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Cursos Tecnológicos – Módulo 2 Gestão da Qualidade Ferramentas da Qualidade Professor Leandro Gusmão 1. Fluxograma Fluxograma é uma representação gráfica das etapas de um processo, demonstrando também de forma clara e rápida as inter-relações entre diferentes processos e etapas desse processo. Essa análise rápida é obtida através da utilização de símbolos padronizados que representam o tipo de operação envolvida. O fluxograma torna mais fácil a análise de um processo à identificação: • das entradas e de seus fornecedores; • das saídas e de seus clientes; • de pontos críticos do processo Símbolos Quando usar um fluxograma? O Fluxograma é uma ferramenta utilizada para a organização sequencial dos processos da empresa, afim de deixar clara e padronização da execução, melhorando a comunicação, aumentando a produtividade e reduzindo retrabalhos e custos de operação. Ele representa as etapas que compõe qualquer tipo de processo especificando as que merecem atenção especial por parte dos envolvidos na execução, identificando as rotinas da organização e deixando claro os pontos de alerta que podem ser melhorados continuamente. O fluxograma é uma ferramenta fundamental tanto para o planejamento (elaboração do processo) como para o aperfeiçoamento (análise crítica e alterações) do processo, pode ser utilizado no planejamento de projetos, na documentação de processos, no estudo de melhorias de processos, no desenvolvimento da comunicação entre as pessoas envolvidas na execução e compreensão de como um processo é executado. Um fluxograma pode ser desenvolvido para: Padronizar a representação de métodos administrativos Permitir maior rapidez da descrição de métodos administrativos Facilitar leitura e entendimento de um processo Melhorar a análise de um processo Facilitar a localização e identificação dos pontos mais importantes de um processo ou método Como fazer? O fluxograma é composto por três etapas: o início que compõe as entradas e os assuntos a serem considerados durante o planejamento, posteriormente o processo e em si, que engloba todas as operações e o fim, que são os resultados gerados durante o processo. Para isso, cada atividade do processo deve ser descrita dentro de um símbolo, ajudando na identificação do que deverá ser realizado. Devido ao grande número de símbolos, é importante que a empresa defina uma padronização para a utilização deles, para simplificar a compreensão por parte das pessoas envolvidas. Para fazer um fluxograma você deve: 1. Definir o processo que será esquematizado. 2. Definir o escopo do processo: onde ou quando iniciar o processo? Onde ou quando parar? Qual o nível de detalhamento que será incluso no diagrama. 3. Debater as atividades que acontecem durante o processo. 4. Organizar as atividades em sequência adequada. 5. Desenhar os símbolos referentes as atividades. 6. Desenhar setas para mostrar o fluxo do processo. Exemplos de Fluxograma: 2. Diagrama de Pareto O Princípio de Pareto foi formalizado no século XIX por Vilfredo Pareto, um economista italiano que desenvolveu métodos para estudar e descrever a distribuição desigual das riquezas no país. Como resultado de seus estudos, Pareto chegou a conclusão de que 20% da população detinha 80% das riquezas produzidas (Relação 80/20). Com a contribuição de Joseph Juran, o Princípio de Pareto se transformou em uma das 7 Ferramentas da Qualidade, utilizando-se da relação 80/20 para analisar os problemas de Qualidade encontrados no SGQ. Com o uso da ferramenta, é possível estudar e descobrir quais ocorrências são mais relevantes e, com isso, devem ter a tratativa priorizada. Basicamente, o Diagrama de Pareto é composto por dois conjuntos de dados: 1 – um gráfico em que os fatores a serem analisados (ocorrências, não conformidades, reclamações de clientes, defeitos, etc) devem ser organizados em colunas, começando com os problemas mais recorrentes e avançando gradativamente do mais recorrente para o menos recorrente. Conforme se vê no exemplo abaixo em laranja: 2 – Uma linha que representa a porcentagem acumulada da frequência das ocorrências, como podemos ver no exemplo abaixo em roxo: Juntos, esses dois conjuntos de dados apresentam um panorama geral de todas as ocorrências e as que mais se repetem no sistema de Gestão da Qualidade. No Exemplo citado, pode-se perceber que as duas primeiras colunas (ocorrências) são por 65% dos problemas (Frequência acumulada). Deste forma: Quando usar um Diagrama de Pareto? O Diagrama de Pareto é um gráfico utilizado para identificar quais são os fatores mais significativos, indicando os itens que devem ser priorizados