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Guia de Estudos da Unidade 2 Gestão Financeira

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Gestão Financeira
(Disciplina equivalente a Administração Financeira)
UNIDADE 2
1
2ª UNIDADE
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1. Introdução:
Nesta unidade trataremos sobre a estrutura e custo de capital da disciplina de Admi-
nistração Financeira. Esse assunto é primordial para que possamos cumprir o nosso 
objetivo de conhecermos as aplicações da área de finanças em uma empresa. Para 
que você entenda o que será tratado nesta unidade, será preciso que você pare para 
fazer uma leitura no livro texto de administração financeira do autor Megliorini, dispo-
nível na biblioteca virtual. Por enquanto, é preciso que você leia a Unidade dois do 
livro texto de administração financeira, da página vinte e nove (29) até a página trinta 
e dois (32). 
Agora que você já fez a leitura das páginas recomendadas, já tem uma noção do 
assunto que abordaremos na unidade. Pois, vamos aprender como tomar a decisão 
correta sobre fontes de financiamentos. Essa é a primeira questão que surge quando 
uma pessoa vai abrir uma empresa, afinal, para abrir uma empresa, é necessário ter 
capital para financiar as operações dessa empresa. E como conseguir esse capital? 
Os empresários podem recorrer aos seus sócios, o que seria chamado de capital 
próprio, que é o dinheiro advindo dos sócios ou acionistas da empresa, ou seja, dos 
proprietários da empresa. Ou os empresários poderiam recorrer a empréstimos e 
financiamentos de fontes externas à empresa, o que seria chamado de capital de 
terceiros. Ou, de repente, dependendo do custo de cada fonte de capital, eles pode-
riam fazer uma combinação de cada um dos capitais, próprios e de terceiros, para 
conseguir financiar suas atividades. 
Com isso, aprenderemos como combinar essas duas fontes de financiamento, bus-
cando maximizar os lucros da empresa. Afinal, esse é o objetivo da nossa disciplina 
de administração financeira, que é fazer uma boa administração das finanças da em-
presa, buscando maximizar o lucro do negócio.
2. Conceitos de Estrutura e Custo de capital
O primeiro passo para se abrir uma empresa é a necessidade de se constituir ca-
pital, ou seja, os proprietários da empresa necessitam de dinheiro para investir nas 
operações da empresa e montar a sua estrutura, assim como comprar máquinas, 
equipamentos, instalações, veículos, entre outros tipos de investimentos. Diante dis-
so, eles captam recursos dos seus sócios ou acionistas que aparecem na demons-
tração contábil do Balanço Patrimonial, que é como se fosse uma foto da empresa 
que apresenta todos os seus bens, direitos e obrigações de uma só vez. O dinheiro 
investido pelos proprietários da empresa aparecerá no Balanço Patrimonial no grupo 
de contas chamado de Patrimônio Líquido representado pela conta de Capital So-
cial. O grupo de contas do patrimônio Líquido representa o chamado capital próprio 
da empresa, porque foi financiado pelos sócios ou acionistas da empresa. 
2
Vamos dar um exemplo para demonstrar a situação acima. Suponha que você, jo-
vem empreendedor, tem o sonho de abrir uma empresa de consultoria e seu amigo 
de faculdade também compartilha desse sonho, então, o primeiro passo que vocês 
vão precisar para abrir a empresa é de dinheiro para investir nesse negócio. Mas 
vocês não têm muitos recursos para investir, então, para resolver a situação, vocês 
sacaram todo dinheiro que estava investido nas suas contas no banco, venderam 
seus veículos e juntaram o valor. Cada um dos sócios investiu vinte e cinco mil reais. 
Com essa informação, vamos montar o balanço patrimonial dessa empresa de con-
sultoria. Esse lançamento contábil pode ser demonstrado pelo balanço patrimonial 
apresentado a seguir:
BALANÇO PATRIMONIAL – CONSULTORIA ABC LTDA.
