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Manejo Nutricional do Transplantado Pré-Tx Pós-Tx Imediato Pós-Tx Tardio NUTRIÇÃO E TRANSPLANTE RENAL PRÉ-TRANSPLANTE RENAL • Desnutrição • Dislipidemia aterosclerose • Metabolismo alterado do Ca, PO4 e vitamina D doença óssea • Anemia • Intolerância à glicose • Obesidade • Resposta imunológica alterada PÓS-TRANSPLANTE IMEDIATO Estresse metabólico da cirurgia Altas doses de imunossupressores Catabolismo proteico ( gliconeogênese) Síntese proteica Intolerância à glicose (hiperglicemia) Hiperlipidemia Hipertensão Distúrbio hidroeletrolítico PÓS-TRANSPLANTE IMEDIATO Recomendações Nutricionais Calorias 30-35 kcal/kg/dia Proteínas 1,3-1,5 g/kg/dia Carboidratos 1 g/kg/dia ou 50% das kcal Lipídeos 30-35% das kcal PÓS-TX IMEDIATO e REJEIÇÃO AGUDA PÓS-TRANSPLANTE TARDIO Problemas • Desnutrição? • Obesidade • Hiperlipidemia aterosclerose • Hipertensão • Diabetes induzida por esteróide • Osteoporose DESNUTRIÇÃO PÓS-TX RENAL PREVALÊNCIA • n = 452; período: 6-180 meses pós-tx IMC<21 (n=47): pregas e circunferência do braço, albumina, colesterol, hematócrito = 11 desnutridos e 20 não desnutridos Desnutrição: • Relação significativa com falência do enxerto e co-morbidade • Mais em mulheres IMC<21 kg/m2 IMC=21-25 kg/m2 IMC>25 kg/m2 15% 45% 40% Djukanovic et al, Nephrol Dial Transpl, 18(S5), 2003 OBESIDADE E TX RENAL Candidatos • PACIENTES OBESOS NÃO DEVERIAM, DE FORMA ALGUMA, SER TRANSPLANTADOS Halme et al, Transpl Int, 10, 1997 • PACIENTES OBESOS DEVERIAM SER TRANSPLANTADOS SOMENTE APÓS REDUÇÃO SIGNIFICATIVA DE PESO Holley et al, Transplantation, 49, 1990 Blumke et al, Transplant Proc, 25, 1993 Gill et al, Transplant Proc, 25, 1993 Pirsch et al, Transplantation, 59, 1995 Modlin et al, Transplantation, 64, 1997 Meier Kriesche et al, Transplantation, 68, 1999 Schwarznau et al, Transplant Proc, 40, 2008 (somente se IMC<25) Johnson et al, Transplantation, 74(5), 2002 RISCOS DA OBESIDADE NO PÓS-TX Imediato Variável (%) Obeso Não Obeso p n 59 (12%) 434 (88%) Abertura superficial da ferida 14% 4% <0,01 Deiscência da ferida 3% 0% <0,01 Infecção da ferida 15% 8% NS Episódios de rejeição aguda 42% 35% NS Complicações gerais P.O. 24% 14% NS Obesos: 30-38,8 kg/m2 OBESIDADE E SOBREVIDA Três Anos Chertow et al, J Renal Nutr, 6, 1996 131 Centros, 1987 a 1991; somente tx com doador cadáver HOMENS (n=16.110) Sobrevida Paciente Sobrevida Enxerto MULHERES (n=10.447) Sobrevida Paciente Sobrevida Enxerto <18 kg/m2 82%* 65% <18 kg/m2 88% 69% 18-21 84% 65% 18-21 89% 70% 21-24 86% 69% 21-24 87% 69% 24-27 86% 69% 24-27 89% 68% 27-30 85% 66%* 27-30 88% 69% 30-33 84% 63%* 30-33 86% 66%* >33 83% 61%* >33 86% 61%* *p<0,005 Howard et al, Transplantation, 73(1), 2002 OBESIDADE E SOBREVIDA Cinco Anos IMC (kg/m2) <25 (n=457) 25-<30 (n=278) 30 (n=98) p Doador Cadáver Sobrevida Enxerto 74% 78% 75% NS Sobrevida