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06/11/2012 1 Paralisia Cerebral Fisioterapia em Pediatria Definição É definida como “uma desordem do movimento e da postura devido a um defeito ou lesão do cérebro imaturo” (Bax, 1964). A lesão cerebral não é progressiva e provoca debilitação variável na coordenação da ação muscular, com resultante incapacidade da criança em manter posturas e realizar movimentos normais (BOBATH, K.). “Designa um grupo de distúrbios cerebrais de caráter estacionário que são devidos a alguma lesão ou às anomalias do desenvolvimento ocorridas durante a vida fetal ou durante os primeiros meses de vida (SHEPHERD, R.B.). Revisão Histórica • Numerosos métodos de tratamento ao longo dos anos • Maioria baseavam-se na observação clínica das teorias de neurofisiologia da época • Sempre houve dificuldades para demonstrar que melhora do paciente resultou de um ou outro método • Parece não haver dúvidas que a intervenção ativa por parte do paciente é essencial Etiologia Causas Pré-Natais A – Genéticas e/ou hereditárias B – Maternas Circulatórias Eclâmpsia Hemorragias Desprendimento prematura da placenta Má posição do cordão umbilical Infecções Tóxicos C – Físicas Etiologia Causas perinatais Asfixia Hemorragia intracraniana Prematuridade e baixo peso Icterícia grave Infecções pelo canal do parto Causas pós-natais Meningencefalites bacterianas e virais TCE Síndromes epiléticas Prevenção • Pré-natal regular • Evitar drogas e álcool • Tratamento da Icterícia neonatal – Fototerapia ou exsangüíneotransfusão – Uso de imuglobulina anti-D após o parto Vacinas antes da gravidez 06/11/2012 2 Neuropatologia • Lesões antes da 20a semana de IG: ulegíria, esquizencefalia e polimicrogíria • Lesões entre a 26a e 30a semana: substância branca periventricular (leucomalácia periventricular) • Lesões no 3o trimestre de gestação ou RN pré- termo: córtex e gânglios da base Topografia Sinais clínicos: Espástica (75% dos casos) Atetósica (18% dos casos) Hipotônica (2 a 3% dos casos) Atáxica (2 % dos casos) Mista (2% dos casos) Comprometimento motor Tetra ou quadriplegia/paresia Hemiplegia/paresia Diplegia/paresia Monoplegia/paresia Paraplegia/paresia Descrição dos quadros clínicos FORMA HIPOTÔNICA Característica do grupo atetóide Flacidez extrema Incapacidade de produzir a força muscular p/ se movimentar Movimentos espontâneos escassos Cabeça cai para traz quando puxada para sentar Quando segurada na posição sentada é incapaz de manter a cabeça e o tronco Em DV, não faz a suspensão Apresenta dificuldades respiratórias – respiração superficial Dificuldade para beber e alimentar-se Posição típica: membros em abdução, flexão e rotação externa Descrição dos quadros clínicos FORMA ESPÁSTICA • Hipertonia acentuada de MMSS´s e MMII´s • Hipotonia dos eretores da cabeça • Quando suspensa, atitude em tesoura • Persistência de reflexos • Atividades limitadas • Movimentos associados • Adaptações do comportamento • Pode desenvolver contraturas e deformidades • Dificuldade de deglutir e mastigar • Sialorréia • Alterações na estrutura do crânio • Freqüentes infecções pulmonares • Formas graves: não seguem as etapas do desenvolvimento Descrição dos quadros clínicos FORMA ATETÓSICA “sem posição fixa” Associada a icterícia grave neonatal (bilirrubínica) Tônus postural instável e flutuante (mais baixo que o normal) Movimentos involuntários da face durante o repouso e/ou movimentos intencionais Movimentos espasmódicos, incontrolados e de amplitude extrema Deficiente controle da cabeça – afetar visão Não conseguem manter uma posição estável contra a gravidade Mobilidade exagerada nas articulações Difícil mastigação e