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Tutoria Ginecologia e Obstetrícia Partos

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TUTORIA 
LADY GAGA TAVEIRA 
RESUMO GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 
 
PROBLEMA 2 
 
OBJETIVOS: 
 
1) – CARACTERIZAR AS POSIÇÕES FETAIS (ESTÁTICA FETAL): (Fonte: 
Rezende, 13ª Ed) 
O conhecimento da estática fetal é essencial para descrever com acurácia o modo de 
entrada do feto no canal do parto, sendo dividida em apresentação que é a relação entre o eixo 
espinhal da mãe e do feto. A estática é a análise do concepto com a bacia e com o útero. É o 
estudo que permite o conhecimento da nomenclatura obstétrica, fundamental para o tocólogo 
cultivado. 
 ATITUDE: 
A atitude ou habito fetal é a relação das diversas partes do feto entre si. 
- Durante a gestação: 
 Ao termo da gravidez, o útero mede aproximadamente 30 cm, enquanto o feto 
mede em torno de 50 cm. Devido essa diferença, o feto deve se adaptar a essa condição de 
espaço, flexionando-se. Dessa maneira, o seu eixo longitudinal fica reduzido a 25 cm. 
 Graças a flexibilidade da coluna vertebral e a articulação occipitovertebral, o 
feto se aloja na cavidade uterina em atitude de flexão generalizada, ou seja, a coluna se curva 
por todo seu corpo e o mento da cabeça encostado ou próximo a face anterior do tórax. Dando 
assim a forma ovoide que apresenta os 2 polos: o cefálico e o pélvico. 
 Quanto aos membros inferiores, as coxas se fletem em direção a bacia e as pernas 
sobre as coxas. E nos membros superiores, braços voltados pra parte anterior do tórax e 
antebraço fletidos sobre os braços. 
OVOIDE CÓRMICO = JUNÇÃO TRONCO + MEMBROS 
 Em uma apresentação pélvica, a atitude da cabeça fetal é variável: de regra ela é 
um pouco fletida, ficando o mento próximo ao manúbrio, mas ela pode ficar em atitude 
indiferente ou em deflexão; pode se apresentar com uma inclinação lateral, podendo ou não ter 
uma rotação. 
Essa atitude de cabeça na gravidez não tem significado prognóstico para o parto, á vista 
da correção espontânea havida do decurso do trabalho. 
- No parto: 
 Após dado inicio ao trabalho de parto, a atitude do feto se modifica. Nessa 
condição, por motivos da expansão do segmento inferior e pela incorporação da cérvice, que 
ascende, o útero muda de forma de modo que perde a conformação que adquire durante a 
gravidez passando de uma forma globosa para forma cilindroide. 
 Isso obriga o feto a endireitar o seu trono, diminuindo a flexão de modo a fazer 
o feto a tomar a forma semelhante a um cilindro, que dai vem o nome de CILINDRO FETAL. 
CILINDRO FETAL = cabeça fletida sobre o tronco, tendo as parte menos (membro 
superiores) a ele mais aconchegadas. 
 
