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TRATAMENTO FUNCIONAL NOS DESEQUILÍBRIOS ORGÂNICOS DE BASE Profa. Me. Monique S. Nogueira de Carvalho CONTEÚDO DA UNIDADE • Nutrição Funcional no tratamento da Disbiose Intestinal • Nutrição Funcional na Detoxificação • Nutrição Funcional no tratamento da Obesidade • Nutrição Funcional no tratamento de Alergias Alimentares NUTRIÇÃO FUNCIONAL NO TRATAMENTO DA DISBIOSE INTESTINAL DISBIOSE INTESTINAL “Disfunção colônica devido a alteração da microbiota intestinal, onde ocorre o predomínio das bactérias patogênicas sobre as bactérias benéficas” INFLUENCIADA PELA DIETA E POR FATORES AMBIENTAIS TRATAMENTO PARA DISBIOSE INTESTINAL Programa 5Rs • 1‐ Remover: patógenos, xenobióticos e alérgenos alimentares • 2‐ Reinocular: probióticos e prebióticos (FOS e INULINA) • 3‐ Recolocar: HCL e enzimas digestivas • *trabalhar com chás digestivos (150 a 200ml após refeições) • *Abacaxi e limão – estimulam a secreção ácida • *Abacaxi e mamão – bromelina e papaína melhoram a digestão • 4‐ Reparar: dieta não irritativa, nutrientes de crescimento e reparo da mucosa. (Vitamina E, A, C, Se, Zn, B5, quercetina, aloe vera, L-cisteina, fibras) • 5‐ Reavaliar o caso. NA PRÁTICA: Corrija as alterações digestivas ALÉRGENOS MAIS COMUNS IDENTIFIQUE E REMOVA ALÉRGENOS ALIMENTARES • Intolerâncias • Teste de intolerância a lactose • Teste de intolerância ao glúten • Alergias • Imediatas: IGE Total + Rastreamento para Grupos • Tardias: IGG – Painel de Alimentos • Sensibilidades (Glúten) • Sintomas: diarreia, dores de estomago, inchaço, dores de cabeça e fadiga. Os exames são essenciais para adequada conduta dietoterápica, podem e devem ser solicitados pelo nutricionista, mas não excluem o diagnóstico médico. DIAGNÓSTICO – ATIVIDADE PRIVATIVA DO PROFISSIONAL MÉDICO REINOCULAR 1. MODULAÇÃO INTESTINAL Lactobacillus Acidophillus 3,7blhUFC Lactobacillus Casei 0,6blhUFC Lactobacillus Johnsoni 0,6blhUFC Lactobacillus Paracasei 0,6blhUFC Lactobacillus Reuteri 0,6blhUFC Lactobacillus Rhamnosus 0,6blhUFC Bifidobacterium Brevis 1,4blhUFC Bifidobacterium Lactis 1,4blhUFC FOS (4g) Tomar uma dose ao dia antes de deitar. POTÊNCIAS (UFC) 106 - 1 milhão 107 - 10 milhões 108 - 100 milhões 109 - 1 bilhão 1010 - 10 bilhões 1011 - 100 bilhões 1012 - 1 trilhão 1013 - 10 trilhões 1014 - 100 trilhões PREBIÓTICOS • Prebióticos são substâncias não digeríveis que conferem um efeito fisiológico, por estimular o crescimento e atividade de um determinado número de bactérias (principalmente anaeróbias) • Funcionam como complemento de probióticos • Lactobacilos – FOS • Bifidobacterias - Inulina ALIMENTOS FONTES DE PREBIÓTICOS Dose diária mínima necessária para Bifidogênese: 4g ALGUMAS EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS • Administração de prebióticos reduz a permeabilidade intestinal • Mudanças na microbiota intestinal após administração de prebióticos estão associadas a melhoria da inflamação sistêmica e hepática • Alimentação com prebióticos modula a adiposidade QUANDO, QUANTO E POR QUANTO TEMPO? • Iniciar de 1 a 3 semanas depois do tratamento com antibiótico • Lactobacilos e Bifidobactérias são administrados em altos números, geralmente 5 a 10 x 109 UFC/dia para crianças e 10 a 20 x 109 UFC/dia para adultos • Por 5 ou mais dias CUIDAR COM REFEIÇÕES RICAS EM GORDURA – ACIDOS BILIARES DIMINUEM A PROLIFERAÇÃO BACTERIANA RECOLOCAR 2. TINTURA DIGESTIVA Tintura vegetal de Rosmarinus Officinalis (50%) Tintura vegetal de Pneumos Boldo Molina ou Cynara scolymus (50%) Tomar 20 gotas (diluído em 2 dedos de água) antes das principais refeições, por 30 dias. RECOLOCAR 3. ENZIMAS DIGESTIVAS Alfa amilase 3000 DU Protease 17 HUT Lipase 300FIP Bromelina 150,000 FCCPU Papaina 150,000 FCCPU Tomar uma cápsula após as refeições, almoço e jantar. SUPLEMENTAÇÃO PARA REPARO DA MUCOSA SUPLEMENTAÇÃO PARA REPARO DA MUCOSA REPARAR 4. NUTRIENTES PARA REPARO Glutamina (5g) Tomar uma dose ao dia antes de deitar