deglutição Fala disártrica Descrição dos quadros clínicos FORMA ATÁXICA Rara Dificuldades para controlar a velocidade, a amplitude, a direção e a força de seus movimentos Tônus postural baixo Incoordenação cinética Alterações movimentos finos da mão (coordenação fina) ADNPM “Marcha do bêbado” Fala disártrica 06/11/2012 3 Descrição dos quadros clínicos QUADRIPLEGIA ESPÁSTICA Incapaz de retificar a cabeça Incapaz de manter seu equilíbrio em qualquer posição ou usar os braços e as mãos. Supino: forte retração do pescoço e ombros; a rotação da cabeça para o lado pode desencadear o RTCA; incapaz de rolar de supino para o DL e para prono; ausência de rotação sobre seu eixo; incapacidade para levantar a cabeça, impedindo passar para sentada; espasticidade extensora no quadril dificulta passar para sentada Descrição dos quadros clínicos QUADRIPLEGIA ESPÁSTICA Prono: não eleva a cabeça; não usa os braços e mãos para apoio; quadris e joelhos podem estar flexionados ou se estendidas no quadril, as pernas rodam para dentro e aduzem; pés em FP Sentada: base estreita; equilíbrio precário; não consegue usar os braços para apoio; algumas poderão assumir a postura em flexão total Deformidades: Escoliose ou cifoescoliose Deformidade flexoras do quadril e joelhos Pés eqüino Subluxação de quadril Descrição dos quadros clínicos DIPLEGIA ESPÁSTICA Durante os 4 ou 6 meses: pode parecer normal Leve comprometimento da cabeça e MMSS´s: pode conseguir girar para o lado, mas terá dificuldades em rolar para prono MMII´s tornam-se rigidamente estendidos Engatinhar torna-se impossível à medida que a espasticidade extensora dos MMII´s fica mais forte; passa a arrastar Sentar: será difícil ou impossível Descrição dos quadros clínicos DIPLEGIA ESPÁSTICA • De pé: estende a cabeça e os ombros para assumir e manter a postura ereta apesar da insuficiente flexão do quadril, isso resulta no aumento da lordose lombar; fazem uso excessivo de qualquer reação de retificação e equilíbrio presente “acima da cintura”. • Deformidades – Hipercifose – Hiperlordose lombar – Subluxação dos quadris – Adução e rotação interna das pernas – Pés eqüino Descrição dos quadros clínicos HEMIPLEGIA ESPÁSTICA Descoberta é tardia Inicialmente o lado afetado parece ser “mole” ADNPM Tendência em cair para o lado comprometido Se orienta pelo lado sadio Irá rolar de supino para prono sobre o lado afetado Sentado: o lado afetado se retrai Lado afetado poderá ser negligenciado pelos pais Não aprenderá a engatinhar e preferirá arrastar-se sentado Descrição dos quadros clínicos HEMIPLEGIA ESPÁSTICA De pé: apoiará seu peso na perna sadia. A perna afetada parecerá ser “fraca”, e tenderá a cair se tiver que sustentar seu peso sobre ela Marcha: perna e pé se enrijecerão gradualmente para sustentar o peso; somente conseguirá sustentar seu peso na perna afetada com ajuda da espasticidade extensora. Deformidades: Deformidades flexoras do cotovelo e punho com pronação do antebraço e desvio ulnar do punho Adução do polegar Escoliose Pés eqüino 06/11/2012 4 Deficiências Funcionais Preensão • Desenvolvimento precário dos movimentos habilidosos das mãos • Pega objetos com a mão inteira, lentamente, com força em excesso • Deficiências em adaptar a força muscular à carga Deficiências Funcionais Ato de sentar no chão • Diplégica – Postura em “W”: flexão do tronco acompanhada por extensão do pescoço, coxas em rotação interna – Pernas estendidas para frente: flexão de joelhos e flexão insuficiente dos quadris, flexão da metade superior do seu troncoDeficiências Funcionais Sentado na cadeira Rotação interna de quadris Flexão insuficiente dos joelhos Flexão plantar nos tornozelos Coxas