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1 TUTORIA LADY GAGA TAVEIRA RESUMO GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA PROBLEMA 2 OBJETIVOS: 1) – CARACTERIZAR AS POSIÇÕES FETAIS (ESTÁTICA FETAL): (Fonte: Rezende, 13ª Ed) O conhecimento da estática fetal é essencial para descrever com acurácia o modo de entrada do feto no canal do parto, sendo dividida em apresentação que é a relação entre o eixo espinhal da mãe e do feto. A estática é a análise do concepto com a bacia e com o útero. É o estudo que permite o conhecimento da nomenclatura obstétrica, fundamental para o tocólogo cultivado. ATITUDE: A atitude ou habito fetal é a relação das diversas partes do feto entre si. - Durante a gestação: Ao termo da gravidez, o útero mede aproximadamente 30 cm, enquanto o feto mede em torno de 50 cm. Devido essa diferença, o feto deve se adaptar a essa condição de espaço, flexionando-se. Dessa maneira, o seu eixo longitudinal fica reduzido a 25 cm. Graças a flexibilidade da coluna vertebral e a articulação occipitovertebral, o feto se aloja na cavidade uterina em atitude de flexão generalizada, ou seja, a coluna se curva por todo seu corpo e o mento da cabeça encostado ou próximo a face anterior do tórax. Dando assim a forma ovoide que apresenta os 2 polos: o cefálico e o pélvico. Quanto aos membros inferiores, as coxas se fletem em direção a bacia e as pernas sobre as coxas. E nos membros superiores, braços voltados pra parte anterior do tórax e antebraço fletidos sobre os braços. OVOIDE CÓRMICO = JUNÇÃO TRONCO + MEMBROS Em uma apresentação pélvica, a atitude da cabeça fetal é variável: de regra ela é um pouco fletida, ficando o mento próximo ao manúbrio, mas ela pode ficar em atitude indiferente ou em deflexão; pode se apresentar com uma inclinação lateral, podendo ou não ter uma rotação. Essa atitude de cabeça na gravidez não tem significado prognóstico para o parto, á vista da correção espontânea havida do decurso do trabalho. - No parto: Após dado inicio ao trabalho de parto, a atitude do feto se modifica. Nessa condição, por motivos da expansão do segmento inferior e pela incorporação da cérvice, que ascende, o útero muda de forma de modo que perde a conformação que adquire durante a gravidez passando de uma forma globosa para forma cilindroide. Isso obriga o feto a endireitar o seu trono, diminuindo a flexão de modo a fazer o feto a tomar a forma semelhante a um cilindro, que dai vem o nome de CILINDRO FETAL. CILINDRO FETAL = cabeça fletida sobre o tronco, tendo as parte menos (membro superiores) a ele mais aconchegadas. - Cabeça: Composta por crânio e face; O crânio é constituído de dois ossos frontais, dois parietais, dois temporais, um occipital, um esfenoide e um etmoide. Enquanto os ossos da abóbada craniana se acham 2 separados por tecidos membranosos – suturas e fontanelas -, permitindo a redução de seu volume durante o parto, os ossos da base compõem bloco indeformável. Sutura Sagital, entre parietais; Sutura metópica, interfrontal ou frontal média; Sutura coronária, entre os frontais e os parietais; Sutura lambdoide, entre os parietais e o occipital; Sutura temporal, entre os parietais e os temporais. As fontelas são zonas membranosas, nos pontos de convergência de três ou quatro ossos e delas partem as suturas. Fontanela bregmática (anterior, ou grande fontanela) – forma losangular com os lados formados pelos frontais e parietais, tendo seus vértices saindo as suturas sagital, metópica e coronária. Constitui calioso pronot de referência para o diagnóstico de posição, obtido com o toque digital ou manual. Fontanela lambdoide (posterior ou pequena fontanela) – Limitada pelo occpital e pelos parietais, tem morfologia mais ou