Em: 31/12/2013
ATIVO R$ MIL PASSIVO R$ MIL
CAIXA 50
PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ MIL
CAPITAL SOCIAL 50
TOTAL DO ATIVO 50 TOTAL DO PASSIVO 50
De acordo com o balanço patrimonial acima, o dinheiro investido por cada um dos 
sócios totalizou o valor de cinquenta mil reais, que foi para conta de capital social, 
que faz parte do grupo de contas chamado de patrimônio líquido e, como tudo em 
contabilidade gera uma contrapartida, devido ao método das chamadas partidas do-
bradas, (um método que permite o equilíbrio patrimonial, onde o total do ativo sem-
pre será igual ao total do passivo), a conta de contrapartida para essa ação tomada 
será a conta caixa, ou seja, os sócios investiram cinquenta mil reais no capital social 
que foi para conta caixa, que servirá para financiar as operações da empresa. 
Observando o balanço acima, vemos que ele é financiado cem por cento por capital 
próprio, ou seja, por capital advindo dos sócios da empresa. Pois, como já discuti-
mos anteriormente, o grupo de contas do patrimônio líquido representa o capital pró-
prio no balanço patrimonial.
Como os recursos investidos pelos sócios foram poucos e a empresa de consultoria 
necessita de mais capital para financiar suas atividades iniciais, e como os sócios 
não dispõem de mais recursos para efetuar esse investimento, então o que resta 
de opção para os sócios? Certamente você deve ter pensado em empréstimos ban-
cários, não foi? Muito bem! É isso mesmo, eles devem recorrer a empréstimos ou 
financiamentos bancários para conseguirem o capital de que necessitam. 
Vamos supor que os sócios procuraram o Banco XYZ e fizeram um financiamento 
bancário de R$ 40.000,00 para comprar um veículo visando auxiliar os sócios em 
suas visitas aos clientes por um prazo de vinte e quatro meses para pagar. Vamos 
ver como ficará esse lançamento contábil no balanço patrimonial da Consultoria ABC 
LTDA.
3
BALANÇO PATRIMONIAL – CONSULTORIA ABC LTDA.
Em: 31/12/2013
ATIVO R$ MIL PASSIVO R$ MIL
ATIVO CIRCULANTE R$ 50 MIL PASSIVO CIRCULANTE R$ MIL
CAIXA 50
ATIVO NÃO CIRCULANTE R$ 40 MIL PASSIVO NÃO CIRCU-
LANTE
R$ 40 MIL
VEÍCULOS 40 FINANCIAMENTOS 
BANCÁRIOS
40
PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 50 MIL
CAPITAL SOCIAL 50
TOTAL DO ATIVO 90 TOTAL DO PASSIVO 90
O financiamento bancário feito pelos sócios no valor de quarenta mil reais foi para 
o grupo de contas do passivo não circulante, devido ao prazo de pagamento que é 
maior do que um exercício social, ou seja, maior do que um ano. E o veículo adqui-
rido, como é um bem, que apresenta uma vida útil maior, foi para o grupo de contas 
do ativo não circulante, que é o grupo de contas onde estão registrados todos os 
bens e direitos que apresentam uma vida útil maior do que um exercício social da 
empresa ou maior do que um ano. E, como já foi explicado anteriormente, o total do 
ativo foi igual ao total do passivo devido ao método das partidas dobradas.
O grupo de contas do passivo é conhecido também como capital de terceiros, pois 
representa os recursos captados pela empresa advindo de terceiros, ou seja, advin-
dos de pessoas que não fazem parte da empresa, como demonstrado no balanço 
patrimonial através do financiamento bancário adquirido pelos sócios da consultoria 
ABC Ltda. para compra do veículo da empresa. De acordo com o balanço patrimo-
nial apresentado acima, podemos dizer que a empresa possui cinquenta mil reais de 
capital próprio que representa aproximadamente cinquenta e seis por cento (56%) 
do capital total investido na empresa e quarenta mil reais de capital de terceiros que 
representa aproximadamente quarenta e quatro por cento (44%) do capital total in-
vestido na empresa. Será que essa composição de capital é boa para a empresa? 