- Cabeça: Composta por crânio e face; 
 O crânio é constituído de dois ossos frontais, dois parietais, dois temporais, um 
occipital, um esfenoide e um etmoide. Enquanto os ossos da abóbada craniana se acham 
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separados por tecidos membranosos – suturas e fontanelas -, permitindo a redução de seu 
volume durante o parto, os ossos da base compõem bloco indeformável. 
Sutura Sagital, entre parietais; 
Sutura metópica, interfrontal ou frontal média; 
Sutura coronária, entre os frontais e os parietais; 
Sutura lambdoide, entre os parietais e o occipital; 
Sutura temporal, entre os parietais e os temporais. 
As fontelas são zonas membranosas, nos pontos de convergência de três ou quatro ossos 
e delas partem as suturas. 
Fontanela bregmática (anterior, ou grande fontanela) – forma losangular com os 
lados formados pelos frontais e parietais, tendo seus vértices saindo as suturas sagital, metópica 
e coronária. Constitui calioso pronot de referência para o diagnóstico de posição, obtido com o 
toque digital ou manual. 
Fontanela lambdoide (posterior ou pequena fontanela) – Limitada pelo occpital e 
pelos parietais, tem morfologia mais ou menos triangular e dos seus vértice saem as suturas 
sagital e lambdoide. 
Fontanela ptéricas ou ptérios (lateroanteriores) – São 2, uma de cada lado. Tem por 
limites o temporal, o frontal, o parietal e o esfenoide. 
Fontanela astéricas ou astérios (lateroposteriores) – São 2, uam de cada lado. Tem 
como limites o occipital, o temporal e o parietal. 
Ptérios e astérios são fontanelas que não possuem expressão obstétrica. 
 DIÂMETR
O (CM) 
CIRCUNFERÊNCI
A (CM) 
OCCIPITOFRONTAL 12 34 
OCCIPITOMENTONIANO 13,5 36 
SUBOCCIPITOBREGMÁTI
CO 
9,5 32 
SUBOCCIPITOFRONTAL 11 33 
SUBMENTOBREGMÁTICO 
OU HIOBREGMÁTICO 
9,5 32 
BIPARIETAL 9,5 - 
BITEMPORAL 8 - 
- Tronco: 
Os diâmetros e circunferências do tronco que importam ao parteiro são: 
Diâmetro biacromial – 12 cm; 
Circunferência biacromial – 35 cm; 
Diâmetro bitrocantérico – 9,5 cm; 
Circunferência bitrocantérica: 
 - perna estendidas – 27 cm 
 - Pernas flexionadas (apresentação pélvica, modo de nádegas) – 35 cm 
 Nas apresentações de vértice ou de occipital, partindo da atitude incial 
indiferente ou de ligeira flexão, a cabeça se flete gradualmente, substituindo-se diâmetro 
maiores por outros menores: occipitofrontal (12 cm) pelo suboccipitofrontal (11 cm) e, 
finalmente, pelo suboccipitobregmático (9,5 cm). 
 Nas apresentações com deflexão cefálica, essa se acentua, substituindo-se o 
occipitomentoniano (13 cm) pelo submentobregmático (9,5 cm), diâmetro de insinuação das 
apresentações de face. 
 Nas apresentações pélvicas, os diâmetros fetais do cinto pélvico se reduzem por 
aconchegamento. 
 SITUAÇÃO: 
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 Relação entre os grandes eixos longitudinais fetal e uterino. 
Situação longitudinal – Quando os eixos longitudinais fetal e uterino coincidirem; 
Situação transversa - quando os eixos fetais e uterinos estão perpendiculares; 
Situação cruzada - é intermediário e é comum no momento do parto, ela tende a se 
estabilizar em longitudinal ou transversa. 
 APRESENTAÇÃO: 
 É a região fetal que se coloca na região do estreito superior, ocupando todo sue 
espaço, tendendo a se insinuar durante o trabalho de parto. 
Procidência – Quando há segmentos fetais, como pequenas parte e funículo, localizados 
no estreito superior. 
Mutação ou versão – Transformação de uma apresentação por outra, devido questões 
de acomodação fetal. Isso ocorrer devido uma rotação axial do feto, oque faz o feto virar por 
cambalhotas de modo que até o 6º mês ele fique com o polo cefálico voltado para a porção 
inferior do corpo. 
Apresentação córmica – situação transversal (bebe “de lado”) 
Apresentação cefálica – polo cefálico voltado pra baixo e pode ser de 4 tipos de 
apresentação: Fletida; Bregma (deflexão de 1º grau); Fronte (deflexão de 2º grau); e Face 
(deflexão máxima ou 3º grau). 
Apresentação pélvica – polo pélvico na porção pélvica na porça superior, tem dois tipo 
de apresentação: pélvica completa (coxa e parnas fletidas) e pélvica incompleta ou modo de 
nádegas (coxas fletidas contra a bacia). 
 ALTURA DA APRESENTAÇÃO: 
 A altura da apresentação baseia-se na comparação do plano fetal mais baixo com 
os planos da bacia. Esse parâmetro é usado como indicador dinâmico da evolução do parto. 
 Durante a gestação a apresentação está afastada do estreito superior, não tendo 