e, assim, auxiliando na tomada de decisão. Originalmente, o diagrama foi criado para estudar perdas na indústria, organizando-as por ordem de frequência, por isso é comum dizer que o Diagrama de Pareto ajuda a estabelecer prioridades por mostrar a ordem em que as causas das perdas devem ser sanadas de acordo com sua frequência. Entretanto, também pode ser utilizado em várias outras situações, como por exemplo, na implantação de melhorias. Além disso, pode-se usá-lo sempre que: - houver a análise da frequência em que as ocorrências (não conformidades, reclamações de clientes, defeitos, etc) acontecem; - for preciso definir entre muitas ocorrências quais são as mais significativas; - houver a necessidade de desdobrar as causas gerais dos problemas do SGQ analisando dados específicos do processo; - houver uma ligação entre as ocorrências existentes em um contexto. 2.2. Como fazer? Determinar os fatores que serão comparados no gráfico e coletar os dados necessários; Determinar a medida de comparação (frequência, tempo, custo) e o total de ocorrências no período analisado para cada um dos fatores; Somar as ocorrências, para determinar o valor total; Calcular o percentual de cada ocorrência, de acordo com o valor total; Calcular o percentual acumulado das ocorrências (Frequência Acumulada), chegando a 100%; Listar os fatores, do mais frequentes para o menos frequentes, e colocá-los no eixo horizontal do gráfico; Desenhar as colunas com as quantidades de ocorrências coletadas; traçar uma linha que represente o percentual acumulado iniciando sempre na primeira coluna à esquerda; Analisar o diagrama, identificando quais fatores são mais recorrentes e quais devem ser priorizados. 3. Histograma Histograma é uma variação do gráfico de barras. Enquanto o gráfico de barras descreve os dados em barras e categorias separadas, o histograma representa os dados da mesma categoria no intervalo analisado, por isso, sem espaço entre as barras. Quando os dados são dispostos no histograma, o gráfico pode apresentar vários formatos: Histograma simétrico ou normal: acontece quando o processo é padronizado e os dados são estáveis, permitindo variações pequenas. O pico dos dados fica ao centro do gráfico, e suas variações vão decrescendo de maneira simétrica dos dois lados. Histograma assimétrico: acontece geralmente quando os dados são tolerados até um número limite, não podendo ultrapassar este limite. Seu pico é concentrado em um dos lados, e os dados fora de padrão decrescem para o lado oposto. Histograma com dois picos: acontece quando são apresentadas duas coletas de dados diferentes para comparação. A análise deve ser feita separadamente, observando ao desenho dos dois gráficos. Histograma “platô”: acontece geralmente quando há anormalidade nos dados decorrentes de falhas. As barras têm praticamente os mesmos tamanhos.Histograma aleatório: acontece quando os dados analisados não apresentam nenhum padrão. As barras sobem e descem sem critério Quando utilizar o Histograma? O histograma é usado para analisar a frequência de vezes que as saídas de um processo estão padronizadas, atendendo aos requisitos estabelecidos e qual a variação que elas sofrem. Com os dados dispostos graficamente, o Histograma permite a visualização de resultados históricos e a análise de evidências para a tomada de decisão da variação de frequências de maneira visual facilmente Como fazer? 1. Colete a amostra com um número significativo de dados, usando a folha de verificação. 2. Organize os dados; 3. Determine o número de categorias e o intervalo entre as categorias (caso faça no Excel, esse valor é calculado automaticamente); 4. Organize os dados, colando-os dentro das categorias, de acordo com o intervalo. 5. Coloque os dados no gráfico, com as categorias no eixo horizontal e a frequência de ocorrência no eixo vertical; 6. Verifique e analise a forma do gráfico. Amostras do Produto 40,9 43,6 41,3 39,9 40,6 39,8 44,2 37,9 40,8 36,6 42,3 43,5 41,0 39,6 41,3 43,5 41,5 43,7 39,9 41,0 41,8 42,3 40,2 39,1 43,2 38,4 41,9 39,2 38,0 40,4 40,1 39,4 38,7 41,3 41,4 40,9 40,3 39,2 39,0 40,7 42,3 40,6 41,2 40,2 40,4 39,5 45,0 39,9 43,4 40,4 41,6 40,6 40,2 42,8 43,7 39,7 41,5 40,1 41,7 41,8 42,9 43,4 43,3 41,9 43,4 41,7 40,0 38,3 42,1 39,3 37,2 43,8 39,6 41,0 42,3 39,2 40,4 35,4 39,2 42,6 Assim, ele pode perceber que as saídas estavam seguindo o padrão normal de variação. As amostras do produto analisadas ficaram dispostas próximas do centro em (torno de 80%), e que alguns frascos (em torno de 20%) apresentam concentração próxima dos valores mínimos. Ou seja, nessa amostra coletada a maior parte dos produtos estão em conformidade com o esperado. Entretanto, se o valor entre 35,4 a 36,8 fossem considerados não conformes, por exemplo, teríamos uma pequena quantidade de produtos fora das especificações planejadas, e a partir de então, poderíamos aplicar ações corretivas nesse processo. 