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Enfermidades dos Cavalos - Cap. 17

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17
17.1. Adenite eqiiina
(garrotilho).
o garrotilho e enfermidade
infecto-contagiosa purulenta
causada pela infec<;aopor Strep-
tococcus equi. A enfermidade
caracteriza-se por inflama<;aodo
trato respirat6rio "superior", prin-
cipalmente de equfdeos jovens,
e absceda<;ao dos linfonodos
adjacentes.
o Streptococcus equi aco-
mete mais os equinos jovens por
sofrerem frequentes baixas na
resistencia, principal mente em
tempo frio e umido, desmama,
agrupamento de potros em re-
cintos de corridas e leil6es, trans-
portes prolongados, treinamen-
to intensivo e superlota<;ao nas
instala<;6es.0 contagio e a fon-
te de infec<;ao do garrotilho e 0
corrimento nasal de animais in-
fectados, que, ao tossir, espirrar
e relinchar espalham pus sob a
forma de aerossol contaminan-
do a agua, 0 ar e os alimentos,
facilitando a difusao da enfer-
midade a praticamente todos os
animais susceptfveis.
o agente etiol6gico e ende-
mico nas cria<;6es de equinos e
pode ser encontrado nas muco-
sas orofarfngea e nasal normal.
Nos potros com baixa resisten-
cia, 0 germe preexistente na
mucosa nasal ou farfngea, ou
recem-contaminados, penetram
nas glandulas nasais e no teci-
do linf6ide farfngeo, causando
processo inflamat6rio com ex-
sudato seroso ou seromucoso
que em dois a quatro dias se
transforma em purulento. A se-
guir, pelos vasos linfaticos 0 pro-
cesso alcan<;aos linfonodos re-
gionais que se infartam e so-
frem processo purulento, absce-
dando e fistulizando nos quatro
a dez dias seguintes.
Clinicamente os animais afe-
tados apresentam, subitamente,
anorexia nas primeiras 48 ho-
ras antes das descargas nasais.
A temperatura podera oscilar
entre 39 a 40°C e, posterior-
mente, aparece 0 corrimento
nasal seroso, que rapidamente
se torna copioso e purulento, e
a temperatura podera atingir 40
a 41°C. Os linfonodos retrofa-
rfngeos apresentam aumento
de volume uni ou bilateralmen-
te, observando-se tumora<;6es
de 5 a 15 em de diametro, que
no infcio saG duras, quentes e
dolorosas a palpa<;ao.
Os animais afetados apre-
sentam tosse e espirros que fa-
zem escorrer ou expulsar violen-
tamente 0 pus nasal e, as ve-
zes, ha dificuldade respirat6ria
Figura 17.1
SeCre98.0 purulenta nasal - garrotilho.
e de deglutic;ao, fazendo com
que a animal regurgite a alimen-
to pelas narinas e mantenha a
cabec;a em extensao.
Na evoluc;ao normal da do-
enc;a,as linfonodos apresentam
flutuac;ao, abscedam e fistulizam
em lOa 15 dias, e em mais dais
dias a hipertermia cede, po-
dendo ocorrer a cura c1rnicaem
duas semanas apraximadamen-
te. Se a enfermidade se agra-
var, a que podera ocorrer em 1
a 2% dos casas, surge forte dis-
pneia e pneumonia; pode ainda
acontecer a difusao dos mi-
craorganismos pelas vias linfa-
tica e hematica, comprometen-
do muitos outras linfonodos co-
mo as faringeanos, submaxi-
lares, parotrdeos, etc.
o diagn6stico, na maioria dos
casas, e c1rnicoe se baseia nas
caraderrsticas de surto da doen-
c;a, idade dos animais acometi-
dos, rinorreia purulenta, tosse,
linfadenite satelite e hipertermia.
o garrotilho ocasionalmen-
te pode deixar sequelas como
sinusites, empiema das bolsas
guturais, paralisia do nervo la-
rrngeo recorrente e formac;ao de
abscessos a distancia, principal-
mente no mesenterio. Ap6s a
acometimento de animais adul-
tos, pode ocorrer purpura hemor-
ragica, devido ao desenvolvimen-
to de sensibilidade a proterna
estreptoc6cica.
o tratamento e relativamen-
te simples e eficaz, e a antibi6-
tico de eleic;ao e a penicilina
benzatina na dose de 20.000 a
40.000 Ul/kg, par via intramus-
cular, repetindo-se a dose 72
horas ap6s a primeira aplicac;ao.
Inalac;6es umidas, contendo
mucolrticos podem produzir all-
via e acelerar a recuperac;ao.
Eventualmente, no decorrer
da enfermidade, devido ao gran-
de aumento de volume dos lin-
fonodos, au par intenso em-
piema das balsas guturais, pode
haver asfixia par compressao
larrngea, levando a animal a dis-
pneia intensa e cianose. Nestes
casas, a intervenc;ao deve ser
imediata e a traqueotomia deve
ser realizada, sob pena de ocor-
rer a morte par asfixia.
Passado a surto epidemico
au a cura clrnica do animal
doente, todos apresentam imu-
nidade ao S. equi. Essa imuni-
dade e vitallcia, provavelmente
porque sempre havera reforc;o
natural pela permanencia do
agente no indivrduo au no meio
ambiente.
Os esquemas de vacinac;ao
sao muito discutrveis cientifica-
mente devido a baixa capacida-
de imunogenica das vacinas,
porem, a que se observa e que
quando animais vacinados con-
traem a doenc;a, ela se manifes-
ta de forma amena reduzindo
sua gravidade.
Enfermidade com elevada
capacidade infedo-contagiosa,
a mormo acomete equrdeos,
preferencialmente as muares e
as asininos, notadamente das
regi6es norte e nordeste do
Brasil, devida as condic;6es fa-
voraveis de calor e umidade
dessas regi6es, associadas as
praticas de criac;ao e manejo de
animais mantidos agrupados e
em ambientes insalubres.
o mormo e causado pela
Burkho/deira mallei, que e uma
baderia gram-negativa im6vel,
aer6bia au anaer6bia facultati-
va, nao esporulada e nao redu-
tora de nitrato; sensrvel a des-
secac;ao pelo calor e pela luz,
pode sob reviver no meio am-
biente par ate 2 meses.
o animal se infeda atraves
de alimentos, agua e solo con-
taminados, par aeross6is, par
secrec;6es nasais e fistulizac;ao
de abscess as, e, raramente, por
urina e fezes contaminadas. A
baderia invade a organismo do
animal par penetrac;ao na mu-
cosa da regiao orafarrngea, da
mucosa nasal, da mucosa intes-
tinal e par soluc;6es de continui-
dade da pele.
o perrodo de incubac;aopode
levar de tres dias a alguns me-
ses sem sinais c1rnicosaparen-
tes, paden do, na fase aguda,
apresentar apenas edema no
peito e ir a 6bito em 24 a 48 ho-
ras. Na forma cr6nica, a animal
pode se transformar em porta-
dor e apresentar apatia, fadiga,
febre, tosse e emagrecimento.
