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resumo da teoria do crime

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REVISÃO DA AULA PASSADA: 
 
 Estamos estudando o crime, mais especificamente, estrutura. Vimos que o 
crime, para a maioria da doutrina tem três substratos (fato típico, ilicitude e a 
culpabilidade). Eu me comprometi a dissecar o fato típico, que é constituído de 
conduta, resultado, nexo causal e tipicidade. O que eu já fiz? Já expliquei o que é 
fato típico e comecei a analisar conduta. Falamos do conceito de conduta (aqui 
vocês têm que lembrar daquelas sete teorias, que vão do causalismo até o 
funcionalismo sistêmico ou radical de Jacobs). Depois do conceito, falamos das 
causas de exclusão da conduta (caso fortuito, força maior, coação irresistível, ato 
reflexo e estado de inconsciência) e agora estamos tratando das espécies de 
conduta. Eu comecei dom dolo, culpa e preterdolo. Apesar de alguns terem 
reclamado é exatamente no assunto dolo, culpa e preterdolo é que estudamos erro 
de tipo. 
 
 O erro de tipo umbilicalmente exclui do dolo. Ele está ligado à culpa. Por 
isso, eu estudo o erro de tipo junto com dolo e culpa. Não importa se no seu livro 
não está assim. E é exatamente no erro de tipo que paramos na última aula. 
 
 Falamos que há duas espécies de erro de tipo: o erro de tipo essencial e o 
erro de tipo acidental. O essencial pode ser inevitável ou evitável. Se ele é 
essencial, pouco importa de que tipo, exclui do dolo (a doutrina critica esse 'exclui' 
porque não há como excluir algo que nunca existiu). E por que exclui o dolo? 
Porque se o erro de tipo é essencial, não há consciência. Nisso, o dolo perde o seu 
primeiro elemento, que é o elemento intelectivo. Mas eu também comentei que o 
erro de tipo inevitável também exclui a culpa porque não há previsibilidade. Mas 
no evitável a culpa permanece porque a previsibilidade existe. 
 
 O erro de tipo acidental admite cinco espécies: erro sobre o objeto, erro 
quanto à pessoa, erro na execução, resultado diverso do pretendido e, por fim, 
erro sobre o nexo causal. 
 
 O que mais cai em concurso? O erro de tipo acidental (não exclui dolo e 
não exclui culpa. Você vai responder pelo crime). O erro sobre o objeto é criação 
doutrinária. Erro sobre a pessoa, erro na execução, resultado diverso do 
pretendido foi onde terminamos o assunto na aula passada). 
 
 
 d) Erro de tipo acidental SOBRE O NEXO CAUSAL 
 
 
 Previsão legal: Não tem previsão legal. É criação doutrinária. 
 
 Conceito: Aqui temos que lembrar as duas espécies de erro sobre 
o nexo causal: 
 
1. Erro sobre o nexo causal em sentido estrito – “O agente, 
mediante um só ato, provoca o resultado visado, porém 
com outro nexo de causalidade (exemplo: empurro a 
vítima de um penhasco para que morra afogada, porém 
durante a queda ela bate a cabeça contra uma rocha, 
morrendo em razão de um traumatismo craniano”. 
Repare que você tem um só ato e é isso que o diferencia 
da segunda espécie. 
2. Erro sobre o nexo causal com dolo geral (Aberratio 
Causae)– O dolo geral é uma espécie de erro sobre o 
nexo causal que, por sua vez é espécie de erro de tipo 
acidental. “No dolo geral, o agente, mediante conduta 
desenvolvida em dois ou mais atos, provoca o resultado 
visado, porém com nexo de causalidade diverso. 
Exemplo: atiro na vítima e, imaginando, estar morta, 
jogo o corpo no mar, vindo a morrer afogada.” São dois 
atos. O primeiro é o tiro e o segundo é o lançamento do 
corpo ao mar. É o segundo que gera o nexo de 
causalidade diverso (do tiro para o afogamento). 
 
A diferença é que no erro sobre o nexo causal em sentido 
estrito, você tem um só ago. No dolo geral, você tem uma 
sucessão de atos. Lá é o empurrão (um só ato) que 
desencadeia o nexo causal diverso. Aqui há pluralidade 
de atos, desencadeando o nexo de causalidade diverso. 
 
 Querem ver um exemplo que, em tese, poderia se enquadra no 
dolo geral sobre o nexo de causalidade e não se encaixou? Eu esgano minha filha, 
imaginando que já estava morta e jogo pela janela. 
 
