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Direito Administrativo II
Resumo para Provas
Mendonça Carvalho • nov 18, 2017
Direito Administrativo II Resumo para
Provas
Por Leonardo Lacerda e Revisão de
Guilherme Cruz
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
E SEUS AGENTES : A partir da evolução
cronológica (Teoria do Risco Integral –>
Teoria do Risco Administrativo
Previsível), predomina na atualidade
uma responsabilidade Objetiva do
Estado-Governo que em suas condutas
comissivas gera algum tipo de
lesividade passível de reparação pelo
simples nexo causal.
OBS: Nas condutas de natureza
omissiva, prevalece o entendimento de
que o Estado-Governo responderá
subjetivamente, ou seja, além do nexo
causal far-se-à necessária a
demonstração efetiva de culpa ou dolo.
Quanto às Entidades da Administração
Pública Indireta, caberá de forma
simples revisitar o que foi falado em
Administrativo I, quando da pretensa
responsabilização de pessoas jurídicas
de Direito Público.
Por outro lado, quando analisadas as
entidades tidas como pessoas jurídicas
de Direito Privado, caberá pormenorizar
a dedicação finalística em cada caso.
* No primeiro, estarão aquelas
executoras de Serviços Públicos que
por tal razão devem obediência a
Responsabilidade Objetiva do Art.37,
parágrafo 6º da CRFB, o qual terá
auxílio do Art.25 da Lei 8987/95 dadas
as situações de serviços públicos
concessionados.
Já no outro cenário, dadas as entidades
cuja a personalidade jurídica é de
Direito Privado, caberá observar
inicialmente a natureza de atuação em
cada caso, pois se executora de serviço
público, responde objetivamente porém
em sendo destinada ao exercício de
atividade empresarial econômica, ser-
lhe-á aplicada responsabilidade
subjetiva.
OBS: Deve-se estar atento para
aquelas entidades que, embora
destinadas a atividade econômica
restam por promover práticas danosas
advindas de relação de consumo o que
as coloca, excepcionalmente, em grau
de Responsabilidade Objetiva,
conforme Art.14 da Lei 8.078/90
(CPDC).
DELEGATÁRIOS : Considerados os
serviços públicos delegáveis e suas
respectivas entregas negociais aos
chamados Delegatários Privados de
Serviços Públicos incidirá
Responsabilidade Objetiva nas
condutas danosas, especificamente,
atinentes ao Serviço prestado, seja o
lesado usuário ou não.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
E EVOLUÇÃO QUALITATIVA DE SUAS
TEORIAS: Partindo dos ensinamentos
da trilogia filosófica do contrato social,
Locke, Rosseau e Hobbes, passou-se a
crer em um Estado plenamente
garantidor e, neste sentido, surge a
Teoria inaugural de Responsabilidade
denominada Teoria do Risco Integral.
Ocorre que, com as mudanças no perfil
do Estado-Governo em nossa realidade
pátria, o mesmo passa a relativizar seu
papel denominando-se um organismo
oni-ausente que dentro de uma
alegada Reserva do Possível,
funcionária enquanto garantidor, desta
forma, se alcança a realidade atual do
tema naquilo que se conhece por
Teoria do Risco Administrativo, ou seja,
caberá ao Poder Público responder não
mais por tudo, mas sim, por aquilo que
efetivamente estiver gerindo.
OBS: Embora consolidada a Teoria do
Risco Administrativo, há um
entendimento recente, através do qual
restará alargado, estendido o âmbito de
Responsabilização do Estado, dadas as
hipóteses em que se possa identificar
previsibilidade do potencial lesivo
quando efetivados os danos.
Ex: uma situação de furto e roubo de
veículos em determinada área, onde se
vier a ser algo previsível e notório, o
Estado já poderá responder de modo
Objetivo.
CRFB, Art.37, § 6º – As pessoas
jurídicas de direito público e as de
direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou
culpa. –> através deste artigo, vemos
que a administração pública direta e
indireta responde de modo objetivo
predominantemente em seus atos
comissivos (no que fazem).
