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Paralisia Facial

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PARALISIA FACIAL
DOCENTE: Kátia Duarte de Lima
A paralisia facial ocorre quando há uma paralisia total de todos, ou alguns, músculos responsáveis pelos nossos movimentos e expressões faciais. 
NERVO FACIAL
O nervo facial é um dos 12 pares de nervos cranianos. 
Podemos dizer que o nervo facial é responsável pelos movimentos da expressão facial, sensação de gosto nos 2/3 anteriores da língua, além de participar na secreção de saliva, lágrimas e inervação do tímpano.
Cada um dos nervos faciais nasce em um lado do cérebro; antes de chegar ao rosto, uma parte de cada nervo cruza de lado, indo inervar a face contralateral. 
Este detalhe anatômico explica por que a lesão no nervo dentro do cérebro, chamada de lesão central do nervo periférico, causa um tipo de paralisia facial (PARALISIA FACIAL CENTRAL), enquanto que a lesão facial que ocorre depois que o nervo já ter deixado o cérebro, chamada de lesão periférica do nervo facial, causa outro tipo de paralisia facial (PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA/BELL). 
A paralisia facial periférica (PFP) refere-se ao acometimento do nervo facial em qualquer ponto de seu trajeto, que se inicia a partir de seu núcleo, localizado na ponte, e vai até as suas ramificações mais distais.
A causa mais comum é a idiopática, também conhecida por Paralisia de Bell, cuja incidência é de 20 a 30 casos por ano o que corresponde a 100 mil habitantes.
Ambos os sexos são afetados igualmente, e a idade média de ocorrência é por volta dos 40 anos.
Embora possa ocorrer em qualquer idade, a paralisia de Bell é rara na infância e adolescência e mais comum após os 70 anos de idade.
O prognóstico é geralmente bom, havendo recuperação completa em torno de 80% dos casos. 
Fatores de mau prognóstico são conhecidos (tabela 1) e podem ocasionar seqüelas graves.
ETIOLOGIA e FISIOPATOLOGIA
A causa da paralisia de Bell permanece desconhecida, embora exista certa tendência a vinculá-la à infecção pelo herpes vírus simples do tipo 1. 
De certa maneira, todas as teorias convergem para a inflamação do nervo como evento final, o que causaria edema e compressão do nervo facial no interior de seu canal, de pequeno diâmetro, no osso temporal. 
Antigamente, acreditava-se que o súbito resfriamento do ambiente poderia desencadear a paralisia de Bell, o que era chamado de Paralisia a Frigore. 
ACHADOS CLÍNICOS
O primeiro passo é estabelecer o diagnóstico diferencial entre a Paralisia Facial Central e a Periférica. 
Classicamente, a PFP acomete toda a hemiface, enquanto a central poupa a metade superior da face. 
Além disso, cerca de metade de todos os pacientes com PFP relatam dor na região da mastóide ipsilateral ao lado paralisado, que pode ser concomitante ao déficit facial ou precedê-lo em 24 horas.
Alterações do paladar (2/3 anteriores da língua), olho seco e hiperacusia também são característicos da PFP, somente.
. 
Figura: A. paralisia facial central (secundária a AVC). 
B. PFP. Notar que na paralisia facial central os músculos da metade superior da face são poupados
Exame Físico
O diagnóstico é relativamente fácil. 
Nota-se apagamento dos sulcos frontais e nasogeniano ipsilateralmente ao lado acometido, além de diminuição do piscamento.
Deve-se pedir ao paciente que feche os olhos (haverá impossibilidade de realizar tal ação em virtude da fraqueza do músculo orbicular da pálpebra), mostre os dentes (haverá desvio da rima bucal para o lado normal, não paralisado, por perda da ação dos músculos risorius e quadrado do mento) e tente assobiar (não será capaz de realizar essa tarefa por perda da ação dos músculos bucinador e orbicular dos lábios). 
O sinal de Bell caracteriza-se pelo deslocamento do globo ocular para cima e para fora na tentativa de fechamento com força do olho, que é incompleto em decorrência da fraqueza do músculo orbicular da pálpebra.
O exame físico deve incluir ainda exame neurológico completo, com atenção para o acometimento de outros nervos cranianos, além de inspeção do canal auditivo, otoscopia e palpação da parótida que, se alterados, poderão sugerir outras causas ao invés de paralisia idiopática de Bell.
EXAMES COMPLEMENTARES
Quando a sintomatologia não define o tipo de Paralisia = tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM).
Quadros em que a apresentação não é típica de paralisia de Bell também devem ter exames de imagem realizados, por exemplo quando o quadro é insidioso, quando não melhora após período de observação inicial ou quando há outras alterações de exame neurológico.
Exames laboratoriais quando necessários para a exclusão de outras causas = coleta de líquor em casos selecionados (quando há suspeita de tumor, tuberculose ou quadros imunológicos).
TRATAMENTO
O tratamento da paralisia de Bell baseia-se no uso precoce (até o quinto dia da instalação dos sintomas) de corticosteróides por via oral. 
O uso de antivirais é discutível. 
Há certa tendência para o uso de valaciclovir em associação à prednisona.
Cuidados adicionais devem ser tomados para proteger o olho e são uma das prioridades do tratamento, pois a manutenção do olho aberto pode levar à úlcera de córnea. 
Assim, deve-se prescrever um colírio lubrificante tópico. Ao dormir, enquanto não houver capacidade de oclusão total da pálpebra, devem-se orientar pomada lubrificante ocular e curativo oclusivo ao dormir.
FISIOTERAPIA
Exercícios = frente para um espelho: 
Falar devagar o nome completo, as vogais ‘‘a-e-i-o-u’’ e contar números;
Alternar bico e sorriso fechados;
Alternar bico e sorriso abertos;
Faça mímicas;
Ao falar, bloquear o lado bom, para manter a simetria da face;
Encher bexiga lado comprometido;
Ao comer mover alimento por toda a cavidade bucal;
Use um canudinho, entre os lábios no centro da boca, para ingerir líquidos;
Intensifique a higiene bucal;
Não realizar exercícios com força, nem com muita rapidez = importante fazer de forma lenta para controlar os movimentos.
Quando paciente não consegue fechar/manter o olho do lado paralisado, orientar ao uso de gaze e soro fisiológico para mantê-lo limpo e úmido. Inclusive ao dormir. 
PORÉM JAMAIS LIMPE OS OLHOS COM AS MÃOS, USE PAPEL DESCARTÁVEL PREFERENCIALMENTE!!!
Massagem = aumento vascularização

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