quadro clínico consequente da ingestão de toxinas bacterianas pré-formadas nos alimentos, decorrentes da multiplicação de bactérias toxinogênicas nos alimentos Ex.: Staphylococcus aureus, clostridium botulinum e Bacillus cereus emético INFECÇÃO Multiplicação microbiana no intestino (Agressividade) Quadro clínico consequente da ingestão de microrganismos patogênicos que se multiplicam no trato gastrointestinal, produzindo toxinas ou agressão ao epitélio. Ex.: Salmonella sp., Shigella sp., Escherichia coli patogênica, Víbrios patogênicos, etc. São divididas em dois grupos: NÃO INVASIVA – Toxicidade (produção e liberação de toxinas no organismo). INVASIVA – Agressividade (celular e sistêmica) INFESTAÇÃO Parasitose não invasivas de interesse médico Helmintos e protozoários com ação patogênica intestinal INTOXICAÇÃO QUÍMICA Micotoxinas, aminas biogênicas, substâncias químicas e envenenamentos. Quadro clínico decorrente da ingestão de substâncias químicas nos alimentos: agrotóxicos, pesticidas, raticidas, metais pesados, micotoxinas (toxinas de fungos), toxinas de algas, aminas biogênicas, aminas vasopressoras alergênicas (produzidas por microrganismos psicrotróficos),etc) DOENÇA TRANSMITIDA POR ALIMENTOS Doenças consequente à ingestão de substâncias naturalmente tóxicas presentes nos alimentos. Erro de escolha de produtos. Ex: Algas com contaminantes (cianotoxinas, saxitoxinas); vegetais (manitol, salomina); fungos (muscarina). SURTOS ALIMENTARES SURTO DE DOENÇA TRANSMITIDA POR ALIMENTOS (DTAs) Ocorrência de quadros clínicos gastrentéricos ou alérgicos em número superior às ocorrências endêmicas locais, consequentes à ingestão de alimentos em uma mesma comunidade ou coletividade, configurando uma origem de fonte comum Surto epidêmico de origem alimentar “Doença que afeta repentinamente ao mesmo tempo dois ou mais indivíduos através da ingestão de um mesmo alimento”. Surto Alimentar Considera-se um surto de doença veiculada por alimentos (DVA) a ocorrência de dois ou mais casos de uma manifestação clínica semelhante, relacionados entre si no tempo e espaço, e caracterizados pela exposição comum a um alimento suspeito de conter microrganismos patogênicos, toxinas ou venenos (GERMANO & GERMANO, 2001). Patologia grave – um único caso deve ser considerado um surto Surtos com grande número de indivíduos China 1988: 300.000 casos hepatite A USA 1994: 224.000 casos de salmonelose Japão 1996: 6.300 crianças com infecção por O157:H7 Diagnóstico dos Surtos de Toxinfecções Alimentares Diagnóstico dos fatores que levam ao surto - Técnica de preparação utilizada para cada alimento - Armazenamento (tempo e temperatura) - Distribuição (tempo e temperatura) - Condições ambientais (análise microbiológica de utensílios e equipamentos) Diagnóstico do agente etiológico - Coleta de amostras (análise microbiológica) - Quadro clínico (frequência de sintomas) - Período de incubação e duração da doença - Cardápio (alimentos envolvidos) - Taxa de ataque (para cada alimento) Procedimentos imediatos para o diagnóstico Laboratórios clínicos e microbiológicos: ▪ Atuam como o primeiro agente a detectar a causa infectante ▪ O laboratório pode ajudar os médicos e epidemiologistas tentando diagnosticar o provável agente etiológico ▪ As amostras podem incluir: soro, fezes, vômitos, sangue, conteúdo intestinal, “swab” nasal, faríngeo, alimentos suspeitos, “swab” de equipamentos, restos de alimentos crus. Surtos por S. aureus Surtos por S. aureus Surtos por S. aureus Surtos por Salmonella Surto por Clostridium perfringens MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS EM ALIMENTOS CLÁSSICOS Conhecidos epidemiologicamente e clinicamente, que continuam causando surtos EMERGENTE Não eram conhecidos como causadores de toxinfecções alimentares e que estão sendo comprovados como novos agentes etiológicos. REEMERGENTES Microrganismos clássicos que já estavam controlados e que estão causando nova incidência clínica, alguns com maior sereridade (gravidade do quadro clínco). MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS EM ALIMENTOS CLÁSSICOS Bactérias: Staphylococcus aureus; Bacillus cereus; clostridium botulinum e perfringens; salmonella enteritidis e typhi; Shigella spp; Yersinia enterocolítica; Escherichia coli enteropatogênica e enterotoxigênica; Vibrio cholerae O1 e não-O1; Víbrio parahae- molyticus Vírus: Hepatite A; Rotavirus Parasitos: Giardia lamblia; Entamoeba histolytica; Cryptosporidium parvum; Ascaris Lumbricoides; Trichuris trichura; Eustrongylides sp; Toxoplasma gondii MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS EM ALIMENTOS EMERGENTES Bactérias: Plesiomonas Shigelloides; Escherichia coli enteroevasiva; campylobacter jejuni; Listeria monocytogenes; Vibrio vulnificus; Aeromonas hydrophila; Pseudomonas aeruginosa; Streptococcus sp Vírus: Hepatite E; Novovirus (Norwalk) Parasitos:us; Cyclospora cayetanensis; Anisakis sp; Nanophyetus spp; Acanthamoeba MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS EM ALIMENTOS REERMEGENTES Zoonoses: Micobacterium bovis (tubrculose); Taenia solium (cisticercose) Brucella abortus (brucelose) EXTENÇÃO DAS DOENÇAS DE ORIGEM ALIMENTAR O CAST (Concil for Agricultural Science and Tecnology) estimou desde 1994 que acorreram 6,5 a 33 milhões de casos de toxinfecção. O NCHS (National Center for Health Statisics) estima um número de mortes anuais por toxinfecções alimentares em 9.100. O CDC (Center Disease Control) estima que a E. coli 0 157:h7 cause 21000 doenças anualmente; a salmonella, 2 a 4 milhões de doenças; Listeria causa 18500 doenças por problemas imunitários e o campylobacter cause diarréiaem 1 a 6 milhões de doentes. GAO (General Accounting Office) em 1996 ocorreram entre 6,5 a 81 milhões de casos de toxinfecções Os sintomas gerais são normalmente: ✓ Diarréias ✓ Dores de Cabeça ✓ Dores abdominais ✓ Vômitos ✓ Febre ✓ Fadiga ✓ Desidratação ✓ Pertubações no sistema nervoso (visão e fala) ✓ Dificuldade em respirar ✓ Aborto ou parto prematuro ✓ Em situações extremas, a morte. Dez regras de ouro da OMS Que permitem melhorar a segurança dos gêneros alimentícios e deste modo contribuir para a prevenção da ocorrência de doenças de origem alimentar. 01 - Selecionar cuidadosamente os alimentos; 02 - Os alimentos devem ser completamente cozinhados; 03 - Consumir o mais breve possível os alimentos após a sua confecção; 04 - O armazenamento dos alimentos deve ser efetuados de acordo com as suas características e corretamente acondicionados; 05 - O reaquecimento dos alimentos deve ser completo; Dez regras de ouro da OMS 06 - Evitar o contacto entre alimentos crus e cozinhados; 07 - Lavar as mãos sempre que necessário e repetidamente; 08 - Manter todas as superfícies e utensílios que tenham contato com os alimentos devidamente higienizados; 09 - Proteger os alimentos de insetos, roedores e outros animais; 10 - Utilizar sempre água potável. REFERÊNCIAS - SILVA JUNIOR, E.A. Manual de controle higiênico- sanitário em alimentos. São Paulo: Varela, 1999. - GERMANO, P.M.L.; GERMANO, M.I.S. Higiene e vigilância sanitária de alimentos. São Paulo: Varela, 2008. 655 p.
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