Buscar

1 Gênero Mycobacterium (Fábio)

Prévia do material em texto

GÊNERO MYCOBACTERIUM 
Prof. Dr. Fábio RS Carvalho 
Suspeita de tuberculose: análise do primeiro escarro da manhã; 
Fator corda é compatível com a Mycobacterium tuberculosis; 
Morfologia da bactéria acompanha o tratamento terapêutico, ou seja, diminui; 
Antibióticos podem ter efeitos antagonista quando um bloqueia a ação do outro; 
Antibiograma: cultura com resíduos de antibiótico; sabe-se o grau de resistência do agente etiológico. Se a bactéria não 
crescer significa que o antibiótico é eficaz; 
 
TESTE DE MOUNTEAUX – para formas de tuberculose extrapulmonares dá resultado negativo (PPD negativo). 
TESTE DE MITSUDA – para hanseníase 
TESTE DO LAÇO – para leishmaniose tegumentar americana 
 
Ordem: Actinomycetales 
Família: Mycobacteriaceae 
Gênero: Mycobacterium – aproximadamente 172 espécies e 13 subespécies no gênero 
 
Classificação clínica (importância humana e ambiental) 
 
 
Classificação do complexo Mycobacterium tuberculosis 
Domínio: Bacteria 
Filo: Actinobacteria 
Classe: Actinobacteridae 
Ordem: Actinomycetales 
Famílias: Mycobacteriaceae, Corynebacteriaceae, Micrococcaceae 
Gêneros: Mycobacterium, Corynebacterium, Micrococcus 
*Cada complexo é constituído por diferentes espécies: 
Complexo Mycobacterium tuberculosis: M. bovis, M. africanum, M. microti (roedores), M. caprae (caprinos), M. canetti, 
M. pinnipedii (leões). 
Complexo Mycobacterium avium (infecções oportunistas em pacientes com AIDS): M. avium subsp. avium, M. avium 
subsp. hominissuis, M. avium subsp. paratuberculosis, M. intracellulares 
 
 
 
 
Micobactérias não tuberculosas (MNT) 
- Classificada em 4 grupos, de acordo com o 
tempo de crescimento, produção do 
pigmento carotenoide e organismos 
“atípicos” (Classificação Runyon – 1959); 
- Normalmente, é uma infecção 
oportunista; 
- Infecções linfáticas, pulmonares, 
esqueléticas, cutâneas e disseminadas; 
- Taxa de proliferação mais elevada. 
 
*Quanto mais lento o tempo de 
crescimento no meio de cultura mais grave 
o quadro 
*M. lepre não é cultivado em meio de 
cultura 
Micobactérias fotocromogênicas: requerem luz para produção de pigmento carotenóide em meio de cultura; 
Micobactérias escotocromogênicas: produzem pigmento carotenóide na ausência de luz em meio de cultura; 
Micobactérias não‐cromogênicas: não produzem pigmento carotenóide em meio de cultura. 
 
Características gerais 
- Bacilos pleomórficos (diferentes formas): retos ou encurvados, cocobacilos, filamentosos ou formas ramificadas (0,2-
0,6micrometro de largura por 1-10micrometros de tamanho); 
- Não formam esporo, flagelo ou cápsula (importante na disseminação e resistência); 
- Parede com complexo de lipídeos (dificuldade de erradicação hospitalar de microbactéria) 
Lipídeos (60% PS) -> Natureza hidrofóbica -> (30% do genoma -> produção destes lipídeos) -> (Ácido micólico = 70 a 80 
carbonos) 
 
 
*Parede celular extremamente sofisticada nas Micobactérias 
*Não se coram na coloração GRAM; 
*Utiliza-se a técnica de Ziehl-Neelsen – utilizado também em todos bacilos álcool ácidos resistentes (BAAR) 
- Bacilos álcool-ácidos resistentes (BAAR) – Ziehl-Neelsen 
- Intracelulares obrigatórios: infectam e proliferam-se no interior dos macrófagos 
 
MEIOS DE CULTURA SELETIVOS 
Lowenstein-Jensen: mais utilizado; em forma de ágar 
Middlebrook: ágar (sólido) e caldo (líquido); cresce menos contaminantes, favorecendo o isolamento do microrganismo 
Stonebrink: mesmos constituintes do Lowenstein-Jensen, porém sem glicerol e com piruvato. 
 