Será que essa composição de capital está sendo rentável para empresa? 
Para respondermos essas questões e continuarmos avançando em nossos estudos, 
é necessário que você pare novamente e pegue o seu livro-texto do autor Megliorini 
e faça uma leitura das páginas trinta e dois (32) até a página trinta e quatro (34) para 
que depois retomemos a nossa discussão sobre essas questões.
2.1 Custo de capital de terceiros
Como já discutimos anteriormente,vimos que o custo de capital de terceiros é re-
presentado pelos empréstimos feitos junto a instituições financeiras como os bancos 
e também poderá ser representado pelas obrigações emitidas pelas chamadas de 
debêntures. Mas você sabe o que seria uma debênture? De acordo com a definição 
da Bovespa: “Debênture é um título de dívida, de médio e longo prazo, que confere 
4
a seu detentor um direito de crédito contra a companhia emissora. Quem investe em 
debêntures se torna credor dessas companhias.” No Brasil, as debêntures consti-
tuem uma das formas mais antigas de captação de recursos por meio de títulos. 
O custo do capital de terceiros, se utilizado da forma correta, normalmente, é mais 
vantajoso do que o custo do capital próprio. Afinal, como você deve ter visto no livro 
texto a utilização das fontes de capital de terceiros proporciona benefícios no impos-
to de renda, uma vez que as despesas com os juros pagos sobre essas transações 
gera uma dedução no lucro antes dos juros e imposto de renda (LAJIR), causando, 
consequentemente, uma diminuição no valor do imposto de renda a ser pago pela 
empresa. Você viu o exemplo da página trinta e três (33) do livro texto que exemplifi-
ca perfeitamente a situação discutida anteriormente. 
Para calcular o custo do empréstimo, ou seja, encontrar a taxa efetiva do emprésti-
mo que a empresa está tomando junto ao banco, utiliza-se a seguinte equação:
Ke = J x (1 - IR) (Fórmula 2.1.1)
Onde: Ke = custo do empréstimo
J = juros cobrados pelos bancos
IR = alíquota cobrada pelo imposto de renda
Vamos calcular o custo do empréstimo do nosso exemplo da Consultoria ABC LTDA. 
Em nosso exemplo, os sócios da empresa pegaram um financiamento junto ao 
banco de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). Supondo que eles pegaram esse finan-
ciamento a uma taxa de juros 15% (quinze por cento) ao ano e que a alíquota do 
imposto de renda seja de quarenta por cento (40%). Qual seria o custo do emprésti-
mo? Substituindo na fórmula, faremos o seguinte cálculo:
Ke = 0,15 x (1 – 0,40) = 0,15 x 0,60 = 0,09, ou seja, 9%. 
De acordo com o nosso exemplo de financiamento da consultoria ABC LTDA, onde 
os sócios adquiriram um financiamento no valor de quarenta mil reais a uma taxa de 
juros de quinze por cento ao ano, logo, as despesas com juros da empresa serão de 
seis mil reais (R$ 6.000,00). Obtemos esse valor fazendo o seguinte cálculo:
Despesas com juros = 40.000 x 0,15 = 6.000,00. 
Já as despesas com juros líquidas representam R$ 3.600,00 (três mil e seiscentos 
reais), de acordo com o cálculo a seguir, que pode ser feito utilizando a seguinte 
equação:
Despesas com juros líquidas = Despesas com juros x (1 - IR) (Fórmula 2.1.2) 
Logo, o nosso cálculo será: Despesas com juros líquidas = 6.000 x (1- 0,40) = 
3.600,00.
