contabilidade gerencial controladoria 3

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Mauridete de Oliveira Dias
Contabilidade gerencial 
e controladoria
Sumário
03
CAPÍTULO 3 – A controladoria e as funções do controller .................................................05
Introdução ....................................................................................................................05
3.1 Conceitos e características da função de controller ......................................................05
3.1.1 Qualificação do controller para os tempos atuais ...............................................08
3.1.2 Controller: princípios morais no exercício da profissão.........................................09
3.2 Requisitos ................................................................................................................12
3.2.1 Requisitos para exercício da profissão: aspectos comportamentais e técnicos .........12
Síntese ..........................................................................................................................18
Referências Bibliográficas ................................................................................................19
Capítulo 3 
05
Introdução
A transformação que se pode observar no campo da economia do mundo contemporâneo, no-
tadamente, traz reflexos ao ambiente organizacional, o que também causa impacto na postura 
do profissional de controladoria. 
Dessa forma, as empresas buscam se reinventar, adotando posturas de sobrevivência que são 
amparadas por setores internos capazes de auxiliá-las no processo de tomada de decisão. É 
nesse contexto que se integram a controladoria e o controller. 
Nesse sentido, você precisará entender que a controladoria, como qualquer outro setor de uma 
empresa, não existirá por si só se não houver um profissional que lhe dê vida. A partir desse 
ponto, você conhecerá a figura do controller como agente responsável pela condução da con-
troladoria.
O controller é o profissional responsável pelo planejamento, pela coordenação, direção e pelo 
controle das atividades de curto, médio e longo prazo, executadas em diversas áreas da empresa.
Assim, com tantas atribuições, você sabe quais são as características e qualificações exigidas 
para o exercício da função de controller? Existe um curso de graduação para quem deseja atuar 
nessa função? Para responder a essas perguntas, a seguir você estudará os aspectos relaciona-
dos a esse cargo.
3.1 Conceitos e características da função de 
controller
O conceito de controller está ligado aos atos de controlar, planejar, avaliar e reportar aos exe-
cutivos de uma empresa as informações relevantes para a tomada de decisão. Contudo, é im-
portante esclarecer que a função do controller não é um ato de fiscalização ou punição, mas 
são ações no sentido de monitoramento, acompanhamento e avaliação de desempenho com o 
objetivo de melhoria contínua.
A controladoria e as 
funções do controller 
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Contabilidade gerencial e controladoria
Figura 1 – O controller no exercício de suas funções.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Nesse sentido, Herckert e Wilson (1963, apud PADOVEZE, 2012, p. 33) vão além ao afirmar 
que a essência da função controller é a visão proativa, permanentemente voltada para o futuro: 
Essencial para a compreensão apropriada da função de controladoria, é uma atitude mental que 
energiza e vitaliza os dados financeiros por aplicá-los ao futuro das atividades da companhia. 
É um conceito de olhar para a frente – um enfoque analiticamente treinado, que traz balanço 
entre o planejamento administrativo e o sistema de controle. 
Assim, devido à importância de suas funções e à quantidade de processos nos quais ele tem par-
ticipação, o controller é considerado um profissional de alto nível na empresa, de forma que se 
espera dele capacidade de prever os problemas que poderão surgir e de coletar as informações 
necessárias para as tomadas de decisões. 
Corroborando essa afirmação, Tung (apud OLIVEIRA; PEREZ JÚNIOR; SILVA, 2013, p. 11) traz as 
seguintes habilidades consideradas essenciais para a função do controller:
•	 Prever	problemas 
Ter capacidade de prever os problemas que poderão surgir e de coletar as informações neces-
sárias para as tomadas de decisão. Ele é, principalmente, um executivo do staff, cuja função 
principal é obter e interpretar os dados que possam ser úteis aos executivos na formulação de 
uma nova política empresarial e, especialmente, na execução dessas políticas. 
•	 Tomar	iniciativas	
 Possuir o discernimento necessário para tomar a iniciativa na elaboração de relatórios, quando 
necessário. Não deve esperar que os outros executivos solicitem sua orientação. Deve prever as 
necessidades de cada um e procurar, com eles, os meios para atendê-las. 
