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Introdução ao Transporte Marítimo SEST - Serviço Social do Transporte SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte Qualquer parte dessa obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. Fale Conosco 0800 728 2891 ead.sestsenat.org.br 3 Sumário Apresentação 5 Unidade 1 | Os Navios 6 1 Os Navios 7 1.1 Os Tipos de Embarcações 8 Glossário 12 Atividades 13 Referências 14 Unidade 2 | As Nomenclaturas 15 1 As Nomenclaturas 16 1.1 Nomenclaturas 17 1.2 Trâmites Burocráticos do Transporte Aquaviário 18 1.2.1 Registro na Capitania dos Portos 18 1.2.2 Seguimento das Normas Existentes 20 1.3 Trabalhadores do Transporte Aquaviário 21 Glossário 23 Atividades 24 Referências 25 Unidade 3 | Os Serviços 26 1 Os Serviços 27 1.1 Serviços Prestados em um Terminal Portuário 28 1.1.1 Armazenagem e Serviços de Pátio 28 1.1.2 Serviços de Apoio 28 1.2 As Autoridades Competentes 29 1.3 Custos dos Serviços Portuários 31 Glossário 33 4 Referências 35 Unidade 4 | Os Procedimentos dos Terminais 36 1 Os Procedimentos dos Terminais 37 1.1 O Cotidiano do Porto e seus Terminais 38 1.2 Os Procedimentos de Segurança 40 Glossário 42 Atividades 43 Referências 44 Unidade 5 | As Entidades Relacionadas ao Transporte Aquaviário 45 1 As Entidades Relacionadas ao Transporte Aquaviário 46 1.1 As Entidades Relacionadas 46 1.2 As Funções do Estado e das Empresas no Shipping 47 1.2.1 As Funções do Estado 47 1.2.2 As Funções das Empresas 49 Glossário 51 Atividades 52 Referências 53 5 Apresentação Prezado aluno, Seja bem-vindo ao curso Introdução ao Transporte Marítimo! Neste curso você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e ajudar na compreensão do conteúdo. O curso possui carga horária total de 30h e foi organizado em 5 unidades, conforme a tabela a seguir: Unidade Carga horária 1 - Os Navios 6 horas 2 - As Nomenclaturas 6 horas 3 - Os Serviços 6 horas 4 - Os Procedimentos dos Terminais 6 horas 5 - As Entidades Relacionadas ao Transporte Aquaviário 6 horas Fique atento! Para concluir o curso, você precisa: a) navegar pelos conteúdos e realizar as atividades previstas nas “Aulas Interativas”; b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; c) responder à “Avaliação de Reação”; d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado. Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de dúvidas entre em contato com a suporteead@sestsenat.org.br (0800 7282891). Bons estudos! 6 UNIDADE 1 | OS NAVIOS 7 1 Os Navios f Você conhece os tipos existentes de navios de carga? Sabe da grande variedade de embarcações utilizadas? Conhece a finalidade de cada tipo de navio? O shipping, chamado no Brasil de transporte aquaviário, hidroviário ou aquático, consiste no transporte de mercadorias com a utilização de barcos, barcaças, navios, balsas, chatas e qualquer outro tipo de embarcação. Esse transporte é caracterizado pela grande capacidade de carga, normalmente, de mercadorias transportadas em grandes quantidades e, muitas vezes, de baixo valor agregado, como commodities, bens alimentícios e até mesmo animais, porém, também é utilizado para produtos de alto valor e de grande volume, como automóveis, máquinas agrícolas, maquinário industrial, entre outros. 8 Essa modalidade de transporte tem algumas peculiaridades bastante marcantes se comparada aos demais modos, como a baixa emissão de poluentes, a confiabilidade (baixo índice de acidentes), o menor custo em relação ao transporte rodoviário e aéreo, além de ser, muitas vezes, a única alternativa de transporte de algumas mercadorias. Nesta unidade, aprenderemos um pouco sobre os tipos de navios existentes e suas especificações. Também serão expostas algumas particularidades das embarcações de apoio que auxiliam o transporte aquaviário em suas atividades. 1.1 Os Tipos de Embarcações Existem diversos tipos de embarcações para as mais variadas cargas transportadas pelas vias navegáveis no mundo. Muitas vezes, determinado tipo de navio é construído para o transporte de um único produto, ou seja, é exclusivo, já outros podem transportar grandes variedades de mercadorias. Alguns desses navios são: • Navio de carga geral Esse navio é destinado ao transporte de vários gêneros, geralmente em pequenos lotes, como sacarias, caixas, veículos encaixotados ou sobre rodas, bobinas de celulose, vergalhões de ferro e aço, barris, barricas, entre outros. É constituído com aberturas retangulares no convés principal, cobertas de carga, chamadas escotilhas de carga, por onde os produtos são embarcados para serem estivados nas cobertas e nos porões. A carga é içada (suspensa) ou arriada do cais para bordo ou vice-versa pelo equipamento do navio (paus de carga e/ou guindastes) ou pelo existente no porto (ABRETI, 2016). 9 • Navio gaseiro São navios para o transporte de gases. Possuem grandes tanques, normalmente no formato arredondado, que podem ser fixos ou removíveis. No Brasil é comum a presença desses navios devido à grande produção nacional de algumas variedades de gases e à necessidade de importação de algumas outras variedades que não são produzidas internamente. • Navio químico Esses navios parecem com os gaseiros, possuem grandes tanques, normalmente lacrados, e transportam uma grande variedade de produtos químicos, em forma líquida ou sólida. No Brasil, a presença desses navios é forte na região sudeste devido aos polos petroquímicos de Cubatão, no estado de São Paulo e o polo petroquímico de Itaboraí, no estado do Rio de Janeiro (Comperj). Há também alguns outros polos petroquímicos como o de Camaçari, no estado da Bahia, e polo petroquímico do sul, no estado do Rio Grande do Sul. • Navio tanque ou petroleiro Esse tipo de navio é caracterizado pelos grandes porões para o transporte de petróleo, derivados de petróleo, álcool, entre outros. No Brasil é comum nos portos do sudeste, devido à grande exploração de petróleo nas Bacias de Campos, Santos e região do pré- sal. A Petrobrás, por meio de sua subsidiária Transpetro, é a maior possuidora desse tipo de embarcação na América Latina com uma frota de 22 navios próprios, além dos arrendados e dos que prestam serviço para a empresa. • Navio porta contêiner São navios similares aos de carga geral, porém com algumas diferenças, como guias para encaixar os contêineres nos porões e no convés, além de serem, normalmente maiores, alguns com capacidade para mais de 15.000 contêineres. 