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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 90º VARA DO TRABALHO DA JURISDIÇÃO DE SALVADOR/BA Processo nº 121314 Luíza, nacionalidade e, estado civil, técnica de segurança do trabalho , inscrito no CPF de nº. .., endereço eletrônico , residente e domiciliado na rua ... , n º.. ., bairro… ,cidade..., CEP ..., estado. .. , vem perante Vossa Excelência, por intermédio de seu procurador subscrito, vem perante Vossa Excelência , com fulcro no art . 895, I , da CLT, interpor RECURSO ORDINÁRIO contra sentença proferida nos autos da Reclamação Trabalhista, que move em face de Negócios de Sucesso Ltda e a Lucros Famosos Ltda, pessoa jurídicas de direito privado , inscritas nos CNPJ nº… e nº... , ambas com sede na rua..., nº ..., bairro... , cidade..., CEP..., Estado ... , endereços eletrônicos, pelo exposto a seguir. Requer que , após a verificação dos requisitos de admissibilidade, seja realizada a intimação da recorrida para apresentar contrarrazões, bem como a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região . Requer, ainda, a juntada do comprovante de pagamento da guia de preparo. Nesses termos, pede e deferimento 11 de junho de 2019 Rebeca Sousa de J. Sandes OAB. nº xxxx EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO RECORRÊNCIA: LUIZA RECORRIDOS : NEGÓCIOS DE SUCESSO Ltda e LUCROS FAMOSOS Ltda PROCESSO N º 121314 ORIGEM: 90 ª VARA DO TRABALHO DE SALVADOR SÍNTESE DOS FATOS A recorrente trabalhou como técnica de segurança do trabalho para a sociedade empresária Negócios de Sucesso Ltda., de 10/09/2009 a 18/03/2019, quando foi dispensada sem justa causa e recebeu a indenização devida pela ruptura do pacto laboral. A empregada em questão sempre recebeu salário equivalente a três mínimos mensais. Contudo, Luíza achava que diversos dos seus direitos haviam sido desrespeitados ao longo do contrato, motivo pelo qual ajuizou, em 15/05/2019, reclamação trabalhista contra o ex-empregador e a Lucros Fabulosos Ltda,do mesmo grupo econômico, requerendo diversas parcelas. A demanda foi distribuída para a 90ª Vara do Trabalho de Salvador, recebe um número 121314, foi devidamente contestada e instruída. O juiz a quo , na sentença, haja vista a prejudicial de prescrição parcial, declarou prescritos os direitos anteriores a 15/05/2013 e, no mérito , analisando os pedidos formulados, julgou procedente o pedido de hora in itinerante, deferiu adicional de periculosidade na razão de 30% sobre o salário mínimo, indeferiu a reintegração postulada porque a autora, confessadamente, era membro indicado da CIPA , deferiu o adicional de transferência na razão de 20% do salário no período de cinco meses, nos quais a trabalhadora foi deslocada para outra unidade da empresa e teve de mudar seu domicílio. Ademais, julgou procedente o pedido de dobra das férias, porque não fruídas no período concessivo, indeferiu a retificação da anotação de dispensa para computar o aviso prévio porque ele foi indenizado e, assim , não seria considerado para este fim específico. Reconheceu, ainda, que a trabalhadora somente fruiu de 20 minutos para refeição, quando correto seria uma hora diante da jornada cumprida, daí porque deferir o pagamento de 40 minutos de horas extras com adicional de 50%, mas sem integrações, diante da sua natureza indenizatória. Ainda foram indeferidas, a verba quinquênio, porque não prevista na norma coletiva da categoria da autora, a devolução do valor do IPI cobrado parcialmente da empregada no contracheque, porque isso beneficia o obreiro e não há vedação legal desta cobrança , o pagamento do vale transporte porque a empresa afirmou que a trabalhadora não pretendia fazer uso desse direito e o ônus da prova que, segundo ele, convergiu para a reclamante, que dele não se dê se vêncilhou com sucesso. Por fim , reconheceu a existência de grupo econômico e condenou a sociedade empresária Mineradora TNT Ltda. de forma subsidiária, na forma da Súmula 331 do TST. DA PRESCRIÇÃO PARCIAL A recorrente laborou para a sociedade empresária Negócios de Sucesso Ltda., como técnica de segurança do trabalho, no período de 10/09/2009 a 18/03/2019, tendo ajuizado, em 15/05 /2019, reclamatória trabalhista . Na sentença , o juízo “a quo”, considerando a prejudicial d e prescrição parcial, declarou prescritos os direitos anteriores a 15/05 /2013. Não há no que se falar em prescrição parcial, visto que a autora ajuizou a demanda em 15/05/2019, isso lhe garante que seja retrocedido em 5 (cinco) anos, ou seja , até o dia 15/05/2012. A prescrição quinquenal trabalhista está expressa na Constituição Federal, no Art. 7º, inciso XXIX, bem como no Art. 11 da CLT o qual dispõe que une a ação quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho possui prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais , até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. Vale ressaltar que a Súmula 308, inciso I, do TST confirma a legislação quando diz que respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao quinquênio da data da extinção do contrato. DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE Consoante a Consolidação de Leis Trabalhistas em seu Art. 193, §1.