por 20 dias. SUPLEMENTAÇÃO GERAL PARA MELHORA INTESTINAL • Glutamina • Probióticos • Prebióticos • Ômega-3 (modulador de inflamação) • Nutrientes de recuperação (Zinco, Complexo B, Selênio) • Fitoterápicos EXEMPLO DE PRESCRIÇÃO EXEMPLO DE PRESCRIÇÃO • Para reparo da mucosa Nutrição Funcional na Detoxificação CONCEITO DE DESTOXICAÇÃO Qualquer processo biológico que busque a redução dos impactos negativos de xenobióticos ao metabolismo corporal Destoxicação metabólica de drogas (Metabolic Detoxicacion, Drugs) “Redução da atividade farmacológica ou da toxicidade de uma droga (ou outra substancia estranha) por um sistema vivo, geralmente por ação enzimática. Inclui as transformações metabólicas que tornam a substancia mais solúvel, o que viabiliza uma excreção renal mais rápida” LISKA, J.A. The detoxificakon Enzyme Systems . Altern Med Rev; vol 3, p. 187-‐198, 1998 DeCS -‐ Descritores em Ciências da Saúde, da Biblioteca Virtual em Saúde CONCEITO DE BIOTRANSFORMAÇÃO • Alteração química sofrida pelos xenobióticos no organismo, comumente sob ação de enzimas específicas e/ou inespecíficas que resulta em metabólitos com propriedades diferentes das drogas originais e com características mais hidrofílicas, tendo por objetivo a excreção pelo organismo. OBJETIVO DA DESTOXICAÇÃO TOXINAS NÃO POLARES E LIPOSSOLUVEIS POLARES E HIDROSSOLUVEIS FEZES URINA 60 – 65% 20% ONDE OCORRE? TODAS AS CELULAS DO NOSSO CORPO WATKINS, P.B. Drug metabolismo by cytochromes P450 in the liver and small bowel. Gastroenterology Clin. North. Am., 21: 511--‐526, 1992 Porque fazer uma dieta DETOX? • Perguntas frequentes: • Se meu organismo faz esse trabalho, porque fazer uma dieta de desintoxicação? • Dieta Detox elimina toxinas? • Dieta detox emagrece? • Dieta Detox tem comprovação científica? TOXINAS ONDE VIVEMOS! TOXINAS NO QUE COMEMOS! Porque preciso de Destoxicação? DETOX: ORIENTAÇÕES ALÉM DO CARDÁPIO Níveis urinários de BPA e ftalatos (DEHP) conforme a exposição a embalagens de alimentos, antes, durante e após a intervenção com o consumo exclusivo de alimentos frescos Rudel RA, et al. Food packaging and bisphenol A and bis(2-ethyhexyl) phthalate exposure: findings from a dietary intervention. Environ Health Perspect. Jul;119(7):914-20, 2011 SINAIS E SINTOMAS DE INTOXICAÇÃO • Hipersensibilidades químicas múltiplas: produtos de limpeza, maquiagem, metais, perfumes,… • Disfunção cognitiva , dificuldade na fala e na escrita, déficit de memória • Edema recorrente • Reações a medicamentos e suplementos • Uso abundante e constante de medicamentos ou químicos potencialmente tóxicos em casa ou no trabalho • Problemas digestivos • Depressão • Fadiga generalizada/Dor de cabeça/Enxaqueca NA PRÁTICA: Verifique e remova toxinas FASE I – BIOTRANSFORMAÇÃO BAK, M.; KICINSKA-‐KROGULSKA, M.; CZERNIAK, P.; et al. Toxic liver injuries-‐-‐a current view on pathogenesis. Part II. Med Pr; 62(2):203-‐10, 2011. NUTRIENTES PARA FORMAÇÃO DAS ENZIMAS Citocromo P450 FERRO COLINA COMPLEXO B AVALIAR DEFICIÊNCIA Ferritina e Hemoglobina SUPLEMENTAR vegetarianos e alérgicos NUTRIENTES UTILIZADOS NA FASE I • Riboflavina – B2 • Niacina – B3 • Piridoxina – B6 • Acido Fólico • Vitamina B12 • Glutationa • Aminoácidos de cadeia ramificada • Flavonóides • Fosfatidilcolina • Molibdênio FASE II – CONJUGAÇÃO OU BIOATIVAÇÃO OBJETIVO: Transformar as toxinas ativadas (metabolitos intermediários) na faseI em moléculas hidrossolúveis e passiveis de excreção – Bioinativação. ENZIMAS TRASNFERASES (Glutationa) RESULTADO: Conjugação com grupos químicos específicos (Sulfotransferase, Glutationa S- transferase, Acetiltransferase, Aciltransferase, Glicuronisiltransferase e metiltransferase) para formar compostos excretáveis Envolve reações que tem cofatores que precisam ser reabastecidos através de fontes alimentares Glicosinalatos Induzem atividade de GST e aumento sulfatação GLUTATIONA-S-TRANSFERASE (GSH) Lampe JW, Peterson S. Brassica, biotransformakon and câncer risk: genekc polymorphisms alter the prevenkve effects of cruciferous vegetables. J Nutr. Oct;132(10):2991-‐4. 