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CCJ0036-WL-D-AMMA-14-Homologação de Sentença Estrangeira

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II.
Aula 14 – RELATIVIZAÇÃO DA COISA 
JULGADA E AÇÃO RESCISÓRIA.
AULA14
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
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RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA.
A coisa julgada sempre foi relativa, eis que há muito é
possível o emprego da ação rescisória. No entanto, observa-se
que a jurisprudência do STF e do STJ vêm alargando as
hipóteses de relativização, principalmente nas demandas de
investigação de paternidade.
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AÇÃO RESCISÓRIA: CONCEITO.
Segundo a lição do JOSÉ CARLOS BARBOSA MOREIRA, a ação
rescisória pode ser conceituada como “a ação por meio da
qual se pede a desconstituição de sentença trânsita em
julgado, com eventual re-julgamento, a seguir, da matéria
nela julgada”.
O seu objetivo é reconhecer que o processo primitivo padece
de um vício chamado rescindibilidade. Há, porém, uma
hipótese que permite a discussão de prova (art. 485, inciso
VII, CPC).
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A primeira (iudicium rescindens ou juízo rescidente) ocorre
em todas e é a ocasião em que a sentença definitiva (e
eventualmente até outros atos processuais) poderá ser
desconstituída. Na segunda etapa (iudicium rescissorium),
que pode não ocorrer em todas as ações rescisórias, é quando
ocorrerá o novo julgamento do processo primitivo.
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PRESSUPOSTOS PARA A RESCISÃO.
A doutrina comumente aponta alguns pressupostos para a
ação rescisória.
a) O primeiro é de ordem subjetiva (legitimidade das partes),
sendo tratado no art. 487 do CPC.
b) O segundo seria o ajuizamento dentro do prazo de 2 anos
que se iniciam a partir do trânsito em julgado (art. 495, CPC).
Súmula 401/STJ: “O prazo decadencial da ação rescisória
só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do
último pronunciamento judicial.” (09 de outubro de 2009)
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c) O terceiro pressuposto seria a ocorrência do trânsito em
julgado da sentença de mérito proferida (art. 485, CPC).
Também deve ser mencionado que as sentenças terminativas
não fazem coisa julgada material (mas apenas formal),
razão pela qual não impedem que a parte renove a
propositura da ação (art. 268, CPC), o que é indicativo de
que as mesmas não podem ser objeto de ação rescisória.
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PROCEDIMENTO: A PETIÇÃO INICIAL E O
DEPÓSITO.
A petição inicial deve ser elaborada com
observância dos requisitos essenciais do
art. 282 do CPC (art. 488, CPC), devendo
ainda:
a) cumular ao pedido de rescisão, se for
o caso, o de novo julgamento da
causa;
b) depositar a quantia de 5% sobre o
valor da causa. Do contrário, deverá
o juiz determinar que o autor
emende a inicial sob pena de
indeferimento da mesma (art. 295,
CPC).
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A COMPETÊNCIA.
Trata-se de procedimento de competência originária dos
tribunais, sendo seu julgamento em única instância. De
acordo com a lição de VICENTE GRECO FILHO “se se trata de
rescisão de sentença, é competente o órgão do tribunal que
seria competente para o julgamento da apelação que
poderia ter sido interposta; se a rescisão é de acórdão, é
competente o próprio tribunal que o proferiu, com
alteração, se for o caso, do órgão interno julgador, segundo
as regras de organização judiciária”.
Por esta razão é que compete ao próprio STF processar e
julgar as ações rescisórias de seus próprios julgados (art.
102, I, alínea j da CRFB-88). Idem em relação ao STJ (art.
105, I, alínea e, da crfb-88).
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O DESPACHO LIMINAR DE CONTEÚDO POSITIVO.
O denominado “despacho liminar de conteúdo positivo”,
que nada mais é do que o tradicional “cite-se”, possui
natureza jurídica de despacho para a maior parte da
doutrina e, como tal, é irrecorrível (art. 504, CPC). Nele, o
Relator irá fixar o prazo para o demandado responder a
ação rescisória entre 15 e 30 dias (art. 491, CPC). Vale
dizer que, na resposta, o demandado poderá defender-se
amplamente, tanto por meio de contestação, exceção
como reconvenção.