A doenc;a pode, basicamen-
te, se apresentar sob tres formas
distintas: a nasal, a pulmonar e a
cutanea, sendo que alguns ani-
mais, no inrcio da afecc;ao, po-
dem apresentar apenas sinais de
semiflexao e abduc;aodos mem-
bras posteriores. A forma nasal
se caraderiza par descarga na-
sal serosa que pode ser unilate-
ral, transformando-se, com a
evoluc;:aodo processo, em puru-
lenta fluida de colorac;:aoamare-
lo-escura e purulenta-hemor-
ragica, Ja, a forma pulmonar
manifesta-se por pneumonia
lobular com abscedac;:ao caver-
nosa e desenvolvimento de
pleurite fibrinosa, A forma cut§.-
nea apresenta-se com formac;:ao
de abscessos subcutaneos e
adenopatia, que na face do ani-
mal pode apresentar linfonodos
e vasos linfaticos superficiais
aumentados de volume,
o diagn6stico baseia-se na
apresentac;:aoc1lnicae na epide-
miologia da doenc;:a, notada-
mente pelas condic;:oesde insa-
lubridade ambiental e pelos si-
nais manifestados nas diversas
formas de apresentac;:ao da en-
fermidade, Laboratorialmente a
suspeita pode ser confirmada
pelo Teste de Fixac;:aode Com-
plemento e 0 Teste da Maleina,
determinados pel a legislac;:ao
brasileira e pelo C6digo Zoosa-
nitario Internacional.
Nao ha indicac;:ao de trata-
menta para casos de mormo, A
legislac;:ao brasileira determina
a notificac;:aocompuls6ria ao Mi-
nisterio da Agricultura, Pecua-
ria e do Abastecimento, a inter-
dic;:aoda propriedade e 0 sacri-
f1cio e incinerac;:ao dos animais
positivos,
Sob 0 ponto de vista de Sau-
de Publica, a mormo e uma das
mais graves zoonoses, poden-
do levar 0 paciente a morte,
Como medidas profilaticas,
os animais nao devem ser man-
tidos agrupados em locais insa-
lubres, principalmente em re-
gioes de c1imaquente e umido,
e a desinfecc;:aodo ambiente em
que animais doentes se encon-
travam, de cochos e bebedouros,
deve ser feita com soluc;:aode
hipoclorito de s6dio 500 ppm,17.3. Influenza eqUina
(gripe eqUina).
A influenza equina e uma
enfermidade infedo-contagiosa
produzida por virus do genero
/nf/uenzavrrus tipo A, subtipo
equi-1 e equi-'2.
Todos os equinos, indepen-
dente do sexo, idade e rac;:a,saD
senslveis, sendo que 0 contagio
se processa atraves do ar e por
partlculas umidas que os equi-
nos afetados eliminam atraves
da tosse,
A doenc;:amanifesta-se prin-
cipalmente em locais onde exis-
tem grandes aglomerados de
cavalos, principalmente nos j6-
queis c1ubes,sociedades de tro-
te, de hipismo e nos haras, afe-
tando nas epidemias pratica-
mente 100% dos animais, mui-
to embora 0 isolamento de ani-
mais afetados diminua a pass i-
bilidade de contagio dos sadi-
os, Nao ha vetores nem trans-
missores da doenc;:a, exceto
at raves de cavalos doentes.
o /nf/uenzavrrus equi-A 1 e
menos ratogenico e geralmen-
te s6 determina inflamac;:ao na-
sofaringea e laringo-traqueal;ja
o /nfluenzavrrus equi-A'2 emais
patogenico, determinando 0
mesmo processo do equi-A 1,
mas tambem bronquite e bron-
quiolite e, as vezes, miocardite
e encefalite. Os potros jovens
saD particularmente susceptl-
veis e podem apresentar graves
pneumonias e morte,
Clinicamente, a enfermidade
se inicia por tosse seca e conti-
nua, por um perlodo de aproxi-
madamente dois a tres dias, se-
guida de intensa rinite com ex-
sudac;:aoseromucoso que rapi-
damente se faz mucosa, visco-
sa e espessa, A tosse, nesta
fase da evoluc;:ao,se torna mais
profunda e umida ou produtiva,
com eliminac;:aode exsudato em
forma de aerossol contendo 0
virus. A temperatura, durante as
fases produtivas do processo
respirat6rio, comumente pode
atingir 40°C, sendo que nas in-
fecc;:oescom 0 subtipo equi-A'2,
ou quando se instala infecc;:ao
baderiana secundaria atingindo
os pulmoes, pode chegar a 41
a 4 1,5°C. Em geral, os cavalos
perdem 0 apetite, ficam tristes
e, eventual mente, apresentam
lacrimejamento,
A auscultac;:ao dos pulmoes
dos animais gravemente enfer-
mos pode revelar estertores e
sibilos decorrentes do IIquido
contido nos br6nquios e bron-
qUlolos,traduzindo complicac;:oes
como bronquite e bronquiolite e,
as vezes, focos ou areas de si-
lencio pulmonar que represen-
tam edema ou pneumonia.
o diagn6stico e baseado nas
caracterlsticas epidemicas da
afecc;:aoe na apresentac;:aodos
sinais c1lnicos.Ouando 0 quadro
se instala em um grupo pequeno
de animais ou se apresenta de
forma isolada, torna-se necessa-
rio 0 diagnostico diferencial com
a rinopneumonia equina, que e
uma doenc;ac1inicamente similar
a influenza, porem causada pelo
HerpesvIrus equi-1. Uma particu-
laridade da rinopneumonia e que
comumente ela nao manifesta
sintomatologia respiratoria grave
em cavalos adultos.
Para 0 diagnostico diferen-
cial deve-se colher exsudato
nasal, ou lavado das narinas
com soluc;ao fisiologica para
posteriormente acondicionar 0
material em tubos individuais e
remete-Io conservado em gelo
a laboratorio especializado.
o tratamento da influenza e
puramente sintomatico, ja que
as drogas disponiveis nao pos-
suem nenhuma ac;ao contra 0
virus. Podem ser administrados
febrifugos como a dipirona na
dose de 5 a 25 mg/kg, 2 vezes
ao dia, pela via intramuscular ou
intravenosa, procurando-se man-
ter a temperatura abaixo dos
40°C. Paralelamente, deve-se
prevenir infecc;6es baderianas
secundarias com aplicac;ao de
tetraciclina a 10 a 20 mg/kg, 2
vezes ao dia, pela via intramus-
cular por 5 a 10 dias, ou penici-
lina benzatina.
Eventualmente, quando hou-
ver comprometimento pulmonar
grave, geralmente causado pelo
subtipo equi-A2, pode-se admi-
nistrar dexametasona a 0,05
mg/kg, 1 vez ao dia, pela via in-
tramuscular, para se aliviar a in-
flamac;ao dos pulm6es.
Os cavalos devem ser man-
tidos em abrigos protegidos do
frio e do vento, e cuidado espe-
cial deve ser dado a cama das
baias para se evitar a formac;ao
de poeira no recinto.
As inalac;6es umidas con-
tendo mucoliticos e broncodi-
latadores podem ser indicadas
para aliviar a respirac;ao, e a eli-
minac;ao do muco, pela melho-
ra da atividade das estruturas
mucociliares.
Profilaticamente, muito em-
bora a influenza nao constitua
no Brasil enfermidade grave,
devido ao c1ima tropical, pode-
se instituir esquema de vacina-
c;ao com vacinas preparadas
com os subtipos equi-AI e equi-
A2 que podem ser aplicadas em
duas a tres doses com interva-
los de um a tres meses na pri-
meira vez, e a seguir pode-se
aplicar uma so dose ao ano, ou
entao duas doses com interva-
10 de 3 meses, obtendo-se uma
boa imunidade.
17.4. Rinopneumonia
eqUina.
E uma enfermidade causa-
da pelo HerpesvIrus equi-1, ca-
raderizado por um processo
respiratorio agudo e febril de
equinos jovens, frequentemen-
te complicando-se com infec-
c;aobaderiana secundaria. Nos
animais adultos 0 HerpesvIrus
equi-1 e 0 causador do aborto
equino a virus e frequentemen-
te responsabilizado por paresia
e paralisias por lesao nervosa.