menos triangular e dos seus vértice saem as suturas sagital e lambdoide. Fontanela ptéricas ou ptérios (lateroanteriores) – São 2, uma de cada lado. Tem por limites o temporal, o frontal, o parietal e o esfenoide. Fontanela astéricas ou astérios (lateroposteriores) – São 2, uam de cada lado. Tem como limites o occipital, o temporal e o parietal. Ptérios e astérios são fontanelas que não possuem expressão obstétrica. DIÂMETR O (CM) CIRCUNFERÊNCI A (CM) OCCIPITOFRONTAL 12 34 OCCIPITOMENTONIANO 13,5 36 SUBOCCIPITOBREGMÁTI CO 9,5 32 SUBOCCIPITOFRONTAL 11 33 SUBMENTOBREGMÁTICO OU HIOBREGMÁTICO 9,5 32 BIPARIETAL 9,5 - BITEMPORAL 8 - - Tronco: Os diâmetros e circunferências do tronco que importam ao parteiro são: Diâmetro biacromial – 12 cm; Circunferência biacromial – 35 cm; Diâmetro bitrocantérico – 9,5 cm; Circunferência bitrocantérica: - perna estendidas – 27 cm - Pernas flexionadas (apresentação pélvica, modo de nádegas) – 35 cm Nas apresentações de vértice ou de occipital, partindo da atitude incial indiferente ou de ligeira flexão, a cabeça se flete gradualmente, substituindo-se diâmetro maiores por outros menores: occipitofrontal (12 cm) pelo suboccipitofrontal (11 cm) e, finalmente, pelo suboccipitobregmático (9,5 cm). Nas apresentações com deflexão cefálica, essa se acentua, substituindo-se o occipitomentoniano (13 cm) pelo submentobregmático (9,5 cm), diâmetro de insinuação das apresentações de face. Nas apresentações pélvicas, os diâmetros fetais do cinto pélvico se reduzem por aconchegamento. SITUAÇÃO: 3 Relação entre os grandes eixos longitudinais fetal e uterino. Situação longitudinal – Quando os eixos longitudinais fetal e uterino coincidirem; Situação transversa - quando os eixos fetais e uterinos estão perpendiculares; Situação cruzada - é intermediário e é comum no momento do parto, ela tende a se estabilizar em longitudinal ou transversa. APRESENTAÇÃO: É a região fetal que se coloca na região do estreito superior, ocupando todo sue espaço, tendendo a se insinuar durante o trabalho de parto. Procidência – Quando há segmentos fetais, como pequenas parte e funículo, localizados no estreito superior. Mutação ou versão – Transformação de uma apresentação por outra, devido questões de acomodação fetal. Isso ocorrer devido uma rotação axial do feto, oque faz o feto virar por cambalhotas de modo que até o 6º mês ele fique com o polo cefálico voltado para a porção inferior do corpo. Apresentação córmica – situação transversal (bebe “de lado”) Apresentação cefálica – polo cefálico voltado pra baixo e pode ser de 4 tipos de apresentação: Fletida; Bregma (deflexão de 1º grau); Fronte (deflexão de 2º grau); e Face (deflexão máxima ou 3º grau). Apresentação pélvica – polo pélvico na porção pélvica na porça superior, tem dois tipo de apresentação: pélvica completa (coxa e parnas fletidas) e pélvica incompleta ou modo de nádegas (coxas fletidas contra a bacia). ALTURA DA APRESENTAÇÃO: A altura da apresentação baseia-se na comparação do plano fetal mais baixo com os planos da bacia. Esse parâmetro é usado como indicador dinâmico da evolução do parto. Durante a gestação a apresentação está afastada do estreito superior, não tendo relação direta com a bacia. No inicio do trabalho de parto ou mesmo momentos antes essa relação com a pelve materna se manifesta. Apresentação alta e móvel – quando a apresentação não tem contato com o estreito superior; Apresentação ajustada – se ocupa a área do estreito superior; Apresentação fixa – quando , pelo palpar, não se consegue mobiliza-la; Apresentação insinuada – quando a maior circunferência da apresentação transpôs a área do estreito superior.Critérios de DeLee: Biespinha ciática ou linha interespinhosa como plano de