Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Infecções bacterianas do Sistema Nervoso Central Meningites Classificação: Bacterianas (ou purulentas), virais e granulomatosas (tuberculosas e fúngicas); Etiologia De acordo com a faixa etária: do recém-nascido até os três meses de vida - Streptococcus agalactie (estreptococo B), Listeria monocytogenes, bacilos Gram-negativos, especialmente a Escherichia coli e as Salmonelas, e por último o Streptococcus pneumoniae (pneumococo). Dos quatro meses de idade até as crianças menores de cinco anos - Haemophilus influenzae tipo b, Neisseria meningitidis (meningococo) e, por último, o Streptococcus pneumoniae. Dos cinco anos até a idade adulta jovem - Streptococcus pneumoniae e a Neisseria meningitidis (meningococo). Etiologia: Existem situações especiais, como as meningites bacterianas por trauma fechado de crânio, com fístula liquórica ou nas deficiências imunológicas das frações iniciais do complemento, onde predomina o pneumococo. Nos traumas de crânio com exposição de massa encefálica predominam o Staphylococcus aureus e o Staphylococcus epidermidis. Os bacilos Gram-negativos estão comumente associados a procedimentos envolvendo o abdome. Etiologia: A meningite como complicação de punção liquórica pode ocorrer, sendo os principais agentes o Staphylococcus aureus e bactérias Gram-negativas, como Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella pneumoniae. Na meningite pós-procedimentos neurocirúrgicos, tem-se isolado bactérias anaeróbicas, principalmente o Propionebacterium acne. As principais vias de infecção são: a transplacentária (Listeria monocytogenes); vertical (Escherichia coli, Streptococcus agalactie) ou horizontal após o nascimento (Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis). Patogênese no recém-nascido: A colonização bacteriana ocorre de início na pele, coto umbilical, nasofaringe e reto; promove bacteremia e invasão meningea. Há imaturidade do sistema imune do recém-nascido. Os prematuros têm níveis diminuídos de IgG e os recém-nascidos normais têm baixas concentrações de IgM e IgA, isto facilita infecções por bactérias Gram-negativas e penetração de bactérias pelo trato respiratório e gastrointestinal. 7 Neisseria menigitidis Patogenia e Patologia Porta de entrada – nasofaringe Na nasofaringe os meningococos se fixam às céls epiteliais através dos pili, podendo fazer parte da flora transitória sem causar sintomas. A partir da nasofaringe, os meningococos podem alcançar a corrente sanguinea causando bacteremia (meningococcemia). A meningococcemia pode levar desde sintomas semelhantes a uma infecção do trato respiratório até sintomas mais graves, quando fulminante. Neisseria menigitidis Patogenia e Patologia Durante a meningococcemia ocorre trombose de muitos vasos sanguíneos de pequeno calibre em muitos órgãos, com infiltração perivascular e hemorragias petequiais. Na meningite, as meninges apresentam inflamação aguda, com trombose dos vasos sanguíneos e exsudação de LPN, fazendo com que a superfície do cérebro seja recoberta por um espesso exsudato purulento Neisseria menigitidis Tratamento Penicilina G Em indivíduos com alergia a penicilina recomenda-se cloranfenicol ou uma cefalosporina de 3ª G Neisseria menigitidis Diagnóstico Amostras : Sangue para cultura LCR para esfregaço, cultura e determinações químicas Nasofaringe para determinar o estado portador Punção de petéquias para esfregaço e cultura Esfregaço – coloração de Gram – presença de neissérias típicas no interior de LPN e fora das céls Cultura – cada amostra tem um meio apropriado Identificação – bioquímica, rçs de fermentação de carboidratos ou sorologia (em labs de referencia) Diagnóstico diferencial Meningites virais Meningoencefalite HSV-1 Febre maculosa Hemorragia subaracnóide Abscesso cerebral Empiema subdural Endocardites Síndromes neurolépticas malignas Meningite tuberculosa Meningite fúngica Infecções Oftálmicas Bacterianas Conjuntivites: Sinais e Sintomas Geralmente incluem: vermelhidão de um ou ambos os olhos, secreção casos bacterianos: espessa, amarelada ou esverdeada; casos virais: aquosa ou mucóide; casos alérgicos: fluída, aquosa ou mucóide; graus variados de prurido, queimação embaçamento visual (envolvimento da córnea) as pálpebras também ficam