Nos animais jovens, princi-
palmente entre um e dois anos
de idade, 0 virus causa uma en-
fermidade muito semelhante a
influenza, ocorre febre que pode
atingir ate 41°C e que persiste
durante 2 a 5 dias, podendo ser
acompanhada de tosse e de flu-
xo nasal seroso. A tosse pode
persistir ate 3 semanas. As con-
sequencias da enfermidade nos
potros saG muito brandas e fa-
cilmente debeladas com a tera-
pia adequada. Devido a grande
semelhanc;a c1inica com a influ-
enza, 0 diagnostico diferencial
podera ser feito em laboratorio
especializado. No entanto, quan-
do na propriedade estiverem
ocorrendo casos de aborto sem
prodromos, cujos fetos apresen-
tem les6es caraderisticas, en-
tre 20 a 120 dias antes do apa-
recimento do processo respira-
t6rio nos potros, e bem possivel
que a suspeita de rinopneumo-
nia possa ser confirmada.
o tratamento e em tudo se-
melhante ao da influenza, resu-
mindo-se apenas em se evitar
as infecc;6es respirat6rias se-
cundarias e propiciar boas con-
dic;6es higienico-sanitarias.
Como a enfermidade no po-
tro e branda e facilmente trata-
da, nao e rotina vacina-Ios, po-
rem as eguas devem ser vaci-
nadas de 2 a 4 vezes ao ano,
no comec;o da estac;ao de mon-
ta e no 6° mes de gestac;ao, pre-
ferentemente com vacina com
virus inativado e com adjuvante
para produzir uma protec;ao
adequada. E recomendada a
aplicac;ao de doses de reforc;o
em intervalos de seis meses. Os
potros podem receber a 1a dose
aos 4 meses de idade, com re-
forc;o vacinal 30 dias apos.
17.5. Aborto eqiHno a
virus.
o agente e 0 Herpesvirus
equi-1 causador da rinopneumo-
nia equina em cavalos jovens.
Muitas eguas adquirem a in-
fecc;ao em locais de grandes
concentrac;6es de equinos e nos
haras com superlotac;ao. Muito
embora nao se conhec;am bem
os reservatorios, as fontes e as
vias de infecc;ao, sabe-se que e
posslvel haver eguas portado-
ras do virus devido aos abortos
em anos seguidos e 0 isolamen-
to do virus em seu feto.
Inicialmente, em haras, pode
haver a ocorrencia de surto epi-
demico com alta taxa de abor-
tos, para depois se tornar ende-
mico com taxa de aborto ao re-
dor de 10%.
Uma caracterlstica desse
tipo de aborto e que a egua nao
apresenta qualquer manifesta-
c;ao externa de que esta com
problema e vai abortar. 0 abor-
to habitual mente ocorre entre 0
70 e 0 110 mes de gestac;ao, po-
dendo produzir natimortos ou
neonatos enfermos e debilita-
dos. A expulsao do feto ocorre
rapidamente, acompanhada
pela placenta, que e eliminada
em torno de 5 minutos.
Algumas eguas, excepcio-
nalmente, podem manifestar si-
nais de desconforto abdominal
agudo, antes do abortamento.
Estes sinais geralmente SaGin-
terpretados pelos profissionais
como crises de colica de origem
gastrenterica e induzir a tera-
peutica voltada para 0 aparelho
digestorio, 0 que pode ser um
equlvoco.
o aborto equino a virus eessencialmente uma afecc;ao do
feto, onde 0 virus 0 atinge atra-
ves da via hematica sem, no
entanto, causar qualquer lesao
placentaria.
Os fetos abortados com as
caracterlsticas acima descritas
devem ser examinados junta-
mente com a placenta e necrop-
siados. A necropsia do feto re-
vela les6es vasculares graves
com exsudato seroso ou sero-
sanguinolento nas cavidades
serosas; as mucosas aparentes
podem estar ictericas assim
como todo 0 tecido subcutaneo.
Sao encontradas petequias no
bac;o,rins, pleura e, as vezes, no
epicardio e endocardio. 0 f1ga-
do se apresenta aumentado de
volume, congesto e com necro-
ses focais puntiformes, embora
sejam diflceis de serem vistas.
o diagnostico, alem das ca-
racterlsticas do aborto e das le-
s6es encontradas no feto, pode
ser reforc;ado atraves da impres-
sao ou esfregac;o de pequeno
fragmento do flgado, que apos
colorac;ao especifica e observa-
do ao microscopio, mostrara in-
c1us6es intranucleares que pra-
ticamente definem 0 diagnosti-
co devido a especificidade da
lesao. 0 isolamento e a identifi-
cac;aodo virus pode ser feito em
laboratorio especializado, que
utilizara triturado de f1gado e
pulmao para inocular em cere-
bro de camundongo e posterior
caraderizac;ao do virus.
Note bem: e muito importan-
te que 0 feto e a placenta se-
jam rapidamente remetidos ao
laboratorio especializado, prote-
gidos em saco plastico bem fe-
chado e acondicionado em cai-
xa de isopor com gelo. Ouanto
mais demorada for a remessa,
menores serao as condic;6es de
diagnostico laboratorial.
As eguas que abortam devi-
do a infecc;ao com 0 HerpesvI-
rus equi-1 involuem rapidamen-
te 0 trato genital como se fosse
um parto normal.
Alguns auto res referem uma
forma paralltica nas eguas in-
fedadas pelo Herpesvirus equi-
1 caraderizada por incoordena-
c;aomotora que e revertida apos
o aborto.
Ouando 0 aborto ocorre em
torno do 40 ao 110 mes de ges-
tac;ao, pode acontecer do potro
nascer vivo, porem fraco; as ve-
zes consegue ficar em pe para
mamar e frequentemente apre-
senta problemas respiratorios,
morrendo nas primeiras horas
apos 0 "nascimento" ou, quan-
do muito, resistir ate cerca de
quatro a cinco dias.
Nao existe tratamento eficaz.
A infecc;ao natural sempre acar-
reta a formac;ao de anticorpos
defendendo temporariamente a
egua contra a reinfecc;ao.
A vacinac;ao e bastante efi-
ciente no controle da doenc;a,
devendo ser realizada com 0
uso, preferencialmente, de va-
cinas de alto titulo com virus
morto pelo formol e com adju-
vante. As vacinas vivas nao SaG
recomendadas devido aos ris-
cos de abortos ou de paralisias.
Inicialmente todas as eguas que
ira.oentrar em reprodu<;aodevem
ser vacinadas, repetindo-se a
dose 15 a 30 dias ap6s. A par-
tir dai vacinar as eguas no 5°,
7° e 9° mes de gesta<;ao.
E uma enfermidade infedo-
contagiosa aguda das vias res-
pirat6rias superiores dos equi-
nos, provocada pela a<;aode um
RNA virus.
A arterite viral ja foi confun-
dida com a influenza e com a
rinopneumonia devido a seme-
Ihan<;a dos sintomas, porem
atualmente sabe-se que saG
entidades nosol6gicas distintas.
A infec<;ao e de distribui<;ao
mundial, muito embora nao se
tenha dados precisos sobre a
sua epidemiologia e os prejui-
zos economicos que possa advir
dos casos de aborto quando as
eguas prenhes saG infedadas.
