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A IMPORTÂNCIA DA TERAPIA NUTRICIONAL NA OBESIDADE VISCERAL EM PACIENTES SOROPOSITIVOS

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UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTONIO CARLOS - UNIPAC 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ESTUDOS SOCIAIS DE TEÓFILO OTONI 
CURSO DE NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
DORANICE FERREIRA DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA TERAPIA NUTRICIONAL NA OBESIDADE 
VISCERAL EM PACIENTES SOROPOSITIVOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEÓFILO OTONI 
2012 
DORANICE FERREIRA DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA TERAPIA NUTRICIONAL NA OBESIDADE 
VISCERAL EM PACIENTES SOROPOSITIVOS 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Nutrição 
da Universidade Presidente Antônio 
Carlos – UNIPAC, como requisito 
parcial para obtenção do título de 
Nutricionista. 
 
 Orientador: Gleyciane Soares Martins 
 
 
 
 
TEÓFILO OTONI 
2012 
Doranice Ferreira de Souza 
 
 
 
A importância da terapia nutricional na obesidade visceral em pacientes 
soropositivos 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Universidade Presidente Antônio Carlos –
UNIPAC, como requisito parcial para obtenção 
do grau de bacharel em Nutrição. 
 
 
Aprovada em _____ / _____ / ______ 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Magda Oliveira Gusmão 
Especia lista em Nutr ição Humana e Saúde pela UFLA 
Universidade Presidente Antônio Car los - UNIPAC 
 
 
 
 
Gleyciane Soares Mart ins 
Pós Graduanda em Docência do Ensino Super ior 
Universidade Presidente Antônio Car los - UNIPAC 
 
 
 
 
Maline Aparecida Mendes Barreiros 
Especia lista em Nutr ição Humana e Saúde pela UFLA 
Pós Graduanda em Processos Pedagógicos para Profissionais da Saúde pela 
UFMG 
Universidade Presidente Antônio Car los - UNIPAC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico a Deus e a todos que 
contribuíram direta ou 
indiretamente com meu trabalho. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
À Deus, por ter me dado força, coragem e sabedoria em cada momento. 
 
A minha orientadora, Gleyciane Soares pela paciência e esforço. 
 
A minha sogra Vaneli que contribuí diretamente com o meu trabalho. 
 
Ao meu esposo, pelo apoio e compreensão
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tudo posso Naquele que me fortalece. 
 
(Filipenses 4, 13) 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Desde que surgiu a Síndrome da Deficiência Imunológica adquirida (AIDS), esta se 
tornou um dos maiores desafios da saúde no mundo. Antes do desenvolvimento da terapia 
antirretroviral os pacientes não tinham qualidade de vida e o índice de mortalidade era 
exorbitante. Não havia sobrevida para estes pacientes por muito tempo. Após o ano de 
1996 foi desenvolvido o tratamento antirretroviral o que aumentou a expectativa de vida 
dos soropositivos, contudo foi constatado que o tratamento possui pontos negativos que 
levam os indivíduos a desenvolverem alterações metabólicas e morfológicas. Estudos 
comprovam que a terapia nutricional tem importante contribuição no tratamento e 
prevenção das alterações que ocorrem nos paciente soropositivos. A obesidade visceral é 
uma das alterações observadas em pacientes com HIV/AIDS estando esta associada a 
várias patologias como: dislipidemias (colesterol total, LDL, trigliceridemia), intolerância 
a glicose, que levam à aterosclerose e doenças cardiovasculares. A terapia nutricional 
adequada deve ser introduzida logo após a confirmação da AIDS, e após a avaliação 
nutricional desse individuo verificando, através de exames laboratoriais os níveis 
glicêmicos, lipídicos e de micronutrientes. O objetivo deste trabalho é demonstrar a 
importância da intervenção nutricional nos pacientes soropositivos, evitando que doenças 
relacionadas à terapia antirretroviral, como a obesidade visceral, perpetuem 
comprometendo o estado nutricional do paciente. 
 
 
 
Palavras-chave: HIV. Terapia nutricional. Obesidade visceral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Since the advent of Immune Deficiency Syndrome (AIDS), this became one of the biggest 
health challenges in the world. Before the development of antiretroviral therapy patients had 
no quality of life and mortality rate was exorbitant. There was no survival for these patients 
for long. After the year 1996 was developed antiretroviral treatment which increased the life 
expectancy of HIV patients, however it was found that the treatment has negative points that 
lead individuals to develop metabolic and morphological. Studies show that nutritional 
therapy has an important contribution in the treatment and prevention of the changes that 
occur in HIV-positive patient. Visceral obesity is one of the changes observed in patients with 
HIV / AIDS being is associated with various diseases such as dyslipidemia (total cholesterol, 
LDL, triglycerides), glucose intolerance, leading to atherosclerosis and cardiovascular 
disease. The adequate nutritional therapy should be introduced immediately after confirmation 
of AIDS, and after checking that individual nutritional assessment through laboratory blood 
glucose levels, lipid and micronutrients. The objective of this work is to demonstrate the 
importance of nutritional intervention in HIV-positive patients, preventing diseases related to 
antiretroviral therapy, such as visceral obesity, perpetuate compromising the nutritional status 
of the patient. 
 
