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1 RELATÓRIO DE ESTÁGIO 1-Conhecendo a realidade do Instituto Estadual Polivalente A escola foi fundada através do Decreto Estadual n.º 24.851 de 06/09/76 - Governo do Estado do Rio Grande do Sul – com autorização e funcionamento deliberado através da Portaria n.º 30.327 de 20/12/76 face ao Parecer n.º 297/76/CEE dado à Unidade Estadual de Ensino de 5ª a 8ª Séries. Posteriormente recebeu novas designações e portarias de funcionamento para os componentes da educação básica. Entre eles Ensino fundamental, Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos e cursos técnicos nos quais, apenas o de secretariado Bilíngue está em funcionamento. • Formação Profissionalizante: Portaria nº 5.664 de 25/03/82 face ao Parecer nº 205/82-CEE que autoriza o funcionamento da Escola Estadual de 2º Grau de Soledade com a formação Profissionalizante Básica - Área de Agropecuária criada pelo Decreto Estadual nº 30.486 de 17/12/81. • Regimento/82: aprovado pelo Parecer n.º 107/82-URE. • Séries Iniciais: Portaria nº 2.228 de 18/01/84 face ao Parecer n.º 729/83-CEE que autoriza o funcionamento a partir de 1984, das quatro séries iniciais do 1º grau, passando a escola a designar-se Escola Estadual de 1º Grau de Soledade. • Unificação: Portaria nº 5.071 de 24/04/86 conferida pelo Decreto Estadual n.º 29.008/79 denomina o estabelecimento de Escola Estadual de 1º e 2º Graus Polivalente, unificada pela Portaria SE n.º 4.662 de 15/03/85. • Regimento/90: Aprovado pelo Parecer nº 452/90 em 14/02/90 - Processos n.º 18.578/86 e 64.611/89.8. • Jardim de Infância níveis A e B: Parecer favorável dado pelo Parecer DPG/138/86. Autorização e funcionamento com base na Portaria nº 01214/SE de 28/12/90 face a Resolução nº 161/82 e ao Parecer n.º 111/82-CEE. • Ensino Supletivo de 2º Grau: Autorização e funcionamento a partir da Portaria nº 00056 de 28/01/91 e Parecer n.º 1102/90-CEE. • Curso de Suplência: Autorização e funcionamento pelo prazo de cinco anos dado pelo Parecer CEED nº 969/96 - Processo SE n.º 72.894/19.00/95.3. 2 • Alteração de Designação: Portaria ATO/SE - 00093 de 07/04/2000 nos termos da Resolução CEED nº 253/2000 passa a designar a Escola como Instituto Estadual Polivalente. • Parecer CEED nº 1257/2003 – Aprova texto regimental e modalidade de Educação de Jovens e Adultos. • Parecer CEED n.º684/2005 – Autoriza o funcionamento do Curso Técnico em Secretariado ExecutivoBilíngüe e aprova o Plano de Curso e o Regimento Escolar parcial. O Instituto Estadual Polivalente é um estabelecimento estadual de ensino localizado no município de Soledade/RS, na Avenida Farrapos, nº 404. O fone para contato é (54) 33811666 e o e-mail, iepolivalente@bol.com.br. Atende atualmente mil e duzentos estudantes nos três turnos de funcionamento da instituição. Soledade é um município localizado na região centro-norte do RS a uma altitude de 720 metros acima do nível do mar, no alto da Serra do Botucaraí, é marcada por um relevo de planalto predominantemente usado para agricultura e pecuária. Outra atividade econômica de destaque em nosso município e a extração e o beneficiamento de pedras preciosa onde grande parte desse material é exportada principalmente para a China e Europa e também, é responsável por parcela considerável dos empregos disponíveis na cidade. Quanto à colonização, o município apresenta um cadinho multifacetado de etnias que desde o século XVII ocuparam a região. Destacamos a presença indígena, principalmente de origem Guarani, do português, italianos, alemães e negros. Inclusive há registros, na cúria local, de escravos usados nas fazendas de gado assim como na extração da erva-mate. Dessa forma, Soledade possui uma rica e variada história. Este povo, isolado por peculiaridades geográficas, econômicas e sociais vence politicamente o insulamento que marcou o início de seu povoamento e como toda população brasileira e latino-americana sente, consciente ou inconscientemente, os problemas que marcam o Terceiro Mundo. A má distribuição da renda e do poder, ao lado da crise de valores morais e éticos da sociedade atual, concorre para aumentar os problemas sociais, provocando o crescimento da miséria material e intelectual, que, unidas, condenam qualquer país ao subdesenvolvimento. 