º c/c Constituição Federal em seu Art. 7.º, XXIII, é direito do trabalhador o adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; Na sentença exarada pelo Juízo “a quo” , foi fixada adicional de periculosidade na razão de 30% sobre o salário mínimo. Entretanto, o trabalho em condições de periculosidade assegurado ao empregado um adicional de 30% incidente sobre o salário-base, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação de lucros da empresa. Diante do exposto, requer que a sentença seja reformada. DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA Em sua decisão, o magistrado deferiu o adicional de transferência na razão de 20% do salário no pe río do de cinco meses, visto que a trabalhadora foi deslocada para outra unidade da empresa, tendo que mudar seu domicílio por consequência. É notório que, nesses casos, é devido ao trabalhador transferido o pagamento suplementar de no mínimo 25% dos salários que esse fazia jus naquele local enquanto perdurar a situação de transferido e não de 20 %, valendo-se do art. 469, §3º da CLT. Diante o exposto requer que seja reformada a sentença , a fim de ajustar o percentual devido a recorrente. DA RETIFICAÇÃO DA ANOTAÇÃO NA CTPS No tocante à retificação da anotação de dispensa na CTPS, para computar o aviso prévio indenizado, o pedido foi indeferido pelo juiz. Ocorre que o Art. 487, § 1.º da CLT afirma que a falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço. Ressalta-seque, deve ser anotado na CTPS da recorrente o prazo previsto em lei, conforme prevê a OJ 82 da SDI-1 do TST, do término do aviso prévio. Diante o exposto, pleiteia-se a reforma da sentença do juiz de 1.º grau nesse ponto. DO DESCONTO DE VALOR DO EPI O art. 166 da Clt determina que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Assim sendo, compreende que tais equipamentos tratam-se da obrigação do empregador. No caso em tela, a recorrente pleiteia pela devolução do valor do EPI cobrado parcialmente no contracheque, pois tal desconto foi feito de maneira irregular, não podendo prosperar, haja vista a responsabilidade do empregador no fornecimento desse equipamento de proteção. DOS INTERVALOS Na decisão, o juiz reconheceu que a trabalhadora somente usufruiu de 20 minutos para refeição , quando o correto seria 1 hora diante da jornada cumprida, deferido o pagamento de 40 minutos de horas extras com adicional de 50%, mas sem integrações, diante da sua nature za i ndi ni za tó ri a. Entretanto, o intervalo descumprido gera o pagamento da hora integral, e não apenas da diferença, conforme entendimento exarado na Súmula 437, inciso I, TST e ainda no art . 71, §4º, CLT. Ademais, o intervalo indenizado tem natureza salarial , devendo ser íntegra do para todos o s fins, co n forme súmula 437, inciso III, TST DO PAGAMENTO DO VALE TRANSPORTE Conforme a súmula 460 do TST, é do empregador o ônus de comprovar que o empregado não satisfaz os requisitos indispensáveis para a concessão do vale-transporte ou não pretenda fazer uso do benefício. De forma complementar, o art. 373, inciso II da CPC, afirma que incumbe ao réu provar, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. No caso em tela, a recorrente requer o pagamento do vale transporte, uma vez que a empresa afirmou que a trabalhadora não pretendia fazer uso desse direito, entretanto, o magistrado afirmou que o ônus da prova era da reclamante. Com tudo que já foi exposto, cabe ao empregador comprovar que o empregado não satisfaz ou não pretende usá-lo. Assim, requer que seja reformada a sentença. DO GRUPO ECONÔMICO Na sentença ora atacada , o Juiz reconheceu a existência de grupo econômico e condena a sociedade empresária Lucros Fabulosos Ltda. de forma subsidiária. Entretanto, as empresas que integrem grupo econômico dispõem de responsabilidades solidárias pelas obrigações decorrentes da relação de emprego, nos termo s do §2 º do art. 2 º da CLT DOS PEDIDOS D iante do exposto, requer que o presente recurso seja recebido, conhecido e provido ; que a recorrida seja intimada para apresentar contrarrazões se que a decisão recorrida seja reformada , nos termos apresentados. Salvador, Bahia. 11 de junho de 2019 Rebeca Sousa de Jesus OAB/BA xxx
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