em relativa extensão Flexão da metade superior do tronco Deficiências Funcionais Levantando da posição sentada para a posição em pé • Incapacidade de colocar os pés ou o pé do membro inferior afetado o suficiente para trás • Diminuição da amplitude e da velocidade da flexão do tronco em nível dos quadris Deficiências Funcionais Marcha Diplégica: caminhar lento e cambaleante, passos curtos Hemiplégica: amplitude dos passos varia e a marcha é claudicante Encurtamento da panturrilha: redução da extensão de quadril e DF tornozelo Joelhos são mantidos em hiperextensão Adutores encurtados: quadris em tesoura Braços podem estar abduzidos Velocidade da marcha pode estar afetada Deficiências Funcionais Ajustes posturais • Dificuldade na coordenação cronológica das respostas motoras do MMII afetado, diante das alterações da área de sustentação 06/11/2012 5 Deficiências Associadas ADNPM Deficiências cognitivas e de percepção Surdez Defeitos da visão Disfagia Convulsões Alterações da fala e distúrbios da comunicação O Reconhecimento Precoce da PC Sinais anormais aparecerão É frequentemente muito difícil estabelecer um diagnóstico definido de PC antes dos 4 meses Pais procuram atendimento porque os filhos não alcançaram os estágios normais do DNPM História devem ser encontrados um ou mais fatos Forma como a mãe segura ou apóia o filho pode indicar uma anormalidade O Reconhecimento Precoce da PC Testes em Supino Hipertonia extensora máxima, com retração de cabeça, pernas aduzidas e estendidas, braços fletidos no cotovelo, mãos fechadas. Não consegue erguer a cabeça, nem flexionar os quadris e coluna Não consegue mover os braços para frente, nem tocar o corpo e suas mãos não se abrem para agarrar um objeto. Se puxado para sentado, ocorre a “queda da cabeça”; quadris resistem à flexão (cifose compensatória) Reflexos patológicos presentes O Reconhecimento Precoce da PC Testes em Prono • Hipertonia flexora máxima, cabeça é mantida na linha média (não libera as vias aéreas), ombros protraídos com braços aduzidos. • Reação de Landau: não consegue levantar a cabeça, braços fletidos e pernas estendidas e aduzidas. O Reconhecimento Precoce da PC Testes na posição sentada Não consegue sentar Hipertonia flexora dos braços impede as reações de proteção Deficiente controle de cabeça Posição de pé Pernas estendidas e abduzidas Deficiente controle de cabeça Pés em FP Objetivos da Fisioterapia • Anatômicos – Manutenção da elasticidade das partes moles – Melhora do crescimento e desenvolvimento do sistema de locomoção 06/11/2012 6 Objetivos da Fisioterapia • Ligados ao comportamento – Aumentar as oportunidades da criança de treinar os movimentos ativos – Prevenir a intensificação de comportamentos motores indesejáveis Objetivos da Fisioterapia • Fisiológicos – Aumentar as oportunidades do lactente de selecionar os estímulos importantes – Influenciar e favorecer os processos de maturação e recuperação do sistema nervoso Equipamentos Adaptativos • Para auxiliar o posicionamento – Posicionadores laterais – Sistemas adaptativos para posição sentada e vertical – Bancos para banheira – Cadeiras adaptadas – Assentos de carro – Pulseiras de chumbo Equipamentos Adaptativos • Dispositivos para auxílio na marcha – Andadores anteriores e posteriores – Muletas canadenses e axilares – OBS: andadores infantis – “disquinhos” • Equipamento para mobilidade – Cadeiras de rodas manual ou elétrica Intervenções Neuroclínicas Intervenções neuroclínicas Relaxantes musculares: diazepam, dantroleno e baclofeno Bloqueadores neuromusculares: álcool, fenol e a toxina botulínica (BOTOX) Intervenções neurocirúrgicas Rizotomia dorsal seletiva Estimuladores