3 A falta de emprego, de condições humanas de sobrevivência, de infra-estrutura, de saneamento básico, de programas de saúde, educação e desenvolvimento, produzem, a cada dia e em todos os lugares em que se manifestam, famílias desestruturadas. O aumento dos problemas relacionados ao uso de drogas, do alcoolismo e de outros vícios, são encontrados na comunidade escolar e vem a dificultar o trabalho pedagógico,consequentemente, a formação permanente dos profissionais de educação para temas paralelos ao currículo também é necessário para amenizar essa realidade. É Neste contexto que se insere a Unidade Estadual de Ensino de Soledade, hoje Instituto Estadual Polivalente. A Escola foi construída com recursos do Programa de Expansão e Melhoria do Ensino (PREMEM), no auge de tecnicismo no Brasil, representando uma inovação na década de 70. Esta escola atenderia alunos do segundo segmento do 1.º grau, procurando aliar a educação geral à sondagem vocacional e à iniciação para o trabalho, através da prática. Chegou a oferecer um Curso Técnico em Agropecuária com poucos resultados. Seu quadro de professores foi cuidadosamente selecionado e preparado mediante treinamento específico. Sua equipe de dirigentes era arrojada, comprometida politicamente com a educação da época e lutava por uma educação de qualidade. Localizada no bairro Missões, a escola sofreu, nos últimos anos, uma expansão de oferta e de clientela, atuando hoje na Educação Básica em seus diferentes níveis, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos e no Ensino Técnico, atendendo mais de mil alunos em três turnos de funcionamento. A clientela é diversificada, variando em faixa etária – dos cinco aos setenta anos – e em nível sócio-cultural, atendendo desde filhos de trabalhadores, até os próprios alunos trabalhadores e alunos de classe média que hoje vêm buscando a escola pública. A convivência de uma clientela diversificada, somada aos estímulos e dificuldades que o mundo atual imprime aos indivíduos e à suas famílias, desafia a equipe diretiva e o corpo docente que, desde sua criação, tentam desenvolver um trabalho sólido, sempre buscando entrelaçamento com a comunidade. O prédio pertence ao patrimônio do Estado. Apresenta uma boa estrutura física e disponibiliza uma variedade de equipamentos, recursos pedagógicos e tecnológicos, visando a um processo de ensino-aprendizagem eficiente. No tocante a estrutura física, encontramos na escola a existência de treze salas de aulas que atendem satisfatoriamente a necessidade da escola quanto ao atendimento pleno das turmas existentes, possuí ainda uma sala ampla de reuniões que também é 4 utilizada como palco para teatro e apresentações em geral, assim como palestras etc... Contamos ainda, com dois laboratórios de informática. O maior possuí vinte e oito computadores e o segundo vinte, todos ligados à internet e com sistema de climatização. Há ainda uma sala de professores espaçosa, sala da Direção, Vice-Direção e Coordenação Pedagógica. O IE Polivalente ainda conta com quadra coberta para Educação Física, saguão coberto e área de recreação para as séries iniciais com escorregadores, balanços e outros brinquedos. Conta ainda com uma biblioteca, sala de xerox, da recepção e uma sala de vídeo. Quanto ao material pedagógico acredito que a escola mantém um níveladequado para o aprendizado de sua clientela, recebe materiais do PNLD – Programa Nacional do Livro Didático e também recebe complementos pedagógicos da SEDUC – Secretaria de Educação do estado do Rio Grande do Sul, além de contar com recursos próprios resultantes dos eventos promovidos pela escola onde uma parte é investida em materiais de uso didático. Evidenciando os recursos multimídias, destacamos os laboratórios de informática, dois aparelhos multimídias, quatro Datashow e uma lousa digital. Existem ainda vinte netbooks, sinal wifi para a sala dos professores, seis rádios, um aparelho de som e três aparelhos de televisão modernos. 