A arterite acomete potros
desde 0 desmame ate um ou
dois anos de idade, manifestan-
do-se, sobretudo, de forma mais
grave em cavalos adultos. A in-
fec<;ao se instala com maior fre-
quencia atraves das vias respi-
rat6rias, por aerossol, por via oral
por fomites, agua e alimentos
contaminados por secre<;6es e
excre<;6es dos enfermos, e pelo
contato direto entre equinos do-
entes e sadios. 0 virus pode ser
excretado pela urina por longos
periodos, sendo provavelmente
o que mais contribui para a dis-
semina<;ao da doen<;a.Os liqui-
dos e tecidos de fetos aborta-
dos tambem constituem perigo-
sa fonte de infec<;ao,justifican-
do os cuidados que se deve ter
ap6s qualquer aborto, ate que 0
seu diagn6stico etiol6gico seja
realizado.
o periodo de incuba<;ao da
doen<;a e de 2 a 10 dias, segui-
dos pelo surgimento de um qua-
dro febril de 39 a 41°C e corri-
mento nasal seroso que pode
tomar-se purulento; logo a se-
guir, em alguns animais, pode
aparecer congestao e petequias
na mucosa nasal, lacrimeja-
mento (epifora), conjuntivite, e-
dema palpebral (quemose) e
movimentos frequentes de fe-
chamento espastico das palpe-
bras (blefaroespasmo). A cera-
tite geralmente esta associada
aos sinais oftalmicos, acompa-
nhada por opacidade do humor
aquoso. A tosse e a dispneia
aparecem; 0 cavalo apresenta
fraqueza acentuada, apatia, ano-
rexia; comumente pode ocorrer
diarreia e c6lica, podendo, em
razao destes sinais, haver ide-
ricia. Em animais gravemente
enfermos a dispneia e intensa
como resultado do edema e con-
gestao do pulmao. Alguns ani-
mais podem apresentar edema
dos membros, principal mente
em cavalos estabulados, sendo
que 0 edema nos garanh6es
pode se estender ate 0 prepu-
cio e escroto, e nas eguas ate
as mamas.
Muito embora a morbidade
possa ser alta, a letalidade e
muito pequena, s6 ocorrendo
nos casos mais graves, devido
a desidrata<;ao, ou ao edema
pulmonar, com possivel hidro-
t6rax. 0 aborto ocorre poucos
dias ap6s 0 aparecimento dos
sinais clinicos, podendo chegar
a 50 a 80% nas primeiras duas
semanas. Nao existem sinais
premonit6rios de aborto e a pla-
centa e normal mente eliminada.
o diagn6stico se fundamen-
ta nas caraderisticas c1inicas
onde se verifica doen<;a respi-
rat6ria com alguns animais a-
presentando severa dispneia,
outros com sintomas respirat6-
rios e diarreia, ou com lacrime-
jamento, edema de conjuntiva e
de partes baixas. Os abortos
precoces ajudam a fundamen-
tar a suspeita.
Laboratorialmente, na arte-
rite viral, pode-se observar, ao
hemograma, leucopenia neutro-
fllica e linfocitaria. Os testes de
fixa<;aode complemento e soro-
neutraliza<;ao e a cultura de te-
cidos saGutilizados para a iden-
tifica<;ao do virus e 0 diagn6sti-
co diferencial.
o tratamento e sintomatico e
restringe-se a impedir infec<;6es
bacterianas secundarias com 0
usa de tetraciclina na dose de
10 a 20 mg/kg, durante 7 a 10
dias, por via intramuscular, ou por
via oral 50-100 mg/L de agua
ou misturada a ra<;ao, quando
saG muitos os animais a serem
tratados. A hidrata<;ao deve seT
feita pela via intravenosa, utilizan-
do-se 0 esquema geral de flui-
doterapia. Nos casos em que se
desenvolveu edema de partes
baixas ou complica<;6es pulmo-
nares, 0 uso de corticoster6ides
e diureticos pode melhorar os
sintomas.
Em geral, 0 problema se re-
solve em duas semanas. Os ani-
mais devem ficar em repouso,
sob estrita vigilancia, e os ca-
sos mais graves devem ser man-
tidos em baias arejadas livres de
correntes de ar e com cama alta
e macia.
A profilaxia pode ser feita
pela vacina<;ao, com virus ate-
nuado, considerado inocuo.
17.7. Anemia infecciosa
eqiiina.
E uma enfermidade infecto-
contagiosa causada por um
RNA Virus, caracterizada, prin-
cipalmente, por perlodos febris
e anemias, que se manifestam
de forma intermitente, sem ten-
dencia a cura.
o virus da Anemia Infeccio-
sa Equina e bastante resisten-
te, sobrevivendo por varias ho-
ras quando exposto a luz solar
e resistindo a fervura pelo me-
nos por 15 minutos. E encon-
trado em quase todos os palses
do mundo e sua frequencia tem
aumentado a cada dia.
o virus e transmisslvel a to-
dos os equldeos, sem que haja
qualquer preferencia por ra<;a,
sexo e idade, atraves da picada
de insetos hemat6fagos que atu-
am como veto res da doen<;a, 0
que, em parte, justifica 0 fato do
problema ser mais grave em re-
gi6es que favore<;am a prolife-
ra<;aode mosquitos, como pan-
tanos e vales de rios. No Brasil,
o problema aindacontinua atin-
gindo propor<;6es preocupantes
no Pantanal do Mato Grosso e
na Ilha de Maraj6, devido, eviden-
temente, as caracterlsticas geo-
c1imaticas dessas regi6es.
Da mesma maneira com que
a transmissao se realiza natu-
ralmente, ela pode ser efetua-
da pelo emprego de instrumen-
tal cirurgico e agulhas hipoder-
micas nao-esterilizadas, 0 que
justifica a utiliza<;ao de agulhas
descartaveis na colheita de san-
gue para exames ou tratamen-
to de doen<;as.
A doen<;a se manifesta c1i-
nicamente de diferentes formas,
sendo posslvel a reversao de
uma forma a outra, a qualquer
instante.
Os sintomas gerais, nos ca-
sos agudos e subagudos, sac
de febre intermitente oscilando
entre 39 e 41 DC,anorexia, fra-
queza, anemia, e a morte pode-
ra ocorrer entre 10 e 30 dias
ap6s 0 inlcio dos sintomas. Ain-
da na forma aguda da doen<;a,
os animais jovens podem apre-
sentar forte depressao nervosa
e andar cambaleante. Pode-se
notar palidez de mucosas e he-
morragias petequiais, ou ainda
icterlcia e edemas nas partes
baixas do corpo.
Nos casos cr6nicos ativos, 0
equino apresenta perlodos de
febre com dura<;aode 1 a 7 dias
e, a seguir, podem voltar a nor-
malidade por algumas seman as,
para, posteriormente, principal-
mente sob condi<;6es de estres-
se e de ma-nutri<;ao, manifes-
tar novamente os sintomas. E-
ventualmente, sob condi<;6es de
intenso estresse, 0 quadro pode
voltar a forma aguda e a doen-
<;aprovocar a morte do animal.
Os perlodos de cura c1lnica e
recidivas podem se prolongar
por muito tempo, ou mesmo os
casos cr6nicos serem assinto-
maticos, transformando 0 cava-
10em portador inaparente sem
qualquer sinal da doen<;a.
o diagn6stico da Anemia In-
fecciosa pode ser c1lnico e la-
boratorial.
Clinicamente, deve-se sus-
peitar de Anemia Infecciosa
Equina sempre que houver pe-
rlodos febris que se repitam,
anemia sem babesiose ou qual-
quer outra enfermidade hemo-
Iitica. Para tanto, 0 medico ve-
terinario devera realizar um cri-
terioso exame c1lnicobaseando-
se no hist6rico do animal, carac-
terlsticas endemicas com outros
animais manifestando as mais
variadas formas e sintomas da
doen<;a, introdu<;ao de novos
animais no rebanho, provenien-
tes de regi6es onde a doen<;a
exista, e pela grande quantida-
de de insetos veto res na pro-
priedade.