Se forem entidades de Pessoa Jurídica
de Direito Privado, deveremos observar
se exerce atividade econômica (sendo
subjetiva) ou se prestam serviços
públicos (sendo objetiva).
O Delegatário de serviço público
(concessionário) responde
objetivamente desde que o evento
advenha do serviço prestado, se nada
tiver relacionado, não há como ser
alegado.
OBS: *Entretanto, de modo
excepcional, poderá responder de
modo subjetivo, conforme
entendimento do STJ e STF, aquele que
desenvolver atividade econômica.
Ex: O Banco do Brasil, pessoa jurídica
de direito privado, sociedade de
economia mista e o cliente, que sofreu
algum dano. Neste caso, bastará o
nexo causal, não será necessário culpa
e dolo, respondendo de modo objetivo
conforme Art.14 do CPDC.
As entidades tentam alegar que tem
consigo uma atividade núcleo como
atividade econômica, alegando o
Art.37, parágrafo 6º. Pois embora
exerçam atividade econômica o evento
núcleo se deu de modo danoso,
devendo responder objetivamente.
Ex: Conforme a Lei 8987/95 em seu
Art.25, vemos que esta vem a ser uma
Lei especial, aplicando-se perante o
princípio da Especialidade sobre o
Art.14 do CPDC, tendo como partida o
Art.37 parágrafo 6º seguindo até o
Art.25 da lei supracitada.
Enunciado/Informativo 331 do TST →
Foi alterada para responsabilidade
subsidiária.
Responsabilidade Civil do Estado por
ato omissivo : Diversamente disposto a
regra, as condutas lesivas advindas de
uma postura omissiva do Estado, bem
como seus delegatários, enquadra-se
em uma forma subjetiva quando da
pretenção reparatória, desta forma
deve-se transcender a simples
demonstração do nexo causal,
deixando claro a conduta culposa ou
mesmo dolosa do responsável. Neste
contexto, convém a leitura das
disposição legais da esfera privada a
respeito, qual sejam: Art. 185, 186 e
927 do CC/02.
****Intervenção do Estado na
Propriedade –> Informativo 523 do STJ.
Primeiramente, cabe atentar que bens
públicos e privados poderão sofrer com
as políticas volitadas para condutas
repressivas ou restritivas.
CF/88, Art. 5o, inciso XXII, na
protetividade da propriedade a
intenção era de que fosse de natureza
absoluta, porém ocorreu um
movimento de relativização, deste
modo devemos observar o Princípio da
Supremacia do Interesse Público. Nesta
diapasão, conseguimos perceber o
porquê desta relativização,
sobrepondo-se este princípio ao
interesse individual.
OBS: a propriedade deverá atender sua
função social.
Analisada a perspectiva relativa do
Direito de Propriedade,conforme Art.5º,
XXII da CF/88, pode-se afirmar
enquanto legítima a adoção do Estado,
bem como seus delegatários de
posturas interventivas a recair sobre
bens públicos ou privados, materiais ou
imateriais, imóveis, móveis ou
semoventes, para que possam restar
garantidos e assim atendidos os
objetos de interesse público, cabe dizer
que tais posturas advém da simples
materialidade de anseios coletivos ou
ainda no combate à efeitos nocivos
advindos do descumprimento da
função social.
Bases legais do Estudo: CF: Art.5º, XXII
ao XXV; 182; 184; 216; 243 (estudo da
EC 81/2014).
Decreto 3.365/41 – Rito Especial de
Desapropriação; Lei 4.132/62 ; LC
76/93 ;Lei 10.257/01 (Estatuto da
Cidade) ; Decreto-Lei 25/37 ; Lei
8987/95
OBS: Deve-se ter cautela nos
momentos em que o poder público
adota uma *conduta restritiva
interventiva, a qual exorbita a
razoabilidade, proporcionalidade
esperada, enquadrando-se
verdadeiramente no que se chama de
Supressão travestida de Restrição,
tornando viável dentro do prazo
quinquenal (com base no Decreto
3.365/41), uma pretensão reparatória
por força de Desapropriação Indireta.