Cultivo: 33-39ºC (mamíferos); 25-45ºC (aviário); organismos aeróbio estritos (requerem O2) ou microaerófilos 
(crescimento a 95% de O2 e 5% de CO2); pH=6,8–7. 
Crescimento: formação de colônias visíveis; lento (10 dias-3 semanas); rápido (3-7 dias, normalmente saprofíticas) 
 
 
Complexo Mycobacterium tuberculosis 
Espécies: M. tuberculosis, M. bovis, M. microti, M. africanum, M. canetti 
– Bactérias intracelulares, aeróbias estritas; 
– Bacilos retos, imóveis; 
– 0.2‐0.6 μm x 1‐10 μm; 
– Esporos ou cápsulas; 
– Álcool‐Ácido Resistência (BAAR); 
– Crescimento lento (18‐48 h), virulência variável. 
 
TUBERCULOSE 
Doença infecciosa de evolução lenta e curso crônico; 
M. tuberculosis foi descrito por Robert Koch em 1882 (Bacilo de Koch); 
Resistência à vancomicina (caráter diferencial) devido à insolubilidade da parede celular à glicoproteínas; 
Sintomas respiratórios: tosse produtiva (> 3 semanas), hemoptise, dispneia, dor torácica, rouquidão; 
Sintomas gerais: febre vespertina, sudorese noturna, fraqueza, anorexia, perda ponderal 
Por que a sudorese noturna? 
•Em geral, ocorre no início do curso da doença, juntamente com febre vespertina. 
•Possíveis causas da sudorese noturna: 
1.Mudanças no processo de termorregulaçã do organismo; 
2.Resultado da produção de citocinas inflamatórias por macrófagos ; 
3.Os macrófagos são as principais células infectadas pelo M. tuberculosis e citocinas são liberadas para regular a 
resposta imune do hospedeiro à infecção; 
4.O processo febril induz a mobilidade de células imunes; 
5.A partir do aumento da temperatura corporal (hipertermia), o corpo responde por indução de sudorese. À noite, a 
circulação de ar entre as folhas pleurais é reduzida, podendo ocorrer atelectasia. O ar aprisionado na cavidade pulmonar 
aumenta gradativamente a temperatura corporal; 
6.Como resultado do aquecimento, baixa saturação de oxigênio e batimento cardíaco acelerado, a quantidade de suor 
aumenta gradualmente, induzindo intensa sudorese noturna para diminuição da temperatura corporal. 
 
Formas clínicas 
- Pulmonar (85%): carga infectante e resposta imunológica 
- Extrapulmonar (15%): pleural, ganglionar periférica, geniturinária, osteoarticular, ocular 
- Miliar (3%): forma mais severa, lesão cutânea aguda disseminada 
- Meningoencefálica (2%): SNC, meninges 
 
Transmissão: via aérea facilitada pela aglomeração humana 
 *Partículas maiores se depositam no chão, misturando-se com poeira; 
 *Partículas menores levitam no ar, ressecam e alcanças 2-10micrometros (gotículas núcleo de wells); 
 *Um ou dois bacilos viáveis alcançam alvéolos pulmonares e se implantam; 
 *Partículas não ressecadas, depositadas no sistema mucociliar, digeridas e eliminadas no sistema digestivo. 
 
Infecção – 90-95% dos infectados (apresentam os bacilos sem expressar a doença em si) 
Doença – 5-10% dos infectados (apresentam sintomas; agente etiológico expressando a doença no hospedeiro 
imunodeprimido) 
 
Epidemiologia: Brasil ocupa o 19º lugar entres os 22 países responsáveis pó 80% do total de casos de tuberculose no 
mundo 
 
Diagnóstico clínico: forma clínica +características do doente 
– Exame físico 
–Teste tuberculínico (Mantoux): PPD RT23, terço médio, face anterior, antebraço esquerdo; 0,1 mL (2 UT), 48‐72 h; 
Neg.: ≤ 4 mm; Reator fraco: 5‐9 mm; Reator forte: ≥ 10 mm. 
Tuberculose primária: pode se apresentar de modo agudo e grave ou, mais comumente, de 
maneira insidiosa e lenta; Forma insidiosa: paciente, geralmente criança, apresenta‐se irritadiço, com febre prolongada, 
inapetência e perda ponderal. Repercussão sobre aparelho respiratório costuma ser pequena. Nesses pacientes de 
baixa idade, um dado de grande auxílio é a descoberta de contato, intradomiciliar ou não, com indivíduos adultos 
portadores de tuberculose pulmonar. 
Tuberculose pós‐primária: gravidade dos sintomas depende do tempo de adoecimento. Na fase inicial, diagnóstico 
essencialmente radiológico, paciente não refere sintomas. Quando estes aparecem, o mais frequente e característico é 
tosse produtiva, podendo evoluir para escarros sanguíneos e hemoptise. Outras manifestações clínicas comuns: 
Ausculta pulmonar pode mostrar alterações como diminuição do murmúrio vesicular ou sopro anfórico. Em 
geral, alterações no aparelho respiratório passam despercebidas ao exame físico. 
 
