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Ma tem áti ca Fi na nc eir a Au la 08 - Pr az o de R ec up er aç ão d e Ca pit al 67Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Aula Nº 8 – Prazo de Recuperação de Capital Objetivos desta Aula Quando um investidor planeja um investimento, uma das primeiras questões levantadas é: “em quanto tempo poderei recuperar meu investimento?” O objetivo desta aula é demonstrar o método payback e suas limitações para avaliação de investimentos e critérios de decisão. Tenha uma ótima aula! Introdução O Método do Prazo ou Período de Recuperação do Capital (PRC) ou PayBack consiste em determinar o número de períodos (geralmente em anos) necessários para que a empresa recupere o capital investido. Os administradores da empresa, de posse do resultado do método (número de períodos) e, com base nos riscos associados ao empreendimento sob análise, em seu tempo considerado aceitável para recuperação do investimento e sua posição financeira, decide pela aceitação ou não de determinado projeto. 1. APLICAÇÃO DE CONCEITOS Como a Starbucks Coffee consegue um payback “Expresso” por meio de um programa de treinamento de novos empregados Lawrence J. Gitman cita um exemplo muito interessante em seu livro Princípios de Administração Financeira (1997, p. 328): Ma tem áti ca Fi na nc eir a Au la 08 - Pr az o de R ec up er aç ão d e Ca pit al 68Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Howard Schultz transformou a Starvucks Coffee Company, com sede em Seatle, de uma simples torrefadora local de café em uma lucrativa revendedora nacional de $ 90 milhões de dólares. Sua estratégia baseia-se na crença de que cada dólar investido em seus empregados resultará em mais do que um dólar de lucro líquido. O treinamento de empregados é uma área que Schultz considera uma mina de ouro. 2. Cálculo do payback do investimento em treinamento Acrescenta Gitman: Normalmente, a empresa gasta 25 horas de treinamento em cada novo empregado antes de ele assumir o trabalho. Os treinandos freqüentam aulas em que são tratados assuntos específicos como “Conhecendo do Café 101”. Schultz estima gastar $ 1.000 para treinar cada funcionário. Todavia, as análises mostram que seus custos indiretos caíram 12,3% para 8%, em relação às vendas, após os programas de treinamento. Como a média de vendas semanais é de $ 350 por empregado, a economia semanal obtida com o treinamento é de $ 15,05 por empregado [(0,123 – 0,08) x $ 350]. A divisão do investimento, $ 1.000 pela economia semanal, resulta em um período de payback de 66,5 semanas. Na décima quinta semana do segundo ano seguinte ao treinamento, a empresa já recuperou os seus custos com treinamento de novos empregados. 3. Limitações do método O Payback, embora seja um método simples e amplamente utilizado por pequenos empresários, possui algumas limitações, como as seguintes: 1. Uma das principais deficiências desse método de avaliação de investimentos é o fato de não considerar o valor do dinheiro no tempo. Ma tem áti ca Fi na nc eir a Au la 08 - Pr az o de R ec up er aç ão d e Ca pit al 69Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 2.Não mede a lucratividade do investimento, preocupa-se somente com a liquidez da empresa. 3.O período considerado padrão para o retorno do investimento pode variar de acordo com critérios subjetivos, depende do projeto, da necessidade de liquidez da empresa ou do imediatismo do investidor. 4.Pode levar à classificação e seleção incorreta dos investimentos, visto que não considera a rentabilidade do investimento. Recomenda-se, portanto, que o método do Payback seja utilizado como o elemento complementar na tomada de decisão, nunca o principal norteador da decisão. Exemplo: O método consiste na soma das entradas de caixa até completar o valor do investimento. 4. Payback Descontado Para eliminar a principal limitação do método, pode-se calcular o valor presente das entradas de caixa antes de calcular o payback, com uma taxa de desconto considerada aceitável pela empresa. Ma tem áti ca Fi na nc eir a Au la 08 - Pr az o de R ec up er aç ão d e Ca pit al 70Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Com esse procedimento, pode-se ter um período de recuperação do investimento mais próximo da realidade, evitando excesso de otimismo e decisões equivocadas. Exemplo: Considerando o exemplo anterior, suponha, agora, que a taxa de desconto do fluxo de caixa seja de 5% ao ano. Devemos, então, calcular o valor presente de todas as entradas de caixa com essa taxa de desconto. 5. Comparações Considerando o Projeto A com valores nominais, o período de recuperação de capital é de 3 anos e, quando se descontam as entradas de caixa à taxa de 5% ao ano, esse período sobe para 3 anos e 8 meses. Considerando o Projeto B com valores nominais, o período de recuperação de capital é de 4 anos e, quando se descontam as entradas de caixa à taxa de 5% ao ano, esse período sobe para 4 anos e 11 meses. Quanto maior a taxa de desconto das entradas de caixa, maior será o período de recuperação de capital. Ma tem áti ca Fi na nc eir a Au la 08 - Pr az o de R ec up er aç ão d e Ca pit al 71Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Exercícios 1.Calcular o período de Payback de um investimento de R$ 100.000,00, que gera entradas de caixa de R$ 30.000,00 no 1o. ano, R$ 50.000,00 no 2o. ano, R$ 30.000,00 no 3o. ano, R$ 20.000,00 no 4o. ano e R$ 10.000,00 no 5o. ano. 2.Calcular o Payback descontado do mesmo projeto, considerando uma taxa de desconto de 8% ao ano. 6. Critérios de tomada de decisão • Se o Período de Payback for menor que o período definido como o máximo para o projeto se pagar, devemos aceitar o projeto. • Se o Período de Payback for maior que o período definido como o máximo para o projeto se pagar, devemos rejeitar o projeto. Síntese Nesta aula, você estudou o período de recuperação de capital, suas limitações, aplicações e critérios para tomada de decisões. Na próxima aula, estudaremos o Retorno Sobre Investimentos e variações de outros métodos de cálculo de retorno para a análise de investimento. Até a próxima aula. Referências GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Harbra, 1997. BRIGHAM, Eugene F.; HOUSTON, Joel F. Fundamentos da Moderna Administração Financeira. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
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