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Aula 5 - Afecções respiratórias A importância do sistema respiratório são as trocas gasosas. A rigidez do sistema respiratório envolve a capacidade de obter oxigênio e eliminar o CO2, qualquer interferência pode influenciar nessa capacidade, além disso, faz parte do sistema de defesa do organismo, e no cavalo temos uma questão muito importante que é a questão da performance. Então quando há alguém problema no sistema respiratório a performance pode ser diminuída. As afecções respiratórias que podem interferir na performance podem ser desde alterações anatômicas, fisiológicas, até problemas inflamatórios infecciosos e é importante que conheçamos essa questão. o cavalo a gente tem algumas particularidades, observamos logo a narina, o cavalo por ser um respirador nasal exclusivo - respira exclusivamente pelas narinas. Isso se dá pelo equino pelo posicionamento do palato mole, o palato mole faz a divisão entre nasofaringe e orofaringe, no cavalo o posicionamento é bem caudal após a epiglote não permite a comunicação. Em outras espécies o ar que entra pela boca se comunica por trás palato mole com a nasofaringe, então os humanos por exemplo podem respirar pela boca, o cavalo não pode, se você ocluir as narinas do cavalo ele morre asficciado. Só tem duas situações fisiológicas onde essa comunicação ocorre, quando o cavalo tosse e quando o animal deglute. Quando ele tosse o palato mole se eleva e permite a comunicação, e quando ele deglute ocorre todo um movimento de laringe e faringe para que ocorra deglutição, porque a comida não vem pela nasofaringe, a comida ela entra pela boca e passa pela orofaringe, passa por baixo, a epiglote fecha as aritenóides e o palato mole sobe permitindo que o alimento chegue na entrada esofágica, em outras situações que isso ocorrer serão patológicas. O cavalo precisa ter as narinas bem largas, com capacidade de expansão que permite uma maior apreensão de ar e oxigênio que é combustível para as células, ele dilata a narina pela falsa narina ou divertículo nasal, que nada mais é uma prega que se distende para aumentar a expansão da narina que faz ela ficar maior ainda. Seria mais uma particularidade nesse caso, anatômica. Ao examinar o sistema respiratório devemos abordar questões que devem envolver anamnese que envolve idade ( existem algumas enfermidades que são mais comuns em animais jovens e outras em animais idosos, mas nunca esquecer que não é porque não é comum que vamos eliminar, a idade vai servir como um direcionamento), raça, ambiente, problemas anteriores( animais que tem viroses respiratórias podem ter o epitélio respiratório lesionado) vacinação( influenza, herpes vírus), vermifugação ( existem vermes que fazem migração pulmonar, dictyocaulus arnfieldi , causam pneumonia verminótica e outros vermes que fazem migração pulmonar). Obs: não quer dizer que porque o animal está com a vermifugação em dia que ele não pode ter vermes. Exame físico: ausculta e percussão Diagnóstico por imagem: O que nós temos de diagnóstico por imagem, para o exame do sistema respiratório. No cavalo temos algumas limitações, diferente dos animais de companhia que temos o raio x como o carro chefe. Em equinos o raio x é muito limitado, pois não consegue ultrapassar o tórax de um equino adulto. Então ele ficaria limitado a potros, enquanto ainda é pequeno, depois do desmame esquece, pois, o potro já tem 2 terços o tamanho dele de adulto. o raio x usual então não é bom, existem raio x mais especializados, mas são muito caros. Em contrapartida usamos muito o endoscópio como auxílio das afecções respiratórias dos equinos. A endoscopia é uma rotina frequente em clínica de equinos como auxilio ao diagnóstico das doenças respiratórias, além de permitir a visualização das vias aéreas, processos inflamatórios, secreções nas vias aéreas. A ultrassonografia (utilizada mais em efusões e exames superficiais) se mostra como o principal equipamento de investigação torácica de grandes animais. O ultrassom tem os seus limites, mas mesmo assim dá para investigar muitas coisas, mais do que o raio x mas não é um exame totalmente observativo. Com isso vemos que a nossa observação