10 • Navio Ro-Ro Ro-Ro, abreviatura de roll on-roll off, é utilizado para o transporte de automóveis e demais tipos de veículos. Esses navios têm capacidade média para transportar cerca de 6.200 automóveis, além de oferecer uma proteção bastante focada na integridade dos veículos. • Navio Graneleiro Navio para o transporte, tanto de carga seca, como soja, milho, farinha, minério de ferro e bauxita, como para transporte de petróleo e derivados, porém nunca simultaneamente. Esses navios são bastante comuns nos portos brasileiros devido ao fato de o Brasil ser um dos maiores produtores de commodities do mundo. Os portos do Sudeste e do Sul figuram como protagonistas na recepção desses navios. • Balsas para transporte de carga Essas embarcações são normalmente utilizadas nos rios da Amazônia e têm grande capacidade de carga. São costumeiramente utilizadas para o transporte de grãos, cimento e carretas epodem ou não possuir motorização própria. Quando não possuem motorização, são normalmente puxadas ou empurradas com embarcações de apoio. 11 b Acesse o portal da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Internacional e aprofunde-se neste tema. Confira através do link a seguir. www.abreti.org.br Além dos principais tipos de navios expostos, também existem as mais variadas embarcações de apoio, como: • Anchor Handling Tug Supply (AHTS) – É uma embarcação que mede entre 60 e 80 metros de comprimento e tem motor com potência entre 6 e 20.000 cavalos de força. Atua como navio rebocador, manuseio de âncoras e com transportes de suprimentos, como tubos, água doce, óleo, lama, salmoura, cimento, peças, entre outros. • Line Handling (LH) – É uma embarcação utilizada no manuseio de cabos de amarração (espias). Possuem normalmente 35 metros de comprimento e motor com potência em torno de 1.800 cavalos de força. • Multipurpose Supply Vessel (MPSV) – É um navio multitarefa que transporta suprimentos e manuseio de âncoras. • Platform Supply Vessel (PSV) – É uma embarcação utilizada no apoio às plataformas de petróleo, mede de 60 a 100 metros de comprimento e possui motor com cerca de 5.000 cavalos de força. b Através do link a seguir, leia sobre a frota de embarcações de apoio marítimo em operação no Brasil. Vale a pena conferir! http://www.abeam.org.br/upload/frota-de-apoio-maritimo- dez-2014.pdf 12 Assim, como pudemos constatar nesta unidade, a variedade de navios e embarcações é grande e abrange enorme multiplicidade de especificações, além de diversas indicações para as mais diferentes mercadorias. Resumindo • O shipping, chamado no Brasil de transporte aquaviário, hidroviário ou aquático, consiste no transporte de mercadorias com a utilização de barcos, barcaças, navios, balsas, chatas, e qualquer outro tipo de embarcação. • Essa modalidade de transporte tem algumas peculiaridades bastante marcantes, como a baixa emissão de poluentes, grande confiabilidade, menor custo de operação, além de ser, muitas vezes, a única alternativa de transporte de algumas mercadorias. • Existem diversos tipos de embarcações para as mais variadas cargas transportadas. Glossário Peculiaridades: particularidade do que é peculiar. Vergalhões: barra de ferro quadrada e inteiriça. Barra de ferro roliça, de diversos diâmetros, utilizada em construção. Barcaças: grande barca. Embarcação de fundo chato, reforçada, usada para transportar grandes quantidades de cargas, tais como cimento. 13 d 1. Os navios sempre podem transportar qualquer tipo de mercadoria sem que seja necessária qualquer adaptação, por exemplo, um navio petroleiro pode tranquilamente ser utilizado para o transporte de gases. ( ) Certo ( ) Errado 2. Existem poucos tipos de embarcações e todas as que existem são grandes e com alta potência em seus motores. ( ) Certo ( ) Errado 3. Um navio graneleiro somente pode transportar cargas a granel de: ( ) Farinha, milho e soja. ( ) Petróleo, gasolina e álcool anidro. ( ) Minério de ferro, bauxita e cobre. ( ) Carros, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. ( ) Todas as alternativas anteriores. 4. Um navio de carga geral normalmente possui guindastes em seu convés para o carregamento ou descarregamento das mercadorias. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 14 Referências ABRETI. Associação Brasileira de Empresas de Transporte Internacional. Tipos de navios. Portal da internet, 2016. Disponível em: <www.abreti.org.br>. Acessado em: 8 abr. 2016. ANTAQ. Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Legislação para o transporte aquaviário no Brasil, 2016. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/portal/ Legislacao_LeisDecretos.asp>. Acessado em: 13 set. 2016. CAMPOS, Nilo de Souza. Abertura de capital como alternativa para o financiamento da infraestrutura portuária brasileira. Dissertação (Mestrado em Transportes). Universidade de Brasília, Brasília, 2012. IBPT. Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. Evolução do Custo Portuário Brasileiro, 2013. Disponível em: <http://www1.sfiec.org.br/sites/cin/files/files/ Estudo-Custo-Portuario.pdf>. Acesso em: 13 set. 2016. REZENDE, Fernando. Finanças Públicas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 15 UNIDADE 2 | AS NOMENCLATURAS 16 1 As Nomenclaturas f Você sabe quais são as nomenclaturas utilizadas na navegação? Você sabe se orientar em um navio ou porto? Sabe quem são as pessoas que trabalham em um navio? Conhece os procedimentos para se colocar uma embarcação em operação? Na navegação são utilizados muitos símbolos e nomenclaturas diferentes para expressar avisos e orientações aos navegantes, além de servirem para a coordenação das atividades nos navios. O principal motivo de existir um código marítimo que descreva as palavras utilizadas na navegação é a segurança. Também é uma maneira de utilizar uma linguagem universal para se referir às especificidades da navegação. Nesta unidade, nós veremos um pouco das nomenclaturas mais utilizadas na navegação e das especificações das embarcações, além das pessoas que trabalham nelas e dos procedimentos mais utilizados no cotidiano do transporte aquaviário. 17 1.1 Nomenclaturas Para um marinheiro ou qualquer pessoa com ligação ao transporte aquaviário, alguns termos são indispensáveis para o cotidiano nas embarcações. Algumas palavras utilizadas são diferentes das palavras presentes no nosso vocabulário. Alguns desses termos, entre os mais utilizados, são: • Casco – parte principal da embarcação excluindo o convés; • Convés – parte superior da embarcação que recobre o casco; • Proa – parte dianteira da embarcação; • Popa – parte traseira da embarcação; • Bordos – laterais da embarcação; • Boreste ou estibordo – bordo direito, no sentido popa-proa (trás para frente); • Bombordo – bordo esquerdo, no sentido popa-proa (trás para frente); • Cockpit – local onde ficam as pessoas na popa na embarcação; • Flybridge – comando superior; • Escotilhas ou gaiutas – tampas no convés da embarcação que servem para a passagem de pessoas, carga, iluminação ou ventilação; • Vigias – janelas para ventilação e iluminação; • Quilha – parte mais central do casco em que são fixadas as outras peças estruturais; • Cavernas – vigas transversais à quilha; • Longarinas – vigas longitudinais paralelas à quilha. Formam a estrutura ou os chassis do barco junto com as cavernas; • Superestrutura – toda construção acima do convés; 18 • Espelho de popa – parte extrema da popa, onde são fixados os motores; • 1 pé – é equivalente a 30,48 cm; • 1 nó – é equivalente a 1,852 km/h; • 1 milha/hora – é equivalente a 1,61 km/hora; • Cabo – corda; e • Gelcoat – camada mais externa do casco de uma embarcação, geralmente branca, que tem a função de proteger e impermeabilizar a fibra. Esses são alguns dos principais termos utilizados no transporte aquaviário para se referir às partes das embarcações. 