 
Quando eu vi o caso da Isabela Nardoni, eu tive a certeza de que veria algum 
interesse prático nisso aqui que estamos estudando. Primeiro caso que eu fico 
sabendo que dá para encaixar essa porcaria aqui. Vamos ver como é o dolo geral 
na prática. Eu achei que a coisa se encaixava direitinho: a madastra esgana e o pai, 
achando que estava morta, joga pela janela. O problema aqui foi que quando 
jogaram pela janela, sabiam que ela estava viva. O promotor não encarou como 
dolo geral e, infelizmente, o caso da Isabela não dá para enquadrar aqui. 
 
 Consequência: “Não exclui o dolo, não exclui a culpa. Não isenta o 
agente de pena. O agente responde pelo crime considerando o resultado 
provocado. Isto é, queria matar, responde por homicídio.” 
 
 No primeiro exemplo, eu queria matar afogando: vou responder 
por afogamento ou por traumatismo craniano que foi o que ocorreu? No segundo 
exemplo, eu queria matar com tiro, matei por afogamento (asfixia). Vou responder 
pelo crime visado pelo nexo ocorrido ou pelo nexo pretendido. Qual a importância 
disso? É que, dependendo do nexo, pode gerar a qualificadora (da asfixia, por 
exemplo). Como, então respondo? São três correntes. 
 
 1ª Corrente: “O agente responde pelo crime 
considerando o nexo visado (pretendido), evitando-se a 
responsabilidade penal objetiva.” 
 
 2ª Corrente: “O agente responde pelo crime 
considerando o nexo ocorrido (real), suficiente para a 
provocação do resultado desejado (o agente, de modo 
geral, aceita qualquer meio para atingir o fim)”. 
 
 3ª Corrente: “O agente responde pelo crime 
considerando o nexo mais benéfico. Ela aplica o 'in dubio 
pro reo'”. Se o nexo pretendido consegue afastara a 
qualificadora do nexo ocorrido, responde pelo nexo 
pretendido. Se o nexo ocorrido afasta a qualificadora do 
nexo pretendido, responde pelo nexo ocorrido. In dubio 
pro reo. Se a lei não trata do assunto, não pode o 
intérprete legislar contra o réu. 
 
 Na doutrina prevalece a segunda corrente, na jurisprudência isso 
é paupérrimo de exemplo. 
 
 Com isso, terminamos o erro de tipo acidental com todas as suas 
espécies. Eu só quero deixar claro que a doutrina tem chamado o dolo geral de 
aberratio causae. Você tem: 
 
 Aberratio Ictus – Sinônimo de erro na execução 
 Aberratio Criminis – Sinônimo de resultado diverso do 
pretendido 
 Aberratio Causae – Sinônimo de dolo geral 
 
 Já caiu em concurso: o examinador dá o problema e pergunta se 
houve aberratio ictus, criminis ou causae. 
 
 Presta atenção no que eu vou falar: nem todos os livros 
diferenciam o erro sobre o nexo causal em outras duas espécies. Para quem não 
faz essa diferenciação, aberratio causae é sinônimo de erro sobre o nexo causal. 
 
 Não há mais do que falar em erro de tipo. Caiu no concurso, você 
vai destruir. Qual é a diferença entre erro de tipo e erro de proibição? No erro de 
tipo, o agente não sabe o que faz e no erro de proibição o agente sabe o que faz 
mas desconhece a ilicitude do seu ato. Olha o que caiu no MP/MG: Alguém falsifica 
um cheque do Itaú. O promotor denuncia por qual crime? Falsidade de documento 
público ou particular? O Itaú é entidade particular, o cheque foi emitido por 
entidade particular, o cheque, contudo, é documento público por equiparação. 
 
 “Art. 297, § 2º - Para os efeitos penais, 
equiparam-se a documento público o emanado 
de entidade paraestatal, o título ao portador ou 
transmissível por endosso, as ações de sociedade 
comercial, os livros mercantis e o testamento 
particular.” 
 
 O cheque do Itaú é documento (apesar de ser entidade privada) é 
documento equiparado a público. Esse falsificador chega na audiência e pede para 
fazer uma pergunta: 
 
“Eu quero saber do promotor uma coisa: por que eu estou respondendo por 
falsidade de documento público se o cheque é do Itaú?” O promotor explica e ele 
diz: “Entendi. Mas eu não sabiaque era equiparado a público. Eu não tinha ciência 
disso” O que ele está alegando? Erro. Qual erro? Erro de tipo ou erro de proibição? 
Eu pedi para vocês decorarem as duas frases sobre erro de tipo e de proibição! No 
erro de tipo, ele não sabe o que faz. No exemplo, ele sabia? Sim. No erro de 
proibição, ele sabe o que faz, mas desconhece que é proibido. No exemplo, ele 
sabia que era proibido falsificar? Sim, sabia. Então não é nem erro de tipo e nem de 
proibição? O que é isso? No fundo, acaba não sendo nada, mas a doutrina dá 
nome: Erro de subsunção. 
 