Dentro do contexto de mercado, as melhores taxas de financiamento são oferecidas 
normalmente pelos bancos de desenvolvimento ligados a órgãos governamentais ou 
de fomento mundial como, por exemplo: Banco Mundial, Banco Nacional de Desen-
5
volvimento (BNDES), Banco do Nordeste do Brasil (BNB), entre outros. No contexto 
brasileiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) tem o papel mais impor-
tante no financiamento de empresas nacionais, por meio de diversas linhas espe-
cíficas. Pois esse banco possui diversas linhas de financiamento com taxas muito 
atraentes para os empresários investirem no desenvolvimento de suas empresas.
Já as debêntures são os títulos de dívida emitidos pelas empresas tipicamente no 
território nacional. As empresas as utilizam para captar recursos, pagando juros e 
prêmios estipulados em uma escritura registrada, em que são resguardados todos 
os direitos e condições. Tais investidores podem ser pessoas, empresas jurídicas, 
bancos ou até mesmo pessoas físicas. Ou seja, esse tipo de título não deixa de 
ser um financiamento ou empréstimo tomado junto ao público, portanto, não se 
caracteriza como um financiamento bancário. Existem dois tipos de debêntures: as 
debêntures conversíveis em ações e as debêntures não conversíveis em ações. E aí 
você deve estar se perguntando qual a diferença entre ambas? 
A diferença é que as debêntures conversíveis em ações dão ao adquirente do título 
o direito de renunciar ao recebimento do dinheiro no vencimento e, com o valor das 
debêntures, transformá-las em ações ordinárias ou preferenciais, de acordo com o 
estipulado na escritura em termos de valor e quantidades equivalentes. Caso isso 
ocorra, a empresa se compromete a uma nova emissão de ações para fundamen-
tar a incorporação das debêntures como capital social. Já as debêntures não con-
versíveis, não permitem a transformação em ações. No dia do seu vencimento, a 
empresa tem que honrar o pagamento da obrigação aos seus detentores. Para que 
você aprofunde os seus conhecimentos acerca das debêntures, faça uma leitura 
sobre o assunto no site da enciclopédia virtual Wikipédia acessando o seguinte link: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Deb%C3%AAnture.
No livro texto é apresentada uma forma de calcular o custo de capital das debêntu-
res que utiliza os conceitos da Taxa Interna de Retorno (TIR), que é uma ferramenta 
utilizada para avaliar o retorno dos investimentos, porém vocês só conhecerão em 
profundidade esse assunto na unidade três do livro texto. Portanto, sugiro que, para 
continuarmos nossa aula sem que haja atropelos no conhecimento que está sendo 
construídos, vocês ignorem inicialmente esse cálculo que está sendo demonstrado 
nas páginas trinta e quatro (34) a trinta e seis (36) em relação ao custo das debên-
tures. Pois, na próxima unidade, esse conceito de taxa interna de retorno será mais 
bem explicado para que vocês entendam mais claramente.
E agora para que possamos dar continuidade à construção do nosso conhecimento 
sobre custo de capital, é necessário que você pare e pegue seu livro texto de Me-
gliorini e faça a leitura da página trinta e sete (37) até a página quarenta e um (41) 
no tópico que aborda sobre custo do capital próprio. 
2.2 Custo do capital próprio
O custo do Capital Próprio é a remuneração oferecida para os sócios e investidores 
da entidade. Ele se divide em custo das ações ordinárias e das ações preferenciais. 
Mas você sabe qual a diferença entre ações ordinárias e ações preferenciais? A di-
ferença consiste no direito ao voto, pois as ações ordinárias permitem participação 
6
nos lucros e dão direito a voto nas assembleias da empresa, enquanto nas ações 
preferenciais, como o próprio nome diz, os sócios que possuem esse tipo de ação 
têm preferência na hora de receber os dividendos, ou seja, eles possuem prioridade 
no recebimento de dividendos mínimos ou fixos e também no reembolso do capital 
investido em caso de dissolução da sociedade, porém não possuem direito a voto 
nas assembleias da empresa.