Paciente 85% 83% 81% NS Doador Vivo Sobrevida Enxerto Sobrevida Paciente 85% 96% 89% 91% 86% 100% NS NS Retrospectivo inicial: 1990-1999 Johnson et al, Transplantation, 74(5), 2002 OBESIDADE E SOBREVIDA Cinco Anos Sobrevida Obeso Não Obeso p n 59 (12%) 434 (88%) ENXERTO 83% 84% NS PACIENTE 91% 91% NS Retrospectivo inicial: 1994-2000 Rettkowshi et al, Transplant Proc, 39(5), 2007 IMC INICIAL E SOBREVIDA DO ENXERTO Um Ano Retrospectivo de 5 a 12,5 anos n = 224 Grupo inteiro: IMC não influenciou na perda do enxerto após 1 ano (RR = 0,97/unidade do IMC) Subgrupos: *IMC mais baixo (<23) versus ≥23 kg/m2: ↑RR em 1,85 p/ perda do enxerto em 1 ano (p=0,03) Schwarznau et al, Transplant Proc, 40(4), 2008 OBESIDADE E SOBREVIDA DO ENXERTO Um Ano IMC>25 IMC<25 p n 25 (30,8%) 56 (69,2%) Perda do Enxerto 6 (24%) 3 (5,3%) 0,001 Retrospectivo inicial: 2000-2004 n = 81 *Análise adicional: benefício do pareamento no IMC do doador e do receptor 20 21 22 23 24 25 In icial 12 m 24 m 36 m 48 m m e s e s p ó s - Tx B M I (K g/ m 2 ) p < 0,05 em relação ao inicial Martins, C et al. HUEC, 1994 n = 142 EVOLUÇÃO DO PESO PÓS-TX RENAL Johnson et al. Transplantation, 56, 1993 GANHO DE PESO PÓS-TRANSPLANTE INCIDÊNCIA GANHO DE PESO GANHO DE PESO P > 10% < 10% AVC 3/57 4/45 NS INFARTO DO MIOCÁRDIO 4/57 0/45 0,008 EMBOLIA PULMONAR/TROMBOSE VENOSA 8/57 7/45 NS NECROSE AVASCULAR 3/57 1/45 NS DIABETES INDUZIDA POR ESTERÓIDE 11/57 3/45 NS HIPERTENSÃO (± DP) 1,97 ± 1,3 1,75 ± 1,2 NS COLESTEROL (mg/dL ± DP) • Pré-Tx (n = 44) 227 ± 69 221 ± 48 NS • Pós-Tx 1 ano (n=61) 261 ± 69 219 ± 60 0,02 • Pós-Tx 5 anos (n=77) 250 ± 61 222 ± 51 0,03 TRIGLICERÍDEOS (mg/dL ± DP) • Pré-Tx (n=35) 164 ± 85 167 ± 72 NS • Pós-Tx 1 ano (n=53) 277 ± 270 159 ± 79 0,02 • Pós-Tx 5 anos (n=73) 328 ± 373 193 ± 132 0,03 OBESIDADE E SOBREVIDA Transplante vs Diálise Tx Doador CADÁVER Tx Doador VIVO Lista de Espera DIÁLISE OBESOS 3,3 (n=1.718) 1,9 (n=552) 6,6 (n=7.443) NÃO OBESOS 2,8 (n=4.795) 1,3 (n=528) 6,3 (n=23.219) NS entre Obesos e Não Obesos *p<0,0001 para ambos, comparados com doador cadáver e vivo Incidência de Mortalidade (por 100 pacientes/ano) Glanton et al, Kidney Int, 63, 2003 Dados de 1995 a 1999 Obesos: IMC 30 kg/m2 OBESIDADE, DIÁLISE E MORTALIDADE ESTUDO n - TEMPO MÉTODO RESULTADO Wolfe et al. AJKD, 2000 9.165 – 2 a USRDS P, IMC Melhor sobrevida com sobrepeso ou obesidade Leavey et al. Nephrol Dial Transpl, 16, 2001 DOPPS 9.714 – 4 a Prospectivo IMC Mortalidade c/ IMC alto, mesmo em obesos Port et al. J Am Soc Nephrol. 