 
Key-words: HIV. Nutritional therapy. Visceral obesity. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
AE – Aumento da Água Extracelular 
AIDS – Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida 
ARV – Antirretroviral 
AZT – Zidovudina 
HAARY – Highly Active Antiretroviral Treatment 
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana 
MCC – Massa Celular Corporal 
PVHA - Pessoas que vivem com a AIDS 
SL – Síndrome Lipodistrófica 
SLHIV – Síndrome Lipodistrófica do HIV 
TARV – Terapia Antirretroviral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................09 
2 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................11 
2.1 Síndrome da deficiência imunológica adquirida – AIDS..............................................11 
2.1.1 A AIDS no Brasil....................................................................................................... ......13 
2.1.2 AIDS e infecções oportunistas.........................................................................................13 
2.1.3 A mulher e o HIV.............................................................................................................14 
2.2 Alterações metabólicas e morfológicas em pacientes soropositivos..............................16 
2.3 Alteraçoes nutricionais em pacientes soropositivos.......................................................16 
2.4 Obesidade visceral.............................................................................................................17 
2.5 Terapia nutricional em obesidade visceral.....................................................................17 
2.5.1 Aspectos dietéticos do tratamento....................................................................................182.5.2 Recomendações nutricionais em soropositivos................................................................19 
2.5.3 Pacientes com resistência a insulina................................................................................19 
2.5.4 Objetivos da dietoterapia relacionados aos pacientes soropositivos................................20 
2.5.5 Interação do ARV e medicamentos fitoterápicos............................................................21 
2.5.6 Aconselhamento Alimentar e Nutricional........................................................................21 
3 METODOLOGIA................................................................................................................23 
4 DISCUSSÃO.........................................................................................................................24 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................27 
REFERÊNCIAS......................................................................................................................28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida (AIDS) é uma doença crônica e 
progressiva, que acarreta um impacto nutricional no paciente acometido por ela. É causada 
pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Este impacto é notado de forma mais branda 
na maioria dos pacientes, pois a desnutrição moderada tem demonstrado efeitos adversos no 
resultado da doença. (BARBOSA; FORNÉS, 2003). As alterações metabólicas e 
morfológicas decorrentes da terapia antirretroviral (TARV) relacionam-se ao uso de protease, 
podendo ocorrer em pacientes que não tenham feito uso de drogas desta classe, ou mesmo de 
quaisquer antirretrovirais. (SILVA; BURGOS; SILVA, 2010). 
A obesidade visceral é um agravante em pacientes soropositivos que pode desencadear 
doenças como dislipidemias (colesterolemia e hipertrigliceridemia) e intolerância a glicose, 
tendo como consequência o risco do acometimento de doenças cardiovasculares e 
aterosclerose, que ocorrem não somente em 70% dos pacientes HIV positivo recebendo 
TARV, como também em indivíduos com infecções pelo HIV sem TARV. (BRASIL, 2008). 
A terapia nutricional do HIV deve diminuir os custos com a saúde. O nutricionista 
deve aplicar os fundamentos básicos sobre nutrição na avaliação dos pacientes, sendo 
essenciais para manter prognósticos positivos de saúde nos pacientes com HIV. (BRASIL, 
2006b). 
 No caso específico da infecção por HIV, para Tawil et al. (1995 apud BASTOS; 
SZWARCWALD, 2000) há destaque das pessoas mais empobrecidas com dificuldades 
estruturais, que não possuem acesso a utilização dos meios preventivos por problemas 
culturais; constrangimentos, como mulheres com dificuldades de negociar com o parceiro o 
uso de preservativos; e dificuldades em serviços de assistência, como tratamento e prevenção. 
Estes fatores, geralmente, estão associados à baixa escolaridade. Fica evidente que pessoas 
desfavorecidas socialmente se encontram em piores situações de saúde. (BRASIL, 1986-
1998). 
 A princípio, a população idosa não foi atingida pela AIDS. Nos primeiros cinco anos 
apenas 4 casos foram diagnosticados em pessoas com mais de 60 anos no Brasil. Nesta época 
considerava-se a população idosa inativa. (GODOY et al., 2008). 
 Ainda segundo Godoy et al. (2008) apenas com a evolução do comportamento sexual 
do homem idoso, devido aos medicamentos para disfunção erétil, que proporciona a estes uma 
atividade sexual mais intensa essa população passa a fazer parte do grupo atingido pela AIDS. 
Em relação às mulheres, apesar da frequência sexual diminuída devido a menopausa, ainda 
possuem vida sexual ativa, porém, encontram dificuldades de negociar o uso de preservativo. 
A grande maioria dos idosos, não procura os serviços de saúde próximos a sua residência, 
porque temem encontrar conhecidos, e acabam com isso, se isolando, não sendo dessa forma, 
tratados adequadamente. 
 O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância da intervenção nutricional nos 
pacientes soropositivos, evitando que doenças relacionadas à terapia antirretroviral, como a 
obesidade visceral, perpetuem comprometendo o estado nutricional do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
2.1 Síndrome da deficiência imunológica adquirida – AIDS 
 