1.2 Trâmites Burocráticos do Transporte Aquaviário Todas as embarcações devem seguir alguns trâmites legais antes de entrar em operação. Alguns desses procedimentos são de suma importância para a segurança e a correta operação do transporte. São eles: 1.2.1 Registro na Capitania dos Portos Todas as embarcações devem possuir registro na capitania dos portos. Esse registro deve obrigatoriamente ser feito até 15 dias após a compra da embarcação, e todos os documentos devem ser apresentados no ato do pedido de registro. A capitania dos portos, por se tratar de um órgão do governo federal, está presente em todos os territórios do país, fato que facilita a transferência do registro da embarcação para outro estado,sem grandes problemas. 19 a No ato do registro também é necessário que se dê um nome a embarcação. Esse nome deve ser único e será verificado pela capitania dos portos. Caso já exista o nome solicitado registrado, pode-se acrescentar um número ou algarismo com o intuito de obter a diferenciação. Para as embarcações que navegarão no oceano, o nome deve ser exclusivo, sem a possibilidade de utilização de números e algarismos para sua diferenciação. Caso haja a compra de uma embarcação usada, pode-se requerer a troca do nome na capitania dos portos, da mesma maneira que, a qualquer momento, o proprietário pode efetuar a troca do nome da embarcação. 20 1.2.2 Seguimento das Normas Existentes • Possuir a habilitação e o cadastro dos aquaviários e amadores; • Possuir autorização para o tráfego e a permanência das embarcações nas águas sob jurisdição nacional, bem como sua entrada e saída de portos, atracadouros, fundeadouros e marinas; • Realizar inspeções navais e vistorias; • Realizar a arqueação, determinação da borda livre, lotação, identificação e classificação das embarcações; • Realizar as inscrições das embarcações e a fiscalização do Registro de Propriedade; • Realizar o cerimonial e uso dos uniformes a bordo das embarcações nacionais; • Obter o registro e certificação de helipontos das embarcações e plataformas, com vistas à homologação por parte do órgão competente; • Ser cadastrado como empresa de navegação. Sobre as normas a serem seguidas, cabe às autoridades competentes a fiscalização, o acompanhamento e o estabelecimento de complementos, ou novas regras. Entre as autoridades relacionadas ao transporte aquaviário no Brasil estão: • Comando da Marinha; • Capitania dos Portos; • Tribunal Marítimo; • Ministério dos Transportes; • Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ); e • Administrações de Hidrovias. 21 1.3 Trabalhadores do Transporte Aquaviário Existem mais de 50 atividades desempenhadas pelos trabalhadores do transporte aquaviário, tanto nas embarcações quanto nas atividades de apoio em terra. Alguns dos cargos existentes nessa modalidade de transportes são (ANTAQ, 2016): • Oficial de Náutica ou Piloto – é responsável por dirigir a navegação, a estiva e a manobra geral do navio; • Praticante de Náutica – é o oficial de convés em serviço a bordo, sob a orientação de oficiais de categoria superior, depois de habilitado com um curso superior de pilotagem, de náutica ou equivalente; • Mestre – é responsável pelo governo de uma embarcação de diminuída tonelagem; • Contramestre – é responsável por dirigir a marinhagem de convés a bordo de um navio. Em embarcações menores, pode também exercer as funções de chefe de quarto de navegação, de segundo de navegação ou mesmo de mestre; • Arrais ou Patrão – é responsável pelo governo de uma embarcação local ou costeira de reduzida tonelagem; • Operador de Gruas Flutuantes – responsável pela manobra e manutenção de aparelhos elevatórios; • Conferente de Carga – responsável pela contagem, registro e verificação da carga; • Marinheiro – desempenha funções de manobra e de estiva em uma embarcação. Em alguns casos pode exercer a função de patrão de uma pequena embarcação de tráfego local; • Oficial de Máquinas – oficial que conduz e dirige a manutenção dos sistemas de energia e propulsão do navio, bem como das instalações técnicas de apoio à tripulação. O oficial de máquinas mais graduado a bordo exerce a função de chefe de máquinas, só estando subordinado ao comandante do navio. O segundo mais graduado exerce a função de segundo oficial de máquinas. Os restantes exercem a função de oficial de quarto de máquinas; 22 • Praticante de Máquinas – oficial de máquinas em serviço a bordo, sob a orientação de oficiais de categoria superior, depois de habilitado com um curso de engenharia de máquinas marítimas ou equivalente; • Maquinista ou Condutor de Máquinas – exerce funções análogas às dos oficiais de máquinas, em embarcações de potência reduzida que não necessitem levar oficiais a bordo. Pode exercer a função de chefe de quarto de máquinas. O maquinista prático mais graduado a bordo exerce a função de chefe de máquinas e o segundo mais graduado a de segundo oficial de máquinas. No passado, os maquinistas práticos apenas conduziam e operavam máquinas a vapor, sendo os motores de combustão interna operados pelos motoristas práticos; • Eletricista – responsável pela manutenção dos equipamentos elétricos; • Mecânico de Bordo – responsável pela manutenção dos equipamentos mecânicos e do material diverso, exercendo funções de torneiro, serralheiro-mecânico, soldador e canalizador; • Bombeiro ou Bombeador – responsável pela condução das bombas dos navios tanque, durante as operações de descarga, transferência e limpeza de tanques, bem como pela sua manutenção; • Ajudante de Maquinista – responsável pela limpeza e pequena manutenção dos equipamentos mecânicos e elétricos de bordo; • Oficial Radiotécnico ou de radiocomunicações - oficial responsável pela operação e manutenção dos sistemas de telecomunicações, navegação por satélite e rádio ajudas. • Comissário – oficial responsável pela gestão administrativa e financeira do serviço de passageiros, da tripulação e do abastecimento do navio. O comissário de maior categoria a bordo exerce a função de chefe de comissariado; • Cozinheiro – exerce as funções inerentes ao serviço de cozinhas; • Ajudantes de Cozinheiro – marítimo que auxilia o cozinheiro nas suas funções. 