relação direta com a bacia. No inicio do trabalho de parto ou mesmo momentos antes essa 
relação com a pelve materna se manifesta. 
Apresentação alta e móvel – quando a apresentação não tem contato com o estreito 
superior; 
Apresentação ajustada – se ocupa a área do estreito superior; 
Apresentação fixa – quando , pelo palpar, não se consegue mobiliza-la; 
Apresentação insinuada – quando a maior circunferência da apresentação transpôs a 
área do estreito superior.Critérios de DeLee: Biespinha ciática ou linha interespinhosa como 
plano de referência (0). A partir desse plano, a apresentação é estimada em centímetros 
positivos caso a apresentação fetal
tenha ultrapassado, e em centímetros negativos caso a 
apresentação não tenha alcançado. Indo de +5 até -5. 
 POSIÇÃO: 
 De acordo com a escola alemã, a posição fetal corresponde à relação entre o 
dorso fetal e o lado direito ou esquerdo do abdome materno. As posições frequentemente 
observadas são duas: 
Esquerda ou posição 1: quando o dorso do feto se apresenta à esquerda do abdome 
materno; 
Direita ou posição 2: quando o dorso do feto se apresenta à direita do abdome materno. 
***MED CURSO  
Anterior: quando o dorso do feto se apresenta voltado para diante do abdome materno; 
Posterior: quando o dorso do feto se apresenta voltado para trás do abdome materno 
No Final da gestação é mais comum a posição esquerda. Existem dois fatores que 
provavelmente implicam a predominância dessa posição: 
- Leve rotação do útero para a direita; 
- Posicionamento anatômico do reto e sigmoide à esquerda. 
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Ambos os fatores tendem a impulsionar o dorso do feto para a esquerda. 
2) – CARACTERIZAR AS FASES E TIPOS DE PARTO: 
PARTO COM FÓRCIPE 
O fórcipe obstétrico é o instrumento destinado a extrair fetos por preensão do polo 
cefálico e, dessa forma, diminuir o tempo do segundo período do parto. 
Sabe-se que o pH do sangue fetal tende a diminuir gradativamente no período expulsivo 
e que, decorridos os primeiros 30 minutos deste, o feto desenvolve moderada acidose. 
Por outro lado, quando o feto apresenta desaceleração tardia, sua pressão parcial de 
oxigênio apresenta-se em níveis baixos (≤ 18 mmHg).Nestas circunstâncias, abreviar o período 
expulsivo por meio do uso de fórcipe é de enorme utilidade na obstetrícia dos dias atuais. 
Logo, o principal objetivo do parto por fórcipe é mimetizar o parto espontâneo vaginal, 
com diminuição da morbidade materna e neonatal. 
CLASSIFICAÇÃO DOS FÓRCIPES: 
1. A primeira categoria (fórcipe baixo/de alívio) era o fórcipe empregado quando 
o polo cefálico era visível e tinha atingido o assoalho pélvico, e quando a sutura sagital se 
encontrava no diâmetro anteroposterior da pelve. 
2. O Fórcipe médio foi de nido como aquele aplicado após a insinuação (plano 0 
de De Lee). 
3. O fórcipe alto era usado quando o polo cefálico se colocava entre os planos –1 e 
0 de De Lee e o biparietal tangenciava o bi-isquiático. 
FUNÇÕES DO FÓRCIPE: 
O fórcipe exerce três funções básicas: preensão, rotação e tração. 
INDICAÇÕES: 
 A principal indicação de fórcipe é para abreviar o m do segundo período do 
trabalho de parto caso haja situ- ações que gerem risco materno-fetal. 
NDICAÇÕES MATERNAS: 
 As principais indicações maternas são doença cardíaca, comprometimento 
pulmonar, infecção amniótica, algumas condições neurológicas, exaustão, falha de progressão 
após determinado período de espera ou segundo período do parto prolongado. Nas primigestas, 
segundo definição do ACOG (American College of Obstetricians and Gynecologists), o 
segundo período do parto é considerado prolongado quando tem mais que 3 horas com analgesia 
ou mais que 2 horas sem esse procedimento; e nas multíparas, quando dura mais que 2 horas 
com analgesia ou mais que uma hora sem. 
 A abreviação do período expulsivo deve ser realizada por meio do uso de fórcipe 
baixo ou de alívio. 
INDICAÇÕES FETAIS 
 As indicações fetais são todas aquelas associadas ao sofrimento fetal, que exige 
o m do período expulsivo de forma rápida e segura. Prolapso de membros irredutível e prolapso 
do cordão umbilical, com cabeça insinuada nas apresentações cefálicas e cabeça derradeira nas 
pélvicas, são indicações menos frequentes. 
CONTRA-INDICAÇÕES (ARTIGO - Indicações do parto a fórceps - Alfredo de 
Almeida Cunha – Doutor emMedicina/Obstetrícia pela Escola Paulista de Medicina) 
As contra-indicações para o parto a fórceps são a falta das condições de praticabilidade 
e a falta de experiência do obstetra com esta cirrugia. 
 