•	 Fornecer	informações	específicas	
Fornecer as informações específicas a cada usuário – preparadas na linguagem do executivo que 
as recebe –, que podem variar desde as complicadas análises de desempenho e projeções de 
cenários estratégicos até relatórios sumarizados em algumas linhas. 
07
•	 Apresentar	dados	globais	de	desempenho
Traduzir os desempenhos passados e presentes em gráficos de tendência e em índices, uma vez 
que os números, por si só, podem não ser suficientes na tarefa de auxiliar a administração da 
empresa. Não basta, por exemplo, afirmar que as vendas de determinado mês foram inferiores 
às do mês anterior. 
É necessário mostrar o comportamento das vendas em comparação ao orçamento ou às estima-
tivas e às vendas globais, em função da estrutura do setor comercial. A apresentação dos dados 
globais quase sempre permite uma avaliação mais adequada e justa do desempenho final das 
áreas envolvidas. 
•	 Ter	visão	proativa	
Ter uma visão proativa e preocupada com o futuro, visto que pouca coisa pode ser feita na prá-
tica com a análise restrita aos fatos passados, que não podem mais ser gerenciáveis. 
•	 Gerar	informações	atualizadas	e	confiáveis	
Elaborar relatórios da forma mais rápida possível, gerando informações atualizadas e confiáveis. 
No moderno ambiente corporativo, as mudanças se processam cada vez mais rapidamente, o 
que exige respostas ágeis para ajudar na solução dos novos problemas. 
•	 Ser	persistente	na	conscientização	sobre	os	problemas 
Insistir na análise e no estudo de determinados problemas, mesmo que os executivos das áreas 
envolvidas não estejam dando a devida atenção para os fatos reportados pela controladoria. O 
controller não deve forçar uma tomada de decisão, mas poderá conseguir a correta conscienti-
zação dos responsáveis ao manter o assunto presente até que uma decisão seja de fato tomada. 
•	 Assumir	papel	de	conselheiro	e	de	consultor
 Sempre que possível, assumir a posição de conselheiro ou exercer o papel de consultor na busca 
de solução para os problemas, nunca a de crítico. Se for bem-sucedido nas primeiras tentativas 
de ajudar os executivos de determinados setores ou departamentos, as portas das demais áreas 
da corporação lhe estarão sempre abertas, visto que passará a ser visto como funcionário com-
petente e realmente disposto a contribuir para a gestão da empresa. 
•	 Ser	imparcial	e	justo	
Ser imparcial e justo em suas críticas e comentários ao desempenhar as funções de controle e 
avaliação do desempenho dos demais departamentos e executivos da organização. 
•	 Ter	capacidade	de	apresentar	propostas	
Ter capacidade de vender suas ideias em vez de procurar impor suas opiniões, por mais válidas 
e interessantes que elas sejam. Pode-se afirmar que são raros os bons profissionais que não 
acatam de bom grado as interferências positivas em seus trabalhos, desde que sejam realmente 
feitas de maneira bem-intencionada e inteligente. 
•	 Ter	compreensão	dos	limites	das	suas	compreensões	
Ter, principalmente, a capacidade de compreender que, nodesempenho de suas funções, suas 
contribuições para outras áreas sofrem limitações. Por melhores que sejam seus relatórios, mes-
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Contabilidade gerencial e controladoria
mo que baseados em dados numéricos inquestionáveis, colhidos e analisados da melhor forma 
possível, sua opinião não deve substituir nunca a capacidade individual do executivo que recebe 
tais informações.
Enfim, diante de tantas habilidades esperadas para um controller, certamente ele necessita de 
uma boa formação, que permita um grau de qualificação à altura das exigências que lhes são 
atribuídas. E para você saber mais sobre a qualificação desse profissional, veja a seguir a quali-
ficação do controller nos tempos atuais.
Quais são as características comportamentais e quais os conhecimentos técnicos ne-
cessários para atuar como controller? Descubra em: <http://www.crcpr.org.br/new/
content/publicacao/revista/revista137/controladoria.htm>.
