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Direito Civil I

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DIREITO CIVIL I 
AULA 4 – Conceito de pessoa. Personalidade jurídica. 
Para estudarmos as pessoas no Direito Civil é interessante visualizarmos a estrutura do Código civil, conforme propõe Carlos Roberto Gonçalves� nas linhas abaixo:
“O Código Civil disciplina as relações jurídicas privadas que nascem da vida em sociedade e se formam entre as pessoas, não entre pessoas e animais ou entre pessoas e coisas. São as relações sociais, de pessoa a pessoa, física ou jurídica, que produzem efeitos no âmbito do direito.
	
DAS PESSOAS
	As pessoas naturais são assim chamadas, pois diferem das pessoas jurídicas. Isso implica dizer que o “conceito de pessoa natural exclui os animais, os seres inanimados e as entidades místicas e metafísicas, todos tidos, eventualmente, como objeto do direito.”� Em outras palavras, quando falarmos de pessoa natural estamos nos referindo a pessoa humana ou física (Arts. 1º a 39 do Código Civil). Agora, quando falarmos de pessoa jurídica, estamos nos referindo a pessoa abstrata�, criada pelo ordenamento jurídico (Arts. 40 a 69 do Código Civil). Apesar do Código Civil denominar “Das pessoas Naturais” o Título que estudamos agora, suas previsões também são aplicáveis a pessoa jurídica. Isso implica dizer que a previsão do Art. 1º do Código Civil, abaixo:
	Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
	É aplicável tanto para a pessoa natural quanto para a pessoa jurídica. O artigo acima determina o que os doutrinadores chamam de personalidade jurídica. Conforme Stolze e Pamplona� a personalidade jurídica pode ser conceituada como:
Personalidade jurídica, portanto, para a Teoria Geral do Direito Civil, é a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações, ou, em outras palavras, é o atributo necessário para ser sujeito de direito. Adquirida a personalidade, o ente passa a atuar, na qualidade de sujeito de direito (pessoa natural ou jurídica), praticando atos e negócios jurídicos dos mais diferentes matizes.
	
Dessa forma o que precisamos entender do art. 1º do Código Civil é que todas as pessoas tem aptidão para titularizar direitos, ou seja, serem sujeitos de direito (titulares daquele direito), e de contrair obrigações ou deveres�.
	Ocorre que o art. 2º do Código Civil determina que:
	Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
	Em primeiro lugar temos que entender que a personalidade civil começa do nascimento com vida. Explicam Stolze e Pamplona� abaixo:
No instante em que principia o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório, clinicamente aferível pelo exame de docimasia hidrostática de Galeno, o recém-nascido adquire personalidade jurídica, tornando-se sujeito de direito, mesmo que venha a falecer minutos depois.
	
Deve ser notado que o Código Civil no art. 2º determina que a personalidade civil começa do nascimento com vida. Conforme os doutrinadores, o nascimento com vida é determinado clinicamente, normalmente, por um exame denominado “docimasia hidrostática de Galeno”, que consiste basicamente em verificar se há flutuação ou não do pulmão (pulmão em que o ar já entrou flutua; mas vazio, colado, não flutua – verificar na internet para mais detalhes).
	Podemos analisar a segunda parte do Art. 2º do Código Civil que determina: “...mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.”
	A primeira parte do art. 2º do Código Civil determina que será adquirida a personalidade jurídica com o nascimento com vida, mas a segunda parte do art. 2º do Código Civil determina que desde a concepção o nascituro terá direitos. Seria um erro do legislador? Infelizmente não, e por isso, precisamos continuar estudando.
	
Três teorias procuram explicar e justificar a situação jurídica do nascituro. 
A teoria natalista afirma que a personalidade civil somente se inicia com o nascimento com vida;
A teoria da personalidade condicional sustenta que o nascituro é pessoa condicional, pois a aquisição da personalidade acha-se sob a dependência de condição suspensiva, o nascimento com vida, não se tratando propriamente de uma terceira teoria, mas de um desdobramento da teoria natalista, visto que também parte da premissa de que a personalidade tem início com o nascimento com vida;
E a teoria concepcionista admite que se adquire a personalidade antes do nascimento, ou seja, desde a concepção, ressalvados apenas os direitos patrimoniais, decorrentes da herança, legado e doação, que ficam condicionados ao nascimento com vida.
 	
Antes de propor uma solução definitiva, Stolze e Pamplona� tecem as seguintes considerações:
Tradicionalmente, a doutrina, no Brasil, segue a teoria natalista, embora, em nosso sentir, a visão concepcionista, paulatinamente�, ganhe força na jurisprudência do nosso País.” (...)
“A despeito de toda essa profunda controvérsia doutrinária, o fato é que, nos termos da legislação em vigor, inclusive do Novo Código Civil, o nascituro, embora não seja expressamente considerado pessoa, tem a proteção legal dos seus direitos desde a concepção.
	