4. Folha de verificação A folha de verificação é aparentemente muito simples de se aplicar e por isso é considerada a mais utilizada entre as sete ferramentas da qualidade. Também conhecida como lista de verificação, checklist, ou lista de recolhimento de defeitos, é um formulário utilizado para padronizar e facilitar a coleta de dados além de uniformizar a verificação e execução de processos. É uma formulário planejado para coletar dados, portanto, é uma ferramenta genérica que serve como primeiro passo no início da maioria dos controles de processo ou esforços para solução de problemas. Na indústria, dados registrados em folhas de verificação ajudam a entender se os produtos tem as especificações exigidas. Por exemplo, é comum folhas de verificação para: - Localização de defeito - Contagem de quantidades - Classificação de medidas - Existência de determinadas condições - Tipos de reclamações - Causas de efeitos - Causas de defeitos Quando usar uma folha de verificação? A ferramenta permite uma rápida percepção da realidade e uma breve interpretação da situação, o que auxilia na redução de erros ou evitar que o mesmo volte a ocorrer. A padronização das informações garante maior confiabilidade no processo, criando embasamento para as ações de melhoria de processo. Pode ser utilizada para: Distribuição do processo de produção: controla a produção através de amostragens, é utilizado quando se quer analisar se a medida de um item esta conforme o esperado; Quando os dados podem ser observados e recolhidos repetidamente pela mesma pessoa ou no mesmo local; Verificação de itens defeituosos: determinar qual a frequência de um erro e sua localização; Causas de defeitos: é usado para coletar dados que comprovem as causas do defeito; Coletar dados sobre a freqüência ou padrões de eventos, problemas, defeitos, localização de defeitos, causas de defeito, etc; Coletar dados de um processo de produção; Verificar a execução do processo: seguir um checklist assegura que a execução correta de todas as partes do processo; Delegar tarefas facilmente: a padronização da execução dos processos por meio de checklists permite que tarefas sejam executadas por outras pessoas mais facilmente. Como fazer? Apesar de não existir um modelo padrão de folha de verificação, alguns passos podem ser seguidos para criar uma folha de verificação eficiente: Definir o objetivo da coleta de dados, respondendo as seguintes questões: - Quais dados que precisamos? - Os dados podem ser analisados por diversas óticas? - Como os dados serão registrados? - Quem irá realizar as coletas de dados? - Quem vai realizar o levantamento de dados, esta preparado para fazer com eficácia? - Montar a lista, com os campos para registros. - Elaborar folha autoexplicativa para o preenchimento - Conscientização para a coleta - Execução de pré-teste. - Fazer coleta dos dados. - Depois de realizar a coleta de dados, usar outras ferramentas para a tomada de decisão Exemplo Em uma fábrica de camisetas, a Alta Direção identificou uma perda grande na produção. Assim, formularam uma folha de verificação para identificar qual era o defeito que estava gerando maiores perdas na produção. Diariamente, durante duas semanas, os funcionários da linha de produção anotaram a ocorrência dos defeitos: Após o levantamento dos dados, pode se observar que nessa empresa o problema que mais ocorre durante a produção é a cor diferente do desenho, assim a empresa deve analisar a possibilidade de utilizar outras ferramentas para resolução dos problemas identificados, como um diagrama de causa e efeito, um PDCA, pois só assim garantirá que o uso dessa ferramenta será eficaz. 5. Diagrama de Dispersão Considerado uma das 7 ferramentas básicas da qualidade, o Diagrama de Dispersão, também conhecido como Gráfico de Dispersão, Gráfico de correlação ou Gráfico XY, é uma representação gráfica da possível relação entre duas variáveis, ou seja, mostra de forma gráfica os pares de dados numéricos e sua relação. Geralmente, a relação vem de uma variável que é independente e outra variável que é dependente da primeira, ou seja, a variável independente é a causa que provoca o efeito e a dependente é o efeito, a consequência gerada pela causa, portanto, se formos analisar a relação entre a temperatura ambiente com a quantidade de sorvetes vendidos em um diagrama de dispersão, veremos que quanto mais alta a temperatura mais