O custo de capital das ações preferenciais, no Brasil, se assemelha bastante às 
ordinárias, exceto quanto ao direito a voto. Mas, com base num modelo americano, 
apresentamos uma fórmula para encontrar o custo dessas ações, que, novamente 
considerando o Brasil, pode ser utilizado para casos de títulos que possuem uma re-
muneração fixa, vencimento inexistente e valorização de mercado irrelevante. O cus-
to das ações preferenciais, rp, é o quociente entre o dividendo da ação preferencial e 
os recebimentos líquidos provenientes da venda dela pela empresa. Os recebimen-
tos líquidos representam a quantia a ser embolsada, menos quaisquer custos de lan-
çamento. A equação a seguir mostra o custo das ações preferenciais, rp, em termos 
do dividendo anual, Dp, e dos recebimentos líquidos com a venda da ação, Np. 
rp = (Fórmula 2.2.1)Onde:
rp = custo do capital da ação preferencial;
Dp = dividendo preferencial (considerado fixo); 
Np = montante a ser recebido pela emissão da ação preferencial, líquido de todas as 
despesas de colocação. Dividendos líquidos com a venda das ações.
Como os dividendos das ações preferenciais são pagos com fluxos de caixa depois 
do imposto de renda da empresa, não se faz necessário qualquer ajuste ao imposto.
Para que você entenda melhor como funciona esse cálculo, vamos citar um exem-
plo: Vamos voltar ao nosso exemplo da Consultoria ABC LTDA e supor que os sócios 
da consultoria estão avaliando a possibilidade de emitirem ações preferenciais a 
uma remuneração de 12% (doze por cento), que espera vender tais ações ao valor 
de face de R$ 100,00 (Cem reais) por ação. O custo de emissão e venda deve ser 
de R$ 10,00 (dez reais) por ação. Então, eu lhe pergunto, qual o custo das ações 
preferenciais da Consultoria ABC LTDA? Como faremos para resolver e calcular 
esse custo? 
A primeira ação que deveremos adotar para resolver o problema é calcular o custo 
da ação, ou seja, calcular o valor dos dividendos preferenciais anuais que serão pa-
gos para os detentores da ação preferencial, que, nesse caso, se calcula da seguin-
te forma: a Consultoria ABC LTDA paga uma remuneração de 12% (doze por cento) 
sobre o valor da ação que é de R$ 100,00 (Cem reais). Logo, o valor do custo da 
ação preferencial será de: 
R$ 100,00 X 12% = R$ 12,00 (doze reais).
7
Agora que já calculamos o valor da ação, precisamos encontrar o valor dos recebi-
mentos líquidos para substituirmos na fórmula 2.2.1. Então, o valor dos recebimen-
tos líquidos por ação com a venda proposta corresponde ao preço de venda menos 
os custos de lançamento. Logo, o valor será calculado por: R$ 100,00 - R$ 10,00 = 
R$ 90,00. Agora só falta substituir na fórmula 2.2.1 para encontrarmos o custo da 
ação preferencial.
rp = = 0,1333 ou 13,33%. 
Você se lembra do custo de capital de terceiros que calculamos para a Consultoria 
ABC LTDA? Foi de 9% enquanto o custo da ação preferencial que calculamos acima 
foi maior que o custo de capital de terceiros. Você sabe por que isso ocorre? Isso 
acontece porque o custo do capital de terceiros (os juros) é dedutível do imposto de 
renda e também porque as ações preferenciais são mais arriscadas do que a dívida 
de longo prazo.
O Custo de capital das ações ordinárias está relacionado à remuneração paga aos 
sócios da empresa através de dividendos e também ao aumento do valor da ação e 
estão diretamente relacionados ao lucro da empresa. Pois o custo do capital próprio 
sob a forma de ações ordinárias, rs, é a taxa à qual os investidores descontam os 
dividendos esperados da empresa para determinar o valor de sua ação. Podem ser 
utilizadas duas formas de calcular esse custo que pode ser o modelo de avaliação 
com crescimento constante ou o modelo de formação de preços de ativos (CAPM).