Teste tuberculínico 
Negativo (não‐reator):indivíduo não infectado pelo M. tuberculosis ou outra micobactéria; indivíduo infectado pelo M. 
tuberculosis em fase de viragem tuberculínica; excepcionalmente, em pessoas infectadas ou doentes pelo M. 
tuberculosis (p. ex., paciente imunodeprimido). Formas graves e disseminadas da doença podem apresentar resultado 
negativo. 
Reator fraco: indivíduo vacinado com BCG; pessoas infectadas pelo bacilo da tuberculose ou por outras micobactérias. 
Reator forte: indivíduo vacinado recentemente com BCG; pessoa infectada pelo bacilo da tuberculose, que pode estar 
doente ou não. 
ATENÇÃO: Esta classificação somente é válida para pacientes com testes sorológicos anti‐HIV negativos. As pessoas 
infectadas pelo HIV são consideradas coinfectadas pelo bacilo da tuberculose, desde que apresentem teste 
tuberculínico com enduração igual ou superior a 5 mm. 
 
Diagnóstico por imagem: Radiografia convencional; Tomografia computadorizada; Ultrassonografia. 
 
Diagnóstico laboratorial: Exame direto (baciloscopia); Cultura; Biologia molecular; Histopatologia; Imunodiagnóstico; 
Sorologia. 
Escarro (sempre amostragem em triplicata): Exame direto mostra BAAR em 40 a 67% dos co‐infectados; Cultura positiva 
75‐95% dos casos (sempre que possível, obter antibiograma); Caso não haja escarro espontâneo, induzir com 
nebulização ultrasônica com solução salina a 3%. 
Doença pulmonar sem diagnóstico: Realizar fibrobroncoscopia, com ou sem biópsia transbrônquica; Outros sítios devem 
ser avaliados, por exemplo, linfonodos ou fígado; Hemoculturas são positivas em 26 a 42% dos casos (especialmente 
com bacteremia); Biópsia de medula óssea tem importância clínica‐diagnóstica em casos de tuberculose disseminada; 
Diagnóstico molecular pode ser de utilidade no SNC ou cavidades ou para distinguir entre o bacilo da tuberculose e 
demais micobactérias. 
 
Baciloscopia: permite descobrir fontes de infecção (bacilíferos); detecta 70-80% dos casos de TB; indicações: pacientes 
adultos com sintomas respiratórios, pacientes com alterações ao RX ou contato com pacientes com casos de TB. 
 
Tratamento: 4 antibióticos 
Isoniazida - inibe formação de parede celular; ação sobre bacilos em divisão. 
Rifampicina - inibe transcrição; ação sobre metabolismo celular (bacilos em divisão ou não). 
Pirazinamida - ácido pirazinóico; condições ácidas permite internalização celular por difusão passiva. Ação sobre a 
membrana celular de bacilos ativos e dormentes; atividade bactericida aumenta com diminuição do 
metabolismo celular. 
Etambutol - inibe formação de parede celular; 
Reações adversas: intolerância digestiva, reações cutâneas, hepatotoxicidade, dor articular (artralgia), 
reações neurológicas, trombocitopenia, anemia hemolítica, alterações renais e glicêmicas. 
 
Vacinação 
 M. bovis Bacillus Calmette‐Guérin (BCG); 
 Cepa avirulenta. 
 Propriedades preservadas estimulação imunológica; 
 Primovacinação: intradérmica, 0.1 mL, braço direito, inserção inferior do músculo deltoide; 
 Revacinação: 1‐2 cm acima da região de inserção. 
Contraindicações: crianças imunossuprimidas (doença, tratamento); RN peso < 2 kg; afecções dermatológicas extensas 
ou no local de aplicação; enfermidade grave (hospitalização). 
 