A necr6psia mostrando lin-
'fadenite e f1gado com cor acas-
tanhada e muito sugestiva de
Anemia Infecciosa; pode-se
ainda observar edema subcu-
taneo, icterlcia, hemorragias
petequiais, hepatomegalia e
esplenomegalia.
A anemia, nos casos agudos,
subagudos e cronicos ativos
pode ser bastante acentuada e
o hemograma pode revelar em
quadros de maior gravidade 2 a
4 milh6es de hemacias/mm3,
12% no hematocrito, e 4 a 5%
de hemoglobina. A contagem
diferencial nos estagios febris
frequentemente mostra leuco-
penia por neutropenia, com lin-
focitose relativa.
Laboratorialmente 0 diagnos-
tico e realizado pela prova da
imunodifusao em Agar Gel (Pro-
va de Coggins), que e 0 diagnos-
tico definitivo se 0 cavalo tem ou
nao a Anemia Infecciosa.
Como nao existe tratamen-
to espedfico, 0 controle e a pro-
filaxia sao, ainda, as unicas al-
ternativas que possuimos, para
o combate a doen<;a.
Como tambem nao existem
vacinas e os animais doentes saG
os reservatorios vitalicios, a uni-
ca medida efetiva e a realiza<;ao
da Prova de Coggins pelo me-
nos uma ou duas vezes ao ano,
assim como a exigencia de ates-
tado provando a negatividade
para a Prova de Coggins em ex-
posi<;6es,leil6es e trans porte de
animais. Como medida de segu-
ran<;a, exija sempre atestado
quando for comprar um animal
novo ou quando for receber
eguas para serem cobertas pelo
garanhao, resguardando dessa
maneira a saude do rebanho.
A legisla<;ao brasileira de
saude animal classifica a Ane-
mia Infecciosa Equina como
doen<;a de notifica<;ao obriga-
toria, devendo 0 medico veteri-
nario comunicar a autoridade
sanitaria animal competente, ou
a orgao local do Ministerio da
Agricultura, Pecuaria e do Abas-
tecimento, 0 diagnostico dos
casos da doen<;a, quando sera
procedido 0 sacrificio dos rea-
gentes a prova de Coggins.
Devido a alta incidencia da
doen<;aem algumas regi6es do
Brasil, alguns pesquisadores,
para evitar que os rebanhos se-
jam eliminados, estao estudan-
do novas condi<;6es de mane-
jo, no sentido de reduzir a inci-
den cia e criando novas condi-
<;6es para que se possa convi-
ver com a enfermidade.
17.8. Encefalomielite
eqUina a virus.
A encefalomielite virotica
dos equinos e uma doen<;a
infecto-contagiosa caracteriza-
da por sinais neurologicos de
perturba<;ao da consciencia,
disfun<;6es motoras e paralisia.
Tres saG os tipos de virus
causadores da encefalomielite;
saGRNA virus da famnia Toga-
viridae, cuja nomenclatura an-
terior os classificava no grupo
dos Arbovfrus, isto e, virus trans-
mitidos por artropodes. Os a-
gentes da enfermidade saG os
virus da encefalomielite equina
oeste, leste e Venezuela.
No Brasil, praticamente so
ocorre a doen<;a causada pelo
virus tipo leste, muito embora
ja tenha havido 0 isolamento de
caso provocado pelo virus do
tipo Oeste.
A doen<;a acomete os equi-
deos, independentemente de
sexo e idade, manifestando-se
principalmente nas epocas quen-
tes e nos periodos chuvosos, de-
vido a grande prolifera<;ao de in-
setos. Os artropodes e mosqui-
tos nao atuam simplesmente
como veto res meca,nicos da
doen<;a,0 virus se mantem vivo e
neles se multiplicam atingindo as
glandulas salivares, podendo ser
transmitido pela picada
Muito embora, nos Estados
Unidos, as casas de encefalo-
mielite equina sejam acompa-
nhados por casos humanos, no
Brasil tal comportamento nao se
repete, provavelmente devido as
caracteristicas dos veto res em
preferirem os equinos.
As aves desempenham papel
importante no cicio de manuten-
<;aoda encefalomielite equina. 0
artropode, ao picar as aves,
infecta-se, sofre 0 cicio intrinse-
co de multiplica<;ao viral e local i-
za<;ao nas glandulas salivares,
passando a transmitir a doen<;a.
Os cavalos, ao serem picados,
propiciam a replica do virus no
ponto de inocula<;ao e a seguir,
por viremia, isto e, - transporte
dos virus pela corrente sangui-
nea -, estes atingem 0 Sistema
Nervoso Central, infectando as
neuronios, causando degenera-
<;ao.As meninges saG atingidas
e podem apresentar congestao,
edema e infiltra<;ao celular.
Na fase inicial da doen<;a,as
cavalos apresentam febre, que
pode chegar a 41 DC e discreta
depress13.o, que muitas vezes
pode passar despercebida.
Alguns cavalos podem curar-
se neste perlodo inicial de
viremia e desenvolverem imuni-
dade, Nos animais em que a
doen<;:aevolui, a febre cede em
24 a 48 horas; aparece intran-
quilidade caraderizada por hiper-
sensibilidade a rUldos e excita-
<;:13.0;0 animal pode andar em dr-
culos, trope<;:arem objetos, ba-
ter contra obst,kulos como cer-
cas, arvores e paredes; n13.Ose
alimenta e nem bebe agua, 0
cavalo parece que ficou "cego",
Podem ocorrer contra<;:6esmus-
culares involuntarias na escapula
e na face, e ere<;:13.openiana.
Comumente, desde 0 inlcio
da enfermidade, 0 cavalo apre-
senta apatia; mantem a cabe<;:a
abaixada, im6vel, ou apoiada
sobre um bebedouro ou cerca,
ou contra a parede, como se
estivesse "dormindo"; pode ain-
da manter 0 capim ou feno par-
cialmente mastigado pendendo
da boca, como se tivesse "es-
quecido" de que esta com ali-
mento na boca. Alguns cavalos
podem apresentar as mais es-
tranhas posi<;:6escom os mem-
bros, como manter os ante rio-
res abertos, outros ainda sen-
tam-se sobre os posteriores.
Com a evolu<;:13.o,no 3° ou 4°
dia da doenc;:a,surgem os sinais
de paralisia; 0 labio inferior per-
manece aberto e flacido, a lIn-
gua pendente, falta de reflexo
cutaneo, e, durante a marcha in-
coordenac;:13.o,principalmente dos
membros posteriores.No esta-
gio final, os doentes caem, al-
guns pedalando com os mem-
bros anteriores; manifesta-se um
estado de paralisia completa e
final mente sobrevem a morte.
Deve-se sempre aventar a
possibilidade de outras encefa-
lopatias, como a leucoencefalo-
malacia, e realizar-se 0 diagn6s-
tico diferencial.
o diagn6stico evidentemen-
te e fundamentado na suspeita
c1lnicadevido as manifestac;:6es
neurol6gicas. 0 soro colhido na
fase aguda ou na convalescen-
<;:apode servir para os testes de
soroneutraliza<;:13.o,inibi<;:13.ode
hemaglutina<;:13.oou fixa<;:13.ode
complemento, e deve sempre
ser "testado" laboratorialmente
quando surgem os primeiros
casos.O medico veterinario de-
vera enviar fragmentos do sis-
tema nervoso em frascos este-
reis e estes entre sacos plasti-
cos com gelo, bem fechados e
acondicionados em caixa de
isopor. Outra serie de fragmen-
tos sera enviada, desta feita em
formal 10%. 0 envio do mate-
rial ao laborat6rio e importante
para isolar e c1assificar 0 tipo de
virus causador da doenc;:a,ten-
do em vista a possibilidade de
surgir a encefalomielite causa-
da pelos demais virus.
