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CARBÚNCULO HEMÁTICO Etiologia Bacillus anthracis • Gram-positivo • Aeróbico • Capsulado • Imóvel • Forma esporos em contato com o ar B. anthracis na forma vegetativa.Exibe coloração gram-positiva (x600). Fotomicrografia eletrônica do esporo de B. anthracis (seta) parcialmente envolvido por um pseudopode de um macrófago (x137,000). Etiologia Cápsula polipeptídica Atividade anti-fagocítica Resistência: Forma bacilar (vegetativa)- 60°C/30’ carcaças não abertas- 1-2 semanas Forma esporulada - Calor úmido - 121°C/15’(Autoclavação) Calor seco - 150°C/60’ Susceptíveis a desinfetantes com base em clorados, aldeídos, oxidantes, beta-propiolactona e óxido etílico Não susceptíveis a fenóis, álcoois e quaternário de amônia Propriedades Quando o material que contém o bacilo é exposto ao ar, há formação de esporos, que deixam o ambiente infectado por longos períodos. São resistentes à temperatura ambiente normal e a desinfetantes comuns. Permanecem por anos no ambiente, em particular na presença de matéria orgânica, solo alcalino, não drenado e clima quente. Os solos ácidos reduzem a sobrevivência do B. anthracis. POTENCIAL DE RISCO DE B. anthracis ESTUDOS POSTERIORES REVELARAM QUE: • DE 130.000 A 3 MILHÕES DE MORTES OCORRERIAM COM A PULVERIZAÇÃO DE 100 KG DE B. anthracis SOBRE WASHINGTON D. C. • O DANO ECONÔMICO SERIA DE US$ 26, 2 BILHÕES PARA CADA 100.000 PESSOAS EXPOSTAS AOS ESPOROS (FONTE: CONGRESSO AMERICANO E CENTRO DE CONTROLE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS, 2001) PULVERIZAÇÃO DE 5.000.000 DE PESSOAS 250.000 CASOS CERCA DE 100.000 ÓBITOS (FONTE: OMS, 1970) Distribuição geográfica - universal Espécies sensíveis - todos vertebrados Infecção natural - digestiva - respiratória - cutânea Fontes de infecção EPIDEMIOLOGIA Epidemiologia Atinge todas as espécies de mamíferos, sendo os herbívoros e o homem mais susceptíveis, enquanto que pássaros, carnívoros e répteis são mais resistentes. A via de infecção mais comum é a via oral, por solo ou água contaminada por esporos ou formas vegetativas. Os suínos, caninos, felinos e animais selvagens adquirem a infecção pelo consumo de carne contaminada Epidemiologia A putrefação da carcaça destrói a bactéria e, desde que ela não tenha sido aberta e não tenha havido corrimento, não ocorrerá a contaminação do solo. Surtos originários de um solo contaminado sempre ocorrem após uma grande alteração climática, como por exemplo, chuva forte após uma seca prolongada, e sempre em tempo de calor, quando a temperatura ambiente está acima dos 15oC. DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL Brasil Primeira vez documentado no início da década de 40. O carbúnculo hemático no Brasil foi comprovado em 3 áreas distintas: A 1a no sul do país, na região da Fronteira ou Campanha (sul e oeste do RS), onde alguns locais foram denominados “campos malditos” , SC- 1984 Brasil A 2a no Vale do Paraíba, RJ e MG. A 3a, na região Nordeste, que, em 1942, houve suspeita de carbúnculo em bovinos e humanos que se alimentavam de carne e transportavam couro de bovinos suspeitos de carbúnculo. Apoti e Selite Guerra (RN) PATOGENIA GERMINAÇÃO CAPSULAÇÃO FAGOCITOSE ESPOROS BACILO ÁC. GLUTÂMICO Propriedades - toxina HOLOTOXINA DO BACILLUS ANTHRACIS Componente (fator) Propriedades I (Fator de edema) Adenilato ciclase II (Antígeno protetor) Carreadora do EF e LF, imunogênica III (Fator letal) Letal para camundongos, depressão do SNC, apoptose e imunogênica PATOGENIA A.T.R. - RECEPTOR PARA TOXINA DO B. ANTRHACIS P.A. - CAVALO DE TROIA FUNCIONA COMO ESPONJA PARA ADSORVER A TOXINA EVITANDO PENETRAÇÃO DA TOXINA NAS CÉLULAS PATOGENIA F.L. - ATUA NA ENZIMA MAPKK (MITOSE ASSOCIATED PROTEINA KINASE) - CONTROLA A COMUNICAÇÃO INTERNA DA CÉLULA ---- APOPTOSE TRATAMENTO DO CÂNCER Propriedades - toxina Destrói leucócitos. permeabilidade vascular trombose. Choque hipovolêmico. AÇÃO CONJUNTA DOS FATORES TÓXICOS Bloqueio da atividade opsonizadora do C3; Destruição de fagócitos; Danos nos mecanismos de coagulação; Trombose capilar; Aumento da permeabilidade capilar; Edema; Queda da pressão sangüínea - choque - morte. PATOGENIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS F. SUPER AGUDA - 1 a 2 horas F. AGUDA - F. SUBAGUDA - até 8 dias Manifestações clínicas - bovinos Septicemia e morte rápida (em torno de 1 a 24 horas após os primeiros sinais) Febre Aumento