23 Nesta unidade, você aprendeu um pouco do cotidiano do shipping. Conheceu um pouco a linguagem utilizada nos navios, os procedimentos adotados para a operação e o pessoal que trabalha no sistema. Essa é somente uma introdução, haja vista que o universo do shipping é bastante grande e compreende milhares de termos, especificações e procedimentos. b Aprenda sobre as regras do shipping no Brasil, acesse o portal oficial da Marinha do Brasil e pesquise mais. www.marinha.mil.br Resumindo • Existem milhares de termos, especificações e regulamentos utilizados no shipping. • Há diversos órgãos encarregados de fiscalizar, regulamentar e acompanhar o shipping no Brasil e no restante do mundo. • Em uma embarcação podem existir mais de 50 postos de trabalho ocupados por diversas pessoas com qualificações diferentes e apropriadas para o exercício de funções específicas. Glossário Nomenclatura: catálogo, lista, vocabulário Trâmites: procedimentos que buscam alcançar determinado propósito; o que se reúne para realizar alguma coisa 24 d 1. Caso haja a compra de uma embarcação usada, pode-se requerer a troca do nome na capitania dos portos, da mesma maneira que, a qualquer momento, o proprietário pode efetuar a troca do nome da embarcação. ( ) Certo ( ) Errado 2. Algumas das autoridades relacionadas ao transporte aquaviário no Brasil são: ( ) Tribunal Marítimo ( ) Ministério dos Transportes. ( ) Administrações de Hidrovias ( ) Todas as alternativas acima. 3. Existem mais de 50 atividades desempenhadas pelos trabalhadores do transporte aquaviário, tanto nas embarcações quanto nas atividades de apoio em terra. Entre as que você estudou estão: ( ) O Praticante de Máquina e o Operador de Grua Flutuante ( ) O Maquinista e o Estoquista ( ) O Arrais e o Pesquisador de Carga ( ) O Praticante de Grua Flutuante e o Arrais 4. As autoridades responsáveis pelo transporte aquaviário devem acompanhar e fiscalizar o cumprimento das normas já existentes e também estabelecer ou complementar novas regras. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 25 Referências ABRETI. Associação Brasileira deEmpresas de Transporte Internacional. Tipos de navios. Portal da internet, 2016. Disponível em: <www.abreti.org.br>. Acessado em: 8 abr. 2016. ANTAQ. Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Legislação para o transporte aquaviário no Brasil, 2016. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/portal/ Legislacao_LeisDecretos.asp>. Acessado em: 13 set. 2016. CAMPOS, Nilo de Souza. Abertura de capital como alternativa para o financiamento da infraestrutura portuária brasileira. Dissertação (Mestrado em Transportes). Universidade de Brasília, Brasília, 2012. IBPT. Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. Evolução do Custo Portuário Brasileiro, 2013. Disponível em: <http://www1.sfiec.org.br/sites/cin/files/files/ Estudo-Custo-Portuario.pdf>. Acesso em: 13 set. 2016. REZENDE, Fernando. Finanças Públicas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 26 UNIDADE 3 | OS SERVIÇOS 27 1 Os Serviços f Você sabe quais são os serviços relacionados ao shipping? Tem ideia da quantidade de operações realizadas diariamente para que seja possibilitada uma boa operação de transporte aquaviário? Sabe qual é o grau de importância de cada uma das atividades desempenhadas no shipping? Para que o shipping ocorra, são necessários diversos serviços de apoio simultâneos à operação das embarcações. Não há como um navio atracar em um porto sem que o terminal ofereça uma série de serviços imprescindíveis, tanto à tripulação quanto ao sistema em geral. As autoridades governamentais também exercem diversos papeis no shipping, logo, estão sempre presentes em praticamente todos os estágios do transporte e devem ser respeitadas por todos os operadores. 28 Nesta unidade será introduzido um pouco dos serviços prestados nos terminais portuários, além do papel dos órgãos governamentais e dos custos referentes a alguns procedimentos contratados. 1.1 Serviços Prestados em um Terminal Portuário Em um terminal portuário são realizadas diversas atividades para que haja o atendimento a uma embarcação contratante de seus serviços. Algumas dessas atividades são: 1.1.1 Armazenagem e Serviços de Pátio Armazenagem alfandegada de contêineres e carga solta, unitização e desunitização de cargas em contêineres de importação ou exportação, vistorias em contêineres ou carga geral por solicitação dos órgãos governamentais, como Receita Federal do Brasil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, entre outros. Também são prestados serviços de pesagem de contêiner ou carga geral, etiquetagem e reembalagem de carga, desembaraço de cargas sobre rodas, além de outros serviços especializados sob demanda, como handling in/out (carga e descarga de contêinerde veículo) e cross-docking (processo de distribuição em que a mercadoria recebida é redirecionada sem uma armazenagem prévia). 1.1.2 Serviços de Apoio Fornecimento de energia e monitoramento de contêineres refrigerados, inspeção sanitária climatizada para cargas refrigeradas, com serviço autorizado e monitorado pela ANVISA, serviços de certificações de cargas para mercados com essa exigência. 29 Para as cargas perigosas são oferecidos serviços de vistoria e prevenção de acidentes, além de controle e combate de desastres como incêndio, vazamento, contaminação, entre outros. Controle de entrada e saída da carga nos pátios, segurança 24 horas para as cargas e funcionários envolvidos, serviços de transbordo de carga entre diferentes modos para os armazéns ou navios, movimentação interna das cargas, entre outros. e Segundo a Secretaria de Portos (SEP), os serviços que todos os portos do Brasil devem prestar aos usuários envolvem capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, vigilância das embarcações e bloco (atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes e de seus tanques, incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparos de pequena monta e serviços correlatos). 1.2 As Autoridades Competentes Diversas entidades governamentais estão envolvidas na prestação de serviços de shipping no Brasil. Entre elas estão a Receita Federal do Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), as companhias docas, além das secretarias estaduais e municipais de fazenda e finanças, e demais órgãos de saúde, segurança e meio ambiente. 