 
 ERRO DE SUBSUNÇÃO 
 
 Não se confunde com erro de tipo pois não há falsa percepção da 
realidade. Também não se confunde com erro de proibição, vez que o agente sabe 
da ilicitude do seu comportamento. 
 
 
 1.CONCEITO 
 
 Tem previsão legal? Não. É criação doutrinária. Qual é o conceito de erro 
de subsunção? 
 
 “Trata-se de erro que se recai sobre valorações jurídicas equivocadas, 
sobre interpretações jurídicas errôneas. O agente interpreta equivocadamente o 
sentido jurídico do seu comportamento.” 
 
 Quem me dá um outro exemplo de um artigo que é perfeitamente 
possível de ser objeto desse erro? Conceito de funcionário público para fins penais. 
Eu dei dinheiro para o jurado, mas não sabia que era funcionário público para fins 
penais. O jurado pega o dinheiro e não sabia que era, ele jurado, funcionário 
público para fins penais. 
 
 2.CONSEQUÊNCIAS 
 
 Não exclui o dolo, não exclui a culpa. Não isenta o agente de pena. Pode 
gerar, no máximo, uma atenuante inominada (art. 66, do CP). 
 
 “Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em 
razão de circunstância relevante, anterior ou 
posterior ao crime, embora não prevista 
expressamente em lei.” 
 
 Pode o juiz entender que houve erro de subsunção e aplicar uma 
atenuante. 
 
 Terminamos erro de subsunção. Olha a pergunta que eu vou fazer. Eu vou 
contar um caso, vocês têm que dizer que erro aconteceu e eu vou, ao final, fazer 
uma observação. Eu tenho um agente federal. Aqui eu tenho um investigador de 
polícia civil. Eu quero matar o investigador. Por erro, eu acabo matando o agente 
federal. Que erro que houve? Eu queria matar, os dois estão no local. Por falta de 
pontaria, matei o agente federal. Que erro foi esse? Erro na execução (art. 73, do 
CP, aberratio ictus). Qual a consequencia? Eu respondo como se tivesse atingido a 
vitima pretendida, virtual. Eu pretendia atingir o investigador, atingi o agente, mas 
respondo como se tivesse matado o investigador (vítima virtual). Até aqui alguma 
dificuldade? Não, né? 
 
 Onde vai ser o processo e julgamento? Eu matei um policial federal, mas a 
vítima considerada (virtual) é um agente estadual. E aí? Quem julga? É a justiça 
estadual porque a vítima considerada é um agente estadual ou é a justiça federal 
pois quem morreu foi um agente federal? Competente é a Justiça Federal. Por 
que? Porque a consequência da aberratio ictus é só para fins penais e não para fins 
processuais penais. O processo penal trabalha com a vítima real. Só o direito penal 
trabalha com a vítima virtual. O processo penal, para fins de competência, 
trabalha com a vítima real. Pena é que trabalha com vítima virtual. 
 
 Cuidado! A aberratio ictus não se estende para o processo penal. É um 
instituto de direito penal e não de direito processual penal! 
 
 O erro de tipo não interfere na competência, que é matéria processual 
penal! 
 
 
 
 
 
 ERRO PROVOCADO POR TERCEIRO 
 
 
 1.PREVISÃO LEGAL: Art. 20, § 2º 
 
 “§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que 
determina o erro”. 
 
 2.CONCEITO: 
 
 “No erro de tipo, o agente erra por conta própria, por si só. Já no erro 
determinado por terceiro, há uma terceira pessoa que induz o agente a erro (trata-
se de erro não espontâneo).” 
 
 3.CONSEQUÊNCIA: 
 
 “Quem determina dolosamente o erro de outrem, responde por crime 
doloso. Exemplo: o médico quer matar o paciente. Ele, dolosamente, engana e 
induz a enfermeira a ministrar a dose errada nesse paciente.” 
 
 “Quem determina culposamente o erro responde por crime culposo. O 
médico, negligentemente deu errada a dose para ser ministrada ao paciente. Ele, 
culposamente induziu a erro a enfermeira, vai responder por homicídio culposo.” 
 
 Nas duas hipóteses, temos o médico agindo como autor mediato. 
Veremos esse assunto daqui a umas duas aulas. 
 
 
 DELITO PUTATIVO POR ERRO DE TIPO 
 
 Para terminar erro, está faltando apenas diferenciar erro de tipo, de delito 
putativo por erro de tipo. 
 