Ex: Poder público edita uma Lei,
determinando que no rodízio de placas,
os carros com final de placa 1, não
poderão circular, neste momento,
ocorre uma limitação, entretanto, de
modo totalmente exorbitante, tirando o
direito de usufruir da propriedade,ocorrendo a já supramencionada
Supressão travestida de Restrição.
OBS: Vindo o poder público a promover
*conduta supressiva sem observar o
devido processo legal, caracterizando o
denominado esbulho possessório ou
administrativo, caberá ao lesado no
prazo decenal (a Sumula 119 do STJ
não está mais em aplicação, conforme
Informativo 523 do STJ) pugnar pela
devida reparação dada a
Desapropriação Indireta do bem.
A partir deste momento, passaremos a
observar hipóteses de Conduta
Restritiva Interventiva
1º TIPO — SERVIDÃO
ADMINISTRATIVA:
Art. 1.378. A servidão proporciona
utilidade para o prédio dominante, e
grava o prédio serviente, que pertence
a diverso dono, e constitui-se mediante
declaração expressa dos proprietários,
ou por testamento, e subseqüente
registro no Cartório de Registro de
Imóveis.
A partir da análise do instituto em sua
origem privada disposta no Artigo 1.378
do CC/02, poderá o Poder Público
afetar restritivamente determinado bem
público ou privado imóvel para assim
garantir questões de acessibilidade e
prestação de serviços públicos.
Segundo o STF, a servidão
administrativa não vem por força de Lei,
a exemplo do Artigo supracitado, a
servidão deverá afetar bem imóvel
determinado, minoritariamente,
entende que há a possibilidade desta
existir por advento de Lei.
POTENCIALIDADE DE INDENIZAÇÃO:
Embora seja de conhecimento que nas
posturas restritivas interventivas do
Estado não se opera, em regra,
enquanto viável pleitos indenizatórios,
excepcionalmente, e de forma anterior
à sua efetividade, se poderá conceber
pleito reparatório quando naquelas
servidões administrativas em que se
detecta uma efetividade técnica (como
no exemplo ao qual só saberemos
quando a colheita sair, podendo
antever o prejuízo causado) do prejuízo
em sede de lucros cessantes.
A servidão como todas as condutas
restritivas interventivas não enseja
indenização porém, há como exceder
esta regra se for demonstrado o Dano
Efetivo. Observando a fundo, se houver
um lucro cessante, o qual sabemos ser
acessório em a uma indenização,
poderemos ter uma estimativa deste.
**Em todas as outras condutas
restritivas interventivas quando enseja
indenização será devido ao dano
efetivo, que em todos os casos será
posterior, já no caso da Servidão
Administrativa, o Dano Efetivo poderá
ser anterior.
Ex: por conta de uma instalação da
empresa LIGHT, o cidadão perdeu 20
hectares dos 100 que possuía, quando
vier a colher (futuramente), certamente
este irá colher muito menos do que o
fazia, ademais de outros fatores como
o clima etc.
Assim, haverá o cálculo da indenização
anteriormente ao dano efetivo causado,
desde o momento em que foi
estabelecida esta Servidão
Administrativa da empresa de energia,
podendo se pugnar por pleito
indenizatório diante de uma estimativa
do lucro cessante.
Por fim, cabe ressaltar que a Servidão
tem um caráter permanente, ou seja, há
a possibilidade
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA POR
USUCAPIÃO : CC/02, Art. 1.379. O
exercício incontestado e contínuo de
uma servidão aparente, por dez anos,
nos termos do art. 1.242, autoriza o
interessado a registrá-la em seu nome
no Registro de Imóveis, valendo-lhe
como título a sentença que julgar
consumado a usucapião. –>
recordando que em relação aos bens
públicos não poderá ocorrer a
usucapião.