da medula espinhal Infusão contínua de baclofen intratecal Cirurgia Ortopédica • Medida corretiva, logo após seguido de reabilitação –Óssea (osteotomia) –Muscular (alongamento do músculo/tendão) QUADRIL • Subluxação/ deslocamento – Fisioterapia no P.O. • exercícios de ADM do quadril • fortalecimento dos músculos • posicionamento apropriado 06/11/2012 7 Cirurgia Ortopédica QUADRIL Deformidade em adução Fisioterapia no P.O. Alongamento contínuo Fortalecimento dos músculos da cintura pélvica Treino funcional Deformidade em flexão Fisioterapia no P.O. Alongamento em extensão do quadril Fortalecimento dos extensores e abdutores do quadril Deformidade em rotação interna Fisioterapia no P.O. Exercícios de ADM Fortalecimento dos músculos da cintura pélvica Cirurgia Ortopédica JOELHO • Deformidade em flexão do joelho – Fisioterapia no P.O. • Exercícios ativos e passivos de extensão do joelho • Fortalecimentos de extensores e flexores do joelho • Exercícios de ADM do quadril • Uso noturno de órteses em extensão Cirurgia Ortopédica PÉ E TORNOZELO • Deformidade eqüino – Fisioterapia no P.O. • Órtese para manter a amplitude • Exercícios de ADM do tornozelo • Fortalecimento Órteses para MMII´s • Órtese longa em fibra de carbono • Órtese longa com cinto pélvico • Órtese longa com apoio isquiático Órteses para MMII´s • Órteses joelho-tornozelo-pé (KAFO) • Órteses dinâmicas tornozelo-pé • Órteses moldada tornozelo-pé Órteses para MMII´s • Órteses articuladas tornozelos-pé • Órteses de reação ao solo • Órteses supramaleolares • Dennis Brown 06/11/2012 8 Tônus Muscular Pode ser hipotônico e podem usar reflexos. No tratamento pode aproximar de um tônus normal. Flutuação de tônus, maiores dificuldades para ter um tônus normal em tratamento. Se mostrar espasticidade é maior em extremidade inferior do que em extremidade superior. Se mostrar espasticidade é maior em extremidade superior do que em extremidade inferior. Componentes normais em extremidades Maior padrão primitivo em extremidade superior Tenta usar a espasticidade para parar os movimentos atáxicos Tenta usar a espasticidade para parar movimentos atetóides (nem sempre com sucesso) Ataxia Atetose Controle de Cabeça Segura a cabeça na linha média e tem medo de virar a cabeça / fixação de olhos Não consegue controlar a cabeça na linha média Fixa os olhos quando move a cabeça / aprende a estabilizar com a cabeça Segue o objeto com os olhos acompanhando o movimento da cabeça / pobre controle e coordenação olho-mão Ataxia Atetose Reações de Balanço Movimentos articulares em pequenos arcos Movimentos articulares em grandes arcos Lento para responder Rápido para responder Péssimo controle de si mesmo para mover-se, freqüente o uso dos braços para proteger-se e fixar o tronco Melhor controle de si mesmo pois está sempre se movendo Reações dentro da flexão Reações dentro da extensão Ataxia Atetose Marcha/ Fala Aumenta a base, especialmente quando olha em volta Base larga usando a extensão para se estabilizar Fala devagar. Articulação melhor, porém segura a língua entre os dentes Articulação limitada pelos movimentosatetóides, podendo aparecer na língua Ataxia Atetose Tratamento Estimular movimentos do tronco Estimular controle de tronco Movimento em grandes arcos e mover mais em superfícies instáveis Mover em pequenos arcos usando primeiro superfícies estáveis Estimulação proprioceptiva Estimulação proprioceptiva Manter posturas em movimento, dar estabilização no lugar certo Inicialmente manter posturas mais estáticas, com o objetivo de aumentar gradativamente sem a interferência de padrões errados. Ataxia Atetose
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