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Unidade 1 – Gestão por Competências e Coaching Antes de iniciarmos a discussão sobre o tema alvo da aula, vamos entender alguns conceitos. Dentro do processo de Gestão de Competências, encontramos uma peça fundamental, o Gestor de Pessoas, muitas vezes recebendo definições não corretas dada à contemporaneidade do termo gestão. Gestor de pessoas não é aquele profissional que detém uma equipe, mas sim aquele que alinha as necessidades organizacionais às atividades operacionais. O gestor de pessoas é aquele que possui uma visão sistêmica e estratégica do negócio, apoia e provê os recursos necessários para que seu time desenvolva suas atividades diárias (ARAÚJO, 2010). Na administração de empresas, a terminologia gestão pode ser definida como administração, ou seja, o “[...] conjunto de esforços que tem por objetivo: planejar, organizar, dirigir ou liderar, coordenar e controlar as atividades de um grupo de indivíduos que se associam para atingir um resultado comum” (LACOMBE, 2004, p. 8), e sempre considerando as variáveis internas (organizacionais) e externas, sejam elas interativas ou não. Independentemente da área que seja, o gestor deve pensar na empresa, ou seja, nos seus objetivos estratégicos, pois só assim esse terá o comprometimento necessário para que suas ações excedam as suas atividades e atendam a todo o contexto organizacional e mercadológico. Mercadológico, porque além dos objetivos estratégicos da organização, esse deve ainda atender as necessidades do seu mercado de atuação. Dentro da perspectiva de gestão, o gestor de pessoas então deve administrar os recursos humanos para apoiar a empresa na condução do seus negócios e obtenção dos resultados esperados. Dentro das várias estratégias de gestão das pessoas, as duas modalidades ou práticas mais discutidas e em expansão nos últimos anos estão a Gestão por Competências e Coaching. Agora que já entendemos o significado da palavra gestão, para compreendermos o significado de Gestão por Competências, faz-se necessário entender o significado da terminologia Competências. Competência pode ser entendida como um conjunto de conhecimentos especializados e diferenciados de alguém sobre um determinado assunto, bem como as suas habilidades e destrezas, atitudes e comportamentos que somadas venham a aumentar a probabilidade de obtenção de sucesso na execução de determinadas atividades. Nessa mesma época, seguindo a teoria de Taylor (taylorismo) em que era por meio da seleção e do treinamento do colaborador que as empresas desenvolviam ou melhoravam em seus colaboradores os conhecimentos necessários para o exercício de atividades específicas, restringindo-se, então, às questões técnicas do trabalho e do cargo ocupado. Após alguns anos, em virtude de transformações sociais e principalmente da complexidade das relações de trabalho, as organizações foram sendo forçadas a incluir no processo de desenvolvimento dos seus colaboradores, não apenas nas questões técnicas, como também nos aspectos comportamentais. Chega-se, então, às 3 dimensões das competências: • Conhecimento e Habilidade que são consideradas competências técnicas • Atitude que é considerada uma competência comportamental CONHECENDO OS TIPOS DE COMPETÊNCIAS COMPETÊNCIAS TÉCNICAS Essas competências são adquiridas por meio de atividades que apoiam profissionais no desenvolvimento das suas atribuições. Dentre elas podemos citar: PERSPECTIVA DO SABER Escolaridade – Nível de escolaridade formal exigida para o pleno desenvolvimento das atribuições do cargo. Conhecimento sobre determinadas disciplinas: Marketing; Financeiro; Recursos Humanos; Línguas; Informática, dentre outros. Treinamento e Desenvolvimento – Atividades, cursos in-company, especializações, e outros necessários para obter melhores resultados no desempenho do cargo. Intelectual – São as competências necessárias para racionalizar problemas, pensar estrategicamente, atuar preventivamente, transferir e generalizar conhecimentos. Aplicar conhecimento – Significa usar o conhecimento adquirido para desempenhar da melhor forma possível às suas atividades do cotidiano. Transferir conhecimento – É ter as habilidades necessárias para disseminar o conhecimento adquirido para pessoas e profissionais com o quais tenha algum tipo de relacionamento organizacional. Generalizar conhecimento – É ser o elo e o meio de comunicação e tradução do conhecimento e das metas organizacionais vindas do grupo gestor para o grupo operacional. PERSPECTIVA DO SABER FAZER Habilidades sobre determinadas atividades