13, 2002 45.967 IMC Mortalidade c/ IMC alto Kopple et al. Kidney Int, 62, 2002 12.965 – 1 a P, P/A Mortalidade c/ sobrepeso Lowrie et al. Kidney Int, 62, 2002 43.334 P, P/A, SC, IMC Mortalidade c/ massa corporal alta Stack et al. Kidney Int, 65, 2004 134.728 (HD vs DP) – 2 a IMC HD: menor RR de morte c/ IMC>30 Johansen et al. Am J Clin Nutr, 80, 2004 418.055 – 5a 90%HD IMC IMC >37 no início da diálise: mortalidade em 20%,comparado com 22-24,9, exceto p/ asiáticos Kalantar-Zadeh et al. Am J Kidney Dis, 46(3), 2005 54.535 2 a IMC Mortalidade, mesmo em obesidade mórbida (IMC>45) REDUÇÃO DA GORDURA CORPORAL E RISCO DE MORTE EM DIÁLISE Ajustes p/ demografia, comorbidade, tempo e dose de diálise Ajustes adicionais p/ massa muscular (CMB e creatinina sérica) Ajustes adicionais p/ inflamação (PCR, IL- 6 e TNF-) Perda de gordura corporal ( - 1% em 6 meses) 1,98 2,03 2,06 p 0,04 0,04 0,04 Sem mudança na gordura corporal (-1% a 1%) 1,51 1,49 1,51 p NS NS NS Ganho de gordura corporal (1% em 6 meses) 1,00 (referência) 1,00 (referência) 1,00 (referência) n=411 pacientes em HD MM medida por antropometria e infravermelho Kalantar-Zadeh et al, Am J Clin Nutr, 83, 2006 OBESIDADE, PRÉ-DIÁLISE E MORTALIDADE Kovesdy et al. Am J Kidney Dis, 49(5), 2007 n=521 homens com DRC pré-diálise,acompanhados por até 5,5 anos Sensação de bem-estar Libertação das restrições alimentares Hiperfagia relacionada aos corticosteróides? Estilo de vida sedentário e presença de doença óssea Fatores sócio-econômicos TX RENAL Riscos para Obesidade COMPOSIÇÃO CORPORAL, GASTO ENERGÉTICO E INGESTÃO CALÓRICA vs DOSES DE ESTERÓIDES O mg (n=29) t=8,1±3,0 a 5 mg (n=27) t=6,3±2,3 a 10 mg (n=21) t=13,9±4,1 a p IMC (kg/m2) 24,5±4,7 25,3±4,5 24,7±5,5 NS DEXA % Gordura 31,0±11,2 31,0±11,0 28,4±9,1 NS Calorimetria GER (kcal/kg MM) 33,4±3,8 34,7±3,7 32,0±3,5 NS Registro Alimentar (3d) kcal/dia 1979±414 2031±659 2111±578 NS Van den Ham et al, Transplantation, 69(8), 2000 PERDA DE PESO, se excesso EXERCÍCIOS regulares DIETA pobre em: colesterol <300 mg/dia; <200 mg/dia, se não responsiva gordura total <30% das kcal; <25%, se não responsiva gordura saturada 10% das kcal; 7%, se não responsiva Após 3 meses, TRATAMENTO FARMACOLÓGICO, se dieta não responsiva HIPERLIPIDEMIA Prevenção/Tratamento TX RENAL TARDIO Intervenção Nutricional Estudo n t Intervenção Resultado Guida et al. Nephrol Dial Transpl, 22, 2007 46 1 a (1º) •↓ kcal e lip ↓ no peso e %gord; ↓col total, TG e glicemia Teplan et al. Acta Physiol Hung, 94, 2007 68 2 a (2º) •↓ kcal e lip + estatina ↓ no IMC, ↑adiponectina, melhora no perfil lipídico Moreau et al. J Ren Nutr, 16, 2006 36 5 a •30-35kcal/kg •≤30% de lip •≤300mg de col •Maioria: normalização do col e TG *Mulheres: ↑gordura e peso Stachowska et al. J Ren Nutr, 16, 2006 21 vs 16 6 m Dieta Mediterrânea vs Isocal/hipolip Dieta Mediterrânea: •↓ no col e TG •↓ na LDL Bernardi et al. J Ren Nutr, 15, 2005 86 12 a •30kcal/kg •≤30% de lip Aderentes: •↔peso e melhora na composição corporal •↓eventos cardiovasculares n = 43, t = 2 a 8 meses DISLIPIDEMIA E TX RENAL INTERVENÇÃO NUTRICIONAL 0 50 100 150 200 250 300 Colesterol Total LDL HDL Triglicerídeos Pré Dieta Pós Dieta Hines et al. J Renal Nutr, 10:1, 2000 