PARTO CESÁREA 
 No parto que ocorre pela operação cesariana, ou cesárea, o nascimento se dá por 
meio de incisão cirúrgica abdominal, ou seja, laparotomia e incisão uterina (histerotomia). Essa 
concepção do termo cesárea não inclui a extração fetal da cavidade abdominal quando há rotura 
completa do útero e nas gestações abdominais. 
5 
 
 
 INDICAÇÕES DE CESÁREA 
 Tem-se verificado em todo o mundo aumento das taxas de operações cesarianas. 
As indicações para esse procedimento vêm crescendo substancialmente; por exemplo, quando 
a apresentação é pélvica, a preferência quase global tem sido pelo parto por via abdominal. 
 Acrescentam-se a isso os procedimentos da medicina reprodutiva, que resultam 
em incremento das gestantes que integram o grupo de alto risco (gestação múltipla, idade 
materna avançada etc.), levando ao crescimento das indicações operatórias. 
 Resumidamente, os tópicos seguintes ilustram os fatos que emergem para 
explicar esse aumento na taxa de cesáreas: 
1. Diminuição da prole, muito evidente nas últimas décadas. 
 
2. Postergação da maternidade, o que acarreta aumento 
da idade média das 
nulíparas, que apresentam maiores riscos para parto operatório. 
3. Uso da monitorização eletrônica intraparto, que, se 
comparada à ausculta 
intermitente, aumenta a probabilidade de cesárea, apesar de se ter ciência dos altos índices de 
falso-positivos desse método propedêutico fetal. 
 