Vamos utilizar agora o modelo de avaliação com crescimento constante de Gordon. 
Para calcular o custo do capital próprio das ações ordinárias, utilizaremos a seguinte 
equação:
rs = (Fórmula 2.2.2) 
Onde:
rs = retorno requerido da ação ordinária; (custo do capital próprio);
D1 = dividendo por ação esperado ao final do primeiro ano;
P0 = valor da ação ordinária;
g = taxa de crescimento constante dos dividendos.
Vamos supor que a Consultoria ABC LTDA deseje determinar o custo de seu capital 
próprio (ações ordinárias), rs. O preço de mercado, P0, de suas ações ordinárias é 
de R$ 75,00 (setenta e cinco reais) por ação. A empresa espera pagar dividendos, 
D1, de R$ 9,00 (nove reais) ao fim do próximo ano e nos últimos anos os dividendos 
apresentaram uma taxa de crescimento média anual de 6% (seis por cento). Calcule 
o custo da ação ordinária. Para encontrarmos o custo do capital próprio das ações 
ordinárias, vamos substituir na fórmula 2.2.2.
rs = 0,06 = 0,12 + 0,06 = 0,18 ou 18% 
Esse custo de 18% do capital próprio representa o retorno requerido pelos acionistas 
atuais sobre seu investimento. Se o retorno efetivo for inferior a esse, é provável que 
eles comecem a vender suas ações. 
8
Outra forma de calcular o custo das ações ordinárias é através do modelo de forma-
ção de preços de ativos (CAPM), que é uma técnica que descreve a relação entre o 
retorno requerido, rs, e o risco não diversificável da empresa, medido pelo coeficiente 
beta, b. A fórmula para encontrar o CAPM básico é dada pela seguinte equação:
)]([ RrRr FmFs b ��+= 
(Fórmula 2.2.3) Onde:
Rf = taxa de retorno livre de risco.
rm = retorno de mercado; retorno sobre os ativos da carteira de mercado.
b = beta do mercado.
O uso da técnica do CAPM indica que o custo do capital próprio das ações ordiná-
rias é o retorno requerido pelos investidores como recompensa pelo risco não diver-
sificável da empresa, medido pelo beta. Vamos analisar um exemplo prático dessa 
técnica para que vocês entendam melhor. 
Para isso continuaremos com o nosso exemplo da Consultoria ABC LTDA, que ago-
ra calcula o custo das suas ações ordinárias, rs, com o modelo de formação de pre-
ços de ativos. Seus assessores de investimentos e suas próprias análises indicam 
que a taxa livre de risco, Rf, é de 10%; o beta, b, da empresa é de 1,6; e o retorno 
de mercado, rm, é 15%. Vamos calcular o custo do capital próprio pela técnica do 
CAPM? Substituindo na equação 2.2.3 teremos o seguinte cálculo:
rs = 10% + [1,6 x (15% - 10%)] = 10% + [1,6 x 5%] = 10% + 8% = 18%
Logo, o custo de 18% do capital próprio representa o retorno requerido pelos investi-
dores sobre as ações ordinárias da Consultoria ABC LTDA, que, por sua vez, é igual 
ao valor encontrado com o modelo de avaliação com crescimento constante.
Para que você aprofunde seus conhecimentos sobre essas técnicas e aprenda mais 
sobre as principais diferenças entre ambos, é necessário que você vá a biblioteca 
virtual e leia o livro de Princípios de Administração Financeira do autor Lawrence J. 
Gitman, no capítulo onze (11) da página: 439 até a página 443. 
2.3 Custo médio ponderado de Capital (CMPC)
Para darmos continuidade ao nosso assunto de estrutura e custo de capital, vamos 
estudar agora o custo médio ponderado de capital. Para que você entenda melhor 
os conceitos que serão tratados nessa parte, será necessário que você pare e faça 
uma leitura desse assunto no livro texto, da página quarenta e um (41) até a página 
quarenta e quatro (44).