p<0,001 p<0,001 NS NS •20% dos pacientes alcançaram colesterol <200 mg/dL •35% dos pacientes alcançaram LDL <130 mg/dL TRANSPLANTE RENAL Exercício e Composição Corporal Grupo Inicial (n=167) 6 meses 12 meses (n=97) p (f c/ i) IMC (kg/m2) Exercício Usual 24,8±4,6 25,1±4,8 26,3±4,9 26,9±5,5 27,7±7,4 27,1±6,1 NS <0,03 % de Pacientes c/ IMC>25 Exercício Usual 41% 44% 52% 54% 50% 59% NS NS DEXA: %Gordura Densidade Mineral Óssea (g/cm3) Exercício Usual Exercício Usual 28,7±8,6 27,8±7,1 0,97±0,11 1,01± 0,15 32,0±9,9 31,7±7,9 0,98±0,10 1,01±0,15 32,3±11,2 32,9±8,4 0,99±0,10 1,02±0,14 NS <0,03 NS NS Painter et al, Transplantation, 74(1), 2002 Exercício: individualizado HIPERTENSÃO E INGESTÃO DE SÓDIO E DE OUTROS CÁTIONS n=244 Dieta DASH + Urina 24h (Na, K, Ca e Mg) Resultados: •Ausência de correlação entre PA e excreção urinária dos cátions Correlação positiva com pressão diastólica: •excreção protéica (p<0,0001) •idade (p=0,002) •peso (p=0,04) Conclusão: Em tx renal: alterações na ingestão de cátions, como restrição de sódio, não parecem efetivas no manejo da hipertensão Ramesh et al. Clin Transpl, 20(1), 2006 REJEIÇÃO CRÔNICA E INGESTÃO DE PROTEÍNAS E SÓDIO 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 0,8 g/kg/dia Ptn 3 g/dia Na (n = 30) 1,4 g/kg/dia Ptn 5 g/dia Na (n = 18) T F G m L /m in p < 0,001 Bernardi et al. AJKD, 41, 3(1), 2003 Anos TRANSPLANTE RENAL Hiper Homocisteinemia Ano 1 Ano 2 p n 118 118 Sexo (M/F) 55/63 55/63 NS IMC (kg/m2) 35,5±3,2 27,4±2,8 <0,02 Hcyt (mol/L) 35,2±12,4 12,7±2,9 <0,001 Folato (nmol/L) 17,8±8,5 32,9±9,0 <0,01 Vitamina B6 (g/L) 5,4±1,5 9,3±2,2 <0,01 Teplan et al. Nephrol Dial Transpl, 18(S5), 2003 Intervenção: Dieta pobre em kcal e em lipídios Retirada de corticóide Orlistat Pravastatina Suplementação: Ácido Fólico (5 mg/dia) e Vitamina B6 (50 mg/dia) Recomendações Nutricionais Calorias 25-30 kcal/kg/dia Proteínas 0,8-1,0 g/kg/dia Rejeição crônica 0,6-0,8 g/kg/dia Carboidratos 1,0-1,5 g/kg/dia ou 50-60% das kcal Lipídeos <30% das kcal PÓS-TRANSPLANTE TARDIO Recomendações Nutricionais Sódio 3 g/dia Potássio Individualizado Cálcio 1200-1500 mg/dia Fósforo 1200-1500 mg/dia Ferro Individualizado Vitamina D3 1-2 g/dia Outras vitaminas DRI PÓS-TRANSPLANTE TARDIO Pré-tx: perda de peso eleva mortalidade + obesidade é protetora: não indicar perda de peso! Lista de espera: maior risco de morte: não limitar candidatos obesos! Maior risco de complicações da ferida operatória em obesos. Porém, manejáveis! MANEJO NUTRICIONAL DO TRANSPLANTADO - Conclusão OBESIDADE vs Tx RENAL Conclusão Ganho de peso pós-tx: deletério. Evitar ganho e encorajar perda, se excesso. Intervenção nutricional intensiva no primeiro ano pós-tx. Importante: atividade física regular em conjunto com a dieta. Controle da ingestão protéica pode preservar a função renal.
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