NÓS QUEREMOS SABER!
3.1.1 Qualificação do controller para os tempos atuais
A qualificação que você verá aqui se trata do conhecimento técnico necessário para que o pro-
fissional de controladoria possa exercer suas funções de maneira satisfatória e condizente com 
o que o cargo exige.
Assim, antes de falarmos sobre essa qualificação, é preciso saber que o controller, como encar-
regado da controladoria, é um profissional multifuncional, cujo papel é zelar pela continuidade 
da empresa por meio do gerenciamento de um eficiente sistema de informação.
Para isso, necessita agregar conhecimentos de várias áreas, como administração, contabilidade, 
economia, estatística e informática, trabalhando de forma que essa interdisciplinaridade possa 
levar a empresa a alcançar resultados superiores aos que alcançaria se contasse com esses cam-
pos de maneira isolada.
Nessa conjuntura, Oliveira, Perez Júnior e Silva (2013) afirmam que, para atender às exigências 
do mercado de trabalho, os conhecimentos requeridos para o desempenho das funções de um 
controller são:
•	 contabilidade e finanças;
•	 sistema de informações gerenciais;
•	 tecnologia de informação;
•	 aspectos legais de negócios e visão empresarial;
•	 métodos quantitativos;
•	 processos informatizados da produção de bens e serviços.
Os autores afirmam ainda que, no mercado de trabalho atual, exigem-se do controller, além dos 
conhecimentos citados anteriormente, domínio técnico e habilidades, como práticas em negocia-
ções, planejamento estratégico, relacionamento e facilidade para vender suas ideias e conceitos, 
bem como conhecimento da cultura e estilo de atuação da empresa. 
09
Por fim, é importante lembrar que, juntamente com o que você estudou até agora, a função do 
controller é fortemente pautada por princípios morais e éticos, que serão apresentados a seguir.
Para complementar seus estudos, leia o primeiro capítulo do livro Controladoria estra-
tégica, em que os autores Luiz Martins de Oliveira, Hernandez Perez Júnior e Carlos 
Alberto dos Santos Silva destacam os aspectos relacionados à função de controller.
NÃO DEIXE DE LER...
3.1.2 Controller: princípios morais no exercício da profissão
Primeiramente, antes de falarmos dos princípios morais que norteiam o exercício da função de 
controller, apresentamos aqui algumas definições das palavras princípio e moral, ambas con-
sultadas no Dicionário de Português Online Michaelis: 
prin.cí.pio
[...] 4 Causa primária. [...] 7 Característica determinante de alguma coisa. [...] 13 Norma de 
conduta. 14 Modo de ver; opinião, parecer [...] 3 Regras ou código de (boa) conduta pelos 
quais alguém governa a sua vida e as suas ações. 4 Doutrinas fundamentais ou opiniões 
predominantes.
mo.ral 
[...] 1 Relativo à moralidade, aos bons costumes. 2 Que procede conforme à honestidade 
e à justiça, que tem bons costumes. 3 Favorável aos bons costumes. 4 Que se refere ao 
procedimento. 5 Que pertence ao domínio do espírito, da inteligência (por oposição a físico 
ou material). [...] 8 Diz-se da atitude ou comportamento de quem está perturbado, confuso ou 
embaraçado por qualquer circunstância. 9 Diz-se de tudo que é decente, educativo e instrutivo. 
sf 1 Parte da Filosofia que trata dos atos humanos, dos bons costumes e dos deveres do homem 
em sociedade e perante os de sua classe. 2 Conjunto de preceitos ou regras para dirigir os atos 
humanos segundo a justiça e a equidade natural. 3 Tratado especial de moral. 4 Conclusão 
moral que se tira de uma fábula, de uma narração etc. 5 Lição de moral. 6 Modo de proceder. 
7 As leis da honestidade e do pudor. sm 1 Conjunto das nossas faculdades morais. 2 Disposição 
do espírito, energia para suportar as dificuldades, os perigos; ânimo: O moral das tropas. Com 
moral alto. 3 designativo dos preceitos gerais de moral que devem ser observados por todos os 
membros da sociedade. 