 
A síndrome da imunodeficiência adquirida é uma doença crônica e progressiva, com 
impacto no estado nutricional mais agressivo na síndrome consumptiva, que ocorre através da 
perda de massa magra com prognóstico de mortalidade. (BARBOSA; FORNÉS, 2003). 
A AIDS no Brasil está associada a pobreza e ao baixo grau de escolaridade estando 
presente principalmente no estado de São Paulo. No Brasil a incidência é de 36,3 a cada 100 
mil habitantes. (QUINTAES; GARCIA, 1999). 
Foi identificada em 1981. O vírus causador desta patologia é o HIV. Sua evolução 
caracteriza-se pela intensa multiplicação do vírus responsável pela destruição das células 
CD4. A perda da imunidade celular ocorre devido a supressão dos linfócitos T4, deixando o 
organismo vulnerável ao surgimento de infecções oportunistas. (COPPINI; FERRINI, 2009). 
A AIDS é classificada em três estágios. No estágio inicial da AIDS, ocorre a 
diminuição da massa celular corporal (MCC) e aumento da água extracelular (AE), sem perda 
de peso. No estágio intermediário, a MCC diminui, a AE aumenta, levando a perda de peso. 
No estágio tardio ou final, as taxas de perda de MCC e de AE aumentam, a gordura corporal 
diminui, levando a uma severa perda de peso que se agrava na presença de infecções agudas. 
(MELCHIOR et al. 1993; DAVIDHIZAR & DUNN, 1998 apud BARBOSA; FORNÉS, 
2003). 
Os infectados pelo HIV evoluem para uma grave disfunção do sistema imunológico a 
medida em que os linfócitos T4 são destruídos. A história natural desta infecção vem se 
alterando através da terapia antirretroviral, iniciada no Brasil em 1996, resultando em 
aumento da sobrevida do paciente, com a melhora do sistema imunológico e redução das 
doenças secundárias. (BRASIL, 2010). 
Um achado relevante está relacionado a escolaridade como explicação para as 
diferenças relativas as práticas sexuais de risco. O uso de preservativo aumenta de acordo com 
o grau de escolaridade, quanto ao uso de drogas, os índices diminuem com o aumento da 
escolaridade. (SILVA et al., 2010). 
A infecção por HIV possui duas fases, a primeira delas é a fase assintomática, que 
pode durar de meses a anos, com sintomas clínicos mínimos ou inexistentes. Os exames 
soropositivos para HIV podem estar estáveis ou em declínio. Alguns pacientes podem 
apresentar uma linfoadenopatia generalizada flutuante e indolor; a segunda é a fase 
sintomática. Nesta fase podem surgir sinais e sintomas inespecíficos de intensidades variáveis. 
São indicativos de processos oportunistas de menor gravidade, linfoadenopatia generalizada, 
diarreia, febre, astenia, sudorese noturna e perda de peso superior a 10%. (SEM 
REFERENCIA!) 
No Brasil, em 1980 ate junho de 2010, foram confirmados 592.914 casos de AIDS 
dentre os quais 58% estavam localizados na região Sudeste. Em 2009 foram identificados 
38.538 novos casos de AIDS. Alguns dados revelam queda de 20% no número de infecções 
pelo HIV no mundo nos últimos 10 anos. (SEM REFERENCIA!) 
A partir de 1996, com a introdução dos antirretrovirais, os pacientes passaram a 
receber tratamento mais potente e eficaz, o Highly Active Antiretroviral Treatment (HAART). 
Este tratamento trouxe queda nos índices de morbidade e mortalidade associados ao HIV e 
melhorias significativas na qualidadede vida dos soropositivos. (ZAMBRINI, 2011). 
As diretrizes atuais reconhecem que o tratamento das necessidades complexas diversas 
dos lactentes, crianças, adolescentes, infectados por HIV e de suas famílias exige equipe 
mutidiciplinar formada por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, 
nutricionistas, profissionais de atendimento domiciliar e farmacêuticos. (MAHAN; ESCOTT-
STUMP, 2011). 
De acordo com Luis (2001 apud SILVA; BURGOS; SILVA, 2010) a 
hipertrigliceridemia pode ser um marcador na progressão da infecção pelo HIV, do estágio da 
evolução da doença e o tratamento antirretroviral pode ser secundário. 
Pesquisas sul-africanas demonstram que pessoas soropositivas obesas ou com excesso 
de peso, apresentam menor risco de morte ou desenvolvimento de doenças como a 
tuberculose, se comparadas a indivíduos infectados de peso normal. (PROCURAR 
PUBLICAÇÃO!! - ,em ediçao online revista AIDS) 
Embora não haja cura para a AIDS, é possível controlar a infecção através da 
prevenção e diagnóstico precoce, além da administração de uma terapia adequada e 
individualizada ao portador. Em alguns locais a epidemia do HIV possui caratecterísticas 
próprias, principalmente relacionadas a grupos populacionais, como usuário de drogas, 
homossexuais, população carcerária, etc., além de outros grupos de forma generalizada, como 
os heteressexuais. Em algumas localidades o aparecimento do HIV é recente, demonstrando 
um rápido aumento no número de pessoas infectadas, enquanto em outras onde o vírus está 
presente há mais tempo, há sinais de estabilização deste. (BRASIL, 2006a). 
2.1.1 A AIDS no Brasil 
 
 
Segundo o Ministério da Saúde, na região Nordeste do Brasil os casos de AIDS são 
mais raros. Os primeiros casos surgiram em 1983, tendo sido confirmados dois casos; em 
1985 foram notificados 31 casos de HIV/AIDS nessa região. Em contra partida em 1985, na 
região Sudeste, esse número foi relevantemente superior, tendo sido registrados 508 casos, 
representando 90% do total do país, o que confirma que os primeiros casos no Brasil se 
concentraram na região Sudeste. (FALTA REFERENCIA OU ANO!!). 
Entre 1980 e 2001, foram registrados 222 mil casos no Brasil, grande parte dessas 
notificações na região sudeste (68%); a região Sul foi a segunda colocada em percentual de 
casos (16%); 9% dos casos foram registrados na região Nordeste; 5% na região Centro Oeste 
e 2% dos casos na região Norte. (BARBOSA, 2001). 
 No Brasil a vulnerabilidade a essa patologia associa-se a situação socioeconômica da 
população. (BARBOSA; SAWYER, 2003). 
 Parker; Camargo Júnior (2000) considera importante análises multidimensionais no 
estudo de controle da AIDS no Brasil, os estudos têm incorporado as áreas sociais, políticas, 
econômicas e culturais não sendo consideradas as informações de responsabilidade individual. 
 Segundo Camargo (2007) as principais fontes de informação dos jovens a respeito da 
AIDS são a escola e a televisão (44,8% e 41,5%, respectivamente) ; em segundo lugar 
folhetos informativos (36,6%) e por último a família (34,1%). Além disso, o autor relata que o 
sexo seguro depende do contexto internacional do adolescente, das decisões relacionadas ao 
uso de preservativos e do medo de contrair o vírus. Estes fatos confirmam a necessidade das 
informações nas escolas e universidades reconhecerem a família como aliada do adolescente, 
através do diálogo sobre os riscos de contaminação do HIV/AIDS nas relações sexuais, sem o 
uso de preservativos. (PEREIRA et al, 2011). 
 
