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Slides2 Obrigações propter rem e posse

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Obrigações 
propter rem
Prof.ª Rosângela Mitchell 
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Trata-se de instituto híbrido, localizado entre os direitos reais e os obrigacionais, assimilando características de ambos.
Também são conhecidas como obrigações mistas ou ambulatoriais.
Caracteriza-se como obrigação decorrente da titularidade de determinado real, podendo ser de natureza positiva ou negativa (ex: taxa condominial, direitos de vizinhança, etc).
Conceito
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Da posse
Prof.ª Rosângela Mitchell 
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CC, Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
É uma relação da pessoa com a coisa, mas o vínculo é meramente fático.
A sua natureza jurídica é bastante discutida, podendo ser apresentada como a de um direito intermediário, entre os direitos reais e os obrigacionais.
Conceito
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Enunciado 492 (V Jornada do CJF)
A posse constitui direito autônomo em relação à propriedade e deve expressar o aproveitamento dos bens para o alcance de interesses existenciais, econômicos e sociais merecedores de tutela.
Enunciado 492
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1) Teoria Clássica (subjetiva) de Savigny
POSSE = CORPUS + ANIMUS DOMINI
	Corpus: poder físico ou de disponibilidade sobre a coisa.
	Animus: intenção de ter a coisa para si, de exercer o direito de propriedade.
DETENÇÃO = CORPUS
Teorias
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2) Teoria Objetiva de Ihering
POSSE = CORPUS
	Corpus: relação entre o proprietário e a coisa, independentemente de manifestação volitiva do possuidor.
DETENÇÃO = CORPUS
	Para Ihering, posse e detenção têm os mesmos requisitos.
Teorias
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O código civil adotou, em regra, a teoria objetiva de Ihering.
Usucapião Especial Rural
Todo aquele que, não sendo proprietário rural nem urbano, possuir como sua, por 5 (cinco) anos ininterruptos, sem oposição, área rural contínua, não excedente de 25 (vinte e cinco) hectares, e a houver tornado produtiva com seu trabalho e nela tiver sua morada, adquirir-lhe-á o domínio, independentemente de justo título e boa-fé, podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para transcrição no Registro de Imóveis.
Teoria adotada pelo CC/02
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1) Direta e Indireta
CC, Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Desdobramento da Posse
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Enunciado 76 (I Jornada de Direito Civil)
O possuidor direto tem direito de defender a sua posse contra o indireto, e este, contra aquele.
Enunciado 76 
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Detenção 
CC, Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Posse ≠ Detenção
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2.1) Situações jurídicas de detenção
a) Fâmulo da posse – Possui relação com a coisa em nome do dono ou do verdadeiro possuidor.
b) Permissão – Possui relação com a coisa em virtude de permissão do dono ou verdadeiro possuidor.
CC, Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância (...)
Detenção
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c) Aquisição por ato violento ou clandestino – 
CC, Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
d) Aquisição de forma precária – manutenção da posse após término do contrato.
e) Coisa não passível de ser possuída – Bens públicos
Detenção
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Enunciado 493 (V Jornada do Direito Civil)
O detentor (art. 1.198 do Código Civil) pode, no interesse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu poder.
Enunciado 493
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Mesmo com a doutrina afirmando em sentido contrário, o STJ acabou decidindo a matéria sobre posse em bens públicos e afirma, categoricamente, não existir posse sobre tais bens, somente mera detenção tolerada pelo ente público. Neste sentido o Recurso Especial 489.732-DF, julgado em 5 de Maio de 2005, sendo relator o Min. Barros Monteiro, segue a ementa:
Posse de bens públicos
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MANUTENÇÃO DE POSSE. OCUPAÇÃO DE ÁREA PÚBLICA, ADMINISTRADA PELA “TERRACAP – COMPANHIA IMOBILIÁRIA DE BRASÍLIA”. INADMISSIBILIDADE DA PROTEÇÃO POSSESSÓRIA. – A ocupação de bem público não passa de simples detenção, caso em que se afigura inadmissível o pleito de proteção possessória contra o órgão público. – Não induzem posse os atos de mera tolerância (art. 497 do Código Civil/1916). Precedentes do STJ. Recurso especial conhecido e provido.
Posse de bens públicos
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CC, Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
Conversão Detenção/Posse
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Enunciado nº 301, (4ª Jornada de Direito Civil)
É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios.
Enunciado 301
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