2002 GLICOSINALATOS E COZIMENTO Cozinhar o brócolis seja por fervura, vapor ou micro-ondas diminui a concentração de glicosinalatos e essa diminuição aumenta conforme o tempo de cozimento. No entanto, o cozimento aumenta as concentrações de betacaroteno, luteína e α-tocoferois, quanto maior o tempo maior a extração. O método de vapor parece ser o que causa menores perdas. NUTRIENTES UTILIZADOS NA FASE II • Glicina • Taurina • Glutamina • N‐acetilcisteina • Cisteina • Metionina • Sulfato • Pantotenato – B5 GERAÇÃO DE EROS – UTILIZE NUTRIENTES PROTETORES! NUTRIENTES PROTETORES • Carotenos • Acido Ascorbico • Tocoferois • Selenio • Cobre, Zinco, Manganês • Coenzima Q10 • Tióis (alho, cebola e brássicas) • Flavonoides • Silimarina • Picnogenol e outros RELAÇÃO ENTRE AS FASES I e II OCORREM SIMULTANÊAMENTE E DE MANEIRA EQUILIBRADA EM INDIVÍDUOS NORMAIS Problemas: • Indução de FASE I e inativação de FASE II • Inativação da FASE I • Inativação da fase II • Ativação das fases não sincronizada Acúmulo de EROS e metabólitos carcinogênicos FATORES QUE ALTERAM A RELAÇÃO Jejum Dieta de baixa caloria Dieta pobre em proteínas Deficiência de vitaminas e minerais Dieta rica em carboidratos FASE III SANEIA et al. Advances in P-‐glycoprotein-based approaches for delivering anAcancerdrugs: pharmacokineAc perspecAve and clinical relevance. Expert Opin Drug DelivJan;11(1):121-‐38, 2014. ZHANG W, HAN Y, LIM SL, LIM LY. Dietary regulaAon of P--‐gp funcAon and expression. Expert Opin Drug Metab Toxicol.; 5(7):789--‐801, 2009. MARQUEZ B; VAN BAMBEKE F. ABC mulAdrug transporters: target for modulaAon of drug pharmacokineAcs and drug--‐drug interacAons. Curr Drug Targets;12(5):600--‐ 20, 2011. DESTOXICACAO DE XENOBIOTICOS ADAPTADO de LISKA, J.A. The detoxification Enzyme Systems.Altern Med Rev ; vol 3, p. 187-198, 1998 COMO GARANTIR A DESTOXICAÇÃO ADEQUADA? • SUPLEMENTAÇÃO • OBJETIVOS • Corrigir deficiências nutricionais • Estimular o sistema de destoxificação • Garantir os nutrientes que o organismo necessita para que o individuo exerça suas atividades habituais • Evitar a translocação de toxinas • Restabelecer a depleção de co-fatores devido a exposição toxica • Proteger o organismo do estresse oxidativo É OBRIGATÓRIA DURANTE O PERÍODO DETOX! SUPLEMENTAÇÃO – NUTRIENTES PARA FASE I SUPLEMENTAÇÃO – NUTRIENTES PARA FASE II SUPLEMENTAÇÃO NUTRIENTES PARA FASE I E II – SUPLEMENTAR DURANTE TODO O PERIODO RESPEITE AS NECESSIDADES INDIVIDUAIS, IDADE E INDIVIDUALIDADE BIOQUIMICA COMO TRABALHAR OS GATILHOS DE TOXICIDADE? 1. Dificuldade de Biotransformação NA PRÁTICA: Verifique e remova toxinas 2. Disfunções digestivas, Disbiose intestinal e Hiperpermeabilidade NA PRÁTICA: Corrija as alterações digestivas 3. Eliminação de toxinas NA PRÁTICA: Aumente a circulação sanguínea e linfática 4. Deficiências Nutricionais e Estresse Oxidativo NA PRÁTICA: Melhore os sistema antioxidante e de destoxicação NUTRIÇÃO FUNCIONAL NO TRATAMENTO DA OBESIDADE • Obesidade → Definida como doença crônica caracterizada pelo excesso de peso corporal • Decorre na maior parte dos casos de um desequilíbrio entre a ingesta e o gasto calórico, mas envolve também fatores genéticos. CAUSAS RELACIONADAS A OBESIDADE GENÉTICA SEDENTARIS- MO PERFIL PSICOLÓGICO DESMAME PRECOCE VIDA MODERNA DOENÇAS HORMONAIS PERFIL ALIMENTAR O QUE É UM BOM TRATAMENTO DIETÉTICO? • O sucesso de qualquer dieta depende de um balanço energético negativo. Astrup A. Macronutrient balances and obesity: the role of diet and physical activity. Public Health Nutr 1999;2:341-7. ASPECTOS GERAIS • Chegar ao BE – Para que a reserva adiposa pode ser o substrato energético • Definição de perda de peso • Objetivo: ~ de 0,5 a 1kg/semana; • Dietas de muito baixa caloria • Não são recomendadas; • Grande perda de massa magra; • Diminui a ingestão de vitaminas e minerais. • Perdas muito Lentas • Não