 Eu dou um tiro, imaginando que era uma pessoa, mas já era um cadáver 
(delito putativo por erro de tipo). Eu dou um tiro imaginando que era um cadáver, 
mas era uma pessoa (erro de tipo). 
 
 No erro de tipo, eu não quero praticar o crime e, sem querer, 
acabo praticando porque eu ignorava a presença de uma 
elementar. 
 
 No delito putativo por erro de tipo, eu queria praticar o crime e 
acabo não praticando porque eu desconhecia a ausência de uma 
elementar. 
 
 Erro de tipo não se confunde com delito putativo por erro de tipo. No erro 
de tipo, o agente não sabe o que faz. Falta percepção da realidade. No delito 
putativo por erro de tipo, o agente também não sabe o que faz. Ele também tem 
uma falsa percepção da realidade. No erro de tipo, o agente imagina estar agindo 
licitamente. Por exemplo: atirar contra um animal. Ele imagina que está atirando 
contra um animal. Já no delito putativo por erro de tipo é exatamente o oposto: ele 
imagina estar agindo ilicitamente. Imagina estar atirando contra alguém. 
Exatamente o oposto. No erro de tipo, o agente ignora a presença de uma 
elementar. Ele ignorava a elementar “alguém”. Ele imaginava ser um animal, um 
bicho, e era alguém. Ele ignorava a presença dessa elementar do homicídio. E o 
delito putativo por erro de tipo é exatamente o oposto. Se antes ele ignorava a 
presença de uma elementar, agora ele ignora a ausência de elementar. Ele ignora a 
ausência de alguém. Ele imaginava que tinha alguém. No erro de tipo, o agente 
pratica fato típico sem querer. No delito putativo por erro de tipo, que é 
exatamente o oposto, ele pratica fato atípico sem querer. 
 
 Erro de tipo: atiro contra o arbusto imaginando esconder o animal. A 
realidade que eu desconhecia: lá se escondia alguém. Aqui eu pratiquei um fato 
típico sem querer. 
 
 Delito putativo por erro de tipo (é só inverter o exemplo): eu atiro contra 
o arbusto, imaginando esconder alguém. A realidade que eu desconhecia: lá se 
escondia um animal. Aqui eu pratiquei um fato atípico sem querer. 
 
 Finalmente terminamos erro de tipo. Vamos agora estudar a próxima 
espécie de conduta que, nada mais é do que a omissão. 
 
 
 
 
 
 c)Conduta COMISSIVA – Crime COMISSIVO 
 
 Para estudar um crime comissivo temos, antes, que analisar tipo 
proibitivo. É um pressuposto inevitável para entender o que é crime comissivo. 
 
 TIPO PROIBITIVO – “O direito penal protege bens jurídicos, proibindo 
algumas condutas ilícitas (matar, constranger, subtrair, falsificar, etc.).” Tipo 
proibitivo é aquele você abre, lê e percebe que o legislador está proibindo um 
comportamento. O tipo proibitivo protege o bem jurídico proibindo alguns 
comportamentos. 
 
 “No crime comissivo, o agente infringe um tipo proibitivo praticando a 
ação proibida.” 
 
 Isso aqui é a regra no Código Penal, o óbvio. Ninguém pergunta isso, o que 
cai é o seguinte: 
 
 
 d)Conduta OMISSIVA – Crime OMISSIVO 
 
 Para explicar crime omissivo eu vou ter que explicar que espécie de tipo? 
Crime omissivo não se refere a tipo proibitivo. 
 
 Para entender o crime omissivo, temos que analisar o tipo mandamental. 
 
 TIPO MANDAMENTAL - “O direito penal protege bens jurídicos determinando 
a realização de condutas valiosas (socorrer, notificar, guardar).” 
 
 No proibitivo eu proíbo condutas ilícitas. No mandamental,eu determino 
condutas valiosas. 
 
 “No crime omissivo, o agente deixa de agir de acordo com o que 
determinado por lei (é uma inação: não agir como determinado).” 
 
 Importante: A norma mandamental (norma que manda agir) pode 
decorrer: 
 
 a) Do próprio tipo penal – significando que o tipo penal descreve a 
omissão. Por exemplo, “deixar de”. 
 
 b) De cláusula geral – aqui a omissão não está descrita no tipo. O 
dever de agir é que está descrito em norma geral, e não no tipo. O agente vai 
responder por crime comissivo. Isso é importante. Apesar da omissão, responde 
por crime comissivo. 
 