Dados os diversos significados, adotaremos os que mais se aproximam do sentido utilizado pelos 
estudiosos da controladoria e da prática da função de controller. Assim, utilizaremos a definição 
“conjunto dos princípios e valores morais de conduta do homem conforme as regras éticas e dos 
bons costumes”.
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Figura 2 – Alguns parâmetros que definem a conduta ética.
Fonte: Coutinho, 2011.
Nessa segunda parte da tratativa deste assunto, é necessário contextualizar o exercício da função 
de controller, que se trata de um conceito relativamente novo no Brasil, uma vez que é importado 
de outros países, como os Estados Unidos e a Inglaterra.
Complementarmente a isso, sabemos da forte ligação da controladoria e da contabilidade, de 
forma que muitas das regras de conduta e princípios morais aplicados ao profissional contábil 
são também aplicadas ao profissional de controladoria, convergindo para isso a chegada de 
capital estrangeiro no Brasil, que exerceu muita influência na atuação dos contadores e dos 
controllers brasileiros. 
Agora que você conheceu esse contexto, volte aos princípios morais que norteiam a função de 
controller, os quais tratam de valores e costumes que ditarão a conduta e o comportamento desse 
profissional, conforme demonstrado no Quadro 1 a seguir:
11
• Mitigar conflitos de interesses reais. Comunicar-se regularmente com
associados para evitar conflitos de interesse aparentes. Informar todas as
partes de quaisquer conflitos potenciais.Integridade e
honestidade
• Abster-se do envolvimento em qualquer conduta que prejudicaria a
realização de suas obrigações de maneira ética.
• Transmitir as informações de maneira honesta e objetiva.
• Divulgar todas as informações relevantes que possam influenciar a
compressão dos relatórios, análises ou recomendações de um usuário
pretendido.
• Divulgar atrasos ou deficiências nas informações, atualidade,
processamento ou controles internos em conformidade com as políticas
da organização ou com as leis aplicáveis.
• Manter as informações confidenciais exceto quando for autorizada ou
exigida judicialmente.
• Informar todas as partes relevantes em relação ao uso apropriado das
informações confidenciais. Monitorar as atividades dos subordinados de
modo a garantir o cumprimento desse padrão.
• Abster-se do uso de informações confidenciais para tirar proveito de
forma antiética ou ilegal.
• Manter um nível de qualificação profissional desenvolvendo
continuamente o conhecimento e as habilidades.
• Realizar obrigações profissionais de acordo com as leis, regulações e
padrões técnicos relevantes.
• Fornecer informações e recomendações de suporte a decisões que
sejam precisas, claras, concisas e oportunas.
• Reconhecer e comunicar limitações profissionais ou outras limitações
que impossibilitariam uma avaliação respondável ou o desempenho
bem-sucedido de uma atividade.
Credibilidade e
ObjetividadeCompetência e
responsabilidade
Confidencialidade
Princípios Aplicação prática
Quadro 1 – Princípios e aplicações práticas para a função de controller
Fonte: Adaptado de Garrison; Noreen; Brewer, 2003.
Enfim, os princípios morais são norteadores da conduta do indivíduo, por isso são tão impor-
tantes no ambiente empresarial, de forma que, baseado neles, algumas empresas criam seus 
próprios códigos de ética e conduta. Na sua ausência, o controller, como agente proativo, é 
responsável por apresentar soluções.
O que é um código de ética e conduta profissional? É um documento formal que 
orienta como um indivíduo deve conduzir suas ações no âmbito profissional. Para com-
plementar seus estudos, consulte o Código de Ética Profissional do Contador (CEPC), 
disponível no link: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/res803.htm>. 
Confira, ainda, a Resolução CFC nº 1.307 de 9 de dezembro de 2010 (altera dispo-
sitivos da Resolução CFC nº 803/1996, que aprova o Código de Ética Profissional do 
Contabilista). Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolucao-
cfc1307_2010.htm.>.
NÓS QUEREMOS SABER!