30 a As entidades encarregadas de fiscalizar as cargas são as alfândegas dos portos. Essas entidades são vinculadas à Receita Federal. As Alfândegas têm como principal atribuição o controle das atividades aduaneiras, realizando rotineiramente as fiscalizações e coletando os impostos devidos, além do combate à pirataria, ao contrabando, ao tráfico e a outras operações ilícitas no comércio exterior. b Aprenda mais sobre as normas e os procedimentos alfandegários no Brasil, acesse o link a seguir e aprenda no portal oficial da Receita Federal. www.receita.fazenda.gov.br Os serviços de segurança nos portos brasileiros são de responsabilidade da Guarda Portuária. Essa é uma instituição policial vinculada à Secretaria de Portos, que exerce poder de polícia nos portos organizados brasileiros e nas áreas vizinhas vinculadas às autoridades portuárias. As competências da Guarda Portuária do Brasil estão expressas na Portaria de número 350, de 2014, da Secretaria de Portos. São elas: • Organizar, gerenciar e supervisionar os serviços de segurança portuária; • Planejar, gerenciar e executar os serviços de segurança no porto organizado; e • Cumprir os procedimentos necessários à obtenção e à manutenção da certificação de segurança do porto consignada pela Declaração de Cumprimento expedida pela Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis – CONPORTOS. 31 1.3 Custos dos Serviços Portuários As tarifas cobradas pelos serviços nos portos brasileiros variam de acordo com a instituição em que se utiliza o serviço. Os portos possuem tarifas diferentes para: • O movimento de cargas pela embarcação (por tonelada ou por contêiner); • Ocupação do cais pela embarcação (por períodos de 6 horas); • Taxas por berço de atracação (por períodos de 6 horas); • Taxas cobradas aos arrendatários das áreas portuárias; • Fornecimento de água; • Fornecimento de energia elétrica; • Impostos. Já os terminais portuários cobram pelos serviços que realizam, de acordo com as especificações, algumas das cobranças são: • Movimentações de cargas; • Carregamento ou descarregamento de embarcações; • Armazenagem de cargas; e • Cuidados especiais com segurança. 32 A divisão dos custos portuários no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) de 2013, é disposta da seguinte forma: CUSTOS PORTUÁRIOS % AGENCIAMENTO MARÍTIMO 0,94% ALUGUEL DE LANCHA (TRANSPORTE DA TRIPULAÇÃO) 0,58% ATRACAÇÃO/DESATRACAÇÃO 0,63% DEMURRAGE 18,57% DESPACHO ADUANEIRO 17,84% FARÓIS 0,39% MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DE CARGA EM TERMINAIS PORTUÁRIOS E RETROPORTUÁRIOS 54,44% TAXAS, IMPOSTOS SERVIÇOS DIVERSOS 0,84% PRATICAGEM 2,48% REBOCAGEM 2,97% VIGIAS 0,32% TOTAL 100% Tabela 1: A divisão dos custos portuários no Brasil. Fonte: IBPT, 2013. a Os custos portuários para a movimentação de cargas por tonelada foram, em 2013, segundo o Institute of Business Process Reengineering (IBPR), cerca de US$ 15,63, ou seja, para cada tonelada movimentada em um porto organizado no Brasil, foi gasto em média esse valor. 33 b Você sabe quantos portos o Brasil tem e quais são os principais? Acesse o portal da Agência Nacional de Transportes Aquaviários(ANTAQ) no link a seguir para conhecer os principais portos do país. http://www.antaq.gov.br/portal/Portos_PrincipaisPortos.asp Assim, vimos nesta unidade os órgãos envolvidos no shipping, os serviços prestados pelas entidades governamentais, terminais portuários e portos organizados. Também vimos um pouco dos custos relacionados e dos tipos de cobranças existentes. Resumindo • Para que o shipping ocorra são necessários diversos serviços de apoio simultâneos à operação das embarcações. • Em um terminal portuário são realizadas diversas atividades para que haja o atendimento a uma embarcação contratante de seus serviços. • As tarifas cobradas pelos serviços nos portos brasileiros variam de acordo com a instituição em que se utiliza o serviço. Glossário Simultâneo: que se faz ou se realiza ao mesmo tempo (ou quase) que outra coisa Desunitizar é a ação de retirar a carga do contêiners ou outro equipamento equivalente. Aduaneiras: do órgão público que fiscaliza a entrada e saída de mercadorias, em aeroportos e fronteiras, cobrando as taxas que lhe são correspondentes 34 d 1. Os terminais portuários cobram pelos serviços que realizam, de acordo com as especificações contratadas. ( ) Certo ( ) Errado 2. Os serviços de segurança nos portos brasileiros são de responsabilidade da Guarda Portuária. Essa é uma instituição policial vinculada ao Tribunal Marítimo. ( ) Certo ( ) Errado 3. Entre os serviços prestados pelos terminais portuários, marque C (certo) ou E (errado). ( ) Armazenagem e Serviço de Pátio como etiquetagem e embalagem. ( ) Serviço de apoio na prevenção de acidentes e inspeção sanitária. ( ) Comercialização de produtos que chegam de portos internacionais. ( ) O tráfico de pessoas é inevitável nos terminais portuários. 4. Órgãos da Saúde, Segurança e Meio Ambiente são algumas das entidades envolvidas na prestação de serviços nos Terminais Portuários. ( ) Certo ( ) Errado 35 Referências ABRETI. Associação Brasileira de Empresas de Transporte Internacional. Tipos de navios. Portal da internet, 2016. Disponível em: <www.abreti.org.br>. Acessado em: 8 abr. 2016. ANTAQ. Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Legislação para o transporte aquaviário no Brasil, 2016. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/portal/ Legislacao_LeisDecretos.asp>. Acessado em: 13 set. 2016. CAMPOS, Nilo de Souza. Abertura de capital como alternativa para o financiamento da infraestrutura portuária brasileira. Dissertação (Mestrado em Transportes). Universidade de Brasília, Brasília, 2012. IBPT. Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. Evolução do Custo Portuário Brasileiro, 2013. Disponível em: <http://www1.sfiec.org.br/sites/cin/files/files/ Estudo-Custo-Portuario.pdf>. Acesso em: 13 set. 2016. REZENDE, Fernando. Finanças Públicas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 36 UNIDADE 4 | OS PROCEDIMENTOS DOS TERMINAIS 37 1 Os Procedimentos dos Terminais f Você sabe quais são os procedimentos adotados em um porto? Sabe quais são os procedimentos de um terminal portuário? Imagina como um porto se prepara para receber um navio? Entende a importância da adoção de procedimentos de segurança e organização? Os procedimentos adotados em portos e terminais portuários são inúmeros e servem para que sejam mantidas a ordem e a segurança de todos os envolvidos. Não se pode imaginar um terminal portuário especializado em petróleo, por exemplo, que não tenha um plano de segurança em caso de um acidente, da mesma maneira que não se pode conceber a ideia de um porto que não saiba quando um navio chegará, ou se determinado navio já saiu. Nesta unidade veremos um pouco do cotidiano de portos e terminais portuários. Ressaltaremos a importância do planejamento das atividades, além do contorno aos contratempos que, porventura, venham a surgir. 38 e Os portos e terminais portuários devem sempre ser encarados como empresas que tem um objetivo bastante claro em seu fundamento, o lucro. Para que esse objetivo seja atingido é necessária uma esquematização das atividades, em que o controle e o planejamento estejam bem desenhados, a fim de contornar possíveis eventualidades. 