são recomendadas; • Interferem negativamente na ADESÃO ao tratamento. Consenso Latino-Americano de Obesidade, 1998 DIETAS RESTRITIVAS • Dietas muito restritivas, artificiais e rígidas não são sustentáveis. Um planejamento alimentar mais flexível, que objetive reeducação, geralmente obtém mais sucesso. Smith CF, Williamson DA, Bray GA, Ryan DH. Flexible vs. rigid dieting strategies: relationship with adverse behavioral outcomes DIETAS RESTRITIVAS E ADESÃO • Programa de dieta de 15 semanas ocasionou perda de 11 kg e manutenção de 6,6 ± 0,5 kg do peso perdido após um ano. Estes e vários outros estudos subsequentes indicam que os pacientes obesos perdem peso quando mantidos com dieta restrita, mas que sua perda de peso tende a não se manter em longo prazo. • Grande porcentagem de pacientes recupera o peso perdido: 50% dos pacientes recuperam o peso pré- tratamento em 12 meses e a maioria, em cinco anos. Apenas 11% mantêm perda de 5 kg ou mais. Miller WC, Koceja DM, Hamilton EJ. A meta-analysis of the past 25 years of weight loss research using diet, exercise or diet plus exercise intervention. Int J Obes Relat Metab Disord 1997;21:941-7. MACRONUTRIENTES • Carboidratos • 55 a 60% (máximo 10% de absorção simples) – Baixo a moderado IG • Proteínas • 15 a 20% (não menos que 0,8 g/kg de peso desejável) • Gorduras • 20 a 25% (7% de gorduras saturadas, 10% de poliinsaturadas e 13% de monoinsaturadas) • Fibras • Entre 20 e 30 g/dia PROTEÍNAS DIETA HIPERPROTEICA • Dieta hiperprotéica (1,9 a 2,0g/kg/dia) • Durante 2 semanas - em atletas de karatê de alto nível submetidos à dieta com restrição moderada de energia. • Redução de 2,2 ± 0,8% do peso corporal inicial • Análises bioquímicas da uréia no soro e excreção de creatinina na urina de 24 horas não apresentaram alterações de concentração permanecendo dentro da faixa de normalidade ao final de duas semanas de dieta. R. bras. Ci. e Mov. Brasília v. 12 n. 2 p. 69-73 junho 2004 DIETA HIPERPROTEICA • POORTMANS e DELLALIEUX (2000) utilizando o clearance renal de creatinina, uréia e albumina em atletas de musculação treinados consumindo dietas hiperprotéicas com aquelas com teor protéico médio, não encontraram efeitos adversos no consumo de até 2,8 g/kg peso/dia. Poortmans JR, Dellalieux O. Do regular high protein diets have potencial health risks on kidney function in athletes? Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2000; 10:28-38. DIETA HIPERPROTEICA • Uma dieta hiperproteica não provoca efeitos deletérios na função renal e hepática de roedores que consumiram até 2.8 g/kg. • Acima de 2 semanas o consumo protéico deve ser criteriosamente acompanhado, devido à relação entre o aumento da ingestão protéica e efeitos negativos no rendimento e funções corporais (EISENTEIN et al, 2002; METGHES & BARTH, 2000). CHO X PTN NA RESISTÊNCIA À INSULINA • 43 pacientes – idade entre 15-25 anos – 12 semanas • GE- 25% PTNE 45% CHO (B IG) • GC – Alimentos com alta densidade de CHO sem fazer referencia ao IG. • Após 12 semanas observou-se no grupo experimental perda de peso e melhora na sensibilidade a insulina (todos significativamente melhores que o grupo controle) A low-glycemic-load diet improves symptoms in acne vulgaris patients – a randomized controlled trial 1,2,3. AJCN, Vol. 86 n. 1, 107-115, July 2007 DIETA COM BAIXO CARBOIDRATO • Metanálise de cinco ensaios clínicos com 447 participantes indicam que dietas de baixo teor de carboidratos (max. 60g por dia) pode promover maior perda ponderal e efeitos metabólicos desejáveis. • 80% não completa o tratamento Arch Intern Med. 2006;166:285-293. ISENÇÃO DE CARBOIDRATOS A NOITE? ISENÇÃO DE CARBOIDRATOS A NOITE? • Sistema endócrino parece ser menos tolerante para ingestão próxima ao período de sono (VAN AMELSVOORT et al., 1999). • O efeito termogênico do alimento se mostra diminuído durante a noite em relação ao período da manhã e da tarde (ROMON et al., 1993) • Ocorre uma diminuição do esvaziamento gástrico da