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CONCEITOS EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA Profa. Ms. Milena G. L. Cardoso Nutrição e Dietética Curso de Nutrição UNIP Santos Substâncias naturais, dotadas de qualidades sensoriais (sabor, aroma, consistência) que excitam o nosso apetite e possuem uma variedade de nutrientes segundo sua composição química. Substâncias Alimentares ou Alimentos São substâncias químicas presentes nos alimentos, indispensáveis à saúde e à atividade do organismo. Nutrientes CARBOIDRATOS LIPÍDEOS PROTEÍNAS MINERAIS VITAMINAS Proteínas São biomoléculas constituídas por unidades monoméricas fundamentais chamadas aminoácidos, unidos entre si por ligações peptídicas. Carboidratos Biomoléculas constituídas por unidades monoméricas chamadas de açúcares e ligadas entre si por ligações glicosídicas. Lípides ou Lipídeos Compostos caracterizados pela baixa solubilidade em água, constituídos por ácidos graxos, triacilgliceróis, ceras. MACRONUTRIENTES Quantidade de energia e nutrientes biodisponíveis nos alimentos, que um indivíduo são deve ingerir para satisfazer suas necessidades fisiológicas. Necessidades Nutricionais Quantidade de energia e nutrientes que devem conter os alimentos consumidos para satisfazer as necessidades de quase todos os indivíduos da população saudável (média das necessidades de vários conjuntos de indivíduos + 2 desvios-padrão = ATENDENDO 97,5% da população). Recomendações Nutricionais Dietética Considerada um ramo da ciência da Nutrição, estuda e aplica os princípios básicos da alimentação no organismo humano, permitindo o planejamento, a execução e a avaliação de dietas adaptadas às características biopsicossociais e às culturas e atitudes alimentares dos indivíduos, considerando-se crenças, pensamentos, sentimentos e comportamentos relacionados aos alimentos e às técnicas dietéticas envolvidas. Critérios para elaboração das dietas • Critérios quantitativos: recomendações nutricionais, com uso de tabelas de composição química e necessidades nutricionais • Critérios qualitativos: leis de Pedro Escudero. • Critérios semi-quantitativos: guias alimentares. Necessidade nutricional • O valor de nutrientes necessário para cada indivíduo. • Necessidade energética total = cálculos para determinação do valor energético total das dietas (VET) • Necessidade de macro e micronutrientes; • Apoio das recomendações nutricionais específicas para idade e gênero; • Fundamental para o planejamento dietético; • Varia conforme características do indivíduo como peso, altura, gênero e idade; Recomendações nutricionais • São definidas como a quantidade de energia e de nutrientes que atende às necessidades da maioria dos indivíduos de um grupo ou de uma população. • Escolhas alimentares que promovam a saúde. • Importantes para o planejamento, prescrição e avaliação de dietas. • Baseadas em evidências científicas: estudos populacionais de consumo, observações epidemiológicas e avaliações bioquímicas de restrição e saturação de nutrientes. • Historicamente se relacionavam a doenças causadas por deficiências. Classificação dos alimentos pela função Nutrólogo argentino Pedro Escudero (1938) diz que nutriente é toda substância que, introduzida no organismo, irá exercer uma função de nutrição, e assim são classificados: • Função Construtora >> Nutrientes que Constroem e reparam os tecidos ou Plásticos • Função Reguladora >> Nutrientes que regulam processos orgânicos. • Função Energética >> Nutrientes que fornecem calor e energia ou Energéticos. Construtores Participam na formação das estruturas do corpo e ainda combatem as infecções, cicatrização de feridas. Necessários ao bom funcionamento do organismo, auxiliam na prevenção de doenças e no crescimento.” Reguladores “Fornecem energia para as atividades do dia-a-dia“ Energéticos Leis de Pedro Escudero Lei da Quantidade – diz respeito a quantidade total de calorias e de nutrientes. A quantidade de alimentos deve suprir as necessidades do indivíduo, assim excessos e restrições são prejudiciais ao organismo. Lei da Qualidade – corresponde aos nutrientes necessários ao indivíduo. Uma alimentação completa inclui todos os nutrientes para formação e manutenção do organismo. As refeições devem ser variadas, contemplando todos os grupos de nutrientes para o bom funcionamento do corpo. Lei da Harmonia – equivale a distribuição e proporcionalidade entre os nutrientes, resultando no equilíbrio. Para que o nosso organismo consiga aproveitar os nutrientes, estes devem se encontrar em proporções adequadas nas refeições, uma vez que as substâncias não agem sozinhas, e sim em conjunto. Lei da Adequação – A alimentação deve se adequar às necessidades do organismo de cada indivíduo, às especificidades de quem está consumindo. Os ciclos da vida (infância, adolescência, adulto e idoso), o estado fisiológico (gestação, lactação), o estado de saúde (doenças), os hábitos alimentares (deficiência de nutrientes), e as condições socioeconômicas e culturais (acesso aos alimentos) são fatores que devem ser considerados, pois resultam em diferentes necessidades nutricionais. “O plano alimentar deve ser quantitativamente suficiente, qualitativamente completo, além de ser harmonioso em seus componentes e adequado à sua finalidade e ao organismo a que se destina” BARIONI, BRANCO, SOPARES, 2008. Síntese das Leis de Pedro Escudero Alimentos fonte • Todo alimento é constituído de energia em maior ou menor proporção e isto define seu valor nutritivo. • A forma de preparo influencia o valor energético