1.1 O Cotidiano do Porto e seus Terminais O dia a dia de um porto é repleto de acontecimentos, muitas vezes não planejados. Ao controlar o fluxo de chegadas e saídas de navios, vários episódios podem acontecer, como um navio atrasar, quebrar, ficar preso em um banco de areia, haver um vazamento de combustível, uma doença em algum tripulante, ou fatos do gênero. Tanto o pessoal do porto quanto os tripulantes de navios, órgãos governamentais e trabalhadores de apoio devem estar cientes dos procedimentos que são adotados nas dependências do porto. Então, espera-se que alguns pontos estejam bastante claros para todos os envolvidos. • Na chegada de um navio Quando um navio está para chegar a um porto, o pessoal deve estar preparado para recebê-lo. Deve existir um planejamento para que esta embarcação não espere mais do que o planejado, não deve haver outro navio no lugar onde este vai ocupar, os funcionários dos terminais devem estar prontos para iniciar a carga ou descarga do navio, as agências governamentais devem estar prontas para a realização de inspeções de saúde, alfândega etc. Deve existir também uma previsão de quanto tempo o navio gastará para que todas as ações sejam executadas da melhor maneira possível. Deve-se ter à disposição equipes médicas preparadas para receber algum tripulante, que possa apresentar sintomas 39 de qualquer doença desconhecida. Deve-se estar ciente do tipo de carga que o navio transporta para que sejam desembaraçadas todas as documentações, entre outras atitudes. • Quanto à carga Quanto à carga do navio, deve-se ter certeza de que não se tratam de itens proibidos no território, deve-se constatar a licitude dos bens, ou seja, se estão com a documentação correta e os impostos pagos, além de saber sobre sua origem e seu destino. • Quanto aos procedimentos de carregamento e descarregamento No carregamento ou descarregamento das mercadorias dos navios, os procedimentos envolvem a certificação do cumprimento das especificações das cargas, ou seja, se estão disponíveis o maquinário e o pessoal apropriado para a realização do serviço, se há espaço nos pátios ou armazéns para a estocagem, mesmo que provisória, do material. Deve-se ainda certificar-se de que os caminhões, ou qualquer outro meio de transporte que levará a carga até seu destino final, estejam a postos, além do cumprimento das normas de segurança. • No atendimento ao navio e a tripulação As embarcações ou a tripulação podem precisar do suprimento de algumas necessidades que podem ser atendidas pelo porto ou terminal, como água potável, combustível, pequenos reparos no casco do navio, suprimentos ou atendimento por parte de diversos órgãos do governo. • Na saída dos navios Na saída dos navios alguns procedimentos são novamente necessários, como o cumprimento dos horários, o serviço de praticagem, a fila de saída do canal, ou do cais, além da conferência da tripulação e das condições das embarcações. Então, pode-se ressaltar que os acontecimentos diários nos portos e terminais são inúmeros e necessitam de um acompanhamento bastante detalhado para que se evitem as perdas de tempo e recursos. 40 1.2 Os Procedimentos de Segurança A segurança é sempre um fator primordial no cotidiano de um porto. O devido preparo para o atendimento a ocorrências, bem como a prevenção de diversos acidentes, deve sempre estar na pauta de todos os envolvidos. Essa preocupação é bastante válida devido a alguns tipos de cargasque são processadas em portos e terminais portuários, alguns dos cuidados especificamente são: • Para cargas inflamáveis Nos casos de cargas inflamáveis, os portos e terminais devem contar com pessoal treinado e inteirado de todos os procedimentos de combate a incêndio, ou contenção de vazamentos, além da disponibilidade de bombeiros e pessoal médico de plantão. • Para cargas de alimentos No caso de gêneros alimentícios, as autoridades competentes devem estar a par do seu conteúdo, além de serem realizadas inspeções de saúde, nas quais são observadas a procedência, documentação, tipo da comida, se possui, por exemplo, melhorias genéticas ou especificações contrárias à legislação nacional, entre outras. • Para cargas infectantes ou radioativas Para essas cargas, normalmente são realizados procedimentos especiais, como o acompanhamento por pessoal especializado, a disponibilidade maior de grupos de combate a acidentes, além de maior atenção a todos os detalhes que possam causar alguma eventualidade. Todos esses procedimentos são essenciais e precisam ser cumpridos à risca para que sejam evitadas perdas de vidas e materiais, além da preservação da integridade da soberania nacional. Na atualidade, com a ocorrência de atentados terroristas, as nações mais desenvolvidas vêm tomando medidas de precaução bastante detalhadas, haja vista, que os portos são, em muitos casos, a porta de entrada do país. 41 Além dos procedimentos citados, ainda existem as medidas de combate ao tráfico de drogas, armas e até de pessoas. Não é incomum que cheguem aos portos carregamentos de itens ilegais e não permitidos, cabendo às autoridades competentes, a apreensão e a devida investigação dos casos. Por fim, pode-se ressaltar que existe uma complexidade bastante extensa no planejamento, na execução e no acompanhamento dos diversos procedimentos realizados diariamente nos portos e terminais portuários. b Conheça um Plano de Segurança Pública Portuária de verdade! Através do link a seguir, acesse o plano de segurança feito pela Companhia das Docas do Estado da Bahia. Vale a pena conferir! http://www.codeba.com.br/eficiente/repositorio/LAI%20 -%20Lei%20de%20Acesso%20a%20Informacao/Acoes- Programas/2277.pdf Resumindo • Os procedimentos adotados em portos e terminais portuários são inúmeros e servem para que seja mantida a ordem e a segurança de todos os envolvidos. • Tanto o pessoal do porto quanto os tripulantes de navios, órgãos governamentais e trabalhadores de apoio devem estar cientes dos procedimentos que são adotados nas dependências do porto. • A segurança é sempre um fator primordial no cotidiano de um porto. O devido preparo para o atendimento a ocorrências, bem como as prevenções de diversos acidentes devem sempre estar na pauta de todos os envolvidos. 42 Glossário Licitude : que é lícito, permitido ou justificado; legitimidade. 43 d A seguir marque a alternativa correta nas questões. 1. Os portos e terminais portuários devem sempre ser encarados como empresas, logo, não precisam adotar procedimentos de segurança ou estratégias competitivas. ( ) Certo ( ) Errado 2. Em casos que são manuseadas cargas perigosas em um terminal portuário, como materiais infectantes ou radioativos, deve-se contar com o apoio de pessoal especializado e que tenha o domínio das técnicas de prevenção e combate aos incidentes possíveis. ( ) Certo ( ) Errado 3. Alguns dos incidentes que podem ocorrer na área de um porto envolvem as determinadas ocorrências. Marque certo (C) ou errado (E) de acordo com a coerência de cada alternativa ao tema. ( ) Incêndio. ( ) Vazamento de combustível. ( ) Contaminação com material infectante. ( ) Emergências médicas por parte da tripulação dos navios. 