Liderar – Significa ser reconhecido por pessoas ou grupos formados como aquele que conduz, direciona, ordena, cria uma perspectiva de trabalho em equipe em que todos possuem papéis, responsabilidades, deveres e direitos. A atividade de liderar deve trazer novas perspectivas de atuação para seus times, e que a eficiência e a eficácia tornam-se constantes e complementares. Comunicação – É a capacidade de receber, entender e transferir informações junto aos diversos grupos de relacionamento: clientes internos, clientes externos, fornecedores, chefias e subordinados. o Comunicação verbal e escrita – saber se expressar e traduzir seus conhecimentos técnicos para os acionistas, clientes, fornecedores, parceiros, líderes e liderados de forma eficaz. Negociação – É a capacidade de encontrar meios, caminhos de alinhamento e convergência com terceiros e entre terceiros. Essa habilidade proporciona uma melhor adaptação do indivíduo e das organizações. Pessoas flexíveis criam empresas flexíveis e adaptáveis. Gerenciar Tempo – Define prioridades, determina prazos e otimiza a utilização do tempo disponível para o desempenho das atividades diárias. Gerenciar Recursos – Ter o controle dos recursos disponíveis, tanto pessoais quanto financeiros (orçamentos/budget) e criar políticas/práticas de melhor uso e aplicação para que não haja dispersão de energia (pessoas) e tão pouco desperdício de recursos financeiros. Planejamento e Organização das próprias atividades e da equipe de sua liderança. Dentro desta perspectiva podem ser adotadas ferramentas como: cronogramas, distribuição/alocação de trabalhos desenvolvidos e recursos necessários. Atuar estrategicamente – Ser agente de convergência das oportunidades e ameaças do mercado com as forças e fraquezas do negócio. É estabelecer um equilíbrio entre o que o mercado deseja e o que a empresa pode oferecer. Serviços e produtos não desejados devem ser descartados, assim como serviços e produtos desejados devem ser amplamente estudados para se verificar a viabilidade de oferta. DENTRE OS NÍVEIS DE COMPETÊNCIAS TÉCNICAS TEMOS: Nível elementar – corresponde à fase inicial do profissional, em que este possui conhecimento suficiente para interagir e compreender as orientações recebidas e consequentemente se comunicar dentro do ambiente de trabalho. O conhecimento técnico é diretamente proporcional ao nível de dificuldade das suas atividades. Por isso é que este nível se adquire ainda no nível fundamental e em experiências profissionais de pequena duração. Nível básico – Neste nível o profissional consegue compreender e gerenciar informações diversas. Seu conhecimento permite o levantamento de informações, o registro, bem como a compreensão delas. Suas tarefas possuem algum grau de repetitividade ou a uma polivalência horizontal (realização de tarefas de outros postos ou empregos próximos). Nível fundamental – Presume um nível de conhecimento que permite o colaborador entender a relação e os níveis de interdependência entre fenômenos organizacionais.Neste nível é necessário o conhecimento teórico somado ao conhecimento prático. Além disso, o indivíduo já deve ter condições de discutir, apresentar questionamentos, compreender as respostas e negociar diferentes formas de abordar um problema. Suas atividades já podem envolver algum tipo de autonomia tanto na sua realização quanto em decisões de rotina. Nível avançada/sólida – Neste nível os profissionais estão aptos a fazer análises de resultados, conhecer métodos e instrumentos de gestão. Trata-se de possuir um domínio de conhecimentos científicos e técnicos que lhe permitam desenvolver atividades de concepção e de gestão com autonomia e encontrar soluções para situações diversas. Nível profundo – Trata-se de um nível em que o profissional acompanhe a evolução dos conceitos, métodos e instrumentos existentes de gestão com uma visão crítica capaz de fazer inovações a eles. Nesta fase do conhecimento o profissional deve ter domínio completo sobre a sua área de atuação, tanto sobre questões teóricas quanto práticas. Relacionamento Interpessoal – Privar pelo bom relacionamento com as pessoas que fazer parte do grupo organizacional, sejam eles lideres ou liderados, pares, clientes internos ou externos. Faz-se necessário estar sempre alerta aos acontecimentos para que ações que contribuam para as boas relações sejam adotadas. Motivação: Trata-se de uma condição individual em manter-se caminhando e realizando independentemente das iniciativas e estímulos externos, tais como treinamentos, bonificações, feedbacks positivos, dentre outros. Humor: É a capacidade de lidar com as adversidades do dia a dia, tanto no trabalho quanto na vida pessoal, sem perder a alegria de viver e o bom estado emocional. Trabalhar em equipe – é a capacidade que as pessoas têm em se relacionar e atuar em grupos, de trabalhar com as pessoas ou por meio delas. É capacidade de liderar e buscar por meio do grupo os alinhamentos necessários para se atingir os interesses das pessoas, do grupo e da organização. Pró-atividade – Assim como o termo já define, trata-se da postura de antever, de agir com antecedência sem que haja a necessidade da organização por meio dos seus profissionais, cobrar atitudes e ações esperadas para o cumprimento de atividades ou tarefas delegadas. Profissionais com pró-ativos assumem responsabilidades e não dependem de terceiros para a definição de metas e roteiros de atividades para o cumprimento das suas tarefas. Criatividade – Compreende a habilidade de se fazer diferente, de criar alternativas para se fazer mais com menos e ainda assim atender às necessidades específicas de seus clientes por meio de seus produtos e serviços. Adaptabilidade – Conviver de forma positiva e produtiva em cenários sociais, econômicos, ambientais, ou de qualquer natureza, sejam eles positivos ou negativos. Consciência da qualidade – É o discernimento e entendimento sobre a necessidade de se estabelecer práticas e processos de qualidade para atender às necessidades e exigências estabelecidas pelo seu cliente. Ética – Ter um padrão de conduta que esteja alinhado aos seus valores, sem perder de vista os padrões éticos estabelecidos pela sociedade, para melhor atender e se relacionar com os seus stakeholders. Coerência – Manter na prática, as diretrizes corporativas definidas. Muitas vezes as diretrizes corporativas estão explicitadas no Manual de Conduta, na Visão, Missão e Valores, mas algumas delas não estão registradas, ou seja, são comumente verbalizadas pelos seus líderes que devem estar muito atentos as suas promessas. Compromisso com Resultados – Busca a entrega dos objetivos determinados pela organização. Uma vez perseguido pelo líder, será percebido pelo seu time e naturalmente servirá de modelo para o mesmo, criando assim um ambiente de comprometimento e foco com os resultados e metas organizacionais. Consciência Ambiental – Não é apenas a preocupação, mas o comportamento de cuidado e preservação do meio ambiente. Cada vez mais empresas são cobradas e avaliadas pelas suas práticas de sustentabilidade. “Portanto, para gerir as competências das pessoas, é necessário observá-las por meio de comportamentos, avaliá-las dentro de padrões mensuráveis e desenvolvê-las por meio de um processo de treinamento e aprendizagem” (MENDES, 2012, p. 1, grifo do autor). A modalidade de Gestão por Competências é a ferramenta que busca identificar dentro de um grupo pessoas que possuem determinados conhecimentos, habilidades e comportamentos que sejam mais adequados ao desenvolvimento de determinadas atividades. O propósito de se monitorar e gerir as competências é permitir que as organizações façam o planejamento do seu futuro, vinculando os objetivos e estratégias do negócio com as competências pertinentes ao seu desenvolvimento. Essa prática viabiliza que as empresas façam a análise de quais são os pontos fortes e fracos dos colaboradores, tornando-se possível dar prioridade ao desenvolvimento das competências necessárias para o negócio. Mas quais são as técnicas para se implementar o Modelo de Gestão por Competências? Segundo Ienaga (1998) uma das técnicas é a identificação da diferença entre competências existentes em uma organização e as necessárias para que essa atinja seus objetivos estratégicos. O objetivo é que as organizações “[...] eliminem as lacunas entre o que podem fazer e o que os clientes esperam que eles façam” (STEWART, 1998, p. 84). Figura - Identificação do Gap (Lacuna) de competências. Fonte: Adaptado de Ienaga (1998, p. 13). Com esse gráfico fica fácil perceber que mercados evoluem e as suas técnicas podem se tornam obsoletas aos olhos do mercado e das necessidades organizações. Neste sentido, as competências passam a integrar e a participar de um contexto estratégico para as organizações, fazendo dos Subsistemas de RH uma ferramenta valiosa para se cumprir com essa necessidade. Figura - Subsistemas de Pessoas. Fonte: Adaptado de Chiavenato (2008, p. 146). Após identificação dos GAPS deve-se seguir para a segunda fase, a de definição dos mecanismos de desenvolvimento das competências. Nesta fase serão definidos programas de treinamento para os