de imagem é mais limitada, ao contrário de pequenos animais. Temos também avaliação citológica, aspirado traqueal. Esses três exames são os principais para diagnóstico por imagem. Para realizar a endoscopia, entra-se pelo meato ventral, porque o meato médio e o meato superior são muito estreitos. Passa-se pela região etmoidal, logo após faringe, laringe, aritenóides epiglote, recesso faríngeo, observa-se a coloração da mucosa. A entrada esofagiana fica atrás da epiglote, logo após a traqueia com os anéis cartilaginosos, a traqueia de um cavalo tem em média um metro, e chega-se a karina da traqueia. Aspirado traqueal (AT) x lavado bronquioalveolar( LBA) Segundo exame do sistema do respiratório, é importante que a gente avalie o cavalo como um todo, sua atitude, o tipo de movimento respiratório que ele faz, o cavalo faz o movimento respiratório chamado de costoabdominal, ele tem uma fração torácica e outra abdominal. Quando o animal ao respirar aumenta demais a fação abdominal, segura o movimento torácico isso é sinal de algum problema no tórax, então temos que observar o tipo de respiração do animal. Exame físico: observar: • Narinas: fluxo de ar nas narinas (pode utilizar as mãos ou espelho), bordas da narina para saber se tem alguma massa, e o principal se tem presença de secreções. • Boca: odor ( sinusite, fratura dentária), mucosa ( coloração em relação a capaciade de oxigenação, se estiver oxigenando pouco as mucosas vão estar cianóticas, se o animal estiver desitradado a mucosa vai ficar pálida ( na aula ela disse hiperemica******? • Linfonodos intermandibulares • Seios: percussão (a percussão é interessante que seja feita com a boca do animal aberta para aumentar a ressonância. Os seios paranasais são escavados nos ossos. O movimento de percussão é com a mão fechada, sempre duas vezes, para tentar identificar alteração de conteúdo que normalmente são preenchidos de ar. A identificação do som é muito importante), simetria facial • Laringe: palpação, atrofia muscular • Traqueia: ausculta e palpação • Veia jugular: distensão e pulsação (efusão pleural ou m mediastino) • linha ventral (algumas alterações no tórax podem levar a efusões torácicas e edema ventral) • Pulmão ausculta Observar: atitude, fluxo, score corporal, esforço e frequência respiratória (8-15rpm) Ausculta respiratória( a sequência dela não começa no pulmão, o primeiro ponto de ausculta é na região proximal da traqueia --> se ausculta com muita facilidade se tiver alguma secreção) x ausculta pulmonar (só no pulmão) Primeiro ponto de ausculta: região proximal da traqueia próximo a laringe A ausculta pulmonar, vamos aprender a delimitar o campo pulmonar--> os primeiros pontos são tuberosidade coxal e tuberosidade isquiática. Para delimitar o campo pulmonar é necessário saber quantas costelas o animal tem: cão- 13 costelas; gato-13; boi-13; equino- 18 e 17 espaços intercostais Seguindo a linha, no décimo sétimo espaço intercostal uma linha com a tuberosidade coxal, no décimo quinto uma linha com a tuberosidade isquiática, no meio do tórax (no décimo terceiro espaço intercostal, depois na articulação escapulo umeral - décimo primeiro e depois vamos próximo ao tordilho que é a articulação radio ulnar - Sexto espaço. Depois segue a musculatura até encontrar a tuberosidade coxal de novo. Essa é a área pulmonar. Toda ausculta tem que ser nesse campo. No cavalo temos seis pontos de ausculta. Dessa forma a gente ausculta todo campo pulmonar. Vamos sempre fazer esse procedimento em todas as espécies,também com os animais de companhia, a gente delimita o campo pulmonar. É importante durante a ausculta que posicione o diafragma no estetoscópio, o centro do diafragma no estetoscópio, tem que está posicionado no espaço intercostal e não no meio da costela. Sempre localizar o espaço intercostal. A ausculta respiratória não é fácil. Podemos utilizar o saco respiratório como recurso, quando animal respira dentro do saco o teor de oxigênio vai ficando cada vez menor e o de CO2 cada vez mais elevado. Isso obriga o animal respirar cada vez mais fundo e tem que ter o controle, se o animal começar a ficar incomodado tem que retirar do saco, tem que saber o limite. Mais