manhã até a noite (GOO et al., 1987). • Notável resistência insulínica observada no período noturno (22h) (MORGAN et al., 2003). SUGESTÕES RESUMINDO... • Carboidratos de baixo índice glicêmico • Dietas hiperprotéicas acima de 2 semana deve-se acompanhar bioquimicamente • Dietas com 45% de carboidratos de baixo índice glicêmico parecem ser seguras e favorecer a redução de peso e melhora do controle insulínico • Redução do carboidrato no período noturno pode ser uma boa estratégia para redução do peso corporal ALIMENTOS FUNCIONAIS NO CONTROLE DA OBESIDADE TCM (Triglicerídeo de Cadeia Média) • Óleo de coco e palma • Aumenta saciedade • Reduz apetite • Doses de 10g/dia (custo e efeitos gastrointestinais) (Krotkiewski, 2002) (Tsuji et al. 2001) (Binnert et al. 1998) CATEQUINAS • Flavonol presente principalmente no chá verde Lin J, Della-Fera MA, Baile CA. Green tea polyphenol epigallocatequin gallate inhibits adipogenesis and induces apoptosis in 3T3-L1 adipocytes. Obes Res 2005; 13(6):982-90. Os seus efeitos benéficos no organismo se devem, principalmente, à redução da gordura corporal devido à inibição da adipogênese, à indução de apoptose em adipócitos maduros, e possivelmente a inibição da diferenciação de pré-adipócitos. CATEQUINAS • Relatos na literatura também elucidam as seguintes propriedades das catequinas: atividade antioxidante; efeito sinérgico na termogênese do tecido adiposo marrom; diminuição da translocação do transporte de glicose 4 (GLUT-4, do inglês glucose transporter 4), aumentando, dessa maneira, a glicólise no tecido muscular esquelético e inibição da adipogênese. Lamarão RC, Fialho E. Aspectos funcionais das catequinas do chá verde no metabolismo celular e sua relação com a redução da gordura corporal. Rev Nutr 2009; 22(2):257-69. CAFEÍNA • Metilxantina - café, chá, cacau, mate e guaraná. • Inibição da fosfodiesterase. • Chen et al (1994) 4mg/dia de cafeína durante 4 semanas reduziu a gordura corporal em ratos geneticamente obesos. • 30 minutos após ingestão aumenta adrenalina e norad. • Aumenta UCP-1 no Tecido adiposo marrom termogênese Kobayashi-Hattori et al. (2005) Kovacs & Mela (2006) Kogure et al (2002) Tofovic et al. (2002) FIBRAS • Contribuem para uma menor ingestão alimentar através de vários mecanismos que auxiliam no aumento da saciedade. • Necessidade de maior mastigação, aumentando assim os estímulos salivares e a liberação de ácidos estomacais e retardando o esvaziamento gástrico, o que mantém o indivíduo saciado por mais tempo. • As fibras solúveis como a pectina e a beta-glucano têm mostrado melhora na resistência insulínica e no efeito hipocolesterolêmico, respectivamente. Porém, os benefícios não se limitam a fibras solúveis, alguns estudos sugerem o efeito hipocolesterolêmico da celulose, hemicelulose e liginina. FITOESTRÓGENOS • Melhoram o perfil de lipídios séricos, devido a oxidação do LDL e ao aumento da taxa metabólica basal. • As isoflavonas, um dos principais fitoesteróis encontrados na soja, promovem a redução do tamanho dos adipócitos e apresentam, ainda, efeito antilipogênico. Manzoni MSJ, Rossi EA, Carlos IZ, Vendramini RC, Duarte ACGO, Damaso AR. Fermented soy product supplemented with isoflavones affected fat depots in juvenile rats. Nutr 2005; 21(10):1018-24. NUTRIÇÃO FUNCIONAL NO TRATAMENTO DE ALERGIAS ALIMENTARES HISTORIA DA ALERGIA ALIMENTAR: "O que é comida para um, é para outros amargo veneno" Lucrécius, 2400 anos atrás Definição original de Alergia (1906): “Qualquer reação alterada a uma substância normalmente inofensiva.” "Nenhuma doença a qual possa ser tratada por dieta, poderá ser tratada por algum outro meio" Moses Maimonides (1135-1204) Alergias e Intolerâncias Alimentares - Sintomas • Problemas intestinais (colite, diarreia, constipação) • Insônia • Problemas de pele • Problemas de peso • Processos inflamatórios • Sinusite, Rinite, Otite • Palpitações • Fadiga • Déficit de atenção • Doenças Auto-imunes • Dor de cabeça (Enxaqueca, Cefaléia) • Depressão, Ansiedade • Artrite e dor articular • Sintomas respiratórios crônicos • Dor abdominal ALERGIA X SENSIBILIDADES Alergia➠ imuno - mediada Sensibilidade➠ intolerância ou outras reações alimentares: • intolerância a dissacarídeos • hipo ou hiperglicemia • distúrbios na desintoxicação • distúrbios bioquímicos ➣ distúrbios funcionais em órgãos de choque. ALERGIA OU INTOLERÂNCIA ALIMENTAR? • Uma alergia alimentar é uma reação alérgica a um alimento em particular. • A intolerância alimentar, não é uma reação alérgica, porém constitui um efeito indesejável causado pela ingestão de um determinado alimento. Alergia alimentar é um termo utilizado para descrever reações adversas a alimentos dependentes de “mecanismo imunológico” Desenvolvimento da Alergia Alimentar: o Predisposição genética (75% da expressão é dependente do meio) o Tipo de antígeno, dose e porta de entrada o Competência do sistema imune o Monotonia alimentar o Integridade orgânica funcional o Equilíbrio nutricional • O Sistema Imunológico normalmente é muito eficiente – e também agressivo no ataque aos inimigos do organismo e às vezes pode extrapolar seu limite e tornar-se “muito” agressivo. • Uma reação alérgica é uma resposta excessiva a um intruso nem sempre maligno. • Pior Ainda: o sistema imunológico pode tomar por engano um órgão ou estrutura normal do corpo como um invasor estranho e ataca ́-lo, causando assim uma doença auto-imune. Sistema Imunológico • IgA – primeira barreira de defesa – mucosa intestinal • Se liga aos antígenos, expondo-os as enzimas. • Seus níveis dependem da integridade da mucosa intestinal. Sistema Imunológico Classificação das Alergias Alimentares: 1 Mediadas por IgE Imediata Liberam anticorpos IgE que se fixam a receptores de mastócitos e basófilos. Liberação de mediadores vasoativos Alérgeno Mastócito com IgE Mediadores liberados Inflamação PG2 Leucotrienos Citocinas SISTEMA IMUNOLOGICO • Reação de Hipersensibilidade do Tipo II: Mediada por IgG, IgM e C (imunocomplexos) Imunocomplexos: Anticorpo se liga ao antígeno de maneira irreversível – com isso esse passa a ser identificado pelo sistema imunológico facilmente – ativa o sistema complemento (mastócitos e basófilos) fazendo-os liberar substâncias (histamina, bradicinina) que ajuda a mobilizar o antígeno. Imunocomplexos pequenos e médios: circulantes, solúveise tóxicos Imunocomplexos grandes: não solúveis, podem causar obstrução mecânica. 2 pró inflamatórias 3 Reação não mediada por IgE - Não tão imediata (até dias após) o IgG o Citotóxicas (fagócitos e complemento) o Imunocomplexos o Células (linfócitos/citocinas) TH1 e TH2 Obs: IgE – Resposta humoral Células – Resposta celular Reações mistas (IgE e células) Linfócitos T e citocinas Classificação das Alergias Alimentares: SISTEMA IMUNOLOGICO • Reação de Hipersensibilidade do Tipo II: Mediada por IgG, IgM e C (imunocomplexos) Ação Tóxica: parede vascular interna e externa (inflamação) Ação Mecânica: obstrutiva (obstrui microcapilares e forma fenômenos isquêmicos) Sintomas podem aparecer em até 72 horas. MEDIADORES DA ALERGIA E HIPERSENSIBILIDADE A ALIMENTOS • Reação imediata (clássica) • de minutos até 8 horas do contato com o antígeno. • 1 a 2% das alergias alimentares • Ação histamínica • Fixa • Reintrodução muito difícil • Anticorpos IgE, ligados ao alimento • Quando evitado, decresce significativamente em semanas. • Os anticorpos reaparecem logo que o alimento seja consumido novamente. • Reação tardia (2-72 horas): por IgG, IgM e Sistema do complemento (C’) • Diagnóstico difícil pelos sintomas • Ação inflamatória • Cíclica (de acordo com a exposição) • Eliminação / Reintrodução / Rotação • Anticorpos IgG, ligados ao alimento evitado, podem levar de 3 a 12 meses para decrescerem significativamente. • Para que os níveis de anticorpos retornem aos níveis anteriores, o alimento tem que ser ingerido, freqüentemente por semanas ou meses. IgE IgG EPIDEMIOLOGIA Crianças 