colaboradores que necessitarem desenvolver novas ou melhorar as competências atuais, revisão das competências requisitadas durante os processos seletivos, dentre outros. Todos os esforços realizados neste sentido devem ser avaliados, dessa forma, faz-se necessário aplicar a técnica de monitoramento. É nesta fase que as empresas avaliam se suas ações e investimentos vêm se transformando em competências para a organização. Dentre as formas de avaliação, podemos citar 3, porém, em uma perspectiva evolutiva, em que a técnica inicialmente utilizada era a de mão única, por meio da qual o chefe fazia um diagnóstico unilateral de pontos positivos e negativos do subordinado, depois surgiu a avaliação 180º ou bilateral, em que o “[...] chefe e subordinado discutem em conjunto o desempenho deste último, e [por fim], mais recentemente, a avaliação 360°, que propõe a utilização de múltiplas fontes, ou seja, a avaliação do empregado por clientes, pares, chefe e subordinados, conforme proposto por Edwards e Ewen (1996 apud BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001, p. 12)”. NA EVOLUÇÃO DOS MODELOS, PODEMOS IDENTIFICAR QUATRO GERAÇÕES: • Visão comportamental; • Competência como input; • Incorporação da complexidade; • Visão abrangente. Na visão comportamental desenvolvida por McClelland e da consultoria McBer, existe um entendimento que ao se identificar profissionais out-standing (fora da curva ou acima da média), as suas competênciasdevem ser mapeadas e entendidas para que essas sejam aplicadas para o restante da organização. Este modelo tem foco no comportamento e busca padronizar o grupo funcional da organização. A segunda geração, competência como input, é o modelo em que são mapeados competências que quando avaliados do ponto de vista de aplicação prática (desenvolvimento de atividades), mantém uma relação de causa e efeito. Neste modelo pessoas são agrupadas conforme suas atividades e competências, criando alguma diferenciação a partir da singularidade do cargo ocupado. A terceira geração incorpora o conceito de complexidade. A Unilever, empresa inglesa de bens de consumo é um exemplo de organização que buscou esse tipo de modelo em 1994 como forma para identificação de “high potentials” (pessoas com alto potencial) em seus processos de recrutamento e seleção, e desde 1998, esse mesmo modelo é empregado como referencial para gestão de pessoas. Neste modelo são escolhidas competências que por sua vez são descritas em seu nível de complexidade. No modelo são escolhidas competências e, a seguir, cada competência é descrita no seu nível de complexidade. Na sequência, o modelo aplica o colaborador conforme as suas descrições de competência e nível de trabalho a desempenhar. A quarta e última geração, a visão abrangente, pode ser vislumbrada no modelo de Dutra (2004). Nessa geração a noção de competências é associada a requisitos (inputs) e entrega (outputs). Vale lembrar que competências são mutáveis e passivas de evolução. A medida que alguém se desenvolve, esse assume responsabilidades mais complexas, aumentando assim o seu espectro de atuação e consequentemente, o valor que este agrega ao negócio. Desta forma, esta evolução está diretamente ligada ao nível de complexidade das atividades desempenhadas pelo colaborador. Resumo da Unidade Gestão de competências é uma forma atual da empresa se relacionar com o seu colaborador, em que esse deixa de ser um agente produtivo para ser um agente de mudanças e desenvolvimento organizacional apoiado no conhecimento (competências técnicas) e comportamento. Unidade 2 – Gestão por Competências e Coaching Agora que conhecemos as Competências Técnicas e Comportamentais, vamos entender como Implantar um modelo de Gestão por Competências. ARTICULANDO ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS E COMPETÊNCIAS Quando empresas estabelecem atividades de ordem estratégica, alinhadas às suas competências e capacidades de entregas, essas se tornam agentes propulsores da organização. Necessidade X Capacidade. A estratégia está relacionada de forma direta ao diagnóstico das competências essenciais da empresa, ocorrendo desdobramentos na gestão de processos internos, recursos disponíveis e conhecimento armazenado. Conforme afirmam Hamel e Prahalad (1994, p. 203), “[...] as competências essenciais são o conjunto de habilidades e tecnologias que habilitam uma companhia a proporcionar um benefício particular para os clientes, mais do que uma habilidade ou tecnologia”. As competências são a base para a competitividade das empresas. A sua identificação dá às empresas a