referência (0). A partir desse plano, a apresentação é estimada em centímetros positivos caso a apresentação fetal tenha ultrapassado, e em centímetros negativos caso a apresentação não tenha alcançado. Indo de +5 até -5. POSIÇÃO: De acordo com a escola alemã, a posição fetal corresponde à relação entre o dorso fetal e o lado direito ou esquerdo do abdome materno. As posições frequentemente observadas são duas: Esquerda ou posição 1: quando o dorso do feto se apresenta à esquerda do abdome materno; Direita ou posição 2: quando o dorso do feto se apresenta à direita do abdome materno. ***MED CURSO Anterior: quando o dorso do feto se apresenta voltado para diante do abdome materno; Posterior: quando o dorso do feto se apresenta voltado para trás do abdome materno No Final da gestação é mais comum a posição esquerda. Existem dois fatores que provavelmente implicam a predominância dessa posição: - Leve rotação do útero para a direita; - Posicionamento anatômico do reto e sigmoide à esquerda. 4 Ambos os fatores tendem a impulsionar o dorso do feto para a esquerda. 2) – CARACTERIZAR AS FASES E TIPOS DE PARTO: PARTO COM FÓRCIPE O fórcipe obstétrico é o instrumento destinado a extrair fetos por preensão do polo cefálico e, dessa forma, diminuir o tempo do segundo período do parto. Sabe-se que o pH do sangue fetal tende a diminuir gradativamente no período expulsivo e que, decorridos os primeiros 30 minutos deste, o feto desenvolve moderada acidose. Por outro lado, quando o feto apresenta desaceleração tardia, sua pressão parcial de oxigênio apresenta-se em níveis baixos (≤ 18 mmHg).Nestas circunstâncias, abreviar o período expulsivo por meio do uso de fórcipe é de enorme utilidade na obstetrícia dos dias atuais. Logo, o principal objetivo do parto por fórcipe é mimetizar o parto espontâneo vaginal, com diminuição da morbidade materna e neonatal. CLASSIFICAÇÃO DOS FÓRCIPES: 1. A primeira categoria (fórcipe baixo/de alívio) era o fórcipe empregado quando o polo cefálico era visível e tinha atingido o assoalho pélvico, e quando a sutura sagital se encontrava no diâmetro anteroposterior da pelve. 2. O Fórcipe médio foi de nido como aquele aplicado após a insinuação (plano 0 de De Lee). 3. O fórcipe alto era usado quando o polo cefálico se colocava entre os planos –1 e 0 de De Lee e o biparietal tangenciava o bi-isquiático. FUNÇÕES DO FÓRCIPE: O fórcipe exerce três funções básicas: preensão, rotação e tração. INDICAÇÕES: A principal indicação de fórcipe é para abreviar o m do segundo período do trabalho de parto caso haja situ- ações que gerem risco materno-fetal. NDICAÇÕES MATERNAS: As principais indicações maternas são doença cardíaca, comprometimento pulmonar, infecção amniótica, algumas condições neurológicas, exaustão, falha de progressão após determinado período de espera ou segundo período do parto prolongado. Nas primigestas, segundo definição do ACOG (American College of Obstetricians and Gynecologists), o segundo período do parto é considerado prolongado quando tem mais que 3 horas com analgesia ou mais que 2 horas sem esse procedimento; e nas multíparas, quando dura mais que 2 horas com analgesia ou mais que uma hora sem. A abreviação do período expulsivo deve ser realizada por meio do uso de fórcipe baixo ou de alívio. INDICAÇÕES FETAIS As indicações fetais são todas aquelas associadas ao sofrimento fetal, que exige o m do período expulsivo de forma rápida e segura. Prolapso de membros irredutível e prolapso do cordão umbilical, com cabeça insinuada nas apresentações cefálicas e cabeça derradeira nas pélvicas, são indicações menos frequentes. CONTRA-INDICAÇÕES (ARTIGO - Indicações do parto a fórceps - Alfredo de Almeida Cunha – Doutor emMedicina/Obstetrícia pela Escola Paulista de Medicina) As contra-indicações para o parto a fórceps são a falta das condições de praticabilidade e a falta de experiência do obstetra com esta cirrugia. PARTO CESÁREA No parto que ocorre pela operação cesariana, ou cesárea, o nascimento se dá por meio de incisão cirúrgica abdominal, ou seja, laparotomia e incisão uterina (histerotomia). Essa concepção do termo cesárea não inclui a extração fetal da cavidade abdominal quando há rotura completa do útero e nas gestações abdominais. 