N13.oexiste tratamento espe-
cifico. Os animais doentes de-
vem ser protegidos em abrigos
e tratados sintomatologicamen-
te, aplicando-se antiinflamat6-
rios, vitamina B 1 e a manuten-
<;:13.0do equillbrio hidroeletrolltico
e acido-base.
A unica medida profilatica
eficiente e a vacina<;:13.o,prefe-
rencialmente com a vacina com
virus morto.
Todos os equinos devem ser
vacinados conforme a indica<;:13.o
do laborat6rio que produziu a
vacina, ou ent13.ocom 1ml, por
via intradermica, em duas doses
intervaladas de 7 a 10 dias, uma
vez ao ano, Potros nascidos de
eguas n13.o-vacinadas devem
receber a vacina com dois a tres
meses de idade, com refor<;:o
ap6s 30 dias, e os potros de
eguas vacinadas, dos seis aos
oito meses. Posteriormente
deve-se estimular a mem6ria
imunol6gica anualmente.
Na vigen cia de surto epide-
mico, se ja passaram mais de
seis meses desde a vacina<;:13.o,
revacinar com uma dose e, ime-
diatamente, vacine com duas
doses todos os animais que n13.O
ten ham sido vacinados, interva-
ladas com 15 dias.
17.9. Mieloencefalomielite
protozoa ria eqi.iina.
E uma enfermidade infedo-
contagiosa que acomete 0 Sis-
tema Nervoso Central de equi-
nos causada pelo paras ita
esporozoario Sarcocystis neuro-
na, parasita semelhante ao
Toxop/asma gondii, raz13.opela
qual antigamente 0 diagn6stico
da doen<;:aera de toxoplasmose.
A enfermidade acomete ca-
valos a partirdos 4 anos de ida-
de, sendo que ja foi desctita em
potros jovens e cavalos idosos,
com prevalencia elevada na rac;:a
Puro Sangue Ingles.
o cavalo se infecta ao inge-
rir esporozoftos de S. neurona
que, no trato intestinal do ani-
mal, penetram nas celulas do
endotelio dos vasos e evoluem
para a fase de merozoftos que
apresenta propriedades de atra-
vessar a barreira hematoen-
cefalica instalando-se no Siste-
ma Nervoso Central. Instalado
no Sistema Nervoso Central,
preferencialmente no tronco
cerebral e na medula espinhal,
o S. neurona causa processo
degenerativo que pode ser fo-
cal, multifocal ou difuso de ne-
crose ou malacia dos tecidos e
hemorragias, caracterizando-se
por processo inflamatorio nao
supurativo da substancia bran-
ca e cinzenta.
A mieloencefalomielite pro-
tozoaria apresenta quadros c1f-
nicos neurologicos distintos, con-
forme for a extensao e a locali-
za<;:aodas les6es. As manifes-
ta<;:6esno infcio da doen<;:apo-
dem levar 0 cavalo a apresen-
tar fraqueza, trope<;:arno solo ou
em objetos, arrastando as pin-
<;:as,e apresentar espasticidade
em um ou mais membros e in-
coordena<;:ao;tem-se a impres-
SaG de perda de equilfbrio ou
"bambeira". Os sinais de incoor-
dena<;:aoSaG inespecfficos po-
dendo ser observada atrofia
musculares focais. Ouando es-
tao comprometidos os neur6-
nios motores inferiores da me-
dula espinhal 0 animal pode
apresentar atrofia dos muscu-
los quadrfceps e gluteos. Ja no
comprometimento do tronco
cerebral, podem ser encontra-
das atrofia dos musculos mas-
seteres, m. temporais e m.da Ifn-
gua, com inclina<;:aoda cabe<;:a,
paralisia do n. facial e, ocasio-
nalmente, sinais de disfagia. 0
cavalo podera, ainda, apresen-
tar sudorese regional (dermato-
merica), quando estao acome-
tidos tratos da substancia bran-
ca simpatica, e hipoestesia ou
insensibilidade de regi6es da
cabe<;:ae do pesco<;:o.
o diagnostico c1fnicobaseia-
se nos sinais neurologicos, que,
embora indistintos e comuns a
varias outras afec<;:6esdo Sis-
tema Nervoso Central, tem co-
mo caracterfstica a perda da
coordena<;:ao motora, principal-
mente dos membros posterio-
res e sinais de atrofia de gru-
pos musculares. A suspeita ou
o diagnostico c1fnico pode ser
confirmado por exames imuno-
diagnosticos ("immunoblot") do
soro e do Ifquido cefalorraqui-
diano desafiados para a detec-
<;:aode anticorpos antiprotefna
do S. neurona. E: prudente que
o medico veterinario solicite e
avalie as dosagens de IgG e de-
termine 0 quociente de albumi-
na (OA), tanto no soro sanguf-
neo como no Ifquido cefalorra-
quidiano, para certificar-se se
real mente ocorreu produ<;:ao
intratecal de anticorpos pela
presen<;:ado paras ita no Siste-
ma Nervoso Central. Eventual-
mente os testes imunodiag-
nosticos podem resultar em fal-
sos-negativos, ou serem resul-
tantes da imunoincompetencia
do cavalo em responder a pre-
sen<;:ado Sarcocystis.
o tratamento pode ser insti-
tufdo mediante a administra<;:ao
de pirimetamina na dose de
0,25 a 0,50 mg/kg, pela via oral,
duas vezes ao dia, durante 3
dias, seguida pela mesma dose
e via, 1 vez ao dia. Nos casos
de sinais neurologicos e mus-
culares mais graves, podera ser
adotada a dose de ate 1 mg/kg
de pirimetamina. Concomitan-
temente, deve-se administrar
sulfa+trimetopim na dose de 15
a 20 mg/kg, pela via oral, 3 ve-
zes ao dia. 0 tratamento deve
ser mantido por no mfnimo 30
dias, podendo-se estende-Io ate
60 a 90 dias, nos casos de
maior gravidade. Como medida
terapeutica adicional, a aplica-
<;:13.0de flunixin meglumine, na
dose de 1,1 mg/kg, pela via in-
tramuscular, 1 vez ao dia, ou de
DMSO, na dose de 1 g/kg, di-
lufdo em solu<;:aoa 10% e apli-
cado lentamente pela via endo-
venosa, pode abrandar os fen6-
menos inflamatorios do Sistema
Nervoso Central. Ainda reco-
menda-se a aplica<;:aode acido
folico na dose de 20 a 40 mg/
kg, pela via oral, ou 75 mg como
dose total, pela via intramuscu-
lar, 1 vez ao dia, a cada 3 dias.
Como medida de carater ge-
ral,mantenha 0 cavalo alojado em
baia ampla, arejada e com cama
alta, vez que alguns animais po-
dem adotar 0 decubito lateral.
Medidas de higiene em deposito
de ra<;:6es,em cochos e bebedou-
ros, assim como 0 controle de
veto res e hospedeiros interme-
diarios, pode quebrar 0 cicio
epidemiologico da doen<;:a.
o tetano e uma doen~a in-
feeeiosa extremamente fatal a
todas as espeeies de animais
domestieos, eausada pela toxi-
na do Clostridium tetani; vulne-
ro-t6xieo-infee\=ao produz c1ini-
eamente sinais de hiperestesia,
tetania e eonvulsoes.
o Clostridium tetani e en-
eontrado em todo 0 mundo e e
mais eomum, variando por isto
a morbidade da doen~a, em re-
gioes de terras ferteis de eultu-
ra com explora\=ao animal e,
apesar de habitar 0 solo, 0 bacilo
tambem e eneontrado abundan-
temente nas fezes dos animais.