possibilidade de focar esforços em questões estratégicas. O sucesso das empresas depende da capacidade que as empresas têm em articular o seu direcionamento estratégico com as competências da empresa. FORMAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS Para que exista um processo de formação de competências dentro das organizações, essas devem dispor dos seguintes meios: • Formação permanente É com base no processo de treinamento e desenvolvimento que se faz possível criar um mecanismo cíclico e contínuo de capacitação do colaborador. Dentro desta atividade temos quatro etapas que devem ser cumpridas: diagnóstico organizacional, construção e definição do programa de treinamento, implementação e avaliação e acompanhamento dos resultados. 1) Diagnóstico A fase de diagnóstico tem como finalidade levantar as necessidades de desenvolvimento profissional, presentes ou futuras por meio de avaliações ou pesquisas internas, a fim de descrever os problemas e criar um plano de ações. Essa etapa envolve a coleta e análise das informações, a definição de pontos positivos e negativos e o delineamento dos problemas por meio de uma análise aprofundada. Essa etapa dará subsídios para definir ações para os pontos de melhoria. 2) Desenho do programa de treinamento Essa etapa é traduzida pelo planejamento de um plano de ações que sejam direcionadas as necessidades de treinamento verificadas na fase de diagnóstico. O desenho do programa de treinamento deve estar alinhado às necessidades estratégicas organizacionais. Reúne a identificação das metas (o que fazer); estratégias (como) e objetivos (por que fazer). O programa de treinamento pode seguir duas vertentes, habilidades reprodutivas ou produtivas. • Habilidade reprodutiva: como essa parte do método de reprodução das atividades alvo do treinamento, há pouca variação ou carência de mais aprendizagem após o domínio básico, pois apenas com as próprias ações reprodutivas e o tempo essas acabam evoluindo. Envolve agilidade, rapidez, e precisão. • Habilidade produtiva ou do conhecimento: é a competência de resolução de problemas. Essa competência cresce e se torna mais eficaz a medida que a experiência adquirida cresce. Essa habilidade requer um alto grau de percepção, entendimento dos problemas, definição do plano de ações, decisões que devem ser tomadas, etc. Os mecanismos treinamentos são vários, porém os mais utilizados são: • No próprio cargo: a partir do diagnóstico, planejamento e implantação das questões próprias cargo analisado. Isso acontece quando o objetivo é trabalhar informações, experiências e conhecimentos relacionados às atividades daquela posição. • Em classe: quando é utilizada a sala de aula para promover cursos e treinamentos que venham promover o desenvolvimento de competências e habilidades não específicas de um cargo ou posição. Chiavenato (1989, p. 24) afirma que: [...] a educação profissional é a educação institucionalizada ou não, que visa o preparo do homem para a vida profissional, onde a educação, propriamente dita, compreende três etapas: formação profissional, desenvolvimento e treinamento. Neste sentido, pode-se dizer que o treinamento é uma forma de desenvolvimento profissional que tem como finalidade melhorar o desempenho dos envolvidos para melhor atender as necessidades da empresa para a qual trabalham. Recursos mais utilizados nos treinamentos: Pedagógicos e didáticos: o Recursos auditivos – gravações de áudio; o Audiovisuais – filmes; o Recursos visuais, como slides, transparências, fotos, flip chart, cartazes, web, etc. Além do apoio dos recursos pedagógicos, a definição da estratégia de treinamento que se dá pelo formato também é extremamente importante. Estas podem ser técnicas individuais ou grupais, conforme segue: • Seminários sobre um tema previamente escolhido, sendo o instrutor responsável por coordenar as discussões. • Dinâmicas em grupo: estabelecem a troca de conhecimento e aprendizados a partir de atividades em grupo. Envolve a prática de resolução de problemas reais ou hipotéticos como forma de praticar o trabalho e a interação do grupo. • Workshop: da mesma forma que no seminário, nesta técnica há a presença de um instrutor que tem como papel fundamental coordenar as atividades, que neste caso são, normalmente, situações reais. • Estudo de caso: é uma técnica de experimentação prática de análise de casos e situações que simulam a realidade de uma determinada posição de uma organização. As informações comumente apresentadas para análise do executivopode ser do tipo real ou hipotética. • Técnicas de simulação: após fomento e aprendizado do conhecimento, chega a hora de simular ou treinar as técnicas aprendidas. Essa etapa tem como objetivo mitigar possíveis erros e riscos da falta de prática e experiência prática sobre determinadas atividades. 