inchadas. Conjuntivites comuns bacterianas Agentes etiológicos: Streptococcus pneumoniae Leptospira Haemophilus influenza biotipo aegyptius – Febre Purpúrica Brasileira (BPF), caracteriza-se por febre, colapso vascular purpúrico e maciço e é rapidamente fatal Outras Conjuntivites Agentes etiológicos: Neisseria gonorrhoeae ocorre em RN na passagem pelo canal vaginal infectado, resulta em uma condição purulenta grave, observada no primeiro ou segundo dia de vida – tratada imediatamente com penicilina ou prevenida com eritromicina Staphylococcus aureus infecta tanto RN qto adultos. causam blefarite – infecta bordas das pálpebras causam terçol – infecta glândulas e folículos das pálpebras Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Superior Estrutura e Função do Trato Respiratório Superior Inferior Laringe Traquéia Brônquios Alvéolos Nariz Faringe Ouvido Médio Estrutura e função do Trato Respiratório Superior Inferior Tecido linfóide Tonsilas e adenóides Saliva e lágrimas Pêlos Grosseiros Células secretoras de muco e cílios Defesas Membrana mucosa ciliada até brônquios Macrófagos alveolares IgA Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Superior Agentes infecciosos bacterianos – Faringite aguda – Streptococcus pyogenes (beta-hemolítico do grupo A), Haemophilus influenzae (tipo B – após a vacina se tornou rara), Neisseria gonorrhoeae, Corynebacterium diphtheriae, Borrelia vincenti, Otite e sinusite – Streptococcus pneumonieae, Haemophilus influenzae não tipável e Moraxella catarrhalis Otite externa – Staphylococcus aureus, Proteus, Pseudomonas aeruginosa, Infecções da cavidade oral – Streptococcus mutans, Actinomyces viscosus, Actinobacillus, Bacteroides Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Superior Faringite bacteriana – Streptococcus pyogenes – Streptococcus beta-hemolítico do grupo A Patogenese – Inicialmente ocorre a adesão da bactéria ao epitélio da mucosa, por meio dos ácidos lipoteicóicos dos pilis superficiais Invasão???? A faringite pode ser de intensidade variável O processo é autolimitado, mas podem ocorrer complicações como escarlatina, choque tóxico, bacteremias, febre reumática. Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Superior Faringite bacteriana – Streptococcus pyogenes – Streptococcus beta-hemolítico do grupo A Diagnóstico Laboratorial – Pode ser realizado o teste estreptocócico rápido com swab em caráter de urgência Geralmente adota-se os critérios de Centor para decidir quem deve receber tratamento Febre (subjetiva ou aferida) Linfadenopatia cervical anterior Aumento das amigdalas (tonsilas) com exsudatos Ausência de tosse Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Superior Faringite bacteriana – Streptococcus pyogenes – Streptococcus beta-hemolítico do grupo A Tratamento – Penicilina – 5 dias é tão satisfatório como 10 dias Deve-se evitar amoxicilina – pacientes com mononucleose demonstram um exantema significativo Penicilina G benzatina – uma única dose IM Azitromicina – 3-6 dias (500mg 1 vez/dia) – casos de alergia a penicilina Cefalosporina de 2ª GER – 5 dias (250mg 2vezes/dia) – pode resultar em maior erradicação bacteriológica Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Superior Faringite bacteriana – Gonocócica Manifestações clínicas – Apresenta-se semelhante a faringite por GABHS, porém é sugerida por uma história de sexo oral sem proteção ou na vigência de infecção bacteriana que não no inverno, ou ainda na presença de uretrite, corrimento uretral ou dor e tumefação articulares. Linfadenopatia é menos comume os exsudatos faríngeos são mais pronunciados Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Superior Faringite bacteriana – Gonocócica Diagnóstico Laboratorial – Cultura da garganta e uretral Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Superior Faringite bacteriana – Gonocócica Tratamento – Ceftriaxona, 1 dose IM de 125mg e doxiciclina, 100mg, 2vezes/dia por 7 dias, ou 1 dose de azitromicina de 1g, substituindo doxiciclina Todos os parceiros sexuais devem ser notificados e tratados Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Superior Faringite bacteriana – Diftérica Patogênese – Período de incubação: 3 a 5 dias. Colonização: inicialmente se multiplicam nas tonsilas e na faringe, desenvolvendo uma pseudomembrana de pús visível no fundo da boca dos indivíduos afetados. Outros locais de infecção: Também pode infectar o nariz, e a conjuntiva, assim como raramente, feridas noutras localizações como axilas e virilhas Corynebacterium difteriae (mitis, intermedium e gravis) Infecção por Corynebacterium diphtheriae Formação de pseudo membrana Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Superior Faringite bacteriana – Diftérica Patogênese – A pseudomembrana é bem aderente e pode impedir a passagem de ar no lúmen do tubo respiratório, levando à asfixia, comum em crianças. Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Superior Faringite bacteriana – Diftérica Diagnóstico – Identificação da toxina, através do teste de Elek. Este teste consiste numa reação de imunodifusão (identificação da toxina no soro do doente através de anticorpos exógenos específicos para a toxina). A cultura e observação microscópica Testes bioquímicos do patógeno recolhido de amostras do exsudato faringeal é importante na confirmação. Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Superior Faringite bacteriana – Diftérica Tratamento – Antitoxina diftérica – obtida pela inoculação do toxóide em animais. Uso clínico obrigatório em suspeitas de difteria: Uma unidade = 0,0628g → Recomenda-se de 50-100U intramuscular ou intravenosa. É obrigatório o teste de hipersensibilidade. A administração da antitoxina deve ser feito no mesmo dia. Antimicrobianos – Penicilina e Eritromicina Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Inferior Estrutura e Função do Trato Respiratório Superior Inferior Laringe Traquéia Brônquios Alvéolos Nariz Faringe Ouvido Médio Estrutura e função do Trato Respiratório Superior Inferior Tecido linfóide Tonsilas e adenóides Saliva e lágrimas Pêlos Grosseiros Células secretoras de muco e cílios Defesas Membrana mucosa ciliada até brônquios Macrófagos alveolares IgA Vias pelas quais os microrganismos atingem os alvéolos: Inalação dos microorganimos através de aerossois Aspiração dos microrganimos do trato respiratório superior para os pulmões: maioria das pneumonias e abscessos Aspiração dos microrganimos do trato gastrointestinal para os pulmões: abscessos Via hematogênica: rara, mas pode ocorrer em imunocomprometidos Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Inferior Inóculo O tamanho das partículas inaladas é importante na determinação da distância que estes agentes infecciosos vão atingir o trato respiratório inferior Pneumonia Bacteriana Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Inferior Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Inferior Infecções Agudas – Coqueluche Bronquite aguda Exacerbações agudas da bronquite crônica Pneumonia Infecções Bacterianas do Trato Respiratório Inferior Infecções Crônicas – Tuberculose Abscessos pulmonares com empiema Infecções em pacientes com fibrose cística 42 Coqueluche 43 Agente etiológico da coqueluche Bordetella pertussis Características – cocobacilos Gram-negativos crescem isolados ou em pares encapsulados aeróbios cultivo – ágar Regan-Lowe Transmissão – disseminação de gotículas pela tosse A bactéria sobrevive por pouco tempo no ambiente Patogênese – Período de incubação – de 1 a 3 semanas Apresenta duas fases – fase catarral – inicia com sintomas relativamente inespecíficos, com febre moderada, corrimento nasal, tosse produtiva, e então progride para tosse seca, não-produtiva fase paroxistica – a tosse piora, causando paroxismos (série de tosses curtas) seguidos por um estridor quando o paciente inspira rapidamente. Geralmente apresenta intensa linfocitose Patogênese – São produzidas grandes quantidades de muco O período de convalescença dura de 3 a 4 semanas podendo surgir complicações secundárias como: Encefalopatia Convulsões e/ou Broncopneumonia secundária Anoxia do SNC Diagnóstico laboratorial – material de análise – amostras nasofaríngea cultivo – ágar seletivo Regan-Lowe (colônias puntiformes hemolíticas) Imunofluorescência direta em amostras nasofaríngeas Tratamento – Eritromicina – é utilizada tanto para tratamento como profilaxia. Reduz a severidade e duração da doença e o número de microorganismos Trimetoprim-sulfametoxazol – é utilizado no caso de falha da terapia com eritromocina Cçs <1ano – devem ser hospitalizadas
Compartilhar