6% <3 anos Adultos 3,5 % Mais comum Aumentando • Geralmente dura somente na infância • Geralmente por toda vida Reações com aditivos são raras (abaixo de 1%) Mais comum: Sulfitos/Glutamato monossódico e tartrazina Leite Ovos Trigo Soja Amendoim Frutos do mar Causas da Alergia Alimentar: Genética • História familiar de atopia e alergia alimentar. Dieta • Leite materno até 6 meses ( Se não for possível -> Fórmulas hidrolisadas hipoalergênicas; • Durante o aleitamento até 12º mês de vida -> Eliminar amendoim, castanhas e nozes da dieta materna; • Leite, ovos, peixes – Estudos controversos; • Leite de vaca (após 1 ano); • Ovos (após 2 anos); • Amendoim, nozes e peixe (após 3 anos); • Fórmulas de soja, leite caprino e ovino não apresentam vantagem -> Similaridade alergênica. Fatores que facilitam o desenvolvimento das Alergias Alimentares: ➼ Condições que favoreçam a passagem de macromoléculas intactas do lúmen intestinal para a circulação sanguínea, poderão disparar o processo alérgico, desencadeado pela formação dos imunocomplexos. Condições ideais para a digestibilidade do alimento serão determinantes neste processo. o Mastigação adequada; o Formação e manutenção do pH ácido do estômago; o Formação e ação adequada das enzimas gástricas, pancreáticas e intestinais; o Liberação e ação adequada dos ácidos bileares; o Adequação da liberação de bicarbonato pelo pâncreas; o Manutenção da integridade da parede intestinal e da microbiota intestinal; o Adequação da capacidade funcional do fígado e do intestino de destoxificação. Alimentos Potencialmente Mais Alergênicos • >90% dos incidentes são causados por 8 tipos de alimentos • Consenso internacional: (lista do Codex Alimentarius) Composição protéica dos alimentos mais comumente responsabilizados pela alergia alimentar Leite de vaca Caseínas αs-caseínas: αs1, αs2 β- caseínas Κ- caseínas γ – caseínas Proteínas do soro β- lactoglobulina α - lactoalbumina Proteases e peptonas Proteínas do sangue Albumina Imunoglobulinas Ovo de galinha Clara Albumina Ovalbumina Ovomucóide Ovotransferrina Ovomucina Lisozima Gema Grânulo: Lipovitelina Fosvitina Lipoproteína de baixa densidade Plasma Lipoproteína de baixa densidade Livetina Peixes Parvalbuminas (alérgeno M) Crustáceos Tropomiosinas Leguminosas Leguminas Vicilinas Trigo Albumina hidrossolúvel Globulinas solúveis Prolaminas Gliadinas Glutelinas Gluteninas Soja Globulinas 7S: β- conglicina Β- amilase Lipoxigenase Lecitina 11S: Glicina Proteínas do soro Hemaglutinina Inibidor de tripsina Urease Amendoim Albuminas Aglutinas Glicoproteínas lecitino reativas Inibidores de protease Inibidores de α- amilase Fosfolipases Globulinas Araquina Conaraquina Rev. Bras. Alerg. Imunopatol - Vol. 31, n. 2, 2008 Patologias Relacionadas ás Alergias Alimentares: Respiratórias • asma • rinite; sinusite; amidalite • otite média recorrente • prod. exc. de muco Genito urinárias • cistite de repetição • enurese noturna • candidíase Gastrointestinais • diarréia flatulência aumentada • doença celíaca constipação • perda de apetite gastrite; colite; esofagite • refluxo e cólicas má absorção • náuseas e vômitos Neuropsicológica • cefaléia e enxaqueca • alteração do sono e/ou humor • insônia • Hiperatividade • falta de concentração • ansiedade; depressão • fadigas inexplicáveis • convulsão • comportamento anti-social • embotamento mental Patologias Relacionadas ás Alergias Alimentares: Autoimune artrite reumatóide lupus; fibromialgia tireoidite; psoríase Dermatológica • acne • Eczema, caspa • urticária, dermatite caspa Endócrino • obesidade -magreza • hipoglicemia • bulimia, anorexia • colesterol aumentado Sistêmico • dores articulares e musculares • retenção hídrica • Olheiras e olhos inchados • olhos e lóbulos das orelhas vermelhos • bochechas vermelhas • língua rachada e/ou branca Patologias Relacionadas ás Alergias Alimentares: Diagnóstico – Alergia Mediada por IgG • O Imunopro 300® identifica reações imunológicas (método ELISA) mediadas por IgG a 270 tipos de alimentos • Alca Test® • Food Detective® Alcat Test® • O teste é homologado pela FDA – Food and Drug Administration • Painel de 50 ou 100 alimentos e 20 aditivos e corantes • O ALCAT TEST® só detecta as intolerâncias alimentares FOOD TEST DETECTIVE® o Registro MS 80115310141 o Desenvolvido e Produzido por Cambridge Nutritional Sciences Ltd. UK o Teste rápido baseado no método ELISA para detecção de anticorpos IgG para 59 diferentes alimentos. o Resultado imediato (aprox. 