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Atitudes de um professor construtivista

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Atitudes de um professor construtivista 
 O construtivismo possui uma trabalhosa caracterização devido a sua 
complexidade. O construtivismo não é um método(algum receituário, onde se tem 
passos a serem executados), ele é uma forma de pôr em atividade a reflexão da prática 
docente, fazendo do professor um sujeito ativo de sua prática. 
 Pode se dizer que de certa forma existem diferentes modos de construtivismo, 
havendo inúmeras maneiras de caracterizá-lo, sendo que de certo modo elas tem alguma 
relação com os trabalhos desenvolvidos pelos seguintes autores: Piaget (1973), Ausubel, 
Vygotsky (1988) e outros pesquisadores e educadores. 
 Segundo Carretero(1993), pode-se destacar três vertentes, a primeira é "A 
aprendizagem é um empreendimento individual.", que é relacionado diretamente com os 
trabalhos de Piaget e Ausebel, nesta etapa destaca se a ênfase no indivíduo, valoriza se o 
desenvolvimento de estruturas lógicas ou cognitivistas. A principal característica dessa 
fase é a ênfase no indivíduo. 
 A segunda vertente é "Só é possível aprender com os outros.", destaca se o 
extremo oposto, o social. É basicamente proveniente das idéias de Vygotsky. Salienta a 
aprendizagem a partir do social, da cultura e da linguagem. Essa parte se aprofunda na 
compreensão da linguagem como manifestação cultural, destacando se que a 
aprendizagem ocorre essencialmente no meio cultural e lingüístico. 
 A terceira vertente é "Com os outros se aprende melhor.", nesta vertente há uma 
certa espécie de equilíbrio entre as duas vertentes anteriores, ressaltando se que 
aprender não é apenas uma atividade individual, mas mostra a valorização do sujeito 
dentro do aprender. Mostrando também que a aprendizagem não ocorre somente no 
social, mesmo sabendo da importância significativa da linguagem e cultura. Utilizando 
como base os resultados dos trabalhos, tanto dos teóricos da linha piagetiana quanto 
vygotskyana. 
 Na aplicação dos princípios piagetianos no ensino de ciências, destaca-se a 
identificação e a caracterização dos pensamentos concreto e formal. Aprender ciências 
de modo efetivo exige que os alunos tenham desenvolvido estruturas cognitivas do 
pensamento formal que, na concepção piagetiana, é o último estágio de 
desenvolvimento da inteligência. 
 Ao analisar as idéias de Piaget e Ausubel, averiguamos que, enquanto o primeiro 
prioriza o desenvolvimento de estruturas lógicas de caráter geral, Ausubel destaca 
estruturas cognitivas individualizadas, dependentes dos conteúdos e do contexto 
concreto. Em Piaget, destacam-se estruturas intelectuais utilizadas como ferramentas de 
apreensão da realidade; em Ausubel, salientam-se estruturas cognitivas e conceituais 
que, de alguma forma, se distinguem de indivíduo para indivíduo e que se constituem 
em ponto de partida para novas aprendizagens. Em Ausubel há maior ênfase na 
aprendizagem de conteúdos formais. 
 A partir da teoria de Ausubel surge todo um esforço de identificação de 
estruturas cognitivas dos alunos, com a expectativa de que o conhecimento das 
concepções dos alunos possibilitaria a organização de um ensino mais voltado para 
aprendizagens novas e significativas dos alunos. 
 É simples notar o deslocamento do centro do processo de aprendizagem do 
indivíduo para o grupo social. Ao mesmo tempo em Piaget o processo se inicia no 
indivíduo e, futuramente, se socializa, em Vygotsky o movimento se dá no sentido 
inverso, tendo seu começo no discurso social para depois ocorrer o processo de 
individualização. Na concepção vygotskyana as possibilidades de avanço individual são 
limitadas pelo avanço cognitivo do grupo social de que o sujeito faz parte. Porém, aí 
entra a escola como possibilidade de progresso. 
 Defende se que o construtivismo é uma estrutura epistemológica que 
compreende que o conhecimento provém da interação do sujeito com a realidade ou 
desta com o sujeito, seja ela a realidade social, cultural ou física. O processo de 
construção ocorre em conjunto com os outros. Adotar uma postura construtivista é 
superar a epistemologia empirista e inatista. E entender que a forma como o 
conhecimento é aprendido não pode ser explicada apenas pelas condições do ambiente, 
nem só pelos atributos do sujeito que aprende. É compreender que o conhecimento deve 
ser construído pelo sujeito através de sua interação com o ambiente físico e cultural. 
 O professor que adota uma epistemologia construtivista concebe o aluno como 
construtor ativo de significados. Ele cria teorias sobre essa epistemologia e com base 
nelas atua, nas quais podem tanto surgir da interação do indivíduo com o meio como, e 
talvez principalmente, da cultura em que está imerso. Muitos de nossos conceitos 
construímos a partir da linguagem e do meio cultural. 
 Para que o professor de ciências possa ser construtivista ele deve conhecer e 
dominar a teoria construtivista, e também necessita ter condições para por em prática 
sua teoria. Sendo que o domínio da teoria construtivista é sempre incompleto, de certa 
forma podemos afirmar que há limites ao ser construtivista, mas isto não é um 
empecilho para que o professor não possa exercer sua teoria. Por em prática as teoria 
construtivistas é um passo bem complexo, exige uma dedicação especial do professor. 
 Podemos destacar algumas atitudes de um professor construtivista como: Atitude 
pesquisadora(o professor tem que ser um pesquisador de sua prática docente e de seus 
alunos, analisando o conhecimento prévio de seus alunos), atitude questionadora(deve 
se desafiar os alunos para construírem conhecimentos novos, ter uma atitude 
questionadora e ser capaz de mediar a construção de um conhecimento), 
flexibilidade(ser flexível e adaptar-se constantemente), mediação(proposta pelo 
professor, possibilitando o avanço do conhecimento), problematização(problemas 
significativos para os alunos), interdisciplinaridade, diálogo. 
 Provavelmente existem professores que praticam o construtivismo. Mesmo 
assim não é fácil de entender e colocar em prática o construtivismo no ensino de 
ciências. Este é um árduo e extenso processo com relação a tentativa de superar o 
empirismo. Em síntese é possível ser construtivista no ensino de ciências, mesmo 
sabendo das dificuldades de realizar tal atividade.

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