Buscar

RECURSOS NO PROCESSO CIVIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

RECURSOS NO PROCESSO CIVIL – CONCEITO E FINALIDADE
Conceito
Recurso é o remédio voluntário e idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração da decisão judicial que se impugna. É um instrumento processual destinado a corrigir um desvio jurídico. É instrumento de correção em sentido amplo. É voluntário porque no Brasil não mais existe o recurso de ofício que foi substituído pelo reexame obrigatório.
Quem recorre é a parte que não concorda, no todo ou em parte com uma decisão. O juiz, por si só (de ofício) não pode reformar a sua própria decisão.
O meio utilizado deve ser idôneo, ou seja, deve existir o tipo de recurso e este deve ser o adequado à alteração e revisão da decisão. A utilização do meio também deve ser adequada.
O recurso se desenvolve no mesmo processo. Ao recorrer, a parte não propõe nova ação, mas dá continuidade, sendo uma nova fase à ação anteriormente proposta e em andamento.
Assim, não quer dizer que o recurso não pode ter procedimento separado do principal, é o que ocorre com o agravo de instrumento que sobe ao tribunal em procedimento próprio enquanto prossegue o principal.
Finalidade do recurso
 É o pedido de reexame de uma decisão para reforma-la, invalidá-la, esclarece-la ou integrá-la. É dirigido para o tribunal decidir a questão, obedecendo ao princípio do duplo grau de jurisdição. Em regra, o recurso é dirigido a outro grau de jurisdição, mas pode ser dirigido ao mesmo órgão quando se tratar de embargos de declaração e embargos infringentes da Lei 6.830/80.
 A existência de um sistema recursal adequado atende ao princípio da pluralidade de graus de jurisdição e aos ideais de justiça, pois basta que o juiz saiba que a sua sentença pode ser reexaminada por um tribunal superior para que ela seja mais cuidadosa e mais justa.
 O segundo grau de jurisdição existe e analisa os fatos com uma visão mais adequada porque está distante dos fatos, bem como aperfeiçoa a interpretação do direito. Assim, não quer dizer que o tribunal julga porque tem mais conhecimento ou sabedoria, mas porque analisa os fatos sem pormenores e análise detalhada do caso como o faz o juiz de primeiro grau que tem mais proximidade com as partes e testemunhas.
Espécies de recursos
 Os recursos ordinários são previstos no processo comum e são divididos em recursos comuns e específicos. Os recursos comuns estabelecem como pressuposto básico e suficiente a sucumbência (apelação). Os recursos específicos exigem determinada situação ou pressuposto específico, é o caso dos embargos infringentes.
Os recursos extraordinários, apesar de se aplicarem também ao processo comum, estão consagrados em nível constitucional e têm por função não apenas a correção do caso concreto, mas também a uniformização da interpretação da legislação federal e a eficácia e integridade das normas da própria constituição. Têm, portanto, uma função política.
 Além disso, nos recursos extraordinários não mais se discute matéria de fato, apenas de direito. São recursos extraordinários o REsp ao STJ (art. 105, III, CF), o RExt ao STF (art. 102, III, CF) e os embargos de divergência no STF e no STJ.
Da admissibilidade dos recursos e seus pressupostos gerais
 O recurso visa o exame da matéria impugnada pelo tribunal. O juízo ou tribunal de que se recorre chama-se “a quo” e o tribunal ao qual se recorre “ad quem”.
Pressupostos de admissibilidade
 Os pressupostos do recurso não são mais do que as condições da ação e os pressupostos processuais reexaminados em fase recursal e segundo as peculiaridades dessa etapa do processo.
Pressupostos objetivos
 Cabimento e adequação do recurso;
 Tempestividade;
 Regularidade procedimental como o pagamento das custas e a motivação;
 Inexistência de fato impeditivo ou extintivo.
Pressupostos subjetivos
 Legitimidade;
 Interesse que decorre da sucumbência.
O exame dos pressupostos leva ao conhecimento ou não do recurso, e o exame do mérito leva ao provimento ou não do recurso. O recurso para ser provido precisa ser conhecido, se não conhecido não tem seu conteúdo examinado.
Se o juiz de 1° grau fizer um exame do juízo de admissibilidade, este será sempre provisório, cabendo o juízo de admissibilidade definitivo ao tribunal competente para julgar o recurso. Se o juízo de admissibilidade do juízo “a quo” for negativo, dessa decisão cabe recurso para o tribunal “ad quem”.
Para entrar com recurso deve existir no sistema processual brasileiro, seja adequado à decisão que se quer recorrer e a decisão deve ser recorrível.
Princípios que norteiam o problema da adequação
 Unirrecorribilidade – esclarece que para cada decisão há apenas um recurso, cabendo à parte escolher o correto quando há dúvida quanto ao cabimento;