4. Os partos de fetos em apresentação pélvica são realizados por cesárea na quase 
totalidade das vezes. 
 
5. O aumento dos casos de indução do parto ocasiona incremento nos riscos para o 
parto operatório. 
6. Maior prevalência da obesidade, um fator de risco para a cesárea. 
7. Medicina defensiva: pelo fato de a maioria dos casos em litígio judicial ocorrer 
em função de danos ocorri- dos durante partos vaginais, muitos obstetras abreviam o tempo de 
nascimento por operação cesariana. 
8. Cesáreas eletivas para preservação do assoalho pélvico. 
 CESÁREA DE EMERGÊNCIA 
** O Cardiotocógrafo é indicado para monitoração da gestação durante as fases que 
antecedem o parto, por meio da ausculta e visualização dos batimentos cardíacos fetais, da 
monitoração da contração uterina e dos movimentos fetais. 
Sofrimento fetal: os partos nos grandes centros, em sua maioria, são monitorizados por 
meio da cardiotocografia. Há muito tempo, tem-se ciência dos altos índices de falso-positivos 
desse método de monitorização, o que faz com que alguns o abominem, pois aumenta a 
incidência de cesáreas. 
1. Anormalidades cardiotocográficas: 
 Desacelerações tardias ou DIP II: As desacelerações tardias constituem a 
anormalidade cardiotocográfica que mais comumente aparece quando há hipoxemia e refletem 
melhor a queda da reserva fetal de oxigênio, durante o trabalho de parto. Quando se avalia o 
pH do sangue fetal (padrão-ouro do diagnóstico de sofrimento fetal) durante a evolução do 
parto, verifica-se a existência de altas taxas de resultados falso-positivos dos traçados com 
desacelerações tardias. 
 Desacelerações variáveis graves: As desacelerações variáveis surgem como 
consequência da compressão do funículo, tendo como principal fator predisponente o 
oligoâmnio, cuja etiologia é, sobretudo, a hipoxemia fetal oriunda de insuficiência placentária 
crônica. Essas desacelerações ganham a conotação de gravidade quando apresentam as 
seguintes características: duração maior que 1 minuto, recuperação em linha de base 
bradicárdica ou taquicárdica, morfologia em W (Exame com as linhas em forma de )e 
associação com desaceleração tardia. 
 Bradicardias prolongadas: As bradicardias prolongadas constituem uma das 
mais ominosas anormalidades cardiotocográficas durante o período intraparto. Representam um 
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importante sinal para a indicação de cesárea emergencial, com tolerância mínima
para o início 
do ato operatório. 
2. Síndromes hemorrágicas agudas: 
 Descolamento prematuro de placenta (DPP); 
 Placenta prévia com sangramento intenso; 
 Traumas maternos (acidentes em geral). 
3. Prolapso do cordão umbilical: a O prolapso do cordão umbilical, em geral, 
ocorre durante o trabalho de parto após a rotura de membranas, espontânea ou artificial. 
 Apresentação pélvica incompleta; 
 Polidrâmnio; 
 Apresentação alta e móvel. 
4. Distocia funcional incorrigível: 
 A distocia funcional é caracterizada por distúrbios da contratilidade uterina, 
resultando na não progressão do parto. Para sua correção, são instituídas várias medidas 
terapêuticas como amniotomia, infusão de ocitocina, sedação e analgesia. Se todas as medidas 
adotadas forem infrutíferas, a indicação da operação cesariana torna-se imperiosa. 
5. Sofrimento fetal por insu ciência placentária crônica grave: 
 Nos casos de insuficiência placentária grave demonstradas por meio da 
ocorrência de diástole zero ou reversa no sonograma das artérias umbilicais, a anormalidade 
hemodinâmica mais relevante é diagnosticada mediante aferição dos índices de pulsatilidade 
venosa realizada pela Dopplervelocimetria no ducto venoso. Os valores críticos desses índices 
indicam hipoxemia fetal grave. Como eles ocorrem usualmente na prematuridade extrema, com 
fetos de baixíssimo peso, o parto, invariavelmente, é por cesárea, que deve ser feita em caráter 
de urgência. 
 FATORES DE RISCO PARA CESÁREA 
1. Indução do parto: A indução do parto tem se associado ao aumento do risco de 
cesárea em muitas circunstâncias, especialmente em nulíparas com colo desfavorável. 
2. Oligoâmnio: A hipoxemia fetal crônica desencadeia o processo de 
redistribuição do débito cardíaco fetal, culminando em isquemia renal e decréscimo da diurese 
fetal. Como consequência, ocorre diminuição da produção de líquido amniótico proporcional 
ao tempo e à intensidade da carência de oxigênio pelo feto. 
3. Idade materna avançada: A idade materna avançada, com incidência crescente 
na atualidade, associa-se a uma série de morbidezes gestacionais e perinatais e, intrinsecamente 
envolvida com a sobrecarga emocional, permite discriminar as pacientes dessa categoria em 
um grupo muito peculiar, de modo a delinear cuidados especiais destinados a elas. 
4. Obesidade: A obesidade materna está associada a maior frequência de pré-
eclâmpsia, diabetes gestacional e macrossomia fetal. 
5. Excesso de rotação axial
do cordão umbilical (espirais): Os vasos do cordão 
umbilical distribuem-se espacialmente de forma helicoidal e seus espirais aumentam 
progressivamente com a evolução da gestação. O excesso de espirais está associado a aumento 
na incidência de restrição do crescimento fetal (RCF), desacelerações da frequência cardíaca 
fetal durante o trabalho de parto e trombose vascular com sub- sequente estenose dos vasos 
umbilicais. 
*** PRINCIPAIS INDICAÇÕES DE CESARIANA – REZENDE *** 
ABSOLUTAS 
 Placenta prévia total e parcial 
 Malformações genitais (i. e., atresias e santos vaginais) 
 Tumorações prévias (Ex. miomas prévios, câncer cervical invasivo) 
 Desproporçáo cefalopélvica com feto vivo 
RELATIVAS 
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Maternas: 
 Cardiopatias especificas (i. e., síndrome de Marfan com dilatação da aorta, 
doença coronariana instável) 
 Pneumopatias especificas (i. e., hipertensão pulmonar grave, síndrome de 
Guillain-Barré) 
 Dissecção aórtica 
 Condições associadas à elevação da pressão intracraniana 
 História de fistula retovaginal 
Fetais: 
 Sofrimento feral 
 Prolapso de cordão 
 Apresentação pélvica ou cómica 
 Gemelidade com 1º feto não cefálico 
 Gemelidade monoamniótica 
 Macrossomia presumida (peso letal estimado > 4.500 g em diabéticas e > 5.000 
g em não diabéticas) 
 Malformações fetais especificas (ex. mielomeningocele, hidrocefalia com 
macrocraniaetc.) 
 Herpes genital ativo 
 HIV com carga virai > 1.000 cópias 
Materno-fetais: 
 Cesárea prévia 
 Descolamento prematuro da placenta com feto vivo 
 Placenta prévia marginal e placenta baixa distando <2 cm do orifício interno do 
colo. 
 
