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PEÇA TRABALHISTA 6 Recurso de Revista

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2° REGIÃO.
	
PROCESSO Nº -----------/--------------
A SOCIEDADE EMPRESARIÁRIA CUADRI METALÚRGICA LTDA, regularmente qualificada nos autos da Reclamação Trabalhista em epigrafe, proposto por LUCCA VITORELLI, representada por sua advogada infra-assinada, conforme procuração em anexo, inconformada com o venerando acórdão (ID. .....) vem, respeitosa e tempestivamente, interpor RECURSO DE REVISTA, com fulcro no art. 896, alínea §9º, da CLT, conforme razões deduzidas abaixo, requerendo pois o recebimento do presente recurso, e após os devidos tramites, encaminhadas ao egrégio Tribunal Superior do Trabalho.
A matéria abordada nas razões está devidamente prequestionada, conforme Súmula nº 297 do TST.
O presente recurso está em consonância com a transcendência descrita no artigo 896-A da CLT.
Informa que houve o pagamento das custas e recolhimento do depósito recursal (docs. 01 e 02).
Nestes termos,
pede deferimento.
Maceió/AL, 14 de novembro de 2015.
ELIETE DA SILVA BATISTA
 Advogada - OAB/...
EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO.
	Origem: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2° REGIÃO.
Processo nº ----------------/-----------
Recorrente: SOCIEDADE EMPRESARIÁRIA CUADRI METALÚRGICA LTDA 
Recorrido: LUCCA VITORELLI
RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA
EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA TURMA,
EMÉRITOS JULGADORES.
DO RESUMO DA DEMANDA
Em acórdão, o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 2° Região, determinou o pagamento ao recorrido, de hora de sobreaviso e sias incidências (férias, aviso prévio, 13° salário e depósitos fundiários com multa de 40%), ao fundamento que:
A prova não indica que o trabalhador ficasse de forma direta em sua residência nas suas escalas de plantão;
O conjunto probatório deixa evidente que o trabalhador tinha restrição de deslocamento nas suas escalas;
A caracterização do sobreaviso não pode ficar restrita ao âmbito espacial da residência do trabalhador, visto que os atuais recursos tecnológicos permitem outras formas de comunicação, contudo, vinculam o trabalhador a uma determinada área geográfica na qual fica aguardando, a qualquer momento, convocação para o serviço.
 
Com a devida vênia, o entendimento externado pelo respeitado acordão não deve prevalecer, conforme as razões fáticas e jurídicas esboçadas a seguir.
 
DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO DE REVISTA
O § 9° do art. 896 da CLT estabelece que é cabível o recurso de revista para Turma do TST da decisão proferida em grau de recurso ordinário por TRT, em dissídio individual, submetido ao rito sumaríssimo, quando a decisão estiver contrária a súmula de jurisprudência uniforme do TST ou em violação direta a Constituição.
No caso concreto, a decisão recorrida destoa do entendimento sumulado no TST (Súm. 428).
A violação do acordão recorrido está explicita e literal, sendo inegáveis os requisitos da súmula 221 do TST.
O presente recurso teve sua matéria prequestionada, conforme Súmula 297 do TST, isto é, a recorrente buscou reformar de todas as maneiras legais o venerando acórdão de (id. ...). Só restando o Recurso de Revista para o reexame da matéria.
Informa que houve o pagamento das custas e recolhimento do depósito recursal.
Diante dos pressupostos recursais preenchidos, abaixo será abordado o mérito da ação.
DAS RAZÕES RECURSAIS
	 DO DIREITO
DA VIOLAÇÃO À SÚMULA 428 DO TST
O acordão ora atacado entendeu que o recorrido tem direito à percepção das horas de sobreaviso. 
Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.
No entanto, não se aplica a essa hipótese fática o sobreaviso do trabalhador ferroviário, na medida em que o trabalhador não é obrigado a permanecer, obrigatoriamente, em sua residência aguardando convocação para o serviço.
Ademais, o simples fato do recorrido está com o celular ligado nos finais de semana não configura horas de sobreaviso, com bem dispõe súmula 428 do TST abaixo:
Súmula nº 428 do TST
SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso. 
II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso. (grifei).
Corroborando esse entendimento temos o seguinte precedente judicial:
HORAS DE SOBREAVISO. USO DE CELULAR. TEMPO À DISPOSIÇÃO NÃO CONFIGURADO. O sobreaviso, na forma do art. 244 , § 2º , da CLT e da Orientação Jurisprudencial nº 49 da SBDI I, configura-se pela permanência do empregado, em sua residência, aguardando, a qualquer momento, ordem para o serviço. Não basta, portanto, que o empregado possua um aparelho celular da empresa, nem mesmo que receba chamados através dele, sendo fator determinante o cerceio do direito de locomoção. Constatando-se que a Reclamante só portava celular fornecido pela empresa com o objetivo precípuo de facilitar a comunicação durante a jornada normal de trabalho, sequer havendo prova de que era chamado nos períodos de folga, não resta configurado o labor em sobreaviso. (TRT-9 - 33372007662900 PR 3337-2007-662-9-0-0 (TRT-9).
O regime de sobreaviso configura-se quando for restringida a ampla liberdade de locomoção do trabalhador.
A jurista Carmen Camino (in Direito Individual do Trabalho, 2003, p. 213.), assinala que o regime de sobreaviso configura-se como um:                    
estado de alerta, na iminência de ser, eventualmente chamado ao trabalho (...) em situação intermediária entre a disponibilidade efetiva para o trabalho (art. 4º da CLT) e o descomprometimento completo com suas obrigações contratuais (intervalos ou folgas).
Nesse sentido, diante de todos os fundamentos acima expostos, evidencia-se que não há no caso caracterização do regime de sobreaviso, não havendo provas que indiquem que o recorrido estava em sua residência nas escalas de plantão.
Portanto, faz-se imperiosa a reforma do venerando acórdão de (id. ...), excluindo do pagamento à percepção das horas de sobreaviso.
	 CONCLUSÃO
Diante do exposto, requer que esse egrégio Tribunal Superior do Trabalho conheça e, no mérito, dê provimento ao presente Recurso de Revista, para reformar o acordão recorrido, desconstituindo a percepção das horas de sobreaviso, inclusive com a condenação da parte recorrida nos ônus da sucumbência.
Nestes termos,
pede deferimento.
Maceió/AL, 14 de novembro de 2015.
ELIETE DA SILVA BATISTA
 Advogada - OAB/...
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