 
 ESPÉCIES DE TIPO OMISSIVO 
 
 Quando a norma mandamental decorrer do próprio tipo penal, isto é, 
quando o tipo descrever a omissão, tenho o chamado tipo omissivo próprio ou 
puro. 
 
 Quando a omissão decorre de cláusula geral e apesar de omitir ele 
responde por ação, tenho o crime omissivo impróprio ou impuro. 
 
 O que difere um do outro é o tipo de norma mandamental, uma está no 
tipo e a outra em norma geral. A diferença está na espécie de norma 
mandamental. Do tipo penal ou da cláusula geral mais especificamente o art. 13, § 
2º, do Código Penal. O artigo 13, § 2º nada mais é do que aquela cláusula geral que 
se você se enquadrar nela, você responde por ação. 
 
 “§ 2º - A omissão é penalmente 
relevante quando o omitente devia e podia agir 
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe 
a quem: 
 a) tenha por lei obrigação de cuidado, 
proteção ou vigilância; 
 b) de outra forma, assumiu a 
responsabilidade de impedir o resultado; 
 c) com seu comportamento anterior, 
criou o risco da ocorrência do resultado. 
 
 
 
 
 
 Diferenças entre omissão PRÓPRIA e omissão IMPRÓPRIA 
 
 Omissão própria: 
 
1. Se eu falei em dever genérico é porque não tem destinatário certo. Atinge 
a todos indistintamente. É o dever de solidariedade. 
2. Se a omissão está descrita no tipo, estou diante de uma subsunção direta. 
A omissão se ajusta perfeitamente ao tipo penal. Aqui o tipo penal 
descreve diretamente a omissão. 
3. Crime omissivo puro não admite tentativa. São delitos de mera conduta. 
 
 Omissão imprópria: 
 
1. Se eu falei que é dever específico, não é dever que atinge, que cabe, a 
todos, mas personagens especiais. É endereçado a personagens especiais, 
aqueles referidos no art. 13, § 2º. E isso não só para agir, mas para evitar o 
resultado típico. 
2. Na omissão imprópria, o tipo não descreve a omissão. Estou diante de 
uma subsunção indireta. Por que subsunção indireta? Eu tenho a omissão 
e o tipo penal. O problema é que o tipo penal descreve uma ação. Como é 
que eu posso ajustar a omissão à ação? Não tem como. Eu preciso 
primeiro passar pelo art. 13, § 2º, para só depois chegar ao tipo penal. Eu 
preciso da norma geral para chegar no tipo penal. Daí subsunção indireta. 
3. O crime omissivo impróprio concorre com o crime comissivo. Admite 
tentativa. 
 
 
 
 Agora vamos colocar toda a teoria na prática: você se deparou na prova 
com uma omissão. É própria ou imprópria? Para responder isso, basta perguntar o 
seguinte: o omitente se encaixa no art. 13, § 2º? Sim. Pronto. É omitente impróprio 
e responde pelo resultado como se tivesse praticado a infração. O omitente não se 
enquadra no art. 13, §2º? Não. Então não é omissão imprópria. Tem que ter tipo 
penal específico, senão não é crime. 
 
 Olha como fica fácil: vamos imaginar alguém que se omita diante de um 
menino agonizando e não faz nada. Que crime praticou? Vocês primeiro têm que 
perguntar o seguinte: Essa pessoa que estava vendo e não fez nada se enquadra no 
art. 13, §2º? Se ela se enquadrar, e o menino morrer, ela vai responder por 
homicídio. Se ela não se enquadrar e omitiu socorro, tem algum tipo que descreve 
omissão de socorro? Tem. É omissão de socorro. Se quem se omite é o pai, ele é 
omitente impróprio e responderá por homicídio. A pessoa que está olhando, de 
algum a forma assumiu a responsabilidade de impedir o resultado (era a babá) ou 
quem olhando e não está fazendo nada, foi quem empurrou. Se o omitente se 
enquadra em uma das três alíneas, ele é um omitente impróprio e vai responder 
por homicídio (doloso ou culposo, dependendo do animus dele). 
 
 Se ele se enquadra em uma dessas alíneas a doutrina diz que ele é garante 
ou garantidor. Ele não é um simples omitente. 
 Agora, se não é garante ou garantidor porque não se enquadra em 
nenhuma das alíneas, o fato de ele não socorrer, tem um tipo penal específico que 
é a omissão de socorro, aí ele é omitente próprio. 
 Numa comarca do interior uma professora levou dois alunos para 
conhecer uma caverna. Ela se descuidou, não vigiou os meninos e um deles bateu a 
cabeça e morreu. Houve uma omissão. Ela tinha o dever de cuidado. A omissão 
dela