 
2.1.2 AIDS e infecções oportunistas 
 
 
O sistema imunológico é a principal defesa contra as infecções oportunistas, que são a 
principal manifestação clinica da AIDS, com altas taxas de mortalidade. São doenças de 
origem endógena. Um fator X é responsável pelo combate às infecções oportunistas, se este 
fator falha, os patógenos se proliferam e causam a infecção, sendo este o mecanismo que 
define a AIDS. (KOLIADIN, 1998). 
De acordo com Fagundes et al., (2010), após o uso de terapia antirretroviral foram 
diagnosticados 74 casos de infecções oportunistas: herpes cutâneo em 18 pacientes, 
candidíase orofaríngea em 14, pneumocitose em 12 pacientes. Quanto ao mecanismo de 
infecção 52 mulheres e 40 homens foram infectados no ato sexual, 30 homens por contato 
homossexual, e 7 mulheres e 8 homens por contagio através de drogas injetáveis, 2 mulheres 
através de transfusão de sangue, e apenas uma mulher e quatro homens não sabem como 
foram infectados. 
A prevenção de infecções oportunistas em soropositivos é uma intervenção de grande 
efetividade que proporciona uma significativa redução de doenças e morte. (FALTA 
REFERENCIA!) 
A prevenção apresenta alguns aspectos que devem ser considerados, como: prevenção 
da exposição, que reduz o risco de infecções oportunistas, consiste em atitude de estilos de 
vida capazes de diminuir o contato com patógenos oportunistas e agentes de co-infecção; 
profilaxia primária, evita o desenvolvimento de doenças em pessoas expostas previamente ou 
que apresentam riscos prováveis; profilaxia secundaria, tem o objetivo de evitar a reinfecção 
oportunista. (FALTA REFERENCIA!) 
A pneumocitose é a doença mais comum na infecção em pacientes com AIDS. A 
profilaxia primária da pneumocitose reduz o risco desta patologia em aproximadamente nove 
vezes. (FALTA REFERENCIA!) 
São várias as doenças oportunistas associadas a AIDS, podendo ser causadas por vírus, 
bactérias, protozoários, fungos e algumas neoplasias. Dentre elas, destacam-se, Vírus: 
Citomegalovirose, herpes simples, leucoencefalopatia multifocal progressiva; Bactérias: 
Micobacterioses (tuberculose), pneumonias, salmonelose; Fungos: pneumocistose, candidíase, 
criptococose, histoplasmose; Protozoários: Toxoplasmose, criptosporidiose isosporíase. 
Existem também alguns tumores que ocorrem de forma mais frequente, associados ao HIV, 
como sarcoma de Kaposi, linfomas não Hodgkin, neoplasias intraepiteliais anal e cervical. No 
sexo feminino, o câncer do colo do útero é uma das doenças indicativas de AIDS. (BRASIL, 
2006). 
 
 
2.1.3 A mulher e o HIV 
Talvez o impacto da infecção por HIV na mulher seja o menos estudado. A estimativa 
é de três mil mulheres infectadas por dia, sendo que 85% destas são mulheres em idade 
reprodutiva. (FALTA REFERÊNCIA!!) 
Nos Estados Unidos, a AIDS é a quinta causa de morte em mulheres e a primeira 
causa de morte em mulheres em idade de procriação, em várias capitais americanas. No 
Brasil, percebe-se uma acentuada elevação nos grupos heterossexuais. A contaminação 
homossexual caiu de 47 para 24% entre 1986 e 1991 e a transmissão heterossexual aumentou 
de 55 para 20%. Estudos demonstram que a transmissão do vírus é 20 vezes maior, quando 
relacionada à transmissão de homens para mulheres, ocorridas sem proteção nas relações 
sexuais. (FALTA REFERÊNCIA!!) 
Uma atenção especial vem sendo dada às alterações presentes em mulheres infectadas 
com HIV e mulheres consideradas soronegativas, essas alterações envolvem candidíase 
vaginal, doença inflamatória pélvica e úlcera genital, papiloma vírus (HPV) e displasia 
cervical. (FALTA REFERÊNCIA!!) 
A transmissão do HIV da mãe para o feto pode ocorrer através da placenta, no parto 
ou no aleitamento. A administração da zidovudina (AZT) em gestantes soropositivas reduz 
em 67% o contágio do vírus. Durante a gravidez a administração do AZT é feita por via oral; 
durante o parto por via endovenosa; e o recém-nascido recebe o AZT na forma de xarope. 
(FALTA REFERÊNCIA!!) 
A proteção da mulher em relação a prevenção, não pode ser realizada isoladamente, é 
necessário levar em conta valoresculturais, sociais e econômicos que influenciam nas 
relações familiares e sociais, além do suporte aos cidadãos com a saúde. Mensagens devem 
ser enviadas as mulheres, no sentido de influenciá-las na prevenção contra a AIDS. (MELO, 
1981). 
O leite materno de mães soropositivas passa por um tratamento térmico de 62,5º para 
que o vírus HIV encontrado no leite seja 100% desativado. Cabe salientar que é necessária 
uma pasteurização prévia deste leite, a fim de garantir a inativação do HIV. (BRASIL, 1995). 
Devido ao fato de por muitos anos, a AIDS ter sido considerada um problema 
masculino, as mulheres com HIV, não eram objetos de preocupação, mesmo por serem em 
menor número e politicamente menos organizadas. Ainda hoje, muitos profissionais de saúde 
não pedem teste anti-HIV às suas pacientes, dificultando que mulheres infectadas se 
submetam ao tratamento imediato, obtendo maior êxito. (INTITUTO PATRICIA GALVAO, 
2003). 
 
 
2.2 Alterações metabólicas e morfológicas em pacientes soropositivos 
 
 
A lipodistrofia conhecida como síndrome lipodistrófica (SL) é caracterizada pela 
redistribuição da gordura corporal e dislipidemias, sendo a principal manifestação o acúmulo 
da gordura dorso cervical, nos seios e abdômen, além da redução de gordura na face e 
membros. Essas alterações estão associadas a doenças cardiovasculares e diabetes mellitus. 
(FALTA REFERÊNCIA!!) 
Nas alterações metabólicas, ocorrem mudanças no perfil lipídico (colesterol total, 
LDL, triglicérides e diminuição do HDL. (FALTA REFERÊNCIA!!) 
A síndrome lipodistrófica do HIV (SLHIV) parece estar associada ao uso de inibidores 
de protease. (MELLO; REIS; RIBEIRO, 2008). 
O tecido adiposo abdominal (acúmulo visceral) está associado a desordens 
metabólicas neuroendócrinas, principalmente resistência a insulina e síndrome metabólica, 
com grande aumento de morbidade e mortalidade. Estes riscos estão presentes mesmo em 
indivíduos não obesos. Portanto, a gordura visceral em pacientes soropositivos utilizando 
antirretrovirais apresenta maior risco de doenças ateroscleróticas. (ZAMBRINI, 2011). 
As alterações na composição corporal de pacientes soropositivos variam de acordo 
com o sexo. As mulheres que possuem maior quantidade de massa gorda em relação aos 
homens perdem proporcionalmente mais gorduras que eles. Kotler et al. (ANO), observa que 
as gorduras subcutâneas são maiores entre as mulheres. Em relação aos acúmulos viscerais há 
uma quantidade menor de gorduras em mulheres se comparadas aos homens. (REVISTA 
LATINO AMERICANA DE ENFERMAGEM, 2012). 
 