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AÇÃO RESCISÓRIA E SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO.
A redação anterior do art. 489 esclarecia que a mera
propositura de ação rescisória não tem o condão de
suspender a execução da sentença proferida, o que
justificava o entendimento tradicional que concluía pela
“insuspensividade” da execução. É o que se encontra
refletido, por sinal, do Verbete nº 234 da Súmula do antigo
Tribunal Federal de Recursos, de onde se extrai que: “é
inadmissível medida cautelar para impedir os efeitos da
coisa julgada”.
No entanto, o art. 489 recebeu nova redação em virtude do
advento da Lei nº 11.280/06.
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PROCEDIMENTO ULTERIOR.
O Ministério Público deve intervir obrigatoriamente na ação
rescisória.
Se houver necessidade de se produzir prova, será expedida
carta de ordem, delegando o relator competência ao
magistrado lotado no foro onde a mesma deverá ser
produzida. É possível, também, que mais de um foro receba
este delegação, se assim as circunstâncias exigirem (ex.: nos
casos de facilidade de colheita de prova).
Após a colheita das provas poderão as partes apresentar
alegações finais, no prazo de 10 dias sucessivos. Depois os
autos seguirão para julgamento.
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DESTINO DO DEPÓSITO. RECURSOS.
Se a pretensão manifestada na ação rescisória for acolhida, o
depósito será restituído ao autor (art. 494, primeira parte,
CPC). Do contrário, o depósito será revertido ao demandado,
que ainda terá o direito de executar o reembolso das custas e
dos honorários advocatícios (art. 494, parte final, CPC).
Contra o acórdão que julgar a ação rescisória somente se
admitem embargos de declaração, embargos infringentes
(dependendo do resultado), recurso extraordinário e recurso
especial. A doutrina admite, ainda, a possibilidade do manejo
de ação rescisória contra acórdão que julgou ação rescisória,
mas neste caso não se trata de recurso e sim de ação
autônoma de impugnação.
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EXERCÍCIOS
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1ª Questão.
Clara moveu ação declaratória de paternidade em face de
Maurício, cuja sentença foi de procedência, tendo sido
realizado o necessário e adequado “exame de DNA”,
comprovando a alegação da autora. Posteriormente ao
trânsito em julgado da decisão em questão, foi proposta ação
de alimentos, fundada na paternidade. Seguindo a teoria dos
limites objetivos da coisa julgada, do direito brasileiro:
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Indaga-se:
a) qual deve ser o conteúdo da parte dispositiva da sentença
a ser proferida na 2ª ação, narrada no caso concreto?
Justifique.
b) Não fosse proferida decisão com tal conteúdo, haveria
desrespeito à coisa julgada e, por conseguinte, caberia ação
rescisória? Justifique.
c) Caberia ação rescisória, neste caso, também por outro
fundamento presente no art. 485, CPC? Justifique.
d) Esclareça, hipoteticamente, se eventual erro ou ausência
do “exame de DNA” em ação declaratória de paternidade
seria um fundamento à relativização da correspondente coisa
julgada (formada no respectivo processo). Justifique.
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2ª Questão.
Quanto à ação rescisória, é possível afirmar em relação ao
prazo de resposta:
a) Seu prazo é considerado como “judicial” e não, “legal”,
como presente, por exemplo, no art. 297, CPC;
b) Contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça de
determinado Estado da Federação, cabe ação rescisória, que
será julgada pelo STJ;
c) Em ação rescisória, não é cabível antecipação de tutela,
em razão da presunção de legitimidade inerente à coisa
julgada material;
d) É cabível ação rescisória contra sentenças terminativas e
definitivas.
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E chegamos ao fim da aula... 
Bibliografia: HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Curso de 
Direito Processual Civil. Vols. II e III – Processo de 
Conhecimento e Recursos Cíveis.Ed. Impetus. 
www.rodolfohartmann.com.br

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