da freqüência cardíaca e respiratória Mucosas cianóticas Hemorragias Timpanização, urina sanguinolenta Animais que sobrevivem por mais de um dia podem apresentar disenteria, aborto, edema no períneo, garganta, parede abdominal e leite com sangue. A carcaça de um animal morto autolisa rapidamente e torna-se bastante distendida pela alta produção de gases de putrefação. Há eliminação de sangue pelos orifícios naturais. Manifestações clínicas - bovinos Mais susceptíveis do que os bovinos. Lesões localizadas não ocorrem exceto em casos de infecção através da pele, formando edema difuso, ou nódulos firmes e circunscritos. Mesmo curso que em bovinos, porém é mais rápida. Manifestações clínicas - ovinos Podem durar vários dias. Cólicas, coprostase e meteorismo Grandes áreas de edema localizadas na parte ventral do abdômen e tórax, nos membros, região perineal e genitália externa. Disenteria pode acompanhar a cólica aguda. Quando a rota de infecção é a digestiva, a lesão primária pode estar na garganta e intestino e a morte pode ocorrer pela reação local sem septicemia -asfixia. Manifestações clínicas - equinos Relativamente resistentes. Infecção permanece localizada na garganta e no intestino -laringotraqueíte e Edema de garganta. Lesão Ulcerativa porta entrada - Linfadenite Pode ocorrer diarréia e disenteria -Enterite Ulc. Hemorrágica. Manifestações clínicas - suínos São resistentes ao B. anthracis. Alguns casos observados por ração contaminada. Curso hiperagudo, ocorrendo morte súbita. Localização faringeana - edemas na face, cabeça, pescoço. Localização intestinal - sinais de gastroenterite aguda. Manifestações clínicas - caninos MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS: Ausência de “Rigor Mortis” Putrefação precoce Distensão da carcaça pela alta produção de gases Sangue escuro e viscoso, ausência de coagulação Líquido Serosanguinolento nas Cavidades Corporais Edemas Generalizados Esplenomegalia Eliminação de sangue pelos orifícios naturais. A carcaça de um animal morto autolisa rapidamente e torna-se bastante distendida pela alta produção de gases de putrefação. Há eliminação de sangue pelos orifícios naturais. DIAGNÓSTICO Presuntivo - Epidemiológico - Patológico - Bacterioscópico Definitivo - Cultura - Inoculação em Animais de Lab. DIAGNÓSTICO Diferencial Bovinos e ovinos clostridioses choque por raio leptospirose aguda hemoglobinúria bacilar tristeza parasitária intoxicações agudas por plantas tóxicas DIAGNÓSTICO Diferencial Equinos anemia infecciosa aguda cólicas diversas intoxicações choque por raio insolação DIAGNÓSTICO Diferencial Suínos peste suína clássica e africana edema faringeano maligno (Clostridium septicum) erisipelose, salmonelose e hipertermia maligna CONTROLE Vacinas - Vacina Viva Esporulada Acapsulada - Cepa Stern 2-4 semanas antes da estação de surtos Animais não devem ser vacinados cerca de 2 meses antes de serem abatidos Vacina viva, não devendo ser administrada juntamente com antibióticos CONTROLE Vacina acelular - proteína PA - humanos CEPA NÃO VIRULENTA CEPA STERN PRODUTORA DE TOXINAS (VACINA) CEPA CAPSULADA CEPA SELVAGEM VIRULENTA 42º C NOVOBIOCINA OU CO2 50% TOXINAS CÁPSULA MECANISMOS MOLECULARES DE ATENUAÇÃO DA VIRULÊNCIA DE B. anthracis pXO1 pXO2 pXO2 pXO1 CONTROLE Notificação aos órgãos oficiais; Estabelecimento de quarentena; Incineração ou depósito em cova profunda dos animais mortos, dejetos e fômites; Desinfecção de estábulos e equipamentos usados no manejo; Isolamento dos animais doentes e remoção dos animais sadios; Uso de repelentes ou de inseticidas; Controle dos abutres que se alimentam de animais mortos; Pessoas que estão em contato com animais doentes devem tomar cuidados sanitários, para sua própria segurança e para prevenir a disseminação da doença. CONTROLE Carcaças incineradas ou enterradas (2 m de profundidade, camada de cal virgem) Desinfecção das instalações com soluções fortes de formalina (5-10%) Ácido paracético (a 3%) ou NaOH (10%) no solo em quantidades apropriadas (8 l/m2) PROFILAXIA ZOONOSE HUMANOS : Pústula Malígna - 10 a 20% mort C. Pulmonar - 100% Meningite Lesões – “pústula maligna” TRATAMENTO Penicilina: 10.000 UI/Kg 2 vezes ao dia Estreptomicina: 8 a 10 g/dia Oxitetraciclina: 5 mg/Kg/dia O tratamento é eficaz se empregado por no mínimo 5 dias TRATAMENTO HUMANOS Ciprofloxacina Doxiciclina OBRIGADA
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