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Slide Aula 2 Supervisão e Orientação Pedagógica

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SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Perspectiva histórica e política da Supervisão e 
Orientação Pedagógica
Perspectiva histórica e política da Supervisão e Orientação Pedagógica – AULA2
SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Conteúdo Programático desta aula
- O processo histórico de
construção da profissão do
Supervisor Pedagógico;
- Diferentes papeis da função
do Supervisor Pedagógico
desde o Brasil Colônia
- ;
- Movimentação da função do
supervisor em direção à
constituição de uma
identidade crítica, política e
social.
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SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Perspectiva histórica e política da Supervisão e 
Orientação Pedagógica
Saviani (2008) faz o histórico da Supervisão Pedagógica:
- Comunidades primitivas - lá a educação
coincidia com a vida, os adultos educavam de forma
indireta, por meio de uma vigilância discreta,
protegendo e orientando as crianças pelo exemplo
e, algumas vezes, com palavras, em resumo,
supervisionando-as.
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SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
- Período antigo e medieval
- a escola se constituía por
uma estrutura simples e
limitada na relação dos
mestres com os discípulos,
desta forma não se põe
ainda, a função supervisora.
O mestre realizava por
inteiro o trabalho de
formação de seus
discípulos.
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SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Atenção:
Essa constatação não significa que a função
supervisora não se fazia presente. Ela acontecia,
claramente, na ação do mestre através do controle,
conformação, fiscalização e, até mesmo de coerção,
expressa nas punições e castigos físicos (A função
supervisora na Grécia, era encontrada na figura do
pedagogo – escravo que tomava conta das crianças e
os conduzia até o mestre – sua função era vigiar,
controlar, supervisionar todos os atos das crianças).
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SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
A função supervisora também se fazia presente na
educação dos trabalhadores (escravos) por
intermédio do intendente ou capataz.
- Período Moderno (transformações) - inclusive
com a incorporação da ciência ao processo
produtivo; passa a haver necessidade de
generalização da escola.
- A cultura não é mais produzida de modo
espontâneo e sim de forma liberada e sistemática.
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SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Com o processo de institucionalização da educação,
já começa a se esboçar a idéia de supervisão
pedagógica que se evidencia na organização da
instrução pública (séculos XVI e XVII).
Construção histórica da profissão do 
Supervisor Pedagógico no Brasil
# Jesuítas (1549) - somente após a morte do Padre
Manoel de Nóbrega (1570), passam a adotar um plano
de estudos chamado Ratio Studiorum (linhas mestras
da organização didática, sublinhando o espírito que
deveria animar toda a atividade pedagógica da ordem).
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SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Percebe-se a presença da ideia de supervisão,
quando se prevê a figura do Prefeito de Estudos,
cujas funções são reguladas por trinta regras.
Vejamos as mais específicas relacionadas à supervisão:
Regra nº 1 – Estabelece que é dever do Prefeito, 
organizar os estudos, orientar e dirigir as aulas;
Regra nº 5 – Que o Prefeito se incumba de lembrar 
aos professores que devem explicar toda a matéria 
de modo a esgotar toda a programação;
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Regra nº 17 – Se refere à função do Prefeito de
Estudos em ouvir e observar os professores e, de vez
em quando, assistir suas aulas e também ler os
apontamentos dos alunos.
# Reforma Pombalina - expulsão dos jesuítas do
Brasil e extinção do seu sistema de ensino, desta
forma, diluiu o caráter orgânico da função supervisora,
O Alvará de 28 de junho de 1759, que expulsou os
jesuítas, previa a criação do cargo de Diretor Geral
dos Estudos, assim como a designação de
comissários, em cada local, para fazer o
levantamento do estado das escolas.
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Nesse sentido a idéia de
supervisão englobava os aspectos
políticos-administrativos na figura
do Diretor Geral e a direção,
fiscalização, coordenação e
orientação do ensino aos
comissários ou Comissão de
Diretores de Estudos sempre sob a
orientação do Diretor Geral.
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# Império (Independência do Brasil) - a Lei Geral de
1827 instituiu as escolas de primeiras letras.
O artigo 5º da lei determinava o estudo a partir do
“Método de Ensino Mútuo” (Trabalhava-se com
monitores, que eram alunos em estágios mais
“avançados” de aprendizagem que ensinavam outros
alunos mais novos ou em estágios menos
“avançados”.
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Os monitores, escolhidos pelos mestres, recebiam
instrução à parte (Neves, 2003).