4. A ocorrência de atentados terroristas em países desenvolvidos colaborou para a implementação de medidas de segurança nos portos. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 44 Referências ABRETI. Associação Brasileira de Empresas de Transporte Internacional. Tipos de navios. Portal da internet, 2016. Disponível em: <www.abreti.org.br>. Acessado em: 8 abr. 2016. ANTAQ. Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Legislação para o transporte aquaviário no Brasil, 2016. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/portal/ Legislacao_LeisDecretos.asp>. Acessado em: 13 set. 2016. CAMPOS, Nilo de Souza. Abertura de capital como alternativa para o financiamento da infraestrutura portuária brasileira. Dissertação (Mestrado em Transportes). Universidade de Brasília, Brasília, 2012. IBPT. Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. Evolução do Custo Portuário Brasileiro, 2013. Disponível em: <http://www1.sfiec.org.br/sites/cin/files/files/ Estudo-Custo-Portuario.pdf>. Acesso em: 13 set. 2016. REZENDE, Fernando. Finanças Públicas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 45 UNIDADE 5 | AS ENTIDADES RELACIONADAS AO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO 46 1 As Entidades Relacionadas ao Transporte Aquaviário f Você sabe quais são os objetivos de cada uma das entidades envolvidas no shipping? Pode descrever as atividades relacionadas ao transporte aquaviário? Imagina quem são todos os envolvidos nas operações portuárias? As atividades relacionadas ao shipping são diversas. Existem centenas de tipos diferentes de profissionais que trabalham diariamente para que o transporte aquaviário funcione devidamente, além de inúmeras funções exercidas por diversas entidades. Todos os envolvidos devem estar em harmonia trabalhando como engrenagem de uma máquina bem ajustada, ou então, as operações podem sofrer contratempos, muitas vezes irreparáveis. Nesta unidade nós vamos conhecer quem são algumas das diversas entidades que atuam em um porto e interferem diretamente no processo. Vamos ver também um pouco dos objetivos e funções de cada uma dessas entidades que são, na maioria das vezes, imprescindíveis, além de um debate um tanto filosófico sobre alguns assuntos relevantes. 1.1 As Entidades Relacionadas Nos portos brasileiros existem muitas entidades que contribuem para o desenvolvimento das atividades diárias. Algumas dessas entidades são privadas, outras são governamentais, algumas são estratégicas e outras são operacionais. Para que possamos conhecer essas entidades, vamos dividi-las em grupos: • Entidades governamentais 47 São as entidades encarregadas da fiscalização das cargas, do estabelecimento de regras e normas para a condução das atividades, e de controle e proteção das atividades, das cargas e das pessoas envolvidas no sistema. Algumas dessas entidades são: a Receita Federal, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Ministério da Saúde, a Guarda Portuária, entre outras. • Entidades privadas As entidades privadas são basicamente as responsáveis pelos serviços prestados no porto. São não somente os terminais portuários, mas também os armazéns, as empresas de logística, as transportadoras, as de segurança, as de prestação de serviços de reparos em navios, fornecimento de combustíveis, estaleiros, empresas de transporte de funcionários, reparos de gasodutos e oleodutos, entre outras. Mas o fato que realmente queremos ressaltar é o papel de cada uma dessas entidades no desenvolvimento das atividades portuárias. Como em um relógio, em que cada uma das engrenagens é importante, em um porto, o funcionamento em conjunto de todos os envolvidos é de extrema importância. Para que possamos adentrar nessa discussão, vamos refletir um pouco sobre as funções, em tese, do estado e das empresas. Sem esse entendimento, não é possível que se obtenha o conhecimento sobre seus objetivos, no âmbito de suas qualificações.1.2 As Funções do Estado e das Empresas no Shipping 1.2.1 As Funções do Estado Para Rezende (2001), o estado tem 3 funções básicas na economia, que são: • Função alocativa 48 Esta função está diretamente relacionada a administração dos recursos governamentais, ou seja, o modo como o governo gasta sua verba. Este mecanismo relaciona-se com o shipping por meio do provimento da infraestrutura necessária às operações. No Brasil, a infraestrutura portuária não é adequada às exigências internacionais, fato que causa inúmeros empecilhos ao desenvolvimento do transporte de cargas pela navegação (CAMPOS, 2012). A ineficiência alocativa dos recursos financeiros necessários às especificações dos portos, como dragagem, melhoria das vias de acesso, financiamento de maquinário e superestrutura, além do devido cumprimento das necessidades econômicas do país, traz consigo o subdesenvolvimento do setor e a não adequação aos parâmetros internacionais. • Função distributiva A função distributiva nos remete ao modo como o governo distribui a renda nacional. O método de cobrança de impostos e taxas, de aplicação dos subsídios estatais e beneficiamento de alguns indivíduos também podem interferir diretamente no shipping. Ao implantar essas medidas de incentivo ao shipping o governo poderia, de diversas formas, promover o desenvolvimento do setor, porém caso não o faça, o desenvolvimento ocorre mais lentamente, como tem acontecido ao longo de toda a história brasileira. • Função de regulação A regulação também é um ponto importante no shipping. O estabelecimento de normas adequadas ao transporte de navegação é um dos fatores que podem interferir no desempenho das atividades. Atualmente, o Brasil conta com um marco legal bastante ineficiente quando se trata de shipping. Existem diferenças cobradas no combustível de navios que operam no longo curso (importação e exportação), na cabotagem (navegação costeira e da costa para o interior) e na navegação interior. Além dessas regras, ainda existem normas que regulamentam que tipos de embarcações podem ou não operar no Brasil, como deve ser a tripulação de cada tipo de navio e quais são os documentos necessários para cargas, frotas e tripulantes. 49 Essas funções foram aqui expostas, devido à importância de ressaltar a maneira de como o Estado pode interferir na condução das atividades de shipping, tanto para beneficiar quanto para atravancar seu desenvolvimento. 