Prevenção 
Quimioprofilaxia: Infecção latente M. tuberculosis; Isoniazida, 10 mg/ kg peso/ dia (máximo de 400 mg); 6‐9 meses (MS), 
redução 60‐90% risco adoecimento. 
Pacientes: TB + HIV; Uso de bloqueadores de TNF‐α; Terapia corticosteróide oral prolongada 
*Profissionais de saúde, usuários de drogas injetáveis, população indígena, carcerária, moradores de abrigos, asilos 
Mycobacterium leprae – Hanseníase (“lepra”) 
Não apresenta crescimento em meio de cultura artificial; 
Tatu é o único animal que possibilita seu crescimento; 
Crescimento em temperaturas baixas; 
Transmissão: alimentação por carne de tatu; 
Micobactéria menor; 
Baixa virulência/patogenicidade (quimiotaxia) e alta infectividade; 
 
 Gerhard Henrick Armauer Hansen (1841-1912) 
 Agente da lepra (1873): biópsias de lesões cutâneas 
 Hanseníase ou mal de Hansen 
 1970: Infecção Sistêmica em tatu (semelhante à hanseníase lepromatosa em humanos) 
 Calcula-se cerca de 12 milhões de pessoas no mundo com hanseníase (Brasil: 4,6/10 mil habitantes) 
 Isolamento compulsório dos pacientes de hanseníase em hospitais colônias vigorou no Brasil até 1976 
 
Características gerais 
- Morfologia semelhante ao M. tuberculosis (bacilos retos ou ligeiramente encurvados); 
- Dimensões 0,3-0,6 μm por 4,0-7,0 μm (BAAR); 
- Não móveis e não produtores de esporos; 
- Não cultivados em meios de cultura artificiais; 
- Culturas de células neurais (célula de Schwann); 
- Temperatura ótima de crescimento: 30°C; 
- Intracelular obrigatório: Homem único a apresentar a doença; 
- Afinidade células cutâneas, células nervos periféricos; 
- Baixa patogenicidade, alta infectividade, alta resistência, alto período de incubação; 
- Capacidade para infectar grande número de indivíduos. 
 
Aspectos gerais 
Afeta principalmente a pele e os nervos, mas pode atingir outros órgãos; 
Tecidos mais frios como pele, nervos superficiais, nariz, faringe, laringe, olhos e testículos (temperatura ótima = 30ºC); 
Lesões cutâneas na forma de máculas pálidas e anestésicas, nódulos eritematosos ou infiltração cutânea difusa; 
Distúrbios: anestesia, neurite, reabsorção óssea e encurtamento dos ossos. 
 
Formas clínicas da Hanseníase 
FORMA INTERPOLAR INDETERMINADA: manchas hipocrômicas, limites imprecisos, alteração de sensibilidade sem 
alteração de cor, baciloscopia negativa. 
FORMA INTERPOLAR DIMORFA (BORDERLINE): lesões eritematosas, violáceas, edematosas, brilhantes, escamosas, 
contorno interno bem definido e externo mal definido, presença de nódulos, infiltrações em face e pavilhões 
auriculares, comprometimento neurológico, potencial incapacitante. 
FORMA POLAR TUBERCULÓIDE: lesões eritematosas, hipocrômicas, escamosas, bordas discretamente elevadas, 
comprometimento neurológico, alteração de motricidade, úlceras profundas. 
FORMA POLAR VIRCHOWIANA: lesões eritematosas, acastanhadas, mal definidas e distribuição simétrica, disseminação 
sistêmica com manifestações viscerais em olhos, testículos e rins. 
 
Transmissão 
Indivíduo assintomático (bacilífero): dispersão acidental no meio ambiente; 
Vias áreas superiores; 
Necessário contato direto. 
 
Aparecimento da doença: relação parasita/hospedeiro (2 ‐ 7 anos) 
- Afeta todas idades e ambos sexos: mais frequente em homens (2:1); raramente em crianças; período longo de 
incubação da bactéria 
- Risco de adoecer: condições individuais e socioeconômicas 
Patogenicidade (Classificação de Ridley e Jopling) 
Hanseníase Tuberculóide: curso benigno e não progressivo com máculas cutâneas (perda de sensibilidade e alopécia); 
ausência ou pequena quantidade de bacilos nas lesões (não-bacilífera). 
Hanseníase Lepromatosa (Hanseníase Virchowiana): progressiva e maligna; lesões cutâneas e formas nodulares que 
desfiguram o corpo; grande quantidade de bacilos nas lesões contendo secreções sero-sanguinolentas. 
ATENÇÃO: Altamente contagiosa (109 bactérias/grama de tecido; 105bactérias/mL sangue) 
 
