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Microeconomia II - Gabarito Provinha #3 Tiago Ferraz 27 de setembro de 2015 1. Uma alocac¸a˜o eficiente e´ aquela resultante da soluc¸a˜o do problema de Pareto da economia, ou seja, o problema do planejador central. Lembre-se que o planejador central conhece todas as informac¸o˜es necessa´rias para alocar os recursos da melhor maneira poss´ıvel, portanto, ele na˜o precisa do sistema de prec¸os para sinalizar escassez. (a) Neste caso, o planejador escolhe as quantidades que sera˜o consumidas por ambos os indiv´ıduos, de ambos os bens, ale´m da quantidade de insumo que sera´ usada na produc¸a˜o, de modo a maximizar a utilidade de ambos os indiv´ıduos. Esta escolha e´ restrita pela disponibilidade de recursos na economia. Repare que o bem 1 sera´ alocado entre consumo para ambos os indiv´ıduos e tambe´m como insumo para a produc¸a˜o do bem 2. E´ por isto que temos 3 varia´veis de escolha para este bem: xA1, xB1 e x1. Como na˜o existe dotac¸a˜o inicial do bem 2, a demanda agregada por ele devera´ ser igual a` produc¸a˜o. Assim, temos max xA1,xA2,xB1,xB2,x1 λ1uA(xA1, xA2) + λ2uB(xB1, xB2) s.t. xA1 + xB1 + x1 ≤ wA1 + wB1 = w¯1 xA2 + xB2 ≤ f(x1) Para simplificar o problema, vamos supor que as restric¸o˜es valem com igualdade. Agora, basta escrever o lagrangeano e tirar as condic¸o˜es de primeira ordem: L = λ1uA(xA1, xA2) + λ2uB(xB1, xB2) + γ[w¯1 − xA1 − xB1 − x1] + µ[f(x1)− xA2 − xB2] CPO : (xA1) : λ1 ∂uA ∂xA1 − γ = 0⇒ γ = λ1 ∂uA ∂xA1 (1) (xA2) : λ1 ∂uA ∂xA2 − µ = 0⇒ µ = λ1 ∂uA ∂xA2 (2) (xB1) : λ2 ∂uB ∂xB1 − γ = 0⇒ γ = λ2 ∂uB ∂xB1 (3) (xA2) : λ2 ∂uB ∂xB2 − µ = 0⇒ µ = λ2 ∂uB ∂xB2 (4) (x1) : −γ + µ∂f(x1) ∂x1 = 0⇒ ∂f(x1) ∂x1 = γ µ (5) 1 Por (1) e (2), temos γ µ = ��λ1 ∂uA ∂xA1 ��λ1 ∂uA ∂xA2 = TMSA1,2 Da mesma forma, por (3) e (4), temos γ µ = ��λ2 ∂uB ∂xB1 ��λ2 ∂uB ∂xB2 = TMSB1,2 Igualando ambas as expresso˜es a` equac¸a˜o (5), temos TMSA1,2 = TMS B 1,2 = γ µ = ∂f(x1) ∂x1 (b) Neste item ha´ um pequeno erro no enunciado. O certo seria: mostre que TMSA + TMSB = 1 ∂f(x1) ∂x1 Agora o bem 2 e´ um bem pu´blico, o que significa que na˜o podemos determinar uma quantidade para cada indiv´ıduo. Na˜o faz mais sentido pensarmos em xA2 e xB2. O planejador vai determinar um u´nico n´ıvel g que sera´ usado por ambos. O problema de Pareto e´ max xA1,,xB1,x1,g λ1uA(xA1, g) + λ2uB(xB1, g) s.t. xA1 + xB1 + x1 ≤ wA1 + wB1 = w¯1 g = f(x1) Novamente, escrevemos o lagrangeano e tiramos as condic¸o˜es de primeira ordem: L = λ1uA(xA1, g) + λ2uB(xB1, g) + γ[w¯1 − xA1 − xB1 − x1] + µ[f(x1)− g] CPO : (xA1) : λ1 ∂uA ∂xA1 − γ = 0⇒ λ1 = γ∂uA ∂xA1 (1) (xB1) : λ2 ∂uB ∂xB1 − γ = 0⇒ λ2 = γ∂uB ∂xB1 (2) (g) : λ1 ∂uA ∂g + λ2 ∂uB ∂g − µ = 0⇒ µ = λ1 ∂uA ∂g + λ2 ∂uB ∂g (3) (x1) : −γ + µ∂f(x1) ∂x1 = 0⇒ ∂f(x1) ∂x1 = γ µ (4) 2 Substituindo (1) e (2) na equac¸a˜o (3), temos µ = γ ∂uA ∂xA1 . ∂uA ∂g + γ ∂uB ∂xB1 . ∂uB ∂g = γ ∂uA ∂g ∂uA ∂xA1 + ∂uB ∂g ∂uB ∂xB1 ︸ ︷︷ ︸ TMSAg,1+TMS B g,1 ⇒ µ γ = TMSAg,1 + TMS B g,1 Substituindo na equac¸a˜o (4) TMSAg,1 + TMS B g,1 = 1 ∂f(x1) ∂x1 2. Esta questa˜o e´ um exemplo t´ıpico do problema conhecido na literatura como “Trage´dia dos co- muns”. Trata-se do problema associado a` explorac¸a˜o de recursos que sa˜o de uso comum a um determinado grupo. (a) Na soluc¸a˜o eficiente, todos se comportam como se fossem so´cios de uma u´nica firma que explora o recurso. Como todas as firmas esta˜o agindo de maneira coordenada, basta encontrar o nu´mero total de barcos que maximiza o lucro desta firma: max B 11B −B2 −B = 10B −B2 CPO : 10− 2B = 0⇒ B∗ = 5 (b) Na soluc¸a˜o descentralizada, cada firma esta´ interessada apenas em maximizar o seu lucro, sem levar em conta o fato de que a partir de um certo n´ıvel, B∗, quanto mais barcos ela puser no mar menor sera´ a produc¸a˜o agregada da regia˜o. Cada firma resolve o seu problema individual max bi bi B (11B −B2)− bi CPO : 1 B (11B −B2)− 1 = 0⇒ 11−B − 1 = 0⇒ B∗∗ = 10 (c) No problema da trage´dia dos comuns, como na˜o ha´ uma boa definic¸a˜o dos direitos de pro- priedade, cada firma agindo individualmente ira´ ignorar a externalidade que impo˜e sobre os demais (o que e´ captado pelo termo quadra´tico da func¸a˜o de produc¸a˜o). Assim, o custo pri- vado percebido por cada firma sera´ menor do que o custo social, o que leva a uma explorac¸a˜o do recurso comum ale´m do n´ıvel socialmente o´timo. (d) O imposto pigouviano aumenta o custo privado de cada firma, de modo que a soluc¸a˜o de seu problema de maximizac¸a˜o de lucros seja equivalente ao o´timo social. Agora, cada firma se defronta com o seguinte problema: max bi bi B (11B −B2)− (1 + τ)bi CPO : 1 ��B (11��B −B �2)− (1 + τ) = 0⇒ 10− τ −B = 0 3 Como queremos a taxa τ que induz ao n´ıvel o´timo B∗ = 5, temos 10− τ = 5⇒ τ = 5 4
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