 
2.3 Alterações nutricionais em pacientes soropositivos 
 
 
A principal alteração nutricional relacionada ao HIV é a desnutrição. Os problemas 
que levam a desnutrição envolvem ingestão, absorção, digestão, metabolismo e uso de 
nutrientes que influenciam na imunidade, saúde e reprodução, atividade física e o 
desempenho no trabalho e cognição. (SILVA; BURGOS; SILVA, 2010). 
A desnutrição em pacientes com HIV/AIDS está associada a vários mecanismos, como 
baixa ingestão calórica, diarreia, alterações metabólicas, infecções oportunistas, alterações 
neurológicas, fatores psicológicos, interação droga-nutriente, deficiência de vitaminas. A 
anemia está presente em todos os pacientes soropositivos, acredita-se estar associada à 
deficiência dos micronutrientes. (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2011). 
As deficiências de vitaminas e minerais aumentam as alterações imunológicas em 
pacientes soropositivos. Para Baum e Postner (1997 apud QUINTAES; GARCIA, 1999) a 
deficiência de micronutrientes frequentes em HIV positivos afeta a imunidade, deixando o 
organismo mais sujeito a infecções oportunistas. 
A pesquisa sobre nutrientes e seus efeitos é contraditória. Sendo necessários mais 
estudos para identificar melhor a ingestão de vitaminas e minerais, níveis, deficiência e 
necessidade de suplementação na infecção por HIV e infecções oportunistas, complicações e 
efeitos colaterais, progressão da doença. A ingestão dietética pode ser útil na condição 
nutricional. (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2011). 
 
 
2.4 Obesidade visceral 
 
 
A origem do acúmulo visceral é de ordem neuroendócrina e metabólica. Ocorre 
quando a ingestão calórica é maior que o gasto energético, esse excesso de calorias é 
convertido em gordura acumulando-se no tecido adiposo. (PETERS; CEZAR, 2011). 
A obesidade visceral está associada a riscos cardiovasculares, devido a resistência a 
insulina, que desencadeia a hiperinsulinemia, hiperglicemia e alterações lipídicas, que podem 
originar a hipertensão arterial. (ROSA et al., 2005). 
Dados preliminares de pesquisas com 540 pacientes com HIV atendidos em nove 
centros de referência e treinamento DST/AIDS da cidade de São Paulo, afirmam que 25% 
deles está acima do peso e 7,5% são obesos. O estudo ainda indica um alto consumo de 
gorduras e carne e pouca ingestão de fibras, frutas, verduras, legumes e laticínios. Vive-se 
uma fase de mudanças em que o perfil soropositivo é também de sobrepeso, não somente no 
Brasil, mas no mundo. A intervenção nutricional é um dos desafios para estes pacientes. 
(CITEN, 2012). 
 
 
2.5 Terapia nutricional em obesidade visceral 
 
Na relação entre estado nutricional e imunidade, há indícios de que uma alimentação 
adequada possa retardar a progressão da AIDS. (BRAGANÇA; GODINHO, 2012). 
A influência de vários fatores na alimentação exige processos reguladores 
desempenhados por hormônios esteroides, peptídeos e enzimas. Estudos mostram que 
alimentos a base de soja podem beneficiar na obesidade se introduzidos em dietas para perda 
de peso ponderal. A ação da soja está relacionada a melhoras no metabolismo lipídico devido 
à ação dos fitoestrógenos da soja nos adipócitos e hepatócitos. A soja é uma rica fonte de 
arginina e glicina, aminoácidos importantes na síntese do glucagon. O glucagon, por sua vez, 
é um hiperglicemiante termogênico que contribui para o aumento da quebra de ácidos graxos. 
A soja é fonte de triptofano, aminoácido presente na síntese de serotonina. (PEIXOTO; FEIJO 
et al., 2011). 
A escolha dos alimentos e orientação da dieta, devem ser utilizados para uma ingestão 
alimentar adequada na busca de um estado nutricional saudável. O principal objetivo da 
intervenção nutricional em soropositivos é a prevenção de deficiências nutricionais e perda de 
peso. (BRAGANÇA; GODINHO, 2012). 
 
 
2.5.1 Aspectos dietéticos do tratamento 
 
 
As informações do Manual Clínico de Alimentação e Nutrição na assistência a adultos 
infectados pelo HIV publicado pelo Ministério da Saúde, afirma que a alimentação saudável 
adequada e individualizada, contribui para o aumento dos linfócitos T CD4 (células de defesa 
do organismo), melhorando a absorção, diminuindo a diarreia, perda de massa muscular, 
lipodistrofia e amenizando ou revertendo outros sintomas causados pelo HIV. (SOCIEDADE 
DE INFECTOLOGIA, 2010). 
 Lemieux e Després (1994) demonstram as complicações metabólicas da obesidade 
visceral e descrevem as diretrizes da dieta para prevenção e tratamento do diabetes tipo II 
dando ênfase à adequação do peso. Segundo estes autores, a dieta pode ser eficaz para 
prevenção ou pelo menos retardo da progressão do diabetes tipo II e a restrição de calorias 
ingeridas pode melhorar o metabolismo dos carboidratos e diminuir a gordura corporal de 
pacientes diabéticos ou não. 
A evolução nutricional é essencial para prevenir o estado de má nutrição, com critério 
alimentar de segurança proporcionando energia e nutrientes necessários. (MANUAL 
CLINICO DE ALIMENTAÇAO, 2006). 
A Organização Mundial de Saúde preconiza que as intervenções nutricionais façam 
parte de todos os programasde controle e tratamento de AIDS, pois a dieta e a nutrição 
podem melhorar a adesão e efetividade da terapia antirretroviral. (DUTRA; LIBONATI, 
2008). 
 