3) Aplicação ou implementação Nesta fase busca-se adequar o programa de treinamento e seus recursos empregados às necessidades organizacionais e dos colaboradores alvo do treinamento. • Qualidade dos materiais de treinamento; • Apoio e incentivo dos líderes da empresa; • Motivação dos colaboradores para aprender; • Aplicabilidade (prática) do conteúdo aprendido e tempo para assimilação. 4) Avaliação e acompanhamento Essa é a quarta e última etapa do Programa de Treinamento. Nesta fase é avaliado se os objetivos definidos durante o planejamento foram atingidos. Formas de desenvolver a avaliação: • Avaliação de satisfação dos colaboradores: avalia o nível de satisfação do executivo ou profissional que participou do treinamento sobre questões de metodologia, espaço físico, materiais utilizados, possibilidade de aplicação prática do conhecimento desenvolvido. • Avaliação do nível de aprendizagem: podem ser feitos por meio de testes de conhecimento, provas práticas para avaliação do desenvolvimento de novas habilidades, dentre outros. • Avaliação da conduta do colaborador no cargo de atuação: por meio de observação e avaliação feita pelo time, pares e líderes. Com base na avaliação das competências de uma organização fica fácil identificar o nível de alinhamento das necessidades da empresa as ofertas comportamentais e de conhecimento dos seus colaboradores. Neste sentido, empresas vencedoras não são apenas aquelas que detém: conhecimento, habilidades e o comportamento correto de seus colaboradores, mas sim aquelas que mapeiam essas qualidades, buscam mecanismos de disseminação e desenvolvimento contínuo. Vivemos um momento em que experimenta-se um novo renascimento da importância do ser humano como principal personagem da economia, pois é ele quem detém os principais recursos competitivos das organizações: o conhecimento, as habilidades e o comportamento. As empresas passam a valer mais pelo seu capital humano e por aquilo que ele representa do que pelos seus ativos tangíveis. Figura – Operacional x intelectual. Fonte: Do Autor (2012). Neste sentido, do ponto de vista prático, podemos dizer que ao gerenciarmos corretamente as pessoas e suas competências, estamos gerenciando uma grande parte ou até mesmo a totalidade do Conhecimento ou Capital Intelectual disponível nas organizações. Essa prática incentiva fortalece e contribui para a maximização dos esforços e consequentemente dos resultados das organizações, que passam a criar seus diferenciais competitivos. CONHECENDO OS MODELOS DE GESTÃO POR COMPETÊNCIAS Caracteriza-se por desvincular-se dos moldes tradicionais de gestão comumente utilizados pelas organizações. Esse modelo vem para criar uma perspectiva de alinhamento e orientação global das organizações pela criação das competências pertinentes ao alcance de seus objetivos. O objetivo é identificar quais são as competências essenciais para uma organização, transformá-las em competências profissionais e desenvolvê-las junto ao grupo de colaboradores internos. Essa metodologia de gestão tem foco nos negócios e no mercado, sendo sustentada pelas pessoas. Muitas vezes existe uma diferença entre as competências existentes e aquelas desejadas ou necessárias para o desenvolvimento de uma organização. Neste sentido, a gestão de competências vem para aproximar o máximo possível as competências presentes às necessárias para atingir os objetivos organizacionais. Dentre os benefícios que a Gestão por Competências pode trazer para uma determinada organização, estão: • Melhoria do grau de motivação e produtividade dos colaboradores; • Adequação dos funcionários às funções/cargos; • Foco no desenvolvimento das competências relevantes para o negócio em análise; • Melhoria dos resultados. O DESAFIO DA IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS É importante dedicar atenção ao se falar em desafios quanto ao processo de gestão por competências, pois esse consiste em mensurar o intangível. Aspectos que devem ser considerados • Participação das pessoas: Envolver as pessoas na definição de suas metas é essencial para que o entendimento do objetivo estratégico ao qual a meta está alinhada fique claro para o profissional. • Quanto à ênfase: A avaliação crítica deve ser o foco da avaliação de desempenho. Preenchimento de relatórios e lançamentos de pontuações em sistemas são obrigatórios, mas