3) – COMPREENDER AS COMPLICAÇÕES PÓS-PARTO: 
 TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS NO PÓS-PARTO 
 Os transtornos mentais associados ao pós-parto, conforme classificação 
diagnóstica CID- 10, incluem qualquer transtorno que tenha se iniciado até a sexta semana após 
o parto, mas podem também ser classificados como doenças mentais ou doenças do sistema 
nervoso central que complicam o puerpério. 
 Os transtorno puerperais, tanto psicóticos como depressivos e de ansiedade, não 
se diferenciam, do ponto de vista sintomatológico, daqueles que não ocorrem no período pós-
parto. 
 A disforia do pós-parto ou puerperal blues é a mais leve e frequente das 
alterações do humor no puerpério, ocorrendo em até 85% das mulheres. É considerada uma 
condição temporária, com início nos primeiros 2 a 4 dias após o parto, e atinge o seu pico 
em 5 a 7 dias, sendo resolvida, na maioria das vezes, de forma espontânea ao final da segunda 
semana. 
 Apesar de não exigir nenhuma tratamento medicamentoso, os pais e familiares 
devem receber orientações quando a sua existência, para proporcionar apoio e suporte afetivo. 
 Os transtornos ocorridos no período puerperal podem estar relacionados às 
alterações hormonais que ocorrem nesse período como uma resposta anormal às variações 
de hormônios da tireoide, do eixo hipotálamo-pituitário-adrenal e da cascata 
serotoninérgica, porém, sua persistência pode indicar o início de um transtorno de humor mais 
grave. 
 DEPRESSÃO PÓS- PARTO 
 A depressão pós-parto tem uma ocorrência aproximada de 10 a 15% das 
puérperas, com a maioria dos casos se resolvendo espontaneamente em 3 a 6 meses. O 
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tratamento, no entanto, deve ser preconizado para abreviar o sofrimento materno e minimizar 
os problemas familiares. 
Há muitas hipótese sobre a origem da depressão pós-parto, entre elas tem se a queda 
hormonal repentina após o parto, que poderia se comportar como uma síndrome de retirada”. 
Além disso, estudos apontam uma maior fragilidade genética de algumas mulheres para 
desenvolver tais sintomas. 
 O quadro clínico de depressão pós-parto se caracteriza frequentemente com 
maior instabilidade do humor e sintomas intensos de ansiedade, incluindo ataque de 
pânico. 
 Nos episódio depressivos mais graves, pode haver ideação suicida, 
pensamentos obsessivos envolvendo violência contra a criança e agitação psicomotora 
intensa. Sintomas psicóticos como por exemplo os delírios, também podem ocorrer e, 
geralmente, envolvem o recém-nascido. 
 
 PSICOSE PÓS-PARTO 
 A psicose pós-parto normalmente ocorre nos primeiros dias após o parto e é 
caracterizada por instabilidade do humor, agitação psicomotora, desorganização do 
pensamento, alucinações e perturbações do sono. 
 Nesses casos ocorre uma grande prejuízo a capacidade funcional das mulheres, 
risco de suicídio, negligência infantil e, em casos mais extremos, infanticídio. 
 O risco de episódios psicóticos no pós-parto é mais elevado em mulheres com 
história pregressa de transtorno bipolar. Estima-se que o risco de recorrência de psicose 
puerperal seja de 30 a 50% a cada parto subsequente. 
 