final. Classificação didática: - Alimentos-fonte: são aqueles alimentos que contém mais de 5% do valor da recomendação (DRI) em uma porção usual. - Alimento boa fonte: são aqueles alimentos que contém 10-20% do valor da recomendação (DRI) em uma porção usual. - Alimentos excelente fonte: são aqueles alimentos que contém >20% do valor da recomendação (DRI) em uma porção usual. Grupos dos Alimentos Nutrientes Estudados Arroz, pão, massa, batata e mandioca Carboidrato e vitamina B1 Frutas, legumes e verduras Vitamina C, folato, beta-caroteno, potássio e magnésio Leite, queijo e iogurte Proteínas, vitaminas A, D, B2, cálcio Carnes e ovos Proteínas, vitaminas B6, B12, niacina, biotina, ferro, zinco e cobre Feijões e oleaginosas Proteínas, selênio, manganês e fósforo Óleos e gorduras Lipídios, vitaminas E e K Açúcares e doces Carboidratos (sacarose) Água e eletrólitos Água, sódio, cloro, flúor e iodo Alimentos fonte Densidade energética • Quantidade de energia (kcal) em relação ao peso dos alimentos (grama) relacionado a sua porção usual. DE = ___________energia (kcal)__________ Peso do alimento (g) na porção usual • Alimento com DE alta = mais energia em menor porção. • Emagrecimento = alimentos com DE baixa = menos energia em porções maiores. • FVL possuem mais água e menor DE. • Alimentos com mais lipídeo = maior DE (1g=9kcal) DENSIDADE ENERGÉTICA CLASSIFICAÇÃO GRUPOS 0 – 0,6 kcal/g Baixa Frutas, verduras e legumes 0,6 – 1,5 kcal/g Média Cereais integrais leguminosas 1,5 – 3,0 kcal/g Alta Pães, leite integral, carnes ≥ 3,0 kcal/g Muito alta Açúcares, doces, óleos e gorduras Densidade energética Fonte: PHILIPPI, ST.; AQUINO, R C.; LEAL, GVS. Planejamento dietético: princípios,conceitos e ferramentas. In: PHILIPPI, ST.; AQUINO, R C. Dietética: princípios para o planejamento de uma alimentação saudável. São Paulo: 2015. Planejamento dietético • A partir da anamnese; • Estipular horários, refeições, nome dos alimentos e preparações; forma de consumo e de preparo; medidas usuais de consumo; quantidades em gramas; substitutos por grupo, valor calórico semelhante e/ou densidade energética semelhante, alimentos-fonte. • Indicar locais de compra, seleção, armazenamento e orientar formas de preparo. 10 passos para o planejamento dietético 1- Obter informações e dados do indivíduo; 2- Cálculo do valor energético total (VET) 3- Seleção de refeições 4- Planejamento e distribuição do VET 5- Seleção de alimentos e preparações/refeições 6- Comparar com cálculo estipulado para VET 7- Apresentação 7- Considerar informações técnicas importantes 8- Selecionar quantidades, per capta, medidas usuais 1- Obter informações e dados; • Dados pessoais e demográficos: gênero, idade, escolaridade, renda, tipo de trabalho, nível de atividade física – tipo, tempo) • Hábitos e práticas alimentares • Frequência e local de refeições • Estado nutricional • Presença de doenças e uso de medicamentos • Preferências, aversões, intolerâncias e alergias; • Atitudes alimentares e aspectos emocionais e sociais Anamnese detalhada 2- Cálculo do valor energético total (VET) • Estimar as necessidades energéticas a partir dos cálculos existentes e considerando as características individuais (peso, estatura, gênero, idade, nível de atividade física). 3- Seleção de refeições • Fracionamento adequado: 4 a 6 refeições/dia • Reforçar importância; • Adequar à rotina individual; • Propor maneiras eficazes de adesão; 4- Planejamento e distribuição do VET • Cada refeição deve conter de 5 a 35% VET; • Refeições principais = 20-35% do VET; • Refeições intermediárias = 5-15% do VET; • Utilizar distribuição energética padronizada; • Usar dados sobre alimentos-fonte e densidade energética. 6- Comparar com cálculo estipulado • Verificar se o valor energético estipulado inicialmente corresponde ao final do cálculo do cardápio 5- Seleção de alimentos, preparações e refeições • Café da manhã: alimentos como leite, iogurte, queijo, cereais, pães integrais e/ou outras fontes de carboidratos (tapioca, cuscuz, inhame), frutas (mín. 1 cítrica/dia) • Almoço: cereais-leguminosas (ex.: arroz e feijão), carne, acompanhamentos (verduras e legumes), saladas (verduras e legumes), sobremesa. • Lanches: semelhante ao café da manhã • Adequar conforme itens já mencionados. 7- Apresentação • Variedade de cores; • Consistência variada; • Sabor; • Temperatura adequada; 7- Considerar informações técnicas importantes • Considerar nutrientes específicos para cada ciclo de vida • Mínimo de 5 porções de FVL/dia • Adequar consumo de gordura total e gordura saturada da dieta; • Proteínas suficientes; • Uso de carboidratos integrais • Consumo diário de alimentos-fonte de Ca e Fe • Mínimo de 2 litros de água/dia • Moderação em açúcar, sal e café (3-4 xícaras pequenas/dia). 8- Selecionar quantidades, per capta, medidas usuais • Oferecer medidas usuais de consumo e em gramas • Orientar quantidades • Utilizar tabelas de composição química e listas de substitutos equivalentes com relação ao valor calórico e grupo alimentar • Atualizar alimentos e ou preparações susbtitutos Para fixação 1- O que são necessidades nutricionais? E recomendações nutricionais? 2- Como os alimentos podem ser classificados de acordo com sua função? Explique cada categoria. 3- Descreva quais são as Leis de Escudero e explique-as. 4- Com relação à densidade energética (DE), quantas quilocalorias por grama um alimento deve ter para ser classificado como um alimento de alta DE? 5- Quais são os 10 passos para o planejamento dietético?
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