2-As famílias e o trabalho da Direção da escola A construção de uma sociedade melhor depende da conscientização e da ação das pessoas que nela convivem. E para esse processo de transformação a escola apresenta-se como peça fundamental, que precisa ser repensada e redimensionada a fim de atender as necessidades impostas pelo novo Milênio, com suas novas perspectivas ao olhar a educação e suas novas sensibilidades trazidas pelo novo momento social. A população do bairro é constituída basicamente por famílias com renda média/baixa, onde na sua maioria pai, mãe ou responsáveis trabalham manhã e tarde. A comunidade valoriza a escola e participa significativamente das promoções, haja vista o sucesso da tradicional Festa Junina, que acontece todos os anos, reunindo pessoas vindas dos bairros, da zona rural e, de municípios vizinhos. Entretanto, as famílias têm relegado responsabilidades cada vez maiores a escola sendo necessário o 5 chamamento dos pais para acompanhar o desempenho dos filhos e para dividir as dificuldades e problemáticas familiares. Tarefa essa dividida entre os professores, as equipes (supervisoras e orientadoras) e a direção que se mostra sempre disponível a orientação de família e alunos. O que percebemos quanto à direção é que se dá importância a gestão democrática, pois existe espaço para diálogo com a comunidade escolar. São valorizadas reuniões quinzenais ou mensais para tomada de decisões. Quando necessário, as programações são alteradas em prol de melhorias ao processo educativo, considerando as diferenças e procurando sempre alcançar da melhor forma os objetivos pré-estabelecidos. É muito importante que os pais dos alunos e a comunidade integrem-se aos diversos espaços, participando do processo educacional. Essa participação propicia a criação de um espaço comunitário no qual a comunidade escolar pode expressar-se livremente e ajudar de alguma forma no educandário. 3-Dos fins e objetivos da educação no IE Polivalente O Instituto Estadual Polivalente é um estabelecimento dedicado à Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), Educação de Jovens e Adultos e Ensino Técnico, voltado de modo sistemático a serviço da educação. Para cumprir seu papel, o Instituto Estadual Polivalente tem seu posicionamento fundamentado na seguinte filosofia: “Favorecer a construção do conhecimento e do ser humano responsável, solidário, crítico, participativo e criativo”. Por “construção do conhecimento”, entende-se que o educando é o sujeito do seu próprio desenvolvimento, consciente de sua dignidade enquanto ser humano, crítico, criativo, apto a agir, modificando o mundo cultural e a sociedade em que vive. O Instituto Estadual Polivalente tem seu projeto educativo construído e assumido por uma comunidade escolar composta por educadores, pais, estudantes, funcionários e colaboradores, elegendo como objetivos: • Promover ações que levem o educando à construção de conhecimentos e à formação de valores indispensáveis para o exercício da cidadania. 6 • Orientar o aluno para que construa a consciência de si e do mundo com o qual se relaciona, percebendo que é produto de uma cultura caracterizada pela contínua transformação nos campos científico, tecnológico, religioso e sociológico; • Sendo humano, sensível e crítico às divergências de valores que surgem numa mesma sociedade onde mudanças se processam rapidamente e transformando-o em elemento propulsor destas mesmas mudanças. A Educação Infantil tem como objetivo favorecer o desenvolvimento de atividades que desenvolvam a psicomotricidade, a afetividade e estimulem as capacidades intelectuais da criança, oferecendo oportunidades para a manifestação da autonomia, do senso crítico e da criatividade. Nas séries iniciais do Ensino Fundamental Favorecer o desenvolvimento de atividades que desenvolvam a psicomotricidade, a afetividade e estimulem as capacidades intelectuais da criança, facilitando o desenvolvimento da oralidade, a construção e a sistematização da língua escrita, o exercício do raciocínio lógico- matemático, a iniciação do espírito científico, do posicionamento crítico, a manifestação da autonomia da criatividade e a interação com o ambiente natural e social. O objetivo das séries Finais do Ensino Fundamental éaprimorar a psicomotricidade, a afetividade e as capacidades intelectuais da criança, a partir do domínio da leitura, da escrita e do cálculo, compreendendo o espaço natural, social e político no qual está inserido, expressando-se através da arte, da tecnologia e vivenciando valores e atitudes saudáveis. No Ensino Médio, objetiva-se consolidar e aprofundar conhecimentos com vista à formação humana numa perspectiva ética, crítica e de autonomia intelectual que permitam ao educando, agir com flexibilidade em todas as situações para as quais seja exigido, bem como, lhe possibilitando o prosseguimento dos estudos. A Educação de Jovens e Adultos tem como objetivo complementar o processo de alfabetização construindo conhecimentos nos diferentes campos do saber, bem como oportunizar o acesso e a permanência de jovens e adultos a um ensino adequado às suas necessidades como cidadão, respeitando suas vivências e conhecimentos, redimensionando-os, bem como o tempo e o espaço de aprendizagem. A Educação Especial no Instituto Estadual Polivalente encaminhar o desenvolvimento das potencialidades dos alunos, de acordo com suas possibilidades, proporcionando situações de interação social e aprendizagem, através das quais o aluno 7 construa seus conhecimentos, oportunizando uma participação ativa e integrada na comunidade em que vive, exercendo assim sua cidadania. Consoante com as diretrizes e bases da educação nacional, o ensino técnico no Instituto Estadual Polivalente tem por objetivo promover a transição entre a escola e o mundo do trabalho, capacitando jovens e adultos com conhecimentos e habilidades gerais e específicas para o exercício de atividades produtivas, bem como qualificar, profissionalizar e atualizar jovens e adultos trabalhadores, visando a sua inserção e melhor desempenho no exercício do trabalho. 4-Os professores e o trabalho pedagógico O IE Polivalente conta atualmente com o quadro completo de professores sendo, ao todo, sessenta e cinco profissionais trabalhando na educação básica, EJA e Ensino Profissionalizante. Desses, quarenta e dois possuem curso de graduação específica na área em que atuam e pós-graduação na modalidade de especialização, vinte professores tem curso de pedagogia trabalhando com as séries iniciais ou em setores escolares, dois possuem o nível médio e um, tem mestrado na área da matemática. Ainda quanto à formação profissional dos professores que ministram aulas na instituição, é comum a prática da formação continuada. Cursos de formação são proporcionados no início de cada ano letivo e no período de recesso escolarno mês de julho sendo que a titulação adquirida com as formações ajuda o profissional na mudança de nível conforme plano de carreira estadual. Muitos desses profissionais da educação desdobram seu tempo ministrando aulas em duas, três ou até quatro escolas em função dos baixos salários ou dos contratos de trabalho que os obrigam a preencher vagas com poucas horas assim é preciso várias escolas para preencher as 20 ou 40 horas semanais de trabalho. Essa situação agravou-se bastante, desde o início da alegada crise econômica do estado do Rio Grande do Sul e dos seguidos parcelamentos e atrasos de salários dos servidores públicos do estado. Essa situação faz com que os educadores vivam num ambiente de extrema pressão. Quanto a isso, destacamos que essa instituição de ensino onde realizei o estágio, não realizou greve, mas redução de horários em algumas oportunidades, como forma de protestar contra a atual situação de abandono vivida pela educação no estado. Também 8 podemos dizer que embora a situação seja difícil a grande maioria é comprometida com o fazer pedagógico. De forma geral vamos traçar alguns comentários referentes aos professores do turno da noite onde tive o privilégio de realizar as observações e a regência de classe. No noturno, observamos o funcionamento do EJA, do Ensino Médio e do Profissionalizante que se resume ao Secretariado Bilíngue. É possível afirmar que existe um bom ambiente de trabalho todos os professores se relacionam entre si mostrando afinidade, companheirismo e troca de ideias constantes, também há correspondência desses adjetivos por parte da coordenação pedagógica, Direção e Vice-Direção. Notamos, porém, que não há um ou mais projetos coordenados de forma interdisciplinar. No geral os professores trabalham “sozinhos” cada um com sua disciplina e com propostas individualizadas. Nesse sentido poderiam ser estimulados a promoverem trabalhos interdisciplinares visto que o ambiente entre os professores e direção é propício. Portanto a metodologia é variada conforme a disciplina e o professor. Outro detalhe importante é que não há uma linha de ação pedagógica geral, definida ou norteadora servindo como fio condutor. Como já dissemos, os professores, trabalham isoladamente embora o Ensino proposto seja por áreas do conhecimento, a saber: Linguagens, Ciências Humanas, Ciências Biológicas, Ciências Naturais e Religião. Existe horário para o planejamento das aulas na escola, mas são desencontrados com o horário individualizado de cada professor e isso, é mais um fator que trabalha contra a coletividade na construção de um ensino interdisciplinar que em nosso entendimento é um dos pilares que reforçam o aprendizado.Para reunir todos os professores de cada área é necessária a direção da escola convocá-los para reuniões, normalmente em turno inverso. Estes fatores mostram o quanto à tarefa de proporcionar qualidade de educação é complicado e depende de uma estrutura que não favorece a coletividade, sendo necessária a sensibilização constante do grupo de trabalho sobre a importância desse ato para melhorar o processo de ensino aprendizado. Também concordo com a visão de Pedro Demo de que a educação deve e precisa passar por reformas estruturais, no sentido de que o ensino compartimentado não ajuda o educando a aprender, é necessário o ensino interdisciplinar. 9 A Avaliação Emancipatória se caracteriza como um processo e a possibilidade do vir a ser, da construção de cada um e do coletivo de forma diferente. É um processo contínuo, participativo, diagnóstico e investigativo, intimamente ligado à concepção de conhecimento e currículo, sempre provisório, histórico, singular na medida em que propicia o tempo adequado de aprendizagem para cada um e para o coletivo. A finalidade da Avaliação Emancipatória é diagnosticar avanços e entraves, para intervir, agir, problematizar e redefinir rumos a serem percorridos. Propicia a mudança e a transformação, dessa forma, não se reduz a mera atribuição de notas para aprovação ou reprovação, já que o processo educacional não pode ser tratado nem reduzido a esse aspecto. No tocante a avaliação dos educandos, a escola promove os duzentos dias letivos ou às oitocentas horas/aulas previstas na LDB divididos em três trimestres onde cada professor tem liberdade para avaliar seu aluno. Geralmente as principais ferramentas utilizadas de avaliação são trabalhos com a consulta do material. Assim o livro didático passa a ter papel relevante, pois é a principal fonte de informações utilizada para o desenvolvimento das aulas e das avaliações. A escola também leva em consideração, além dos trabalhos, a aplicação de provas trimestrais sem consulta do material o que normalmente apresenta baixo desempenho por parte dos alunos, pois muitos são trabalhadores e alegam não terem tempo para se dedicar aos estudos com maior afinco. Outro ponto importante da avaliação escolar são os hábitos e atitudes dos alunos em sala de aula. Nesse ponto, destacamos a participação, o comportamento, a dedicação, o desempenho na realização das atividades, a presença e o uso inoportuno do celular ou fones de ouvido durante as aulas. É importante ainda que se diga que na IE Polivalente não há notas numéricas, ao final de cada trimestre os alunos recebem pareceres descritivos com conceitos nos quais os alunos e as famílias poderão acompanhar o desempenho relacionado a cada trimestre. A expressão dos resultados na construção da aprendizagem do aluno se dá pelos conceitos a seguir descritos e são decorrentes de consensos, pela análise do desenvolvimento da aprendizagem do aluno, construídos pelos professores nas reuniões de Conselho de Classe, que ocorrem: durante o período letivo, ao término de cada trimestre e ao final do ano letivo. O registro de desempenho do aluno é constituído pela sua produção nas Áreas de Conhecimentos. 10 Os conceitos utilizados para a construção coletiva dos pareceres, pois acontecem por área do conhecimento, são: CRA, Construção Restrita da Aprendizagem, CPA, Construção Parcial da Aprendizagem, e CSA, Construção Satisfatória da Aprendizagem. Quanto aos estudos de recuperação, Mesmo partindo do pressuposto de que todo o aluno é capaz de realizar aprendizagens ocorrem, em alguns casos, situações circunstanciais que interferem e restringem a possibilidade de construção do conhecimento. As aprendizagens dependem de condições mínimas que, quando ausentes ou precárias, devem ser identificadas e oportunizadas a sua superação, através do Plano Pedagógico Didático de Apoio – PPDA, no menor tempo possível, pelo coletivo da escola. A escola oferece atendimento simultâneo ao processo de aprendizagem, desenvolvido pelos professores. Em casos de acentuada necessidade de investigação e intervenção pedagógica no processo de construção do conhecimento do aluno, será ofertado, em turno inverso, atendimento específico e, nas situações de AEE, em sala de atendimento educacional especializado. Os estudos devem estar vinculados com as superações necessárias, mediante sequência de ações relacionadas no replanejamento e aprofundamento dos estudos, através do Plano Pedagógico Didático de Apoio - PPDA. O PPDA – Plano Pedagógico Didático de Apoio, se constitui em um conjunto de atividades pedagógicas específicas para o aluno, planejadas, executadas e acompanhadas pelos professores, tendo por objetivo a superação das dificuldades constatadas e registradas no Parecer Descritivo, por ocasião do Conselho de Classe. Lembramos, no entanto que os alunos do turno da noite enfrentam outros problemas além da falta de desempenho. Oque percebemos é que demonstram pouca persistência nos estudos muitos deles evadem, outros apresentam faltas contínuas e retornam, outros, permanecem fora da escola. O uso de drogas também é percebido embora a escola tome as devidas providências nesse sentido, dificulta o trabalho do professor, o aprendizado e também o causador de outras tantas mazelas sociais, pois acaba ultrapassando os muros da escola onde o aluno deveria vir com o objetivo de aprender. Assim a avaliação torna-se incompleta, inconclusa e de certa forma parcial uma vez que em seus pressupostos, não leva em conta o fator social isto é, o jovem que estuda na escola tem condições de aprender e progredir levando-se em conta a sua realidade social? Ou mesmo a sua vulnerabilidade social? Por mais esclarecedores que sejam esses fatores nos ajudam a 11 perceber o quanto é difícil avaliar porque embora existam parâmetros é ainda bastante subjetiva. 5-A observação das aulas O período de observação das aulas estendeu-se do início do mês de setembro a outubro do corrente ano letivo no Instituto Educacional Polivalente, no turno da noite efoi concomitante com a regência de turma. O horário de funcionamento do noturno é das 19 horas às 23 horas, divididos em cinco períodos de aula de 45 minutos, de segunda a sexta-feira. O professor titular da disciplina de História é o Sr. Márcio Comin nomeado para o cargo desde o ano de 2011 em concurso de provas e títulos pelo estado do Rio Grande do Sul. Concluiu o curso de Licenciatura Plena em História no ano de 2002 pela Universidade de Cruz Alta e é Pós Graduado pela UPF – Universidade de Passo Fundo, em História do Brasil Colônia, em 2010 e possui também uma segunda especialização pela UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul em Gestão Democrática Escolar concluída em 2012. Atualmente, dá aulas no Ensino Fundamental, séries finais desde 2003, pelo município de Mormaço\RS onde é também nomeado e exerce suas funções de professor eno IE Polivalente desde 2011 com o Ensino Médio e EJA, atuando sempre no turno da noite na rede estadual. Acompanhei sua rotina de trabalho em todas as turmas do Ensino Médio e Eja e pude perceber que o professor tem uma gama variada de possibilidades para suas aulas. Usa materiais e ferramentas diversificadas no seu fazer pedagógico. Em conversa informal me confidenciou que uma aula de qualidade, para ele, deve haver diversidade de materiais buscando contemplar as variadas formas com que os alunos aprendem. Diz ele, uns são mais visuais, outros auditivos, outros aprendem escrevendo... Então busca utilizar sempre texto, imagem e vídeos em suas aulas. Essas ferramentas são utilizadas através de folhas xerocadas, livro didático, Datashow e seguem o conteúdo disposto no plano de trabalho do professor. Coloca esses dispositivos em prática utilizando-se de aulas expositivas dialogadas, faz uso de análise de charges e vídeos e é comum a prática da leitura coletiva dos textos, esquemas mentais e resumos de textos. 12 Apresenta boa dicção, relaciona presente e passado desconstruindo muitas vezes o senso comum sobre os fatos históricos, usa um repertório variado de exemplos para explicar, têm postura adequada diante dos alunos, com os quais demonstra respeito e da mesma forma, os alunos o respeitam, escutam com atenção suas explicações onde àmaioria realiza as tarefas propostas.Porém, o que o incomoda é a distração dos alunos com o uso de celulares durante as aulas e em alguns casos, as conversas paralelas, que dificultam o ambiente de aprendizado, no entanto não presenciei nenhum caso grave de indisciplina. Está sempre disposto a ajudar os que têm dificuldades prestando atendimento individualizado na classe. Exige caderno completo, com o conteúdo em dia, solicita trabalhos de pesquisa geralmente com auxílio da internet e do livro didático e no caso do EM realiza provas trimestrais. Quanto aos seus instrumentos de avaliação recomendaria apenas dar maior atenção àauto avaliação do aluno o que, em nenhum momento realizou com as turmas observadas. Também colocaria uma observação quanto às aulas onde uma boa alternativa para se trabalhar com a Ditadura seria a análise das letras de músicas produzidas no período ou então como alternativa para exercícios, a montagem de infográficos e linhas do tempo ilustradas. Ao que parece, suas aulas são adequadas para o nível das turmas porque a maioria dos alunos realiza as tarefas propostas, mas um parêntese deve ser feito com relação ao EJA, nessa modalidade, a aula em si desenvolve-se mais lentamente, às vezes demora uma ou duas aulas para conclusão dos exercícios, mas são turmas que apresentam dedicação, participação e empenho maior que no Ensino Médio. Consideramos que a observação das turmas foi de importante valia para se ter noção da dificuldade e da complexidade do exercício da profissão de professor de História. 6-O Desafio da regência de classe Gostaríamos de pontuar que assumir a titularidade da disciplina de História do noturno do IE Polivalente foi muito desafiador para mim. Tive que superar meus medos que por muito tempo ficaram restritos apenas a mim. Antes não tinha a necessidade de expor diretamente o que penso sobre o mundo e as coisas que o cerca também não tinha 13 a necessidade de expor opiniões a cerca de assuntos que nem sempre são de interesse dos alunos e ainda ser um formador de opinião. Isso nos dá uma pequena noção da amplitude da responsabilidade assumida por esses meses de estágio no qual me dispus a superar as dificuldades individuais e passar a contribuir de alguma forma com a educação dos jovens ali matriculados. As turmas nas quais realizei a regências pertencem ao EJA – Educação de Jovens e Adultos foram respectivamente: Totalidade 8, que corresponde ao segundo ano do Ensino Médio, com vinte e quatro alunos com idades que variam dos dezoito anos aos quarenta, e a Totalidade 9, que corresponde ao terceiro ano do Ensino médio, com um total de vinte e dois alunos com variação de idade dos dezoitos aos cinquenta e seis anos. A primeira aula foi especial propus uma dinâmica de grupo intitulada “De quem será o presente” que consiste em uma técnica para conhecer os alunos e algumas de suas qualidades ou defeitos. Com uma caixa fechada cheia de bombons ou balas,o interlocutor vai lendo uma lista com qualidades: Você é uma pessoa especial, e por isso está recebendo este presente, mas, na verdade, não se anime muito, pois este presente não é seu! O entregue à pessoa que considera á mais bonita do grupo. E assim segue até todos terem pegado a caixa sendo eu o último vai ouvir a seguinte mensagem: Você foi eleita a pessoa mais amiga. Parabéns! Ser amigo é primordial, é reunir um pouco de todas as qualidades, é Ter amor no coração. Este presente é para você. E você como amigo, irá reparti-lo com todos os amigos que estão compartilhando esse momento conosco. A dinâmica foi muito bem aceita e assim descontraímos um pouco ao mesmo tempo em que nos conhecíamos. O tempo passou rápido e assim que terminamos o tempo necessário para a aplicação da técnica, falei da importância daquele momento para mim e dei prosseguimento a ementa assim como havíamos combinado com o professor titular da turma. No começo os alunos ficaram meio desconfiados principalmente as mulheres, uma vez que a professor estava sendo substituídopela estagiária. Iniciado os trabalhos e com o andamento das aulas foram adaptando-se à metodologia aplicada ao longo das aulas. Procurou-se elaborar aulas diferenciadas que despertassem a curiosidade e atenção dos mesmos;percebeu-se também o interesse cada vez maior, a interação com os assuntos abordados e a relação de amizade com a estagiária, explícitos nas palavras 14 de apoio, nos elogios e o carinho demonstrado nesse período. As atividades dadas em sala de aula, as pesquisas encomendadas foram realizadas com êxito por parte dos discentes, criou-se ainda, um laço afetivo muito forte, fato que proporcionou o sucesso no processo de ensino-aprendizagem bem como o reconhecimento do trabalho. O balanço é bastante positivo levando em consideração a pouca experiência frente à ação docente. O resultado superou as expectativas uma vez que as partes envolvidas, professor-regente, alunos e estagiária, saíram satisfeitos. Segundo Navarro (2000) as diversas temáticas envolvendo os estágios supervisionados, contribuem para uma base sólida para a formação dos profissionais da educação apesar das dificuldades, considerando que nem sempre os professores e estagiários tem clareza sobre os objetivos que orientam suas ações no contexto escolar e no meio social onde se inserem, sobre os meios existentes para realizá-los, sobre os caminhos e procedimentos a seguir, ou seja, sobre os saberes de referência de sua ação pedagógica, faz sentido investir no processo de reflexão nas e das ações pedagógicas realizadas nos contextos escolares (PIMENTA; LIMA, 2004). Por fim, gostaríamos de agradecer a oportunidade de estar à frente da sala de aula, a professora orientadora da cadeira de Estágio Supervisionado da Universidade Paulista – UNIP, Srª. Camila Souza Lima, um carinho especial a Direção e Supervisão do Instituto Educacional Polivalente de Soledade\RS e nossos zelosos cumprimentos ao professor titular que, gentilmente, concedeu suas turmas para que realizasse a regência de classe.
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