5 INDICAÇÕES DE CESÁREA Tem-se verificado em todo o mundo aumento das taxas de operações cesarianas. As indicações para esse procedimento vêm crescendo substancialmente; por exemplo, quando a apresentação é pélvica, a preferência quase global tem sido pelo parto por via abdominal. Acrescentam-se a isso os procedimentos da medicina reprodutiva, que resultam em incremento das gestantes que integram o grupo de alto risco (gestação múltipla, idade materna avançada etc.), levando ao crescimento das indicações operatórias. Resumidamente, os tópicos seguintes ilustram os fatos que emergem para explicar esse aumento na taxa de cesáreas: 1. Diminuição da prole, muito evidente nas últimas décadas. 2. Postergação da maternidade, o que acarreta aumento da idade média das nulíparas, que apresentam maiores riscos para parto operatório. 3. Uso da monitorização eletrônica intraparto, que, se comparada à ausculta intermitente, aumenta a probabilidade de cesárea, apesar de se ter ciência dos altos índices de falso-positivos desse método propedêutico fetal. 4. Os partos de fetos em apresentação pélvica são realizados por cesárea na quase totalidade das vezes. 5. O aumento dos casos de indução do parto ocasiona incremento nos riscos para o parto operatório. 6. Maior prevalência da obesidade, um fator de risco para a cesárea. 7. Medicina defensiva: pelo fato de a maioria dos casos em litígio judicial ocorrer em função de danos ocorri- dos durante partos vaginais, muitos obstetras abreviam o tempo de nascimento por operação cesariana. 8. Cesáreas eletivas para preservação do assoalho pélvico. CESÁREA DE EMERGÊNCIA ** O Cardiotocógrafo é indicado para monitoração da gestação durante as fases que antecedem o parto, por meio da ausculta e visualização dos batimentos cardíacos fetais, da monitoração da contração uterina e dos movimentos fetais. Sofrimento fetal: os partos nos grandes centros, em sua maioria, são monitorizados por meio da cardiotocografia. Há muito tempo, tem-se ciência dos altos índices de falso-positivos desse método de monitorização, o que faz com que alguns o abominem, pois aumenta a incidência de cesáreas. 1. Anormalidades cardiotocográficas: Desacelerações tardias ou DIP II: As desacelerações tardias constituem a anormalidade cardiotocográfica que mais comumente aparece quando há hipoxemia e refletem melhor a queda da reserva fetal de oxigênio, durante o trabalho de parto. Quando se avalia o pH do sangue fetal (padrão-ouro do diagnóstico de sofrimento fetal) durante a evolução do parto, verifica-se a existência de altas taxas de resultados falso-positivos dos traçados com desacelerações tardias. Desacelerações variáveis graves: As desacelerações variáveis surgem como consequência da compressão do funículo, tendo como principal fator predisponente o oligoâmnio, cuja etiologia é, sobretudo, a hipoxemia fetal oriunda de insuficiência placentária crônica. Essas desacelerações ganham a conotação de gravidade quando apresentam as seguintes características: duração maior que 1 minuto, recuperação em linha de base bradicárdica ou taquicárdica, morfologia em W (Exame com as linhas em forma de )e associação com desaceleração tardia. Bradicardias prolongadas: As bradicardias prolongadas constituem uma das mais ominosas anormalidades cardiotocográficas durante o período intraparto. Representam um 6 importante sinal para a indicação de cesárea emergencial, com tolerância mínima para o início do ato operatório. 