Formas clínicas 
As características genéticas têm importância relevante na destruição ou multiplicação do bacilo no sistema macrofágico 
do hospedeiro. 
Classificação OMS: 
- Paucibacilar ou hanseníase tuberculóide: < 5 lesões, cura espontânea 
- Multibacilar ou hanseníase lepromatosa: > 5 lesões cutâneas 
 
Forma paucibacilar: A resposta imune parece ser regulada pela subpopulação celular com padrão Th1, que libera as 
citocinas IL-2, IL-12, IL-15, IL-18 e IFN-α. Promovem ativação dos macrófagos, resultando em uma resposta vigorosa 
contra os bacilos e desencadeia a resposta celular. 
Forma multibacilar: Apresenta o padrão Th2, que promove a liberação de IL-4, IL-10 e IL-13, responsáveis pela 
desativação dos macrófagos, aumentandoa proliferação bacilar. 
 
Sinais e sintomas dermatológicos: lesões, alteração da sensibilidade (mais frequentes: face, orelhas, nádegas, braços, 
pernas e costas). 
Interação parasita – hospedeiro: neurotropismo pelo SNP 
Células de Schwann - Não apresentam capacidade fagocítica, sendo incapazes de inativar o patógeno; 
Barreira sanguínea do nervo limita o acesso de medicamentos às células de Schwann infectadas; 
Assim, o bacilo multiplica-se continuamente, permancendo protegido intracelularmente dos 
mecanismos de defesa do hospedeiro. 
 
Sinais e sintomas neurológicos: dor e espessamento nervos periféricos; perda sensibilidade em áreas inervadas (ex.: 
olhos, mãos e pés); perda de força músculos inervados (ex.: pálpebras); neurite. 
 
Diagnóstico laboratorial 
Baciloscopia (Coloração de Ziehl-Neelsen): biopsia cutânea superficial, mucosa nasal, nervo sensorial; secreção 
linfocutânea (lobo da orelhas ou cotovelos). 
Cultura: micobactéria não-cultivável em meio de cultura artificial. 
Apoio ao diagnóstico clínico: exame dermatológico (disestesia térmica ou alteração desensibilidade térmica nas lesões); 
exame neurológico (espessamento de nervos periféricos). 
Teste de Lepromina (Mitsuda): valor prognóstico; apenas forma tuberculóide; resultado após 28 dias. 
Teste de Mitsuda: INTERPRETAÇÃO 
 Reação positiva: nódulo no local da injeção, podendo ulcerar ou não; intensidade da reação relacionada ao tamanho 
do nódulo; intensidade da reação medida em cruzes. 
 Segundo Organização Mundial da Saúde: reações 3‐5 mm correspondem a (+); reações de 5‐10 mm correspondem a 
(++); quando ulcerado, com mais de 10 mm, correspondem a (+++); reação positiva exacerba na forma clínica da 
hanseníase com imunidade celular específica, sendo negativa quando imunidade está ausente. 
 
Tratamento 
PQT (poliquimioterapia): oral com dose mensal na unidade de saúde (dose supervisionada); demais doses 
autoadministradas (pelo paciente em residência domiciliar); cuidados com os olhos, mãos e pés, para prevenção de 
incapacidades; início do tratamento: transmissão da doença interrompida; tratamento completo e correto: cura da 
doença. 
Gravidez e lactação: esquemas poliquimioterápicos padronizados com 6 doses (PB) e 12 doses (MB) são habitualmente 
utilizados de acordo com as recomendações da OMS e do Ministério da Saúde com ausência de relatos de complicações 
para o feto e a gestante. 
 
Prevenção 
Auto-cuidados são procedimentos e exercícios que a própria pessoa, devidamente orientada e supervisionada, pode e 
deve realizar, para prevenir incapacidades e deformidades. 
Vacina BCG na prevenção da hanseníase: o nível de proteção variou de 20 a 80%, maior proteção para as formas 
multibacilares da doença. 
 
Epidemiologia 
- Necessário identificar a fonte de contágio do doente; 
- Descobrir novos casos de hanseníase entre os contatos intradomiciliares ‐ toda e qualquer pessoa que resida ou 
tenha residido com o doente, nos últimos cinco anos; 
- Fácil diagnosticar e tratar; 
- Tem cura; 
- Tardiamente = graves consequências (incapacidade física).

Continue navegando