 
2.5.2 Recomendações nutricionais em soropositivos 
 
 
As recomendações energéticas são as mesmas de pacientes saudáveis, para a mesma 
idade, sexo e atividade física. A ingestão de carboidratos deve ser no mínimo 50% da ingestão 
total de energia. (FALTA REFERÊNCIA!!) 
Os pacientes diabéticos com resistência à insulina devem regular hiperglicemia com 
dietas especificas, diminuindo o carboidrato simples e aumentando os carboidratos complexos 
(pães, massas, batata, mandioca) de forma equilibrada. A indicação de proteína é de 15 a 20% 
do total da dieta. Alguns especialistas utilizam 1g/kg de peso/dia, podendo aumentar de 1,5 a 
2,0g/kg/dia em situação de estresse catabólico. (FALTA REFERÊNCIA!!) 
Em casos de problemas renais ou hepáticos, recomenda-se monitoramento rigoroso do 
consumo de proteínas. O colesterol deve ser mantido menos de 200mg/dia, em caso de 
hipertrigliceridemia; gordura saturada em menos de 7% do total de calorias/dia, sendo a 
redução de gordura total de até 30%. Em caso do aumento de colesterol e triglicérides, devem 
ocorrer modificações dietéticas e substituição de gorduras saturadas por gorduras 
monoinsaturadas e poli-insaturadas e ácidos graxos Ômega 3. (FALTA REFERÊNCIA!!) 
A suplementação de micronutrientes ocorre em situações especiais de má absorção de 
selênio, zinco, vitaminas A e do complexo B, cuja deficiência está associada à baixa 
imunidade. (FALTA REFERÊNCIA!!) 
Os pacientes podem perder massa óssea, devendo consumir alimentos ricos em 
proteína e vitamina D; aumentar massa magra; evitar o fumo, álcool, cafeína; balancear 
alimentos e bebidas com níveis elevados de ácido fosfórico e evitar bebidas a base de 
carbonatos. (DUTRA; LIBONATI, 2008). 
 
 
2.5.3 Pacientes com resistência a insulina 
 Após a definição da quantidade calórica, esse paciente precisa iniciar uma alimentação 
adequada. É necessário decidir quais alimentos serão utilizados no cardápio deste. 
Cientificamente as referências de carboidrato, proteínas e gorduras são pelo menos: 40% de 
carboidrato, 35% de lipídeos e 25% de proteínas. Isso quer dizer que todos os alimentos 
devem estar presentes nas principais refeições. 
Para o soropositivo que utiliza fármacos antirretrovirais, uma dieta equilibrada é 
essencial, devido ao fato de o mesmo estar propenso ao risco de resistência à insulina, pois 
mesmo essa insulina estando em quantidade adequada, ela não fará o efeito adequado devido 
às mudanças endócrinas, o que aumenta a produção de insulina e consequentemente o excesso 
de peso. 
A insulina é um hormônio anabólico que contribui para estocar calorias e não queima-
las. A ingestão alimentar deve ser para melhorar a resistência à insulina, reduzindo gorduras 
saturadas (carnes gordas, laticínios integrais, embutidos, carboidratos simples e açucares) e 
aumentando o consumo de fibras e gorduras insaturadas. (CENTRO INTEGRADO DE 
TERAPIA NUTRICIONAL, ANO?? – MESMA REFERENCIA PARA TODO O 
TEXTO???) 
 
 
2.5.4 Objetivos da dietoterapia relacionados aos pacientes soropositivos 
 
 
Os objetivos são principais da dietoterapia no HIV são preservar a massa magra, evitar 
o quadro de desnutrição, recuperar o estado nutricional do paciente, fornecer quantidade 
adequada de nutrientes, reduzir as complicações e os sintomas das infecções oportunistas, os 
efeitos colaterais de drogas que interferirem na digestão e absorção de nutrientes, assim como 
melhorar a qualidade de vida dos pacientes. (PAULA, NERES et al., 2010). 
A Organização Mundial de Saúde preconiza que as intervenções nutricionais façam 
parte de todos os programas de controle e tratamento da AIDS, pois a dieta e a nutrição 
podem melhorar a adesão e a efetividade da terapia antirretroviral. O consumo de uma 
variedade de alimentos é fundamental para uma alimentação equilibrada. Segundo a pirâmide 
de alimentos, recomenda-se: 6-11 porções por dia de grãos (pães, cereais, arroz e massa); 3-5 
porções de legumes, 2-4 porções de frutas, 2-3 porções de lácteos (leite, iogurte, queijo); 2-3 
porções de proteínas (carnes, ovos peixes, leguminosas), pequenas quantidades de gorduras e 
açucares. A estimativa do gasto energético basal pode utilizar a forma de Harris Benedict ou 
pelos cálculos das necessidades energéticas simplificadas a partir de 35-40 kcal/kg/dia. Pode 
calcular demanda energética levando em consideração os sintomas do paciente. Em pacientes 
assintomáticos, aumentar 10% sobre a sua ingestão e os sintomáticos 20 a 30%, ambos 
calculados. (DUTRA; LIBONATI, 2008). 
 
