Quadro_I

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QUADRO I 
 
O ENFOQUE EPISTEMOLÓGICO 
 NAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
 
Prof. Euclides Guimarães e Luciana Custodio 
 
Ontologia 
 
Do grego ontos (ser) + logos (estudo) 
 Qualquer coisa a que se possa atribuir existência é parte 
constitutiva do ser, ou seja, é um ente (Ex.: a pedra é um ente, a 
vaca é um ente, a cadeira é um ente, a sociedade é um ente.) 
 A linguagem e o saber constituem um conjunto de representações 
do ser. A diversidade de entes e a nossa capacidade de classificá- 
los define nossas perspectivas ontológicas (Ex: o geólogo busca 
entender as pedras, o biólogo a vaca, o sociólogo a sociedade) 
 Quando tentamos entender um ente como ele é e, para isso, 
usamos o recurso da observação sistemática da regularidade de 
sua manifestação, então fazemos ontologia 
 
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Ontologia 
 
Importante: 
 
A) Nem toda representação pretende entender algo como é; a 
 fantasia, por exemplo, não alimenta essa pretensão 
 
B) nem toda representação voltada ao entendimento dos entes 
 como são baseia-se na lógica, há também ontogonias 
 
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Gonias X Logias 
 
As interpretações gônicas procuram explicar o(s) ente(s) 
através de forças sobrenaturais que os produzem ou 
coordenam(ex.: as mitologias e as religiões possuem 
explicações completas sobre os entes) 
 As interpretações lógicas partem da observação da 
regularidade com que os próprios entes se manifestam (ex.: a 
filosofia e as ciências fazem suas previsões a partir da 
observação do comportamento dos entes que tomam como 
seu objeto de análise - ontologia) 
 Tudo indica que a necessidade de explicar o mundo 
logicamente vem dos gregos antigos: pensar logicamente é 
concatenar causas e efeitos. 
 
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Epistemologia 
 
Uma perspectiva epistemológica, em vez de tomar os entes como 
objeto, toma o próprio conhecimento 
 Sócrates não se deu por satisfeito com os lógicos que, até então 
só explicavam a física. Quis então entender de que é constituído 
o pensamento 
 A epistemologia se preocupa não com o mundo, mas com as 
categorias e métodos com que o interpretamos. 
 Um pequeno e simples exemplo: se eu, como sociólogo, te falo 
sobre a sociedade, isto é ontologia; mas se eu te falo sobre a 
sociologia, isto é epistemologia. Neste exemplo, vemos a 
epistemologia como o estudo da ciência (Sociologia) que toma a 
sociedade como objeto. (Veja o segundo tópico do slide 4). 
 
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Esquema da relação 
 ontologia x epistemologia 
 
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Esquema da relação 
 ontologia x epistemologia 
 
Podemos descrever o esquema anterior da seguinte forma: 
 Matéria (no esquema representado como “R”) como o “ser” ou 
objeto de observação das ciências (Ex.: a vaca, a sociedade, a 
cadeira, ...) 
 Linguagem (no esquema representado por “R´”) como a 
 representação do ser. Ou seja, é a própria interpretação do ser, 
matéria, objeto (R). Neste caso, estamos fazendo “Ontologia” 
 Epistemologia como o estudo do conhecimento produzido 
através da interpretação do ser(ex.: Sociologia, Biologia, 
 Antropologia, etc.). A epistemologia estuda a validade do 
conhecimento produzido pela ontologia. 
 
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A perspectiva epistemológica nas 
ciências sociais 
 
Para qualquer ciência a perspectiva ontológica é que é 
fundamental, ou seja, nada é mais importante que entender e 
poder fazer previsões sobre o seu objeto de análise 
 Acontece que o objeto das ciências sociais, genericamente 
definido como o comportamento humano, não é essencialmente 
genético e sim, cultural. Sendo assim, o ser humano é um ente 
cultural e histórico: 
 A) Ser cultural significa agir de acordo com a maneira como 
interpreta o mundo. Os valores e interesses que nos movem estão 
intimamente ligados com as interpretações que fazemos do 
 mundo a nossa volta. 
 B) Ser histórico significa adotar formas de interpretação, valores 
e ações técnicas compartilhadas socialmente no tempo. 
 
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O significado de ser histórico 
 
As abelhas e as formigas têm sociedades altamente 
complexas, mas há 10.000 anos é tudo a mesma coisa. O ser 
humano altera constantemente o comportamento das 
gerações anteriores 
 A história é um processo de mutação constante: isso vale 
para nossa relação com a natureza, lado material da cultura 
que envolve o trabalho, os instrumentos e as técnicas 
disponíveis em cada tempo. Também vale para as relações 
entre os homens, as hierarquias, os papéis sociais, as 
instituições, etc. 
 A história é o arranjo dessas relações (com a natureza e com 
a sociedade) a cada tempo. 
 
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