sorvetes é vendido. Neste caso a variável independente é a temperatura e a dependente é a quantidade de sorvetes vendida. Você também pode utilizar o Diagrama de Dispersão para validar se determinada variável independente analisada tem impacto real em determinada variável dependente. Quando usar um Diagrama de Dispersão? O Diagrama de Dispersão é usado para analisar a relação entre duas variáveis e em que intensidade a mudança de um dado impacta outro dado. Isso pode ser aplicado: Ao tentar identificar possíveis causas raiz dos problemas, ou seja, ao invés de levantar apenas suposições, fazer uma validação com um diagrama de dispersão para listar hipóteses de causas raiz com base em fatos e dados. Após brainstorming de causas e efeitos usando um Diagrama de Ishikawa, por exemplo, para determinar se uma causa e um efeito estão relacionadas. imagine que ao discutir as causas do número de acidentes em uma rodovia, apareceu como causa o “dia de chuva”, então é possível fazer um diagrama de dispersão da relação entre diade chuva e número de acidentes. Na validação se 2 efeitos ocorrem com a partir de uma mesma causa. Isso é muito útil quando você tem várias não conformidades com uma mesma causa raiz e você queira validar se a correlação é verdadeira. Ao testar a autocorrelação antes de construir um gráfico de controle. O que pode acontecer é que mesmo que o diagrama de dispersão mostre uma relação, não suponha que uma variável causou a outra. Ambos podem ser influenciados por uma terceira variável que não foi considerada, por isso, ao usar essa ferramenta é necessário o levantamento constante de hipóteses. Por exemplo: os estatísticos chegaram à hipótese que quanto maior o consumo de sorvetes na praia, mais pessoas morriam afogadas. Um pouco sem nexo. Mas quando as pessoas tomam mais sorvetes? Geralmente em dias quentes, e quanto mais calor, mais as pessoas costumam ir para o fundo do mar, uma explicação lógica de correlação para o caso das mortes nas praias de Santos. Portanto, o fator morte e fator venda de sorvete está relacionado à temperatura. Como fazer? Selecionar a causa e o efeito dos quais se deseja descobrir a relação; Coletar os dados dessas duas variáveis para a composição os gráficos. Essa coleta de dados pode ser feita através da folha de verificação; Desenhar os dois eixos do gráfico, e colocar a variável dependente no eixo vertical, e a variável independente no eixo horizontal. Colocar os dados no gráfico, desenhando um ponto para cada uma das ocorrências dos dados; Verificar a disposição dos pontos no gráfico para identificar se há correlação positiva, negativa ou nula. Exemplo: O diretor de uma empresa de varejo identificou que nos últimos meses houve um aumento significativo do faturamento e um aumento no número de clientes. Ele então, fez um gráfico de dispersão para identificar se o aumento do faturamento (efeito) tinha relação com o aumento do número de clientes (causa). Depois de obtidos, os dados foram inseridos no diagrama, conforme abaixo: Pode-se perceber que o gráfico apresenta uma correlação positiva, por que o crescimento de um número de clientes acarreta o crescimento do faturamento. 6. Diagrama de Ishikawa Kaoru Ishikawa integrou e expandiu os conceitos de gerenciamento de William Edwards Deming e Joseph Juran para o sistema japonês, e suas principais contribuições para Gestão da Qualidade foi em 1962 com o desenvolvimento do conceito de Círculo de Qualidade e em 1982 oficializando o Diagrama de Causa e Efeito que ficou conhecido como Diagrama de Ishikawa. O Diagrama de Causa e Efeito gerou avanços significativos na melhoria da qualidade de produtos e processos nas empresas. Considerando que o processo de resolução de problemas é um dos pilares da Gestão da Qualidade, o Diagrama de Ishikawa tornou acessível e simples a utilização de uma ferramenta poderosa de análise de causa que pudesse ser usada por “não especialistas” da área. Ishikawa e Deming usaram esse diagrama como uma das primeiras ferramentas no processo de gerência da qualidade. O que é o Diagrama de Ishikawa? O Diagrama de Ishikawa é uma das 7 ferramentas da Qualidade e também é conhecida como Diagrama de Espinha de Peixe, por causa do seu formato, ou Diagrama de Causa e Efeito, por ser composta pelo problema e suas possíveis causas. A ferramenta é usada para encontrar, organizar, classificar, documentar e exibir graficamente as causas de um determinado problema, agrupados por categorias, que facilitam o brainstorming de ideias e análise da ocorrência. Como as causas são hierarquizadas, é possível identificar de maneira concreta as fontes de um problema. Um brainstorming com a