 PSICOFARMACOLOGIA DURANTE A AMAMENTAÇÃO 
 Psicofármacos, assim como outros medicamentos, podem ser secretados no leite, 
por isso alguns cuidados devem ser tomados quando esses medicamentos são prescritos. Da 
mesma forma que a amamentação é um fator protetor para diversas condições e doenças, o 
tratamento dos transtornos psiquiátricos presentes é mandatório em diversas situações, que 
devem ser individualizadas e corretamente tratadas, visando o bem-estar da mãe e do bebê. Em 
alguns
casos, a amamentação pode (ou deve) ser suspensa. 
 TRANSTORNOS ANSIOSOS – ARTIGO - TRANSTORNOS 
PSIQUIÁTRICOS NO PÓS-PARTO – 2009 - AMAURY CANTILINO 
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) 
 O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) ainda tem sido pouco estudado 
no pós-parto. Em uma pesquisa nos Estados Unidos, 68 puérperas com oito semanas de pós-
parto foram entrevistadas utilizando-se a SCID (Structured Clinical Interview for DSM-IV 
Disorders) e foi observada taxa de prevalência de 4,4% de TAG79. Outro estudo do mesmo 
grupo, usando metodologia semelhante, mas desta vez com 147 mulheres examinadas, 
encontrou prevalência de 8,2%80. Parte considerável desses casos pode ser desencadeada 
especificamente no pós-parto. 
 O quadro clínico envolve a presença persistente de ansiedade ou preocupações 
excessivas. As preocupações envolvem diversos eventos e atividades de vida e são 
acompanhadas de sintomas como inquietação, fadigabilidade, dificuldade para se concentrar, 
irritabilidade, tensão muscular e perturbação do sono. 
Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) 
 Há vários estudos retrospectivos que têm verificado que o puerpério é o principal 
evento de vida relacionado ao desencadeamento ou à exacerbação do transtorno obsessivo-
compulsivo (TOC), provavelmente devido às alterações hormonais e psicossociais próprias 
desse período. Mas ainda poucos estudos estimam a prevalência do TOC especificamente no 
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pós-parto. Avaliando mulheres com oito semanas de pós-parto, encontrou prevalência de TOC 
em 2,6% delas. 
 O conteúdo das obsessões e compulsões no pós-parto comumen- te envolve o 
bebê. São frequentes pensamentos obsessivos agressivos contra o recém-nascido, tais como 
medo de deixar o bebê cair no chão, impulso de jogar água fervendo sobre o bebê, de jogá-lo 
contra a parede, pensamento intrusivo de colocar o bebê no forno, imagens recorrentes do bebê 
morrendo sufocado no berço, sendo picado por insetos ou sofrendo um acidente ou sangrando. 
 
4) – DESCREVER AS CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO DE PARTO: 
 