Por ser um germe eapaz de for-
mar esporos, ele e m.uito res is-
tente aos metodos rotineiros de
desinfee~ao, podendo sobrevi-
ver no solo por muitos anos.
o tetano e eonsiderado uma
toxi-infee~ao, porque na realida-
de sac as toxinas produzidas
pelo Clostridium tetani que de-
sencadeiam a doen~a. 0 germe
por si nao possui capacidade
invasora tecidual. Multiplica-se
no local de instala\=ao, que ge-
ralmente sac feridas eontamina-
das par terra, au entao em feri-
das cirurgieas,liberando tetano-
lisina e tetanospasmina que
possuem potente a~ao neuro-
t6xica. As toxinas liberadas no
local de infec\=ao atuam no Sis-
tema Nervoso Central ence-
falico e medular e nas jun~oes
mioneurais, determinando uma
diminui\=ao do limiar de excita-
bilidade, produzindo aumento de
sensibilidade, irritabilidade cen-
tral e eontra\=oes espasm6dicas
ou tetanicas da musculatura.
A mode do animal ocorre
entre 5 e 15 dias ap6s os pri-
meiros sintomas, devido a asfi-
xia eausada pela para/isia dos
museu/os respirat6rios, falta de
alimenta\=ao e agua e, final men-
te, por acidose.
Os sintomas sac mais ou
menos semelhantes em todos
os animais. Ap6s um perfodo de
ineuba~ao, que varia entre uma
semana e alguns meses, na de-
pendeneia da instala\=aoda con-
di\=aopredisponente a infec\=ao,
como acidentes traumaticos,
partos dist6cicos, castra~oes,
feridas cirurgicas, umbigos in-
feccionados etc., observa-se um
estado de rigidez muscular ge-
ral, aeompanhado por tremores.
A marcha e rfgida devido a difi-
euldade de flexao das artieula-
\=oes, as orelhas permanecem
eretas ou eruzadas (orelhas em
tesoura); membranas nictitantes
fieam protrusas em espasmo
tetanieo, "tremendo" quando 0
animal e estimulado.
o animal pode eontinuar a
comer e beber nos estagios ini-
eiais, mas a apreensao dos ali-
mentos e logo difieultada pela
tetania dos museu/os massete-
res, dando ao animal uma ex-
pressao bueal earacterfstiea.
Com 0 progredir da doen~a,
a mareha pode estar impedida
devido a rigidez dos museulos
e 0 eavalo adota uma postura
de "cavalete" ou "eavalo de pau",
mantendo as membros estira-
dos e abertos para possibilitar
uma base de apoio ampla e fa-
eilitar a respira~ao. A cauda es-
tara erguida e desviada para um
dos lados (cauda em bandeira)
e, nesta fase, 0 animal reage vio-
lentamente, com hiper-reflexia,
ao rufdo, a luz solar ou tocando-
se e batendo-se levemente no
foeinho, logo abaixo dos olhos.
Ouando for~ado a locomover-
Figura 17.2
Protrusao da terceira palpebra.
se,o animal pode cair manten-
do a posi<;13.oespastica dos
membros. Podem ocorrer con-
vuls6es e opist6tomo, 0 suor
pode ser profuso e a tempera-
tura extremamente elevada
(42°C) na fase inicial.
A morte ocorre em 5 a 7 dias
nos casos de evolu<;13.orapida e
em 15 a 20 dias nos de evolu-
<;13.0lenta. A respira<;13.oe rapida
e superficial, denotando grave
acidose.
o diagnostico e extremamen-
te simples e se baseia, sobretu-
do na apresenta<;13.oc1lnica da
doen<;a, n13.Ohavendo nenhuma
dificuldade em diferencia-Ia de
outros estados tetaniformes.
Geralmente ela se apresenta
apos algum evento traumatico
ou cirurgico, 0 que deve ser lem-
brado no atendimento c1lnicodo
animal.
o tratamento espedfico e
feito com antitoxina ou soro
antitetanico de alto titulo. Injete
o soro antitetanico na dose de
300.000 U ou 200.000 U por
via venosa e 100.000 U por via
raquidiana atraves do foramen
lombo-sacral ou pelo foramen
magno, inje<;6es estas que so-
mente devem ser feitas apos se
tranquilizar 0 animal.
E de fundamental importan-
cia 0 tratamento das feridas aci-
dentais vislveis ou cirurgicas.
Elas devem ser abertas e lim-
pas com desinfetantes oxidan-
tes ou oxigenantes como agua
oxigenada a 10 volumes,ja que
o Clostridium necessita, para se
multiplicar, de ambiente com
baixa tens13.ode oxigenio.
o tratamento auxiliar deve
ser feito com inje<;6es de peni-
cilina procalna mais penicilina
benzatina em partes iguais na
dose de 40.000 U I/kg, por via
intramuscular, a fim de eliminar
o C. tetani do foco; 0 relaxamen-
to da tetania deve ser feito com
aplica<;13.ode 0,5 mg/kg de
Figura 17.3
Postura do cavalo com tetano.
c1orpromazina, pela via intrave-
nosa, a cada 6 horas, ou 1,0
mg/kg, pela via intramuscular,
durante 4 a 8 dias. Como alter-
nativa podem ser usados os
benzodiazeplnicos ou miorrela-
xantes com bons resultados
como flunitrazepam na dose de
0,5 a 1,0 mg/1 00 kg, pela via
venosa, ou 1,0 a 2,0 mg/100
kg, pela via intramuscular, a cada
8 horas, ou midazolam na dose
de 0,2 mg/kg, associado a uma
fenotiazina.
Em casos em que a respira-
<;13.0e muito rapida e superficial
devido a acidose, injete, pela via
venosa, bicarbonato de sodio a
5 a 10%, lentamente, na dose
de 0,5 ml/kg, controlando 0 vo-
lume total a ser injetado atra-
yes do ritmo e da profundidade
da respira<;13.o.
Mantenha, se posslvel, 0 ani-
mal em pe, atraves de aparelhos
de suspens13.o;a baia deve estar
na penumbra e longe de ruldos.
A profilaxia em curto prazo
deve ser feita com aplica<;13.o
de 1.500 a 3.000 U de soro
antitetanico, pela via subcuta-
nea, em todo animal que for
operado, com antecedencia de
24 horas, ou em qualquer ca-
valo que apresente ferimento,
assim ele estara protegido por
15 a 20 dias. Associe, preventi-
vamente, 20.000 UI/kg de pe-
nicilina benzatina para impedir
o estabelecimento do agente in-
feccioso.
A vacina<;13.ocom anatoxina
ou 0 toxoide tetanico deve ser
feita em todos os animais, apli-
cando-se uma dose, repete-se
um mes apos e novamente 5 a
6 meses apos. A imunidade util
com este esquema e de pelo
men os 5 anos, podendo-se
realizar, quando em cirurgia ou
em acidentes traumaticos, a
qualquer tempo, mais uma dose
de reforc;o para a estimulac;ao
da "memoria" imunologica do
animal. Os potros devem ser
vacinados com a primeira dose
do toxoide com 4 a 6 meses
de idade. 0 toxoide geralmen-
te e injetado por via subcuta-
nea, porem a injec;ao intramus-
cular produz menos reac;ao in-
flamatoria local.
E uma enfermidade infecto-
contagiosa cronica que, muito
embora seja mais frequente e
grave nos bovinos, pode aco-
meter tambem seriamente os
equinos.
Nos cavalos e causada qua-
se que exclusivamente pela Bru-
cella abortus e, eventualmente,
pela Brucella Suis, que invade 0
organismo do animal pela via
digestoria com alimentos, agua
e fomites contaminados por 11-
quidos e restos de abortos de
bovinos e, ocasionalmente, de
outros cavalos afetados.