equipe pode incentivar uma análise aprofundada sobre o problema, que envolva a maioria das possíveis causas de um problema, pois promove a discussão, e consequente melhoria do processo. Algumas palavras chave utilizadas na elaboração do Diagrama de Ishikawa são: Efeito aquilo que é produzido por uma causa, resultado, consequência Problema dificuldade na obtenção de um determinado objetivo ou resultado esperado, situação difícil que pede uma solução, no Diagrama de Ishikawa, é comum que o problema apareça como uma pergunta. Causa origem, motivo, razão de algo. Causa primária ou Principal causas mais notáveis, causas de primeiro nível que agruparão sub causas Causa Secundária sub causas das causas principais, ramificação das causas principais O método do Ishikawa parte da hipótese de que para cada problema há um número limitado de causas primárias ou principais, secundárias, terciárias, e assim sucessivamente. Por ser elaborado inicialmente para sistemas industriais, as causas são agrupadas em 6 categorias, que são conhecidas como 6 Ms: máquina, materiais, mão de obra, meio ambiente, método e medidas. Máquina Aqui devemos considerar todas as causas originadas de falhas no maquinário usado durante o processo, como funcionamento incorreto, falha mecânica, etc. Materiais Quando o problema é causado pois a matéria-prima ou o material que foi utilizado no processo não está em conformidade com as exigências para a realização do trabalho, ou seja, está fora das especificações necessárias para ser usado, como produto em tamanho incorreto, vencido, fora da temperatura ideal, etc. Mão de obra Os problemas também podem envolver atitudes e dificuldades das pessoas na execução do processo, e podem incluir: pressa, imprudência, falta de qualificação, falta de competência, etc. Meio-ambiente Neste item, devemos analisar o ambiente interno e ambiente externo da empresa e identificar quais são os fatores que favorecem a ocorrência dos problemas, como poluição, calor, falta de espaço, layout, barulho, reuniões, etc. Método Os processos, procedimentos e métodos usados durante as atividades também podem influenciar para que o problema ocorra, ou seja, devemos analisar o quanto a forma de trabalhar influenciou o problema, por exemplo se houve planejamento, se foi executado conforme o planejado, se as ferramentas certas foram utilizadas, etc. Medidas Essa categoria abrange causas que envolvem as métricas que são usadas para medir, monitorar e controlar o trabalho, como efetividade dos instrumentos de calibração, indicadores, metas e cobranças. Apesar da existência dessas categorias, a ferramenta é flexível para que a empresa adeque as categorias de acordo com a sua necessidade. Para que é utilizado? A ferramenta foi desenvolvida com o intuito de facilitar a visualização das fontes de um problema, para simplificar a análise de causa e chegar à causa-raiz do problema. Preenchido, o diagrama é uma exibição do nível de compreensão do problema. Quanto maior o número de ramificações no diagrama, mais profundo é o entendimento e detalhamento da ocorrência do problema. Além de análise de processo, também é muito utilizada na gestão de projetos e gestão de riscos. Como fazer? 1. Definir o problema que será resolvido; 2. Fazer um brainstorming com a equipe, usando a pergunta “Por que este problema aconteceu? ” relacionando com cada uma das categorias (6Ms); 3. Analisar as causas, perguntando: “por que essa causa aconteceu? ”, criando ramificações de causas e sub causas para gerar um diagrama mais completo com níveis mais profundos de causas; 4. Analisar dados e evidências das causas que foram identificadas na construção do diagrama, para chegar à causa-raiz. 5. Criar planos de ação para eliminar a ocorrência ou mitigar os efeitos da causa-raiz. Exemplo: 7. Controle Estatístico do Processo O Controle Estatístico de Processos, ou simplesmenteCEP, é considerado uma das 7 ferramentas da qualidade, e é um método de coleta e verificação de amostra de resultados de um processo, a fim de controlar seu funcionamento e diminuir as falhas decorrentes da sua execução. O CEP é um método de identificar saídas não conformes. O objetivo do monitoramento de saídas não conformes é reprovar as saídas que não atendem as especificações e não devem ser usadas, ou seja, identificar erros e corrigi-los pontualmente. Já o CEP procura identificar o que aconteceu de errado no processo e resultou uma saída não conforme, para que a causa raiz seja eliminada e o processo seja estabilizado, impedindo que ocorra mais variações. A ferramenta usada para a identificação das variações do processo é o gráfico de controle ou carta de controle. Ele