Parágrafo único. Se o possuidor não
tiver título, o prazo da usucapião será
de vinte anos.
Dada a leitura do Artigo
supramencionado, poderá o poder
público valer-se nos casos de servidão
administrativa sobre bens particulares
da usucapião especial ali descrita,
atendidas as condições legais e
procedimentais.
2º TIPO — REQUISIÇÃO
ADMINISTRATIVA:
Este tipo depende de um perigo público
e eminente, consoante Art.5º, XXV da
CRFB/88…
Art.5º, XV – no caso de iminente perigo
público, a autoridade competente
poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano; –> utilizou-se
a expressão “propriedade particular”
no intuito de evitar a requisição, por
exemplo, de hospitais.
Pela supremacia do interesse público, o
policial usufruindo do veículo de um
cidadão para perseguição e logo
devolver este bem móvel requisitado,
geralmente retirado na delegacia, não
gera indenização segundo
entendimento do STF, a não ser em
tempos de estado de sítio ou de
defesa.
Entretanto, caso essa fruição do bem
requisitado seja exacerbada, fora dos
limites necessários, fará jus o cidadão a
uma indenização. Deste modo, vemos
que ocorreu uma ofensa a
proporcionalidade, razoabilidade da
Supremacia do Interesse Público, a qual
exorbitou sua esfera.
OBS: PLEITO INDENIZATÓRIO NAS
REQUISIÇÕES
Para se pleitear reparação por dano
advindo de requisição faz-se
necessário que o evento lesivo ou a
situação de uso do bem ou serviço
requisitado exorbite a razoabilidade e
proporcionalidade trazida pela
Supremacia do Interesse Público em
cada caso. **Ver também a Lei
13.303/16.
Conforme trata no Art.5º, XXV da
CF/88, poderá o Poder Público
requisitar ante a situações de perigo
público iminente ou efetivo,
propriedade privada de bens e
serviços.
** É preciso que se diga, em regra,
qualquer pretenção requisitória sobre
bens públicos será tratada enquanto
mera cooperação administrativa.
Neste sentido, já se posicionou o STF
no MS 2595/DF (caso em que foi
analisado a pretensão requisitória
federal em face de 2 hospitais, Miguel
Couto e Souza Aguiar) excepcionando
a requisição em sede pública, tão
somente, se e quando atendidos os
procedimentos de Estado de Sítio e
Defesa, conforme Art. 136 e 139 da
CF/88.
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA X BENS
PÚBLICOS : Ainda que seja pacificado o
entendimento quanto a aplicabilidade
das requisições administrativas no
âmbito dos bens públicos, vale
comentar o entendimento do STF, no
sentido de que o máximo a se permitir
seria a fruição de bens públicos por
ente diverso da sua propriedade em se
tratando do estado de sítio ou defesa,
nos termos do Art.136 e 139 da
CRFB/88. Conforme ilustrado no
julgamento do MS 25.295/DF.
OCUPAÇÕES TEMPORÁRIAS : As
ocupações então previstas no Art.35 da
Lei 8987/95, cumprindo observar o
Art.36 do Decreto 3.365/41.
Art. 36. É permitida a ocupação
temporária, que será indenizada, ao
final, por ação própria, de terrenos não
edificados, vizinhos às obras e
necessários à sua realização.
Pensar nessa situação em áreas
urbanas é muito complicado. O STJ
interpretou a norma deste artigo da
seguinte forma: Onde se lê “terrenos
não edificados”, leia-se “terrenos
preferencialmente não edificados.”
No caso em que houver obra pública
em curso independentemente de sua
fase, será possível a aplicação das
chamadas ocupações temporárias com
o intuito de otimizar a bem do interesse
público as questões de armazenamento
e execução e logística em geral
daquela.
26/02/2018 2(18 PM
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