Em geral, a Brucella atinge a
regiao orofarlngea ou 0 trato
digestorio, multiplica-se e faz
bacteremia, instalando-se pre-
ferencialmente em bolsas sino--
viais e bainhas de tend6es. Na
fase de bacteremia, pode ocor-
rer aumento da temperatura cor-
poral, que, por ser fugaz, pode
facilmente passar despercebido.
Ouando 0 processo se manifes-
ta e se exterioriza na regiao
nucal, recebe 0 nome de "mal-
da-nuca", e quando na regiao
interescapular e denominado de
"abscesso de cernelha" ou "fis-
tula da cernelha". No inlcio, a re-
giao se apresenta aumentada de
volume, quente e senslvel a pal-
pac;ao,podendo tornar-se flutu-
ante em um ou mais pontos, de-
vido as caracterlsticas uni ou
multilocular. Geralmente fistuliza
drenando um Ilquido com carac-
terlstica sero-purulenta que fre-
quentemente possui germes de
associac;ao. As vezes, 0 proces-
so se instala mais profundamen-
te, podendo comprometer as
apofises espinhosas das primei-
ras vertebras toracicas.
Outra forma de manifesta-
c;ao da doenc;a e a de infecc;ao
generalizada, com sintomas c11-
nicos que incluem rigidez geral,
temperatura oscilante e letargia,
alem de comprometimento loco-
motor devido a instalac;ao de
sinovites em quase todas as si-
novias das articulac;6es e bai-
nhas dos tend6es dos membros,
notadamente na bolsa navicular.
A brucelose pode tambem cau-
sar orquite no garanhao e abor-
to nas eguas.
o diagnostico se baseia nos
sinais da forma mais comum da
doenc;a, que e a bursite interes-
capular, ou nos casos de sino-
vites, cuja etiopatogenia perma-
nece obscura. Um aspecto im-
portante quanto ao aparecimen-
to da doenc;a em equinos e a
convivencia mutua com bovinos
infectados. No entanto, 0 diag-
nostico definitivo sempre sera
sorologico ou bacteriologico.
Para tanto, deve-se colher san-
gue de cavalo suspeito, sem
anticoagulante, aguardarque
haja a separac;ao do soro, que
devera ser acondicionado em
frasco limpo, bem fechado e
identificado com 0 nome do ani-
Figura 17.4
Fistula da cernelha - brucelose.
mal e a data da colheita. Mande
o frasco com 0 soro ao labora-
t6rio especializado em caixa de
isopor com gelo.
As provas mais utilizadas para
o diagn6stico da brucelose
sao:
1.·Soroaglutina<;;8.o rapida ou
"prova de Huddleson".
2. Soroaglutina<;;8.o lenta ou
"prova de Bang", denomina-
da tambem de "prova de
Wrightt".
Em equinos, 0 titulo indivi-
dual de 50 UI ou maior e sinal
de infee<;:aoe 0 tratamento po-
dera ser considerado se real-
mente houver interesse zootec-
nico ou economico, devido ao
alto custo. Podera ser tentado
tratamento com estreptomicina
e terramicina, sob estrito con-
trole veterinario, muito embora
os resultados sejam ainda in-
consistentes em alguns casos.
Paralelamente, deve-se drenar
e tratar as fistulas da cernelha
com soluc;:6es anti-septicas ou
nitrofurasona soluc;:ao, ou ate
mesmo cirurgicamente, quando
existir comprometimento de te-
cidos mais profundos. 0 contro-
Ie da cura devera ser c1fnico e
sorol6gico, sendo feita soroa-
glutinac;:ao rapida semestral-
mente, ate que 0 titulo baixe a
25 UI e se mantenha em duas
provas consecutivas ou desapa-
rec;:a.Caso 0 titulo se mantenha
em 50 U I ou mais, a eutanasia
devera ser considerada.
Durante todo 0 tempo de tra-
tamento, 0 equino sera mantido
em isolamento e 0 pessoal de
vaia devera se precaver, ja que
a Brucela abortus facilmente
infeda 0 homem, constituindo-
se em importante zoonose.
Por nao ser uma doenc;:aen-
demica ou epidemica, a profi-
laxia indicada restringe-se em
nao criar ou manter equinos
com bovinos.
A leptospirose e uma en-
fermidade infecto-contagiosa
de carater agudo, causada
pelo microorganismo do ge-
nero Leptospira, da especie L.
interrogans e seus sorotipos
ou sorovar.
Nos equinos os sorotipos
mais importantes sao icterohae-
morrhagiae, pomona, hardjo e
canicola, que podem ser trans-
mitidos ao cavalo por portado-
res como ratos, sufnos, bovinos,
gambas, preas, raposas, morce-
gos etc, que podem contaminar
a agua e os alimentos destina-
dos ao consumo dos animais.
A leptospira penetra ativa-
mente pela via digest6ria ou
atraves da pele lesada, e ap6s
um perfodo de incubac;:ao de 2
a 5 dias, invade 0 sangue, se
multiplica intensamente, neste e
em varios 6rgaos, caraderizan-
do 0 perfodo febril de leptospi-
remia que e discreto, para ser
seguido por um perfodo de lep-
tospiruria que pode variar de 3
a 6 meses.
Os sinais c1fnicos sao varia-
veis e iniciam-se principal men-
te com inapetencia, letargia e fe-
bre no infcio da fase de leptos-
piremia. Ap6s esta fase, poderao
ocorrer varios graus de iderf-
cia e anemia, as vezes acom-
panhados de hemoglobinuria.
Em femeas gestantes, e co-
mum 0 relato de grande fndi-
ce de reabsorc;:ao embrionaria
precoce, abortamentos no ter-
c;:ofinal da gestac;:ao ou nasci-
mentos de potros prematuros
e fracos.
A infecc;:aopor leptospira nos
cavalos pode desencadear qua-
dros oculares de iridociclite au
uvefte recorrente, ja referida no
capftulo de afecc;:6esdos olhos
e seus anexos.
o diagn6stico e realizado
atraves da suspeita c1fnicacon-
firmada laboratorial mente par
tres metodos:
1. Exame ao campo escuro ou
fase, de sangue heparinizado
ou urina.
2. Isolamento da leptospira em
cultivo de meio Fletcher ou
inoculac;:aoem cobaia.
3. Sorologia:tftulos entre 1:3.200
e 1 :6.400 com sinais c1fnicos
podem indicar leptospirose
aguda.
o tratamento curativo pode
ser realizado associando-se
10.000 UI/kg de penicilina ben-
zatina e 5 mg/kg de estrepto-
micina pela via intramuscular, e,
concomitantemente, 10 mg/
kg/dia de terramicina dissolvi-
da na agua de bebida durante
10 a 15 dias. Outro tratamento
eficiente consiste na aplicac;:ao
em dose unica de 25 mg/kg de
estreptomicina, podendo-se
fraciona-Ia em intervalos de 48
horas.
Profilaticamente deve-se evi-
tar a contamina<;:aode agua e ali-
mentos a serem consumidos pe-
los cavalos, principalmente com
a urina dos animais transmisso-
res da doen<;:a.Com bata exaus-
tivamente os ratos nos depo-
sitos de graos e ra<;:6es.
Sob 0 ponto de vista de sau-
de publica, por se tratar de zoo-
nose, as pessoas que tiverem
contato com animais enfermos
devem ser orientadas pelo me-
dico veterinario a procurarem 0
servi<;:ode saude publica mais
proximo, para as providencias
medicas que se fizerem neces-
sarias.

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