ponto de vista do mecanismo de parto, o feto é o móvel, que percorre o trajeto (bacia), 
impulsionado por um motor (contração uterina). 
 Na sua atitude habitual de flexão da cabeça sobre o tronco e de entrecruzamento dos 
membros, que também se dobram, o móvel semelha um ovoide – o ovoide fetal. Este, a seu 
turno, é composto de 2 segmentos semidependentes: o ovoide cefálico (cabeça) e o córmico 
(tronco e membros). 
 Embora o ovoide córmico é maior, porém os seus diâmetros são facilmente redutíveis, 
o que, durante o parto, torna mais importante o polo cefálico. É a partir da observação desse 
elementos que se estrutura o estudo da mecânica do parto, na generalidade dos casos, e, em 
essência, nos movimentos que a cabeça descreve, sob a ação das contrações uterina, ao transitar 
pelo desfiladeiro pelvigenital. 
 O trajeto do parto vai desde o útero até a fenda vulvar. Constituído por formações da 
natureza varia – partes mole do canal do parto – é sustentado por cintura óssea designada por 
pequena pelve, pequena bacia ou escavação. 
 No decorrer que o feto passa pelo canal de parto, impulsionado pelas contrações do útero 
e dos músculos da parede abdominal, o feto realiza um certo número de movimentos que fazem 
parte do mecanismo de parto. 
 Esses movimentos são passivos, logo, se adequam as formas do trajeto do canal do parto. 
Com eles os diâmetros fetais se reduzem e se acomodam aos diâmetros pélvicos. 
O mecanismo de parto tem características gerais constantes, que variam em seus pormenores, 
de acordo com o tipo de apresentação e a morfologia da pelve. Em 95 a 96% dos casos, o parto 
se processa com o feto em apresentação cefálica fletida. De todas as apresentações, é ela a 
menos sujeita a perturbações do mecanismo de parto. 
TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO: Insinuação, Descida e Desprendimento 
1. INSINUAÇÃO (OU ENCAIXAMENTO) 
 É a passagem da maior circunferência da apresentação através do anel do estreito 
superior. Nessas condições, e de maneira geral, está o ponto mais baixo da apresentação a altura 
das espinhas ciáticas. 
 Tem como tempo preliminar a redução dos diâmetros, o que, nas apresentações 
cefálicas, é conseguido pela flexão (apresentação de vértice) ou deflexão (apresentação de 
face). Na apresentação pélvica, a redução dos diâmetros mediante aconchego dos membros 
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inferiores sobre tronco ou até mesmo mediante desdobramento desses membro pra baixo ou pra 
cima. 
 Nas apresentações córmicas de feto de tamanho normal, a insinuação não se dá, a conta 
das grandes dimensões dos diâmetros que se apresentam. Por isso, o parto pela via vaginal é 
impossível. Somente nos fetos mortos, ou nos de pequenas dimensões, poderão se processar 
mecanismo atípicos capazes de possibilitar o parto transpélvico espontâneo. 
 Para que se processe a insinuação, é necessário haver redução dos diâmetros da cabeça, 
o que será obtido pela orientação do diâmetros e por flexão. 
No inicio dessa fase, a cabeça do feto fica acima do estreito superior da bacia, em flexão 
moderada, com a sutura sagital orientada no sentido do diâmetro obliquo esquerdo ou do 
transverso e com a pequena fontanela (ou Fon. lambdoide) voltada pra esquerda. 
Encaixamento: 
Nas tipo ginecoide ele se dá, preferencialmente, pelo diâmetro transverso; nas androides, as 
posições transversas são cerca de 3 vezes mais comuns que as anteriores e as posteriores 
reunidas, sendo que essas ultimas de maior incidência; 
Nas antropoide caia frequência do encaixamento pelo diâmetro transverso; Alguns autores 
estatuíram (criaram um estatuto) mesmo que esse tipo de bacia predispõe as posições 
posteriores, embora as posições diretas sejam também comuns. 
DE qualquer forma, aproveitamento dos diâmetros oblíquos ou transversos (os mais amplos do 
estreito superior) é indispensável para a passagem do maior diâmetro da circunferência de 
encaixamento, que é o anteroposterior. 
A atitude de moderada flexão (atitude indiferente), em que se encontra a cabeça no início do 
mecanismo do parto, apresentam ao estreito superior da bacia o diâmetro occipitofrontal maior 
do que o suboccitobregmático, que mede 9,5 cm. Para apresentar esse último diâmetro, mais 
favorável, a cabeça sofre um primeiro movimento de flexão. O Eixo maior do ovoide cefálico 
toma a direção do eixo do canal. 
 
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DESCIDA 
 Depois de completar a insinuação, a cebaça se dirige até as proximidades do assoalho 
pélvico, onde começa o cotovelo do canal. Até ai mantém a mesma atitude e conserva o mesmo 
sentido, apenas exagerando um pouco a flexão. O ápice do ovoide cefálico atinge o assoalho 
pélvico e a circunferência máxima se encontra na altura do estreito médio da bacia. 
 A descida, em realidade, se processa desde o início do trabalho de parto, e só 
termina com a expulsão total do feto. Seu estudo, como tempo autônomo, tem apenas 
propósito didático, para facilitar a descrição. O movimento da cabeça, nesse tempo do 
mecanismo do parto, é turbinal: a medida que o polo cefálico roda, vai progredindo no seu 
trajeto descendente. É a penetração rotativa.
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