não devem ser mais importantes que a própria avaliação. • Quanto ao processo: Esse é um processo que tende à subjetividade, então paute suas discussões, seja você o líder ou liderado em questões tangíveis, números e acontecimentos reais. Isso evita qualquer percepção de subjetividade. • Quanto ao grupo de avaliadores: Treinamentos quanto ao alinhamento das técnicas de avaliação e nível de exigência devem ser feitos com frequência. Tendo em vista que parte da avaliação de desempenho é mensurada a partir de competências e algumas delas são intangíveis, existe o perigo do avaliador adotar uma postura particular em detrimento da corporativa. • Consistência da avaliação: A avaliação deve girar em torno de questões que gerem valor tanto para a empresa quanto para o colaborador. • Clareza de objetivo em sintonia com o desempenho: Ter clareza sobre os objetivos que norteiam a avaliação de desempenho, ou seja, onde, como e quando temos que atingir um determinado nível de desenvolvimento profissional e realização de metas e atividades desempenhadas. • Determinar o responsável pelo processo: Definir o responsável pelo processo é importante. Todo o processo de avaliação de desempenho, independentemente das áreas alvo dessa iniciativa, deve ter um profissional ou um grupo responsável pela condução da atividade em âmbito geral. • Haver concordância de ambas as partes: Ao analisar e aceitar a opinião ou avaliação de outras pessoas da organização, você, por exemplo, deverá estar consciente de que esta ação acarretará resultados futuros. FUNÇÕES E TÉCNICAS DE COACHING Antes de iniciarmos essa discussão, precisamos entender, O que é coaching? Na perspectiva da tradução literária, coach significa treinar, e coaching significa treinando. No mundo corporativo Coaching é uma técnica, uma ferramenta de acompanhamento, apoio e orientação que visa ajudar profissionais a atingirem suas metas e conquistar seus objetivos profissionais e particulares. “O coaching é o estilo ideal que reumaniza o trabalhador moderno e fornece a estrutura na qual a liderança pode funcionar bem” (GOLDSMITH; LYONS, 2003, p. 14-39). É uma forma ou mecanismo utilizado pelas organizações para desenvolver competências comportamentais que gerem mudanças na forma de atuação do colaborador. Dentre as principais técnicas envolvidas nesta atividade, podemos citar algumas: • Proposta reflexiva e de avaliação sobre aspectos da sua vida profissional e pessoal; • Identificação dos pontos portes e fracos do indivíduo acompanhado; • Melhora na capacidade de autoconhecimento; • Foca objetivos já estabelecidos; • Feedback e apoio constante do profissional que assume a posição de Coach. O foco desta atividade de interação do coach com o profissional acompanhado é na busca pela tangibilização dos objetivos e metas pessoais e profissionais deste último. Qual é a função do coaching? A função do coach é conhecer e entender asmetas e objetivos do profissional acompanhado, neste caso denominado cliente, para apoiá-lo na busca e conquista das metas e objetivos. Ocoach deve servir como um “guru”, uma referência profissional e pessoal que ajude o cliente/profissional acompanhado na busca e desenvolvimento de suas metas. Um estudo feito pela Xérox junto aos seus colaboradores demonstra que enquanto executivos treinados e acompanhados pelo programa de coaching ganham 88% de produtividade, aqueles não acompanhados, perdem 87% das suas habilidades adquiridas. E quais são as competências que podem ser desenvolvidas pela metodologia de coaching? Dentro do contexto corporativo, o coaching é usado para aumentar ou desenvolver as competências e habilidades dos executivos ou empresários. Dentre as áreas mais comuns de desenvolvimento de competências e habilidades focadas pelocoaching estão: Potencial em administrar mudanças; o O mercado moderno exige que seus participantes estejam preparados para mudar e administrar essas mudanças. Habilidade de gerenciar e empregar o estresse de modo positivo; o Alguns estudos demonstram que o estresse na medida certa é um grande agente propulsor de ações. Capacidade de liderança: o Cada vez mais, o termo liderança se torna uma prática necessária nas organizações. Pessoas querem líderes e não chefes. Crescimento de produtividade e consequentemente dos lucros; o Dentro do processo de coaching, o autoconhecimento gera uma reflexão crítica do executivo ou profissional acompanhado sobre a gestão dos seus recursos (materiais, de pessoas e de tempo). Essa reflexão normalmente resulta em mudanças e melhorias na forma de trabalhar. Crescimento da