foi desenvolvido por Walter Shewhart, ao estudar a variação das primeiras linhas telefônicas. Mas foi Deming que popularizou o uso da técnica, introduzindo-a na indústria japonesa após a Segunda Guerra Mundial. O gráfico de controle é uma representação de uma amostragem do processo, que considera o LSC: limite superior de controle e o LIC: limite inferior de controle, que são os limites permitidos de variação nos resultados do processo. Entre os dois limites, é traçada a LM: linha média, que indica o resultado realizado do processo. As variações que ocorrem no processo podem ser controladas ou descontroladas, e podem ter duas causas: as comuns e as especiais. Causas comuns de variação: São variações características do processo e controladas, pois a variabilidade que causará no processo permanece dentro dos limites superior e inferior. Essas causas podem ser, por exemplo: falta de padronização das operações. Causas especiais de variação: São variações descontroladas, que provocam deslocamento além dos limites superior e inferior, necessitando de ação corretiva. Essas causas podem ser: lote de matéria-prima com problema, falha humana, desregularem do equipamento. Portanto, quando a linha média apresenta variações além dos limites, significa que o processo está fora do controle estatístico, e ações deverão ser tomadas, usando outras ferramentas da qualidade como Diagrama de Ishikawa e 5 porquês para auxiliar no processo. Mas é importante verificar também se as variações dentro dos limites seguem alguma tendência. Por exemplo, numa amostra de 50 dados, se as primeiras 40 amostras apresentarem pouca variação (perto da linha média), e as últimas apresentarem variação perto dos limites, pode significar um problema que precisará de tratamento. Quando usar um Controle Estatístico do Processo (CEP)? O CEP e o gráfico de controle são usados para a identificação de variações inusitadas nos resultados do processo, servindo como base para a elaboração de ações que ataquem a causa raiz e eliminem a condição fora do padrão. Você poderá utilizá-lo para: Controlar os processos em curso, localizando e corrigindo os problemas à medida que ocorrem. Prever o intervalo esperado de resultados de um processo. Determinar se um processo é estável (no controle estatístico). Analisar os padrões de variação do processo de causas especiais (eventos não rotineiros) ou causas comuns (incorporadas ao processo). Determinar se o seu projeto de melhoria da qualidade deve ter como objetivo evitar problemas específicos ou fazer mudanças fundamentais no processo. Como fazer? 1. Determinar a ferramenta para coleta de dados: como o CEP envolve a análise de dados, é preciso escolher uma ferramenta para que os resultados do processo sejam coletados. Uma das ferramentas indicadas é a folha de verificação. 2. Coletar a amostragem: definir a amostra que será analisada, e coletar os dados. 3. Definir os limites do processo: Analisar a base histórica do processo para verificar como o processo se comporta e fazer uma média e desvio padrão dos dados obtidos para determinar o LSC e o LIC, ou ainda verificar quais são os padrões que é esperado do processo e definir os limites. 4. Construir o gráfico: desenhar linha do LSC (limite superior de controle) e do LIC (limite inferior de controle), e no meio inserir a LM (linha média) com os dados analisados. 5. Identificar as variações: verificar quais se existem dados que ultrapassam as linhas de limites. 6. Identificar as causas da variação e elaborar planos de ação: usar ferramentas como Diagrama de Ishikawa para encontrar a causa raiz e o 5H2W para elaborar planos de ação. 7. Melhorar o processo: ainda é possível usar o gráfico de controle para diminuir cada vez mais a variação do processo, diminuindo a variação dos limites de controle e analisando as causas das instabilidades. Exemplo: O líder comercial quis analisar o processo de aquisição de clientes, para verificar seu desempenho. O indicador de vendas apresenta a meta de 40 vendas mensais, com a tolerância de 20. Então, ele construiu o gráfico com as informações das vendas realizadas no 1º semestre de 2016. Pode perceber que o processo apresentou estabilidade em duas ocasiões: Janeiro e Março. Janeiro a instabilidade foi positiva, então a causa precisa ser analisada para entender o que influenciou no aumento, para que ocorra a padronização, e em Março a instabilidade foi negativa, portanto a causa deve ser analisada para que o problema não volte mais a acontecer. Referencia: http://www.ferramentasdaqualidade.org/ http://asq.org/learn-about-quality/quality-tools.html
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