 
2.5.5 Interação do ARV e medicamentos fitoterápicos 
 
 
 O alho é utilizado a mais de cinquenta anos. Possui propriedades antivirais e 
antifúngicas; efeitos anticarcinogênico, anti-hipertensivo, anticolesterolêmico; fortalece a 
imunidade, pois estimula a produção de células T. Pesquisadores de vários países 
demonstraram que o uso de suplementos de óleo de alho, compromete a absorção dos 
inibidores de protease (Indinavir, Niljinavir, Ritonavir, Saquinavir), diminuindo a 
concentração no sangue. Indica-se que o uso de 2 cápsulas de 5mg de suplemento de alho 2 
vezes ao dia, por 3 semanas, diminui a concentração medicamentosa entre 51 e 54%. A Erva 
de São João ou Hipérico é indicada em estados depressivos leves, distúrbios do sono, cefaleia, 
dores musculares, ansiedade. Estudos americanos demonstraram que a erva reduz a 
concentração plasmática de inibidores de protease em média de 57 a 81% no pico de 8 h, em 
pacientes acometidos pelo HIV. (MANUAL CLINICO DE ALIMENTAÇAO-AIDS, 2006). 
O alho, hiperico, ARV (antirretroviral) e outras drogas utilizam a mesma via de 
metabolismo do fígado, o Sistema enzimático do Etocromo, responsável por mais de 90% 
do metabolismo hepático. Estudos demonstram que interações podem ocorrer, causando 
consequências do ponto de vista clinico, principalmente pela resistência a medicamentos e 
podem desenvolver rapidamente na presença de antirretrovirais. Portanto o uso da Erva de 
São Joao, óleo de alho e TAV (inibidores de protease) não devem ser recomendados até que 
mais dados sejam disponíveis. Entretanto o uso de alho na alimentação cru, cozido ou frito 
deve ser usado normalmente. (FALTA REFERENCIA!) 
 
 
2.5.6 Aconselhamento alimentar e nutricional 
 
 
Atualmente o conselho nutricional é entendido como processo gradual de aceitação, 
através do qual a pessoa que vive com a AIDS (PVHA) adere a mudanças alimentares e 
estilos de vida. Portanto deve-se estar atento e o mais flexível possível no aconselhamento, 
ouvindo com sensibilidade e direcionamento, esclarecendo com clareza as orientações 
dietéticas. O aconselhamento deve respeitar o individuo como ele é, considerando 
sentimentos, dúvidas, potencialidades e limitações. Isso fortalece a confiança e favorece a 
conscientização, quando houver necessidade de mudanças de habito. (FALTA 
REFERENCIA!) 
Deve-se concentrar um pequeno número de informações, possibilitando melhor 
compreensão e adesão ao tratamento dietético. O aconselhamento nutricional deve estabelecer 
metas a serem seguidas, sejam elas pontuais ou a longo prazo. O tom de voz e a expressão 
das ideias revelam, as vezes, clareza ou não. Observar, perguntar, ouvir as preocupações do 
individuo, propor questões que facilitem a reflexão e a superação das dificuldades, promover 
informação, apoio emocional e auxiliar nas decisões de medidas para melhor qualidade de 
vida, são aspectos fundamentais neste diálogo. (FALTA REFERENCIA!) 
Ao término da consulta, deverão ser registrados os principaisaspectos abordados, com 
a preocupação de traduzir para a equipe multidisciplinar os pontos chave a serem 
desenvolvidos. (MANUAL CLINICO DE ALIMENTAÇAO-AIDS, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
 
Para este presente estudo foi adotada a pesquisa bibliográfica, a fim de alcançar os objetivos 
propostos. Quanto aos meios trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica. Quanto aos 
fins trata-se de uma pesquisa descritiva, com o objetivo de demonstrar a importância da 
intervenção nutricional nos pacientes soropositivos, evitando que doenças relacionadas à 
terapia antirretroviral, como a obesidade visceral, perpetuem comprometendo o estado 
nutricional do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 DISCUSSÃO 
 