Agora que você já leu sobre o assunto, você viu que o custo médio ponderado de 
capital (CMPC) é a média ponderada dos custos das diversas fontes de financia-
mentos obtidas pela empresa. Ele é simples de calcular e é feito através da multi-
plicação do custo específico de cada modalidade de financiamento por sua partici-
9
pação na estrutura de capital da empresa e somam-se os valores ponderados. De 
acordo com a equação a seguir:
CMPC = (Wd x Kd) + (We x Ke) + (Wao x Kao) + (Wap x Kap) + (Wlr x Kao) 
(Fórmula 2.3.1)
Wd = proporção de debêntures na estrutura de capital;
We = proporção de empréstimos na estrutura de capital;
Wao = proporção de ações ordinárias na estrutura de capital;
Wap = proporção de ações preferenciais na estrutura de capital;
Wlr = proporção de lucros retidos na estrutura de capital;
Kd = custo das debêntures;
Ke = custo dos empréstimos;
Kao = custo das ações ordinárias;
Kap = custo das ações preferenciais.
Agora, para entendermos melhor a aplicação dessa equação, vamos voltar ao nosso 
exemplo da Consultoria ABC LTDA, já que os custos dos diversos tipos de capital já 
foram calculados, conformedemonstração a seguir:
Custo do capital de terceiros, Ke ,= 9%
Custo das ações preferenciais, Kap = 13,33%
Custo das ações ordinárias, Kao = 18%
Sabendo que a empresa pretende usar os seguintes pesos para calcular o custo mé-
dio ponderado de capital:
FONTES DE CAPITAL PESO
Capital de terceiros de longo prazo 40%
Ações preferenciais 10%
Ações ordinárias 50%
TOTAL 100%
Para calcularmos o custo médio ponderado de capital da Consultoria ABC LTDA é só 
substituirmos os valores acima na fórmula 2.3.1:
CMPC = (0,40 x 9%) + (0,10 x 13,33%) + (0,50 x 18%) = 3,6% + 1,33% + 9% = 
13,93%.
10
Para complementar o seu conhecimento sobre o assunto, será necessário que você 
vá até a biblioteca virtual e continue a leitura do Livro de Princípios de Administração 
Financeira, do autor Lawrence J. Gitman, no capítulo onze (11), da página: 444 até a 
página 446.
2.4 Conceitos de Alavancagem
Vamos discutir nessa seção um conceito muito importante para construção do seu 
conhecimento sobre Estrutura e Custo de Capital e que não está contemplado no 
livro texto de Megliorini. Então, para que você se aprofunde mais nesse conhecimen-
to, peço que você pare e procure na biblioteca virtual o livro de Princípios de Admi-
nistração Financeira, do autor Lawrence J. Gitman, e faça a leitura do capítulo doze 
do livro da página quatrocentos e sessenta e oito (468) até a página quatrocentos e 
oitenta e um (481).
Agora que você já fez a leitura, aprendeu sobre o conceito de alavancagem que cor-
responde ao termo geral utilizado para qualquer técnica aplicada para multiplicar a 
rentabilidade por meio de endividamento. O incremento proporcionado através da 
alavancagem também aumenta os riscos da operação e a exposição da empresa à 
insolvência. Existem três tipos de alavancagens que são: a alavancagem operacio-
nal, a financeira e a total. 
A alavancagem operacional diz respeito à relação entre a receita de vendas da em-
presa e o seu lucro antes dos juros e imposto de renda (LAJIR), conhecido também 
como lucro operacional. Ele mostra como uma mudança no percentual das vendas 
afetará o lucro da empresa. O grau de Alavancagem operacional (GAO) é dado pela 
seguinte equação: 
GAO = (Fórmula 2.4.1)
Onde:
Q = quantidade vendida
P = preço de venda do produto
CV = Custo variável
CF = custo fixo
Vamos supor que uma empresa hipotética deseje calcular o seu grau de alavanca-
gem operacional, sabendo que a quantidade vendida foi de 10.000 unidades, que 
o preço de venda é de R$ 100,00, seu custo variável é de R$ 50,00 e seus custos 
fixos são de R$ 150.000,00. Para calcularmos, vamos substituir na equação 2.4.1:
GAO = = 1,43
11
Logo, essa empresa possui um grau de alavancagem operacional de 1,43, que sig-
nifica que, para cada um real de aumento nas vendas, o lucro da empresa crescerá 
1,43 vezes mais do que as vendas.