fácil para perceber os sons, que ficam mais altos. Normais: vesiculares: • brandos--> lobos médio e diafragmático • Brônquicos--> fortes • Mais fortes: traqueia e base do pulmão Sons anormais: • Ruídos adventícios • Crepitantes: pneumonia/ enfisema sc • Fricção pleural Particularidade da ausculta: característica de frequência e profundidade respiratória Exercício, excitação, temperatura ambiente; Febre, acidose, cardiomiopatia, dor, afeçcões do trato digestório, pneumonia; --> afetam o padrão respiratório Repouso- 8 a 16 / min Pouco evidencia de movimento torácico- tentar observar o que é inspiração e o que é expiração. Um ruído respiratório pode dar somente na inspiração ou na expiração. normalmente as obstruções superiores elas causam mais ruídos inspiratórios, enquanto a mais inferiores causam mais esforço expiratório. Animais com asma fazem ruídos na expiração. Ausculta respiratória, começar próximo a laringe, descer por mais três pontos e ai sim começa a ausculta pulmonar dentro do campo pulmonar. Sempre auscultar ambos os lados, direto e esquerdo. O tórax do equino é bipartido pelo mediastino, não há comunicação entre o tórax direito e o esquerdo. Há enfermidades que acometem um hemitórax só. Sons: Natureza dos sons--> podem estar aumentados ou diminuídos de volume dependendo da sua localização anatômica. Normalmente os sons da traqueia e da base do pulmão são mais altos. O pulmão do equino não é lobulado, chamamos de região. Na região diafragmática teríamos os sons mais baixos. Som mais audível: inspiração por ser mais ativa. Sons respiratórios que advenha da respiração: normais/ murmúrio vesicular e anormais/ adventícios Sons anormais: crepitações/ estertores são sons descontínuos e são relacionados principalmente as secreções e edema de mucosa. Sibilos: são contínuos, são relacionados a obstrução das vias aéreas, provoca uma diminuição da luz da arvore brônquica e o ar tem mais dificuldade. Quando o sibilo é inspiratório: obstrução alta e expiratório: obstrução baixa. O som de fricção pleural também chamado de roce pleural relacionado com roçar. a pleura recobre os pulmões e se rebate e recobre a parede torácica, enquanto recobre o pulmão é chamado de pleura visceral, enquanto recobre o tórax é chamado de pleura parietal. No espaço pleural existe uma certa pequena quantidade de liquido que faz uma lubrificação para que a pleura parietal não roce na pleura visceral, senão causaria uma inflamação. Quando existe um processo inflamatório na pleura que causa um aumento na e serosa dessas pleuras elas entram em atrito, e ao respirar você pode escutar esse atrito. É um ruído que se assemelha como se fosse dois pedaços de couro roçando. Ausência de sons: pode significar presença de líquido no tórax no espaço pleural e não conseguimos auscultar porque o liquido impede que chegue a auscultar a arvore respiratória. Terá uma ausculta surda. O liquido pode ser uma efusão pleural, sangue (hemotórax). Pneumotórax - o ar se torna uma barreira física e pressiona o pulmão dificultando a expansão. a presença do ar dificulta a ausculta, no pneumotórax também é surda. O que pode nos ajudar no exame clínico para diferenciar um pneumotórax de um hemotórax: a percussão. A percussão torácica pode ser realizada com um martelo ou digito digital (dedo indicador com o dedo da outra mão. o som normal da ausculta pulmonar é timpânico, quando tem liquido vai ser mate. Você vai utilizar a ausculta e a percussão para delimitar a área de liquido. No pneumotórax a percussão vai estar sempre ressonante. Ruídos secundários: na realidade não são sons patológicos, mas são sons estranhos a ausculta. Ex: animal em transporte sofre um acidente no transporte: ausência de som e percussão mate--> hemotórax. Ex: ausculta animal e ausculta ruído do ceco--> comum. Peristalse, pelo cutâneo, enfisema subcutâneo, contração musculares --> ruídos secundários. Ex: animal sofre acidente e na ausculta peristalse intestinal na região cranial no tórax, isso não é normal, pode ser que o animal tenha sofrido uma hérnia diafragmática e por isso está ouvindo peristalse na região do tórax. Obs: tem que observar o contexto.
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