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3.2 Requisitos
O alto nível de gestão atualmente exigido das empresas traz alguns reflexos também para o mer-
cado de trabalho. E isso é percebido cada vez mais pelas exigências impostas aos atuais e futuros 
colaboradores, entre as quais estão desde o domínio de uma segunda língua e capacidade de 
liderança até o conhecimento específico de determinados sistemas de informação.
Diante de tal realidade, o profissional precisa se atualizar, buscar qualificação e desenvolver 
competências técnicas para se colocar nesse mercado; para tanto, ter uma boa formação em 
sua área de atuação é essencial.
Assim, nessas circunstâncias, para a escolha e contratação de um profissional, os gestores jun-
tamente com o departamento de recursos humanos precisam entender as necessidades do cargo 
em questão para então poder definir quais são as qualidades e habilidades técnicas e comporta-
mentais necessárias ao novo colaborador. E isso vale para todos os cargos da empresa. Alguns, 
em especial, exigem maior atenção devido ao seu grau de responsabilidade, como é caso do 
controller.
Dessa forma, você saberá quais são os requisitos exigidos para a função de controller, enten-
dendo-os como um conjunto de condições e atributos exigidos pelo mercado de trabalho para 
a ocupação desse posto.
Nesse sentido, é sabido que o controller tem grande responsabilidade e acesso a muitas infor-
mações relevantes e sigilosas dentro de uma empresa, de maneira que essa função não deve ser 
atribuída a profissionais que não possuam princípios morais e qualificação técnica apropriada. 
A fim de proporcionar a você um melhor entendimento, apresentaremos, no item seguinte, os 
requisitos para o exercício da profissão de controller: aspectos comportamentais e técnicos. 
NÃO DEIXE DE VER...
Para conhecer mais sobre os requisitos, conhecimentos e habilidades necessários a um 
controller, não deixe de ver a entrevista concedida por Idalberto José das Neves Junior, 
gerente de controladoria de uma instituição financeira. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=1J1gmxFqDWc>.
3.2.1 Requisitos para exercício da profissão: aspectos comportamentais e 
técnicos
A partir daqui, vamos tratar dos requisitos básicos para o exercício da função de controller. Eles 
serão citados de maneira generalizada, uma vez que cada empresa impõe os seus próprios re-
quisitos, de acordo com a sua realidade e área de atuação.
13
Figura 3 – Qualificações e habilidades destacam o controller
Fonte: Shutterstock, 2015.
Com a intenção de construir seu entendimento sobre o assunto, trazemos aqui algumas das 
qualificações básicas requeridas para a função de controller, segundo Heckert e Wilson (apud 
PADOVEZE, 2012, p. 33-36):
•	 habilidade para analisar e interpretar dados contábeis e estatísticos de modo que sirvam 
de base para a ação;
•	 habilidade de expressar ideias claras por escrito, em linguagem adequada ao usuário a 
quem se dirige;
•	 conhecimento amplo de princípios e procedimentos contábeis e habilidade para dirigir 
pesquisas estatísticas;
•	 entendimento do setor de atividade econômica do qual sua empresa faz parte e as forças 
políticas, econômicas e sociais diretamente relacionadas a ela;
•	 conhecimento amplo da empresa em que atua, sua história, suas políticas, sua organização 
e suas operações;
•	 conhecimento e entendimento dos problemas da organização, planejamento e controle;
•	 entendimento dos problemas relacionados à administração da produção, distribuição, de 
finanças e pessoal.
Oportunamente, além das qualificações básicas requeridas citadas pelos autores, acrescenta-
mos:
•	 conhecimento de matemática financeira;
•	 conhecimento de tributação e legislação;
•	 capacidade de relacionamento.
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Diante do exposto, é possível observar que, quando se trata de requisitos exigidos pelo mercado 
de trabalho para o exercício da função de controller, são requeridas não só habilidades técnicas, 
mas também comportamentais. 
Tal observação pode ser confirmada pelos exemplos de prática de mercado apresentados nos 
quadros 2, 3 e 4 a seguir, que nos mostram três anúncios de vagas que o sistema de busca do 
site de carreiras Vagas.com.br, de acesso público e gratuito, nos ofertou ao procurarmos pela 
palavra controller.