2. Síndromes hemorrágicas agudas: Descolamento prematuro de placenta (DPP); Placenta prévia com sangramento intenso; Traumas maternos (acidentes em geral). 3. Prolapso do cordão umbilical: a O prolapso do cordão umbilical, em geral, ocorre durante o trabalho de parto após a rotura de membranas, espontânea ou artificial. Apresentação pélvica incompleta; Polidrâmnio; Apresentação alta e móvel. 4. Distocia funcional incorrigível: A distocia funcional é caracterizada por distúrbios da contratilidade uterina, resultando na não progressão do parto. Para sua correção, são instituídas várias medidas terapêuticas como amniotomia, infusão de ocitocina, sedação e analgesia. Se todas as medidas adotadas forem infrutíferas, a indicação da operação cesariana torna-se imperiosa. 5. Sofrimento fetal por insu ciência placentária crônica grave: Nos casos de insuficiência placentária grave demonstradas por meio da ocorrência de diástole zero ou reversa no sonograma das artérias umbilicais, a anormalidade hemodinâmica mais relevante é diagnosticada mediante aferição dos índices de pulsatilidade venosa realizada pela Dopplervelocimetria no ducto venoso. Os valores críticos desses índices indicam hipoxemia fetal grave. Como eles ocorrem usualmente na prematuridade extrema, com fetos de baixíssimo peso, o parto, invariavelmente, é por cesárea, que deve ser feita em caráter de urgência. FATORES DE RISCO PARA CESÁREA 1. Indução do parto: A indução do parto tem se associado ao aumento do risco de cesárea em muitas circunstâncias, especialmente em nulíparas com colo desfavorável. 2. Oligoâmnio: A hipoxemia fetal crônica desencadeia o processo de redistribuição do débito cardíaco fetal, culminando em isquemia renal e decréscimo da diurese fetal. Como consequência, ocorre diminuição da produção de líquido amniótico proporcional ao tempo e à intensidade da carência de oxigênio pelo feto. 3. Idade materna avançada: A idade materna avançada, com incidência crescente na atualidade, associa-se a uma série de morbidezes gestacionais e perinatais e, intrinsecamente envolvida com a sobrecarga emocional, permite discriminar as pacientes dessa categoria em um grupo muito peculiar, de modo a delinear cuidados especiais destinados a elas. 4. Obesidade: A obesidade materna está associada a maior frequência de pré- eclâmpsia, diabetes gestacional e macrossomia fetal. 5. Excesso de rotação axial do cordão umbilical (espirais): Os vasos do cordão umbilical distribuem-se espacialmente de forma helicoidal e seus espirais aumentam progressivamente com a evolução da gestação. O excesso de espirais está associado a aumento na incidência de restrição do crescimento fetal (RCF), desacelerações da frequência cardíaca fetal durante o trabalho de parto e trombose vascular com sub- sequente estenose dos vasos umbilicais. *** PRINCIPAIS INDICAÇÕES DE CESARIANA – REZENDE *** ABSOLUTAS Placenta prévia total e parcial Malformações genitais (i. e., atresias e santos vaginais) Tumorações prévias (Ex. miomas prévios, câncer cervical invasivo) Desproporçáo cefalopélvica com feto vivo RELATIVAS 7 Maternas: Cardiopatias especificas (i. e., síndrome de Marfan com dilatação da aorta, doença coronariana instável) Pneumopatias especificas (i. e., hipertensão pulmonar grave, síndrome de Guillain-Barré) Dissecção aórtica Condições associadas à elevação da pressão intracraniana História de fistula retovaginal Fetais: Sofrimento feral Prolapso de cordão Apresentação pélvica