1.2.2 As Funções das Empresas Nos portos existem diversas atividades desempenhadas por empresas privadas, muitas além das mais conhecidas. Como o estado, essas empresas são responsáveis por grande parte do mérito do desenvolvimento do setor. A discussão em torno das funções desempenhadas pela iniciativa privada é alvo constante de discordância por parte de estudiosos e profissionais da área. Há quem diga que o papel das empresas poderia ser muito maior, avançando para a construção de infraestrutura e posterior administração, como em muitos casos já é feito por intermédio das PPP – Parcerias Público- Privadas (parcerias entre o governo e a iniciativa privada para a realização de um empreendimento ou gestão de empresa). 50 a Atualmente, entende-se que o governo deve ser o provedor de toda a infraestrutura nacional, e o setor privado pode atuar no provimento da superestrutura, ou seja, o governo constrói e as empresas operam. Com as recorrentes crises econômicas brasileiras tem-se pensado cada vez mais em abertura ao setor privado, com a possibilidade de entrega de mais parcelas de atividades às empresas. Partindo para um pensamento mais prático a esse respeito, vamos refletir sobre o principal objetivo da firma: o lucro. Uma empresa privada não tem o mesmo intuito do governo, que é zelar pelo bem-estar social, ou seja, cuidar de seu povo. Uma empresa privada, atuante no shipping ou não, deve se fixar na ideia de que precisa ganhar mercado para poder lucrar e prosseguir com suas atividades. O funcionário de qualquer empresa tem o dever de realizar seu trabalho da melhor maneira possível para que a empresa não seja superada por seus concorrentes. No caso do shipping, existe uma concorrência bastante forte, tanto dentro do setor quanto fora, ou seja, a empresa tem que brigar tanto com as outras empresas de navegação quanto com empresas de transporte rodoviário e ferroviário. Sendo assim, o debate continuará acirrado e necessitará cada vez mais de pessoas preparadas para contribuir com as questões pertinentes ao tema. E você, qual é sua opinião sobre o assunto? Acha que a iniciativa privada deve aumentar sua participação nos assuntos pertinentes ao shipping, ou acha que o governo pode aumentar a eficiência do setor com investimentos e medidas? Pense que sempre que há uma mudança na economia haverá um benefício e um custo atrelado a essa mudança, isto é, alguém vai ganhar e alguém vai perder, pelo menos no curto prazo. Pense e reflita sobre o assunto com sua turma. 51 b Entenda melhor a parceira público-privada, acesse o Portal Brasil através do link a seguir e confira! http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2012/04/ parceria-publico-privada-ppp Resumindo • As atividades relacionadas ao shipping são diversas. Existem diferentes tipos de profissionais que trabalham diariamente para que o transporte aquaviário funcione devidamente, além de inúmeras funções exercidas por diversas entidades. • Nos portos brasileiros existem muitas entidades que contribuem para o desenvolvimento das atividades diárias. Algumas dessas entidades são privadas, outras são governamentais, algumas são estratégicas e outras são operacionais. • Nos portos existem diversas atividades desempenhadas por empresas privadas, muitas além das mais conhecidas. Como o estado, essas empresas são responsáveis por grande parte do mérito do desenvolvimento do setor. Glossário Alocativa: associado, relacionado. 52 d 1. Pode-se afirmar que uma empresa que atue no shipping tem as mesmas prerrogativas de uma empresa qualquer e enfrenta a concorrência em busca de uma parcela de mercado e o objetivo de aferir lucro. ( ) Certo ( ) Errado 2. As funções do estado e da iniciativa privada são bastante intuitivas e não cabe discussão a respeito do mérito da questão. ( ) Certo ( ) Errado 3. As entidades governamentais são encarregadas da fiscalização das cargas, do estabelecimento de regras e normas para a condução das atividades, e do controle e proteção das atividades, das cargas e das pessoas envolvidas no sistema. ( ) Certo ( ) Errado 4. Os agentes envolvidos no shipping devem trabalhar de modo paralelo, com o intuito de propiciar o desenvolvimento do setor. ( ) Certo ( ) Errado Atividades 53 Referências ABRETI. Associação Brasileira de Empresas de Transporte Internacional. Tipos de navios. Portal da internet, 2016. Disponível em: <www.abreti.org.br>. Acessado em: 8 abr. 2016. ANTAQ. Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Legislação para o transporte aquaviário no Brasil, 2016. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/portal/ Legislacao_LeisDecretos.asp>. Acessado em: 13 set. 2016. CAMPOS, Nilo de Souza. Abertura de capital como alternativa para o financiamento da infraestrutura portuária brasileira. Dissertação (Mestrado em Transportes). Universidade de Brasília, Brasília, 2012. IBPT. Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. Evolução do Custo Portuário Brasileiro, 2013. Disponível em: <http://www1.sfiec.org.br/sites/cin/files/files/ Estudo-Custo-Portuario.pdf>. Acesso em: 13 set. 2016. REZENDE, Fernando. Finanças Públicas. 2. ed. São Paulo: Atlas,2001. 54 Gabarito Unidade 1 1. Resposta: Errado. 2. Resposta: Errado. 3. Resposta: Carros, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. 4. Resposta: Certo. Unidade 2 1. Resposta: Certo. 2. Resposta: Todas as alternativas anteriores. 3. Resposta: O Praticante de Máquina e o Operador de Grua Flutuante. 4. Resposta: Certo. Unidade 3 1. Resposta: Certo. 2. Resposta: Certo. 3. Resposta: C, C, E, E. 4. Resposta: Certo. Unidade 4 1. Resposta: Errado. 55 2. Resposta: Certo. 3. Resposta: C, C, C, C. 4. Resposta: Certo. Unidade 5 1. Resposta: Certo. 2. Resposta: Errado. 3. Resposta: Certo. 4. Resposta: Certo. Apresentação Unidade 1 | Os Navios 1 Os Navios 1.1 Os Tipos de Embarcações Glossário Atividades Referências Unidade 2 | As Nomenclaturas 1 As Nomenclaturas 1.1 Nomenclaturas 1.2 Trâmites Burocráticos do Transporte Aquaviário 1.2.1 Registro na Capitania dos Portos 1.2.2 Seguimento das Normas Existentes 1.3 Trabalhadores do Transporte Aquaviário Glossário Atividades Referências Unidade 3 | Os Serviços 1 Os Serviços 1.1 Serviços Prestados em um Terminal Portuário 1.1.1 Armazenagem e Serviços de Pátio 1.1.2 Serviços de Apoio 1.2 As Autoridades Competentes 1.3 Custos dos Serviços Portuários Glossário Referências Unidade 4 | Os Procedimentos dos Terminais 1 Os Procedimentos dos Terminais 1.1 O Cotidiano do Porto e seus Terminais 1.2 Os Procedimentos de Segurança Glossário Atividades Referências Unidade 5 | As Entidades Relacionadas ao Transporte Aquaviário 1 As Entidades Relacionadas ao Transporte Aquaviário 1.1 As Entidades Relacionadas 1.2 As Funções do Estado e das Empresas no Shipping 1.2.1 As Funções do Estado 1.2.2 As Funções das Empresas Glossário Atividades Referências
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