A título de confirmação da exigência do requisito de idiomas estrangeiros, informamos que, du-
rante essa busca, também foram ofertados diversos anúncios de vagas escritas 100% em inglês, 
o que nos indica que saber essa língua é essencial para a vaga em questão.
Exigências 
•	 Necessárias experiências anteriores em cargos de gestão. 
Escolaridade 
•	 Superior completo em Direito, Ciências Contábeis, Economia ou 
Administração.
Perfil
•	 Habilidades gerenciais, fluência verbal e escrita.
•	 Aptidão para a resolução de conflitos e problemas.
Funções
•	 Acompanhamento de atividades da controladoria jurídica, 
implantação e gestão de processos; análise de dados e report à 
gerência geral e à diretoria; gestão de metas e prazos alinhados 
às políticas internas.
Quadro 2 – Controller para atuação em escritório de advocacia
Fonte: Adaptado de Vagas.com.br, 2015.
Analisando os requisitos para essa vaga, observa-se uma abertura para a área de formação dos 
profissionais. Conforme podemos ver, Direito, Ciências Contábeis, Economia ou Administração 
são áreas aceitáveis, com destaque para que o profissional tenha um perfil de gestão e análise.
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Descrição 
•	 Melhoria do ciclo de planejamento e controladoria.
•	 Análise e controle de evolução de resultados, estimativas, 
orçamento e discussões com a diretoria e representantes 
regionais/matriz.
•	 Participar das auditorias externas.
•	 Ser responsável por melhorias dos resultados das operações.
•	 Melhorias dos KPIs da empresa.
•	 Coordenar, participar e implementar projetos financeiros.
•	 Trabalhar junto com a área de operações para entender e 
melhorar contratos.
•	 Ser interface entre área financeira e operacional.
Perfil 
•	 Raciocínio lógico.
•	 Conhecimento amplo de contabilidade e IFRS.
•	 Visão global e detalhada.
•	 Gerir mudanças com rapidez.
Quadro 3 – Controller para atuação em multinacional
Fonte: Adaptado de Vagas.com.br, 2015.
Para essa vaga, observa-se uma ampla descrição do perfil desejado e do que se espera do can-
didato. Contudo, apesar de enfatizar a necessidade de amplo conhecimento em contabilidade 
e inclusive das normas contábeis internacionais, não é informado qual é formação acadêmica 
aceitável para concorrer ao cargo.
O queé KPI? Trata-se da sigla que corresponde a key performance indicator, uma téc-
nica de gestão conhecida em português como indicador-chave de desempenho. Esse 
indicador é utilizado para medir o desempenho dos processos de uma empresa e, com 
essas informações, colaborar para que alcance seus objetivos. Saiba mais no endere-
ço: <http://www.significados.com.br/?s=KPI>.
NÓS QUEREMOS SABER!
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Atividades 
•	 Acompanhamento do fechamento contábil para assegurar a sua 
boa qualidade. 
•	 Análise mensal de resultado: comparativo budget vs. realizado, 
evolução mensal e estimação de um rolling forecast (previsão 
contínua de compras). 
•	 Apoio ao diretor operacional para apresentação à direção geral 
e financeira.
•	 Acompanhamento dos processos de forecast e budget junto ao 
diretor operacional. 
•	 Análise crítica, avaliando a qualidade das projeções.
•	 Apoiar o processo de reajustes contratuais.
•	 Execução de análises ad hoc sob demanda da direção operacional 
e financeira (acompanhamento de iniciativas estratégicas, etc.).
Requisitos 
•	 Experiência na posição de supervisor e/ou controller, idealmente 
na área de prestação de serviços de empresas de grande porte. 
•	 Conhecimento de sistemas financeiros (SAP). 
•	 Vivência de gestão de equipe seria um plus. 
•	 Inglês avançado.
•	 Formação: superior completo em Administração de Empresas / 
Contábil-Financeiro / Finanças e Economia e pós-graduação ou 
MBA em Finanças – com noções contábeis.
Quadro 4 – Controller para atuação em multinacional
Fonte: Adaptado de Vagas.com.br, 2015.