ou cómica Gemelidade com 1º feto não cefálico Gemelidade monoamniótica Macrossomia presumida (peso letal estimado > 4.500 g em diabéticas e > 5.000 g em não diabéticas) Malformações fetais especificas (ex. mielomeningocele, hidrocefalia com macrocraniaetc.) Herpes genital ativo HIV com carga virai > 1.000 cópias Materno-fetais: Cesárea prévia Descolamento prematuro da placenta com feto vivo Placenta prévia marginal e placenta baixa distando <2 cm do orifício interno do colo. 3) – COMPREENDER AS COMPLICAÇÕES PÓS-PARTO: TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS NO PÓS-PARTO Os transtornos mentais associados ao pós-parto, conforme classificação diagnóstica CID- 10, incluem qualquer transtorno que tenha se iniciado até a sexta semana após o parto, mas podem também ser classificados como doenças mentais ou doenças do sistema nervoso central que complicam o puerpério. Os transtorno puerperais, tanto psicóticos como depressivos e de ansiedade, não se diferenciam, do ponto de vista sintomatológico, daqueles que não ocorrem no período pós- parto. A disforia do pós-parto ou puerperal blues é a mais leve e frequente das alterações do humor no puerpério, ocorrendo em até 85% das mulheres. É considerada uma condição temporária, com início nos primeiros 2 a 4 dias após o parto, e atinge o seu pico em 5 a 7 dias, sendo resolvida, na maioria das vezes, de forma espontânea ao final da segunda semana. Apesar de não exigir nenhuma tratamento medicamentoso, os pais e familiares devem receber orientações quando a sua existência, para proporcionar apoio e suporte afetivo. Os transtornos ocorridos no período puerperal podem estar relacionados às alterações hormonais que ocorrem nesse período como uma resposta anormal às variações de hormônios da tireoide, do eixo hipotálamo-pituitário-adrenal e da cascata serotoninérgica, porém, sua persistência pode indicar o início de um transtorno de humor mais grave. DEPRESSÃO PÓS- PARTO A depressão pós-parto tem uma ocorrência aproximada de 10 a 15% das puérperas, com a maioria dos casos se resolvendo espontaneamente em 3 a 6 meses. O 8 tratamento, no entanto, deve ser preconizado para abreviar o sofrimento materno e minimizar os problemas familiares. Há muitas hipótese sobre a origem da depressão pós-parto, entre elas tem se a queda hormonal repentina após o parto, que poderia se comportar como uma síndrome de retirada”. Além disso, estudos apontam uma maior fragilidade genética de algumas mulheres para desenvolver tais sintomas. O quadro clínico de depressão pós-parto se caracteriza frequentemente com maior instabilidade do humor e sintomas intensos de ansiedade, incluindo ataque de pânico. Nos episódio depressivos mais graves, pode haver ideação suicida, pensamentos obsessivos envolvendo violência contra a criança e agitação psicomotora intensa. Sintomas psicóticos como por exemplo os delírios, também podem ocorrer e, geralmente, envolvem o recém-nascido. PSICOSE PÓS-PARTO A psicose pós-parto normalmente ocorre nos primeiros dias após o parto e é caracterizada por instabilidade do humor, agitação psicomotora, desorganização do pensamento, alucinações e perturbações do sono. Nesses casos ocorre uma grande prejuízo a capacidade funcional das mulheres, risco de suicídio, negligência infantil e, em casos mais extremos, infanticídio. O risco de episódios psicóticos no pós-parto é mais elevado em mulheres com história pregressa de transtorno bipolar. Estima-se que o risco de recorrência de psicose puerperal seja de 30 a 50% a cada parto subsequente. PSICOFARMACOLOGIA DURANTE A AMAMENTAÇÃO Psicofármacos, assim como outros medicamentos, podem ser secretados no leite, por isso alguns cuidados devem ser tomados quando esses