Um exemplo repetido na doutrina� é o dos alimentos gravídicos. Conforme a Lei 11.804/08 todos os gastos necessários a proteção do feto poderão ser pleiteados pela gestante, resguardando, portanto, direitos do nascituro.
	Por fim, interessante transcrevermos o seguinte trecho de Flávio Tartuce�:
“Consigne-se que a conclusão pela corrente concepcionista consta do Enunciado n. 1, do Conselho da Justiça Federal (CJF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), aprovado na I Jornada de Direito Civil�, e que também consagra direitos ao natimorto cujo teor segue: “art. 2º. a proteção que o Código defere ao nascituro alcança também o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura”.
	Ainda temos outros exemplos como os chamados direitos de personalidade (direito à vida e proibição do aborto), receber doação, legado ou herança (redação do Novo CPC – reservado em poder do inventariante até seu nascimento. 
Assim, é que, a partir da teoria concepcionista é possível resguardar os direitos daquele que não tem vida extrauterina, ou seja, aquele que morre dentro do útero ou durante o parto.
O STF, adotou, de certa forma a teoria natalista, assim vemos: 
A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO DIREITO À VIDA E OS DIREITOS INFRACONSTITUCIONAIS DO EMBRIÃO PRÉ-IMPLANTO. O Magno Texto Federal não dispõe sobre o início da vida humana ou o preciso instante em que ela começa. Não faz de todo e qualquer estádio da vida humana um autonomizado bem jurídico, mas da vida que já é própria de uma concreta pessoa, porque nativiva (teoria "natalista", em contraposição às teorias "concepcionista" ou da "personalidade condicional"). E quando se reporta a "direitos da pessoa humana" e até dos "direitos e garantias individuais" como cláusula pétrea está falando de direitos e garantias do indivíduo-pessoa, que se faz destinatário dos direitos fundamentais "à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade", entre outros direitos e garantias igualmente distinguidos com o timbre da fundamentalidade (como direito à saúde e ao planejamento familiar).  (ADI 3510/DF) 
Considerações acerca nascituro e embrião
Proteções aos nascituros 
Lei de Alimentos Gravídicos
Proteção dos Direitos de Personalidade do nascituro (direito à vida, reconhecimento da filiação; direito à imagem) Ex.: aborto; Wanessa Camargo. 
Discussões acerca do Embrião 
Natureza jurídica: junção dos gametas (feto é o embrião com mais de 8 semanas) 
Discussões não positivadas quanto à inseminação artificial e fertilização in vitro. Temos a legislação acerca os Organismos geneticamente modificados (OGM Lei 11.105/2006) como forma de segurança e mecanismos de fiscalização. Demais orientações são de origem do CFM aplicando princípios de restrição à finalidade procriativa; proibição da escolha do sexo e quaisqueroutras características biológicas; transferência múltipla e proibição da redução embrionária (adotando critérios etários para a quantidade de embriões que devem ser transferidos.); pacientes possíveis (mulher solteira, casais hetero e homoafetivos), admite a doação de gametas (sem intenção comercial), pesquisas com célula tronco, barriga de aluguel (gestação por substituição) 
	
	Como podemos aplicar o Direito Civil Constitucionalizado ou a horizontalização de direitos fundamentais no que concerne à personalidade jurídica de acordo com o CC/2002?
�	 Carlos Roberto Gonçalves – Direito civil brasileiro, volume 1: parte geral. – 11. ed. – São Paulo: Saraiva, 2013, pág. 93.
�	 Flávio Tartuce, ob. cit. ant., pág.116.
�	 Conforme Stolze e Pamplona, ob. cit. ant., pág. 129: “Teixeira de Freitas, vale lembrar, preferia a expressão pessoa de existência visível, acolhida pelo Código Civil da Argentina (arts. 31 e 32), para caracterizar a pessoal natural.” O Código Civil da Argentina art. 32 determina: “Art. 32. Todos los entes susceptibles de adquirir derechos, o contraer obligaciones, que no son personas de existencia visible, son personas de existencia ideal, o personas jurídicas.” Dessa forma, as pessoa jurídicas seriam chamadas de pessoas de existência ideal.
�	 Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, ob. cit. ant., pág. 128.
�	 Segundo Tartuce, ob. cit. ant., pág. 116, a expressão correta seria “deveres” pois: “A expressão destacada é melhor tecnicamente, pois existem deveres que não são obrigacionais, no sentido patrimonial, caso dos deveres do casamento (art. 1.556 do CC).
�	 Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, ob. cit. ant., pág. 129.
�	 Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, ob. cit. ant., pág. 132.
�	 Paulatinamente (paulatino + -mente) adv. 1. De modo paulatino. 2. De maneira lenta. = devagar, lentamente 3. A pouco e pouco; por fases ou por etapas. Fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=paulatinamente.
�	 Em: Carlos Roberto Gonçalves, ob. cit. ant., pág. 109; Em: Flávio Tartuce, ob. cit. ant., pág. 124 e em Stolze e Pamplona, ob. cit. ant., pág. 135.
�	 Flávio Tartuce, ob. cit. ant., pág.125.
�	 Disponível em: http://www.cjf.jus.br/cjf/CEJ-Coedi/jornadas-cej/enunciados-aprovados-da-i-iii-iv-e-v-jornada-de-direito-civil/jornadas-de-direito-civil-enunciados-aprovados
Profa. Ma. Caroline Vargas Barbosa
profcarol.vargas@gmail.com

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