Antes de analisar essa vaga, vamos verificar alguns termos empregados no Quadro 4 de acordo 
com o portal Significados.com.br. Esses conceitos podem ser úteis também para a compreensão 
do descritivo de outras vagas. 
•	 Budget – Pronuncia-se bâdget. O termo, oriundo da língua inglesa, significa orçamento. 
“É frequentemente utilizado no meio empresarial para designar o orçamento periódico 
(normalmente anual) feito por uma empresa, em que são inseridas variáveis de custos, 
receitas e despesas, definindo um plano de contas”. 
•	 Forecast – “O conceito de Forecast, também chamado de ‘orçamento revisado’, é um 
método de previsão, análise e revisão de um orçamento, baseado na atual situação da 
empresa, porém, dependendo da volatilidade dos mercados essa previsão pode mudar”. 
•	 Ad hoc – “Significa ‘para esta finalidade’, ‘para isso’ ou ‘para este efeito’. É uma 
expressão latina, geralmente usada para informar que determinado acontecimento tem 
caráter temporário e que se destina para aquele fim específico”. 
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Para essa vaga, portanto, observamos um enfoque para as atividades contábeis e financeiras, 
exigência do idioma inglês no nível avançado e, como destaque, a exigência de uma especiali-
zação em finanças com noções contábeis. Por fim, respondendo à pergunta suscitada na intro-
dução deste capítulo: existe um curso específico para quem deseja atuar função de controller? 
Respondemos que, especificamente, não existe graduação que tenha essa finalidade ou que 
forneça certificação para controller. Ou seja, profissionais de diversas áreas podem a atuar na 
função de controller, desde que preencham os requisitos exigidos pelo mercado de trabalho. 
Para entender mais sobre a atuação do controller no mercado de trabalho brasileiro, 
não deixe de ler O perfil do controller sob a ótica do mercado de trabalho nacional, de 
R. J. Lunkes, A. Borgert, L. C. Cunha e M. J. Ferrari. Disponível em: <http://www.aca-
demia.edu/392876/O_PERFIL_DO_CONTROLLER_SOB_A_%C3%93TICA_DO_MER-
CADO_DE_TRABALHO_NACIONAL>.
NÃO DEIXE DE LER...
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Síntese
Neste capítulo, você:
•	 conheceu os diversos aspectos inerentes ao exercício da função de controller, tais como 
características, responsabilidades, qualificações exigidas, princípios morais, requisitos 
necessários e os aspectos comportamentais e técnicos;
•	 aprendeu que as características e responsabilidades da função estão relacionadas à 
capacidade de prever problemas, tomar iniciativas, fornecer informações específicas, 
apresentar dados globais de desempenho, ter visão proativa, gerar informações atualizadas 
e confiáveis, ser persistente na conscientização sobre os problemas;
•	 viu que, em relação à qualificação exigida para a função de controller, a lista é diversa, 
passando desde conhecimento contábil e em tecnologia da informação até um segundo 
idioma, entre outros, cabendo ao profissional buscar a qualificação adequada para 
exercê-la;
•	 percebeu que a função de controller é fortemente pautada por valores morais, como 
honestidade, integridade, confidencialidade e objetividade;
•	 por fim, viu que conhecimento contábil e capacidade analítica, de se expressar e se 
relacionar são alguns dos requisitos básicos exigidos pelo mercado para exercício da 
função de controller.
Síntese
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Referências
AD HOC. In: SIGNIFICADOS.com.br. Disponível em: <http://www.significados.com.br/ad-
-hoc/>. Acesso em: 20 jul. 2015.
BUDGET. In: SIGNIFICADOS.com.br. Disponível em: <http://www.significados.com.br/bud-
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2009. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/definicao/moral%20
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OLIVEIRA, L. M.; PEREZ JÚNIOR, H.; SILVA, C. A. S. Controladoria	estratégica. 9. ed. São 
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PADOVEZE, C. L. Controladoria	estratégica	e	operacional. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
PORTAL DE CONTABILIDADE. Código	de	Ética	Profissional	do	Contador: CEPC. Disponível 
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