40 min) o Todos reagentes e materiais inclusos no kit. o Teste individual o Necessita apenas uma gota de sangue(50ul) o Seguro, simples e fácil de executar FOOD TEST DETECTIVE® Alergia Mediada por IgG4 • A partir de uma punção no dedo, ou coleta do soro, o perfil Bloodspot mede os níveis de anticorpos IgG4 específicos de 30 ou 90 alimentos mais comumente agressores, atingindo resultados positivos rapidamente, até quando combinado com o teste de eliminação/provocação. -------------------------------------------------------------------- Método ELISA -------------------------------------------------------------------- Tempo de resposta 8-14 dias, 12 dias em média IgG4 Alergia Mediada por IgE • Níveis séricos de IgE específico para determinado alimento que excedam o padrão de referência normal, indicam que há 95% de chance do paciente apresentar uma reação alérgica se ao alimento avaliado. • A investigação de alergia imediata aos alimentos pode ser realizada através de IgE específico através de testes cutâneos com através de IgE específica no sangue. IgE ESPECÍFICO MÚLTIPLO IgE MÚLTIPLO Padrão de referência Clara ovo, leite, peixe, trigo, amendoim e soja F1 : CLARA DE OVO F2 : LEITE F3 : PEIXE F4 : TRIGO F13 : AMENDOIM F14 : SOJA Concentração de Anticorpos IgEespecíficos (kUA/L) Classe 0: Inferior a 0,35 : Indetectável Classe 1: 0,35 a 0,70 : Muito baixo Classe 2: 0,71 a 3,50 : Baixo Classe 3: 3,51 a 17,50 : Moderado Classe 4: 17,51 a 50,00 : Elevado Classe 5: 50,01 a 100,00 : Muito alto Classe 6: Superior a 100,00 : Muito alto (*) kU - Unidades Internacionais LEITE DE VACA • Já foram identificadas mais de 25 frações protéicas alergênicas, dentre elas, as mais alergênicas são: soro-albumina, gama-globulina, alfa- lactoalbumina, beta-lactoglobulina e caseína. Fração protéica % indivíduos sensíveis β-lactoglobulina 66-82 Caseína 43-60 Α- lactoalbumina 41-53 Globulina sérica bovina 27 Albumina sérica bovina 18 TESTES DE CONTATO • Testes de contato (patch test) • Testes de contato (prick test) • Testes de puntura TESTE CUTÂNEO PATCH • A aplicação é feita com fitas adesivas contendo as substâncias, que são aderidas às costas do paciente. TESTES DE CONTADO (PRICK TEST) • Prick Test é o mais usual e consiste numa leve perfuração na pele do antebraço, através de uma gota do alérgeno. Esta aplicação pode resultar, após alguns minutos, no desenvolvimento de uma pápula. GLÚTEN – Reagente ou Não reagente • Anti - endomísio da classe IgA • Mais do que 95% dos pacientes com doença celíaca ativa demonstram a presença de anticorpos IgA. • Nestes pacientes, após dieta livre de glúten, os anticorpos decrescem ou desaparecem. GLÚTEN • Antitransglutaminase IgA • Negativo : < 7,0 U/mL • Indeterminado: 7 ,0 a 10,0 U/ mL • Positivo : > 10,0 U/mL • Antigliadina IgA/IgG • Em doença celíaca, anticorpos IgG são mais sensíveis que os anticorpos IgA, mas este último (IgA) é mais específico que IgG. • Positivo : > 10,00 U/mL • Inconclusivo : 7,00 a 10,00 U/mL • Negativo : < 7,00 U/mL LIMITAÇÕES • Capacidade de recordação dos alimentos e sintomas pelos pacientes; • Habilidade e sensibilidade do médico/nutricional de diferenciar sintomas causados por alimentos. • Não há nenhum exame que investigue a resposta imune aos alimentos por: IgE, IgG, IgG4 fagócitos, complemento, complexos imunes, linfócitos (TH1, TH2 e TC) • Por conta disso, a história do paciente é o principal.
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