A alavancagem financeira diz respeito à relação entre o lucro antes dos juros e 
imposto de renda (LAJIR) e o seu lucro líquido por ação ordinária (LPA). Ele mostra 
o efeito que o capital de terceiros produz sobre o patrimônio líquido. Se o GAF for 
maior do que um (1,0), dizemos que foi favorável; se o GAF for menor do um (1,0), 
teve uma alavancagem desfavorável; e, se for igual a um (1,0), a alavancagem foi 
nula. O grau de Alavancagem Financeira (GAF) é dado pela seguinte equação: 
GAO = (Fórmula 2.4.2)
Onde:
J = juros 
DP = Dividendos preferenciais
T = alíquota do imposto de renda
Vamos calcular o grau de alavancagem financeira da empresa da questão anterior, 
sabendo que o LAJIR foi de R$ 350.000,00, que os juros foram de R$ 25.000,00, os 
dividendos preferenciais foram de R$ 22.000,00 e a alíquota do imposto de renda é 
de 40%. Para calcularmos vamos substituir na equação 2.4.2:
GAF = 
GAF = = 1,21 
Logo, essa empresa possui um grau de alavancagem financeira de 1,21, que signifi-
ca que ela apresenta uma alavancagem favorável.
Já alavancagem total diz respeito à relação entre a receita de vendas da empresa 
e o seu lucro líquido por ação ordinária (LPA). Ela resulta do efeito combinado do 
uso de custos fixos, tanto operacionais quanto financeiros, para ampliar os efeitos 
de variações nas vendas sobre o lucro por ação da empresa. Ela pode ser calculada 
através da multiplicação do GAO pela o GAF.
GAT = GAO x GAF (Fórmula 2.4.3)
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Vamos calcular agora o grau de alavancagem total (GAT) da empresa da questão 
anterior, para isso é só substituirmos na equação 2.4.3.
GAT = 1,43 x 1,21 = 1,73
Com isso, verificamos que a empresa apresenta um grau de alavancagem total de 
1,73.
2.5 Revisão da Unidade dois
Para concluirmos o assunto da unidade dois, vamos recapitular os principais con-
ceitos vistos. Pois, nessa unidade, aprendemos sobre a estrutura e custo de capital. 
Aprendemos a diferença entre o custo de capital de terceiros e o custo de capital 
próprio e também aprendemos a calcular o custo de cada uma dessas fontes de ca-
pital. Vimos que é importante conhecer as diversas fontes de capital da empresa e 
saber calcular o custo dessas fontes, cujo objetivo é encontrar a estrutura ótima de 
capital. Pois as empresas procuram essas estruturas ótimas através da substituição 
do capital próprio pelo capital de terceiros, uma vez que o capital de terceiros apre-
senta um custo menor do que o capital próprio. Logo, quanto maior for a participação 
de capital de terceiros na estrutura de capital da empresa, menor será o custo médio 
ponderado de capital. E, por último, aprendemos a calcular a alavancagem opera-
cional, financeira e total com o intuito de verificarmos o efeito do custo de capital de 
terceiros sobre a empresa.
Agora é sua vez de pôr em prática o que foi mostrado nessa unidade. Para praticar 
os conhecimentos vistos nessa unidade, faça os exercícios referentes à unidade 
dois que estão no ambiente virtual e participe do fórum sobre os assuntos abordados 
nessa unidade para trocar conhecimentos com os outros estudantes.

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