Nesse método o professor
absorve a função de docência
e também de supervisão, pois
instruía e supervisionava os
instrutores nas atividades do
ensino.
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# Período da Regência - em 1834 o Ato Adicional faz
a descentralização da educação, cada província
passa a ser responsável por sua própria educação.
Naquele momento o ministro do Império reclamava a
necessidade da criação do cargo de Inspetor de
Estudos.
Em seu relatório fica declarada a situação deplorável
das escolas e ele mesmo adverte: ”(...) um desses
remédios teria sido o estabelecimento de uma
supervisão permanente.” (Saviani, 2008, p. 23).
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# Reforma Couto Ferraz (1854) - estabeleceu como
missão do Inspetor, supervisionar todas as escolas.
Também cabia ao Inspetor Geral presidir os exames
dos professores e lhes conferir os diplomas, autorizar
a abertura de escolas particulares e também fazer a
correção dos livros.
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Nesse período coloca-se em pauta a questão da
organização de um sistema nacional de educação e,
nesse contexto, a idéia de supervisão vai ganhando
contornos mais nítidos; passa a existir a necessidade
de organização dos serviços educacionais,
apontando para dois requisitos:
- A organização administrativo-pedagógica do 
sistema;
- A organização das escolas na forma de grupos 
escolares.
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# Instituição do Conselho Superior da Instrução
Pública (1892) - com ele a dominância de atribuições 
burocráticas em detrimento das técnicos-
pedagógicas, nas funções do Inspetor.
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# Reforma nos Estados (Pernambuco) - em 1928 a
reforma proposta por Carneiro Leão afirma a
prioridadeda criação de uma diretoria técnica para a
educação.
Para ele estava na hora do
Estado romper com os
moldes que confundiam a
parte técnica com a parte
administrativa da educação.
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Essa separação é a condição para o surgimento da
figura do supervisor distinta do diretor e também do
inspetor.
Para o diretor coube a parte administrativa e e ao
supervisor a parte técnica da educação.
# Reforma Francisco Campos (1931) - se referia às
tarefas de acompanhamento pedagógico, porém, elas
foram atribuídas ao Inspetor Escolar.
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# Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova
(1932) - formulou um plano conjunto para
reconstrução educacional no país; é nesse contexto
de maior valorização dos meios na organização dos
serviços educacionais, que ganham relevância os
técnicos, também chamados de especialistas em
educação, entre eles, o supervisor.
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Década de 60 - o Parecer nº 252/1969 reformulou o
curso de Pedagogia e buscou especializar o educador
diferenciando suas funções e denominando-as
habilitações.
Foram previstas quatro habilitações na área técnica,
sendo elas:
- administração;
- inspeção;
- supervisão;
- orientação.
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O anseio da pedagogia tecnicista que se instalou na
década de 60, era garantir a eficiência e a
produtividade do processo educativo (aplicação da
taylorização ao trabalho pedagógico (Saviani, 1991, p.
82).
A nova estrutura do curso de Pedagogia abria a
perspectiva de profissionalização da Supervisão
Pedagógica. Segundo Saviani (2008), são dois os
requisitos fundamentais para se caracterizar uma
atividade como profissão:
- Necessidade social; - Identidade própria.
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# LDB de 1971 - oficializou a
profissão do Supervisor
pedagógico, porém, foram
surgindo questionamentos no
sentido de desmascarar a
pretensa neutralidade com que
se buscava justificar o caráter
técnico da educação, centrado
na diversidade de habilitações
pedagógicas, em detrimento
de sua dimensão política.
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SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para Saviani (1999, p. 106) “(...) a função do
supervisor é uma função precipuamente política e
não principalmente técnica.” Para o autor, quanto
mais ela se apresenta com caráter técnico, tanto
mais ela é eficaz na defesa dos interesses
socialmente dominantes.
A questão da identidade
do Supervisor Pedagógico
continua em discussão.
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SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
O desafio que se coloca, hoje, para a
Supervisão pedagógica, vai além do
contexto pedagógico, pois se espera que o
trabalho educativo contribua para
desenvolvimento da consciência
necessária à transformação das relações
sociais, cuja necessidade alcança a esfera
planetária.
O desafio que se coloca, hoje, para a
Supervisão pedagógica, vai além do
contexto pedagógico, pois se espera que o
trabalho educativo contribua para
desenvolvimento da consciência
necessária à transformação das relações
sociais, cuja necessidade alcança a esfera
planetária.

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