 Fungibilidade dos recursos – o tribunal pode conhecer um recurso por outro, desde que não haja erro grosseiro ou má-fé.
O código não consagra expressamente o princípio da fungibilidade, mas o princípio da instrumentalidade das formas especifica e fundamenta o problema da fungibilidade. Assim, se um recurso for interposto por outro poderá ser aceito, mas desde que não tenha havido erro grosseiro ou má-fé. Se o ato alcançar sua finalidade não se deve decretar a sua nulidade.
Erro grosseiro é a interposição de um recurso por outro contra expressa disposição legal. Má-fé ocorre quando se interpõe um recurso de maior prazo e o recurso cabível é de menor prazo. Havendo dúvida e o prazo mais curto, aplica-se a fungibilidade.
 Tempestividade – cada recurso tem um prazo determinado para ser interposto. Esse prazo é fatal e improrrogável, se descumprido perde o direito de recorrer, com a preclusão ou o trânsito em julgado da sentença, conforme o caso, prevalecendo para os recursos a regra do art. 180 do CPC, a restituição se faz pelo restante do prazo.
Se ocorrer força maior deve ser provada, bem como a justa causa do art. 183, par. 1º.
Não é possível a interposição de dois recursos ao mesmo tempo, salvo no caso do art. 498 do CPC.
Requisitos procedimentais
 O recurso deve ser interposto por petição, contendo a motivação e pedido de nova decisão e o pagamento das custas. A petição deve conter os nomes das partes, o tribunal ao qual é dirigida, o nome do recurso, os motivos do recurso e o pedido de reforma, anulação, esclarecimento ou integração. Das decisões interlocutórias proferidas em audiência pode se interpor oralmente agravo retido, a constar do respectivo termo.
 A motivação é essencial para o esclarecimento do conteúdo do pedido de reforma, para a delimitação da pretensão.
 O preparo se não for feito ocorre a deserção, extinguindo-se a via recursal.
 Legitimidade para recorrer. O recorrente deve ser titular da relação jurídica discutida ou expressamente autorizado por lei. Podem recorrer: as partes, o terceiro prejudicado e o Ministério Público.
Parte é todo aquele que tenha participado do contraditório. O terceiro prejudicado é aquele que não participou do processo, mas teve um prejuízo, deve-o demonstrar o nexo de interdependência entre o seu interesse de intervir e a relação jurídica submetida a apreciação judicial, deve haver interesse jurídico. O terceiro não pode pleitear nada para si, seu pedido de limita à lide primitiva, a sua relação jurídica é dependente da outra e tem os mesmos prazos para recorrer. O Ministério Público tem legitimidade porque atua como parte ou fiscal da lei e também quando devia intervir e não participou, com o fim de pleitear a nulidade da sentença.
 Sucumbência é a situação de prejuízo causada pela decisão, esse prejuízo é a relação entre a expectativa da parte e o que foi decidido. Assim, aquele que teve ganho parcial, mas teve honorários advocatícios fixados em 10% quando poderia ser 20%, aquele que teve perícia indeferida etc.
Efeitos dos recursos
 O primeiro e mais importante efeito é impedir apreclusão ou o trânsito em julgado da sentença. É claro que há decisões irrecorríveis e não precluem e há também as matérias de ordem pública que podem ser reexaminadas enquanto não transitada em julgado a sentença.
 O recurso interposto tem sempre o efeito devolutivo, que é o de submeter a questão ao tribunal “ad quem”, todo recurso tem esse efeito e devolve a questão ao tribunal. O efeito suspensivo significa que o recurso impede que a decisão recorrida produza sua eficácia própria, impede que a decisão de 1° grau seja executada. Tem esse efeito a apelação, embargos infringentes e os embargos de declaração.
 Mesmo no tendo efeito suspensivo, o recurso impede o trânsito em julgado da decisão, pois a execução definitiva só ocorrerá com o trânsito em julgado.
 No recurso com efeito suspensivo, os efeitos da decisão ficam contidos, aguardando a nova decisão do tribunal. No recurso sem efeito suspensivo, somente com efeito devolutivo, a decisão produz efeitos provisórios, porque pode ser modificada. A decisão sem recurso produz eficácia plena e definitiva.
 Além dos recursos outros remédios processuais podem ter efeitos suspensivos de coisas diversas, são eles: embargos do devedor que suspendem a execução; embargos de terceiro que suspendem o processo; e as liminares que suspendem atos administrativos ou particulares.
Extinção do recurso antes do exame
 Deserção – falta de preparo (pagamento das custas);
 Desistência – abandono do recurso já interposto, expressa ou tacitamente;
 Renúncia – vontade de não recorrer, expressa ou tácita, antes de interposto.
 A desistência e a renúncia não dependem da concordância da parte contrária, diferente da desistência da ação que requer a concordância da parte contrária que tem direito a uma sentença de mérito.

Outros materiais