medicamentos são prescritos. Da mesma forma que a amamentação é um fator protetor para diversas condições e doenças, o tratamento dos transtornos psiquiátricos presentes é mandatório em diversas situações, que devem ser individualizadas e corretamente tratadas, visando o bem-estar da mãe e do bebê. Em alguns casos, a amamentação pode (ou deve) ser suspensa. TRANSTORNOS ANSIOSOS – ARTIGO - TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS NO PÓS-PARTO – 2009 - AMAURY CANTILINO Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) ainda tem sido pouco estudado no pós-parto. Em uma pesquisa nos Estados Unidos, 68 puérperas com oito semanas de pós- parto foram entrevistadas utilizando-se a SCID (Structured Clinical Interview for DSM-IV Disorders) e foi observada taxa de prevalência de 4,4% de TAG79. Outro estudo do mesmo grupo, usando metodologia semelhante, mas desta vez com 147 mulheres examinadas, encontrou prevalência de 8,2%80. Parte considerável desses casos pode ser desencadeada especificamente no pós-parto. O quadro clínico envolve a presença persistente de ansiedade ou preocupações excessivas. As preocupações envolvem diversos eventos e atividades de vida e são acompanhadas de sintomas como inquietação, fadigabilidade, dificuldade para se concentrar, irritabilidade, tensão muscular e perturbação do sono. Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) Há vários estudos retrospectivos que têm verificado que o puerpério é o principal evento de vida relacionado ao desencadeamento ou à exacerbação do transtorno obsessivo- compulsivo (TOC), provavelmente devido às alterações hormonais e psicossociais próprias desse período. Mas ainda poucos estudos estimam a prevalência do TOC especificamente no 9 pós-parto. Avaliando mulheres com oito semanas de pós-parto, encontrou prevalência de TOC em 2,6% delas. O conteúdo das obsessões e compulsões no pós-parto comumen- te envolve o bebê. São frequentes pensamentos obsessivos agressivos contra o recém-nascido, tais como medo de deixar o bebê cair no chão, impulso de jogar água fervendo sobre o bebê, de jogá-lo contra a parede, pensamento intrusivo de colocar o bebê no forno, imagens recorrentes do bebê morrendo sufocado no berço, sendo picado por insetos ou sofrendo um acidente ou sangrando. 4) – DESCREVER AS CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO DE PARTO: ponto de vista do mecanismo de parto, o feto é o móvel, que percorre o trajeto (bacia), impulsionado por um motor (contração uterina). Na sua atitude habitual de flexão da cabeça sobre o tronco e de entrecruzamento dos membros, que também se dobram, o móvel semelha um ovoide – o ovoide fetal. Este, a seu turno, é composto de 2 segmentos semidependentes: o ovoide cefálico (cabeça) e o córmico (tronco e membros). Embora o ovoide córmico é maior, porém os seus diâmetros são facilmente redutíveis, o que, durante o parto, torna mais importante o polo cefálico. É a partir da observação desse elementos que se estrutura o estudo da mecânica do parto, na generalidade dos casos, e, em essência, nos movimentos que a cabeça descreve, sob a ação das contrações uterina, ao transitar pelo desfiladeiro pelvigenital. O trajeto do parto vai desde o útero até a fenda vulvar. Constituído por formações da natureza varia – partes mole do canal do parto – é sustentado por cintura óssea designada por pequena pelve, pequena bacia ou escavação. No decorrer que o feto passa pelo canal de parto, impulsionado pelas contrações do útero e dos músculos da parede abdominal, o feto realiza um certo número de movimentos que fazem parte do mecanismo de parto. Esses movimentos são passivos, logo, se adequam as formas do trajeto do canal do parto. Com eles os diâmetros