qualidade de vida no ambiente de trabalho; o O coaching também tem um papel social, já que busca criar um ambiente altamente motivador e colaborativo. Habilidade de trabalhar de modo eficiente em equipes; o Reconhecer as competências e habilidades dos seus pares, saber como agregar valor aos eles e como criar um time em que as partes possam somar, isto é mais um dos desafios dos executivos. Melhor aptidão na resolução de conflitos. o Conflitos se dão por pontos divergentes, que muitas vezes existem por incapacidade dos profissionais de cederem ou negociarem em prol da empresa e não deles mesmos. Dentro do contexto pessoal do executivo, o coaching colabora para uma melhor gestão dos aspectos pessoais, família, saúde, lazer, sem perder de vista suas responsabilidades profissionais. A meta é criar condições para que o cliente/profissional se desenvolva e encontre o seu ponto de equilíbrio, aprendendo a superar dificuldades que o impedem de atingir seus objetivos pessoais. Dentro desse mesmo conceito, o cliente/profissional desenvolve a capacidade de usar suas habilidade e motivação para manter o seu foco nas atividades que o permitem trilhar e perseguir seus sonhos. A vantagem competitiva das organizações é a principal ferramenta para o seu sucesso. Dentro deste contexto, a Gestão de Pessoas percorre um momento de intensa transformação à medida que as organizações perceberam que os sistemas antigos de gestão, em que os cargos eram referenciais, demonstraram fraquezas diante do novo cenário pelo qual passam as organizações, em que novas práticas, processos, equipamentos e tecnologia surgem para atender as novas necessidades empresariais. As empresas hoje são desafiadas a desenvolver e implementar técnicas de gestão que sejam orientadas para estabelecer uma base de diferenciação junto ao seu mercado de atuação. Nesse contexto, o alinhamento da organização aos aspectos estratégicos é fundamental, e isso se dá na sua plenitude a partir apenas da participação ativa dos seus colaboradores, que por sua vez são recursos que estabelecem e lideram os fluxos de conhecimento interno que impactam diretamente nos resultados da organização. É dentro deste contexto que o modelo de coaching torna-se fundamental dentro das organizações, uma vez que as pessoas tornam-se o ativo mais importante das empresas, pois essas detém a capacidade de aplicar de forma sinérgica e concomitante os seus conhecimentos, habilidades e comportamentos para a busca dos resultados desejados. As organizações devem implantar por meio das melhores práticas de gestão de pessoas, neste caso o coaching, frentes de trabalho que possibilitem identificar, otimizar e empregar a gestão dos talentos e das competências individuais e institucionais em diferentes modelos organizacionais. Como funciona o processo de implementação do Modelo de Gestão de Pessoas por meio do conceito de coaching? Suas etapas e objetivos específicos: Definição das Competências necessários para os colaboradores e unidades organizacionais. o Objetivo: definir premissas de estruturação dos recursos. Avaliar as competências existentes na organização por meio da avaliação e acompanhamento dos colaboradores. o Objetivo: Identificar a situação atual das competências existentes. A análise de gapsdos colaboradores. o Objetivo: Identificar nível de preenchimento dos requisitos e competências organizacionais necessárias. Conhecer, entender e alinhar os Objetivos Estratégicos ao processo de coaching. o Objetivo: dar o alinhamento necessário entre pessoas e necessidades organizacionais. Estruturação dos Planos de Desenvolvimento Individuais com base nas competências necessárias – gapse alinhamentos aos objetivos estratégicos. o Objetivo: Preencher as diferenças entre competências existentes e as necessárias. A avaliação constante dos programas de coaching – metas estabelecidas entre coache cliente/colaborador. o Objetivo: Avaliar o grau de eficácia do programa. Por que fazer a Gestão Estratégica de Pessoas por meio do modelo de coaching? O objetivo principal da Gestão de Pessoas por meio do coaching é apoiar o executivo na condução e orientação da carreira alinhada às necessidades pessoais e organizacionais. Trata-se da busca pela otimização e potencialização dos recursos humanos. Resumo da Unidade Coaching é hoje uma das ferramentas mais eficazes de se gerenciar pessoas, alinhar conhecimentos, objetivos pessoais e profissionais. Coaching visa capacitar executivos, melhorando sua performance e excelência tanto pessoal como também nos negócios.
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