 
Embora este trabalho seja uma pesquisa bibliográfica, este é o primeiro a ser realizado 
nesta instituição focando a obesidade visceral e a terapia nutricional em pacientes 
soropositivos. 
Nos primeiros anos após confirmação da AIDS, o que se percebia claramente no 
pacientes era a aparência caquética, tornando possível constatar com precisão que o paciente 
estava com desnutrição grave. Com as pesquisas, a partir de 1996 foi desenvolvido o 
tratamento antirretroviral, conhecido popularmente como coquetel. Este tratamento, aumentou 
a expectativa de vida do paciente soropositivo e melhorou a desnutrição da qual este era 
acometido. Em contraposição surgiu o ganho de peso no paciente, sendo visível ate mesmo 
para os leigos o aumento do volume abdominal (obesidade visceral). 
Segundo Zambrini (2011) os antirretrovirais foram introduzidos em tratamento de soro 
positivos em 1996 e este tratamento levou a queda das doenças e mortes associadas à infecção 
pelo HIV. 
De acordo com Raitem (2001) a desnutrição esta associada à ingestão, absorção, 
digestão, metabolismo e uso de nutrientes que influenciam na imunidade, saúde e a 
reprodução, na atividade física e no desempenho do trabalho e cognição dos indivíduos. 
Mello; Reis; Ribeiro (2008) afirma que a lipodistrofia é caracterizada pela 
redistribuição corporal e dislipidemias onde a principal manifestação é o acúmulo de gordura 
dorso-cervical, no seios e no abdômen, a redução de gordura na face e membros e as 
alterações estão associadas a doenças cardiovasculares e diabetes mellitus. Também afirma 
que nas alterações metabólicas ocorrem mudanças no perfil lipídico dos soropositivos com 
alterações como: colesterol total, LDL, triglicérides e diminuição do HDL. Ainda afirma que 
a síndrome Lipodistrófica parece esta associada ao uso de inibidores de protease. 
Nos estudos de Kotler et al (2012), foi evidenciado que as alterações na composição 
corporal de pacientes soropositivos variam de acordo com o sexo, compara que as mulheres 
que possuem maior quantidade de massa gorda em relação aos homens, perdem 
proporcionalmente mais gordura que eles em relação aos acúmulos viscerais, há uma 
quantidade menor de gorduras nas mulheres comparada aos homens. 
Baum e Postner (1997) publicaram que há deficiência de micronutrientes frequentes 
em HIV positivos e que isso afeta a imunidade, o organismo se torna mais susceptível a 
infecções oportunistas. 
Kupka e Fawzi (2002) declaram que a pesquisa sobre micronutrientes e seus efeitos é 
contraditória e que estudos são necessários para identificar melhor a ingestão de vitaminas e 
minerais, níveis deficiência, necessidade e suplementação na infecção por HIV e infecções 
oportunistas, complicações e efeitos colaterais, progressão da doença, afirma ainda que a 
ingestão dietética pode ser útil na condição nutricional. 
Através das pesquisas de Zambrini (2011) declara que o acúmulo visceral está 
associado a desordens metabólicas neuroendócrinas, principalmente resistência a insulina e 
síndrome metabólica, com o grande aumento de morbimortalidade e que estes riscos estão 
presentes mesmo em indivíduos não obesos, afirma ainda que a gordura visceral, em paciente 
soropositivos, utilizando antirretrovirais tem maior risco de doenças ateroscleróticas. 
Estudos realizados por Reaven (1998); Lemieux; Deprés (1994), afirmam que o tecido 
adiposo na região abdominal esta relacionado ao diabetes tipo 2, por estar relacionado a vários 
fatores patogênicos que alteram a homeostase da glicose como: aumento de ácidos graxos 
livres no plasma, aumento da síntese de glicose no fígado e resistência periférica a insulina. 
Estudos realizados no Centro Integrado de Terapia Nutricional declara que foi 
comprovado cientificamente que as referências de carboidratos, proteínas e gorduras são pelo 
menos 40% de carboidrato, 35% de gorduras, 25% de proteínas e afirma que todos os tipos de 
alimentos devem ser ingeridos nas principais refeições. Afirma também que a dieta 
equilibrada para os soropositivos que utilizam medicamentos antirretrovirais estão propensos 
ao risco de resistência à insulina, mesmo a insulina em quantidade adequada no organismo, 
ela não tem o efeito adequado, o que aumenta a produção de glicose e consequentemente o 
excesso de peso, foi confirmado que a insulina é um hormônio anabólico e contribui para 
estocar calorias e não queima-las. Os estudos defendem uma ingestão alimentar que deve ser 
para melhorar a resistência à insulina, reduzindo gorduras saturadas (carnes gordas, laticínios 
integrais, embutidos), redução de carboidratos simples e açúcar e aumento do consumo de 
fibras e gorduras insaturadas. 
De acordo com o Ministério da Saúde o leite materno de mães soropositivas, deve 
sofrer tratamento térmico de 62,5° C. Para inativar, 100% do vírus HIV e que devido ao fato 
de não serem consideradas um problema, as mulheres com HIV, não eram objetos de 
preocupação e também por serem em numero menor e politicamente menos organizadas. 
Afirma ainda que muitos profissionais de saúde não pedem o teste de anti-HIV para as 
pacientes, dificultando que as mulheres infectadas se submetam ao tratamento rápido, para 
obter mais êxito. 
O manual clínico de Alimentação e Nutrição informa que a alimentação saudável, 
adequada, individualizada contribui para o aumento dos linfócitos T CD4 (células de defesa 
do organismo), melhora a absorção, diminui a diarreia, a perda de massa muscular, a 
lipodistrofia e todos os outros sintomas que podem ser minimizados ou revertidos por meio de 
uma alimentação balanceada. 
Dutra e Libonati (ANO???) declaram que a ingestão de carboidratos em soropositivos deve 
ser no mínimo de 50% e que os pacientes diabéticos com resistência a insulina devem regular 
a hiperglicemia com dietas especificas, diminuindo carboidrato simples e aumentando 
carboidratos complexos (pães, massas, batata e mandioca), de forma equilibrada. Também 
afirma que a referência de proteína é de 15 a 20% do total da dieta e em casos de problemas 
renais e hepáticos, o monitoramento deve ser rigoroso. Declara que o colesterol não deve 
ultrapassar 200 mg/dia em caso de hipertrigliceridemia, as gorduras saturadas devem ser 
menos que 7% do total de calorias dia, a referencia de gordura deve ser de até 30%. Em casos 
de aumento de colesterol e triglicérides deve recorrer a modificações na dieta substituir 
gorduras saturadas por gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas e ácidos graxos ômega 3. 
Afirma ainda que a suplementação de micronutrientes ocorrem em situações especiais de má 
absorção de selênio, zinco, vitamina A e do complexo B, cuja deficiência esta associada a 
piora da imunidade e que os pacientes podem perder massa óssea, devendo consumir 
alimentos ricos em proteínas e vitamina D, aumentar massa magra, evitar tabaco eálcool, 
cafeína, balancear alimentos e bebidas com níveis elevados de ácidos fosfórico, evitar bebidas 
a base de carbonatos. 
COMPLETAR COM SUAS PALAVRAS! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Após estudos verificou-se que pacientes com HIV/AIDS, terão diversas alterações 
nutricionais com a manifestação da patologia (AIDS), estas alterações estão relacionadas à 
desnutrição e deficiências de micronutrientes em nosso organismo, após inicio do tratamento 
antirretroviral essa situação se converte. Ocorre a recuperação da desnutrição e há 
comprovação de melhoras relacionadas à imunidade, devido ao aumento dos linfócitos T CD4 
e recuperação dos distúrbios gastrointestinais (absorção, diarreia, vômitos), mas em 
contrapartida surge a lipodistrofia, destacando a obesidade visceral que altera os níveis 
lipídicos e glicêmicos causando dislipidemias e intolerância à glicose, o que pode desencadear 
varias doenças (aterosclerose e doenças cardiovasculares). 
 A Terapia Nutricional é uma intervenção que deve ser aplicada logo após a 
confirmação da infecção pelo vírus HIV. 
 Diante das complicações que irão surgir com desenvolvimento dos sintomas após a 
manifestação do vírus HIV, a terapia nutricional é uma intervenção que tem que ser aplicada 
anteriormente aos sintomas que irão surgir, após a patologia se manifestar ou ser 
diagnosticada, os pacientes soropositivos tem que se submeter a uma intervenção nutricional 
adequada antes das intercorrências causadas pela doença e estes terão melhores chances de se 
recuperar, devido à resistência imunológica da qual este individuo está suprido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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