fetais se reduzem e se acomodam aos diâmetros pélvicos. O mecanismo de parto tem características gerais constantes, que variam em seus pormenores, de acordo com o tipo de apresentação e a morfologia da pelve. Em 95 a 96% dos casos, o parto se processa com o feto em apresentação cefálica fletida. De todas as apresentações, é ela a menos sujeita a perturbações do mecanismo de parto. TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO: Insinuação, Descida e Desprendimento 1. INSINUAÇÃO (OU ENCAIXAMENTO) É a passagem da maior circunferência da apresentação através do anel do estreito superior. Nessas condições, e de maneira geral, está o ponto mais baixo da apresentação a altura das espinhas ciáticas. Tem como tempo preliminar a redução dos diâmetros, o que, nas apresentações cefálicas, é conseguido pela flexão (apresentação de vértice) ou deflexão (apresentação de face). Na apresentação pélvica, a redução dos diâmetros mediante aconchego dos membros 10 inferiores sobre tronco ou até mesmo mediante desdobramento desses membro pra baixo ou pra cima. Nas apresentações córmicas de feto de tamanho normal, a insinuação não se dá, a conta das grandes dimensões dos diâmetros que se apresentam. Por isso, o parto pela via vaginal é impossível. Somente nos fetos mortos, ou nos de pequenas dimensões, poderão se processar mecanismo atípicos capazes de possibilitar o parto transpélvico espontâneo. Para que se processe a insinuação, é necessário haver redução dos diâmetros da cabeça, o que será obtido pela orientação do diâmetros e por flexão. No inicio dessa fase, a cabeça do feto fica acima do estreito superior da bacia, em flexão moderada, com a sutura sagital orientada no sentido do diâmetro obliquo esquerdo ou do transverso e com a pequena fontanela (ou Fon. lambdoide) voltada pra esquerda. Encaixamento: Nas tipo ginecoide ele se dá, preferencialmente, pelo diâmetro transverso; nas androides, as posições transversas são cerca de 3 vezes mais comuns que as anteriores e as posteriores reunidas, sendo que essas ultimas de maior incidência; Nas antropoide caia frequência do encaixamento pelo diâmetro transverso; Alguns autores estatuíram (criaram um estatuto) mesmo que esse tipo de bacia predispõe as posições posteriores, embora as posições diretas sejam também comuns. DE qualquer forma, aproveitamento dos diâmetros oblíquos ou transversos (os mais amplos do estreito superior) é indispensável para a passagem do maior diâmetro da circunferência de encaixamento, que é o anteroposterior. A atitude de moderada flexão (atitude indiferente), em que se encontra a cabeça no início do mecanismo do parto, apresentam ao estreito superior da bacia o diâmetro occipitofrontal maior do que o suboccitobregmático, que mede 9,5 cm. Para apresentar esse último diâmetro, mais favorável, a cabeça sofre um primeiro movimento de flexão. O Eixo maior do ovoide cefálico toma a direção do eixo do canal. 11 DESCIDA Depois de completar a insinuação, a cebaça se dirige até as proximidades do assoalho pélvico, onde começa o cotovelo do canal. Até ai mantém a mesma atitude e conserva o mesmo sentido, apenas exagerando um pouco a flexão. O ápice do ovoide cefálico atinge o assoalho pélvico e a circunferência máxima se encontra na altura do estreito médio da bacia. A descida, em realidade, se processa desde o início do trabalho de parto, e só termina com a expulsão total do feto. Seu estudo, como tempo autônomo, tem apenas propósito didático, para facilitar a descrição. O movimento da cabeça, nesse tempo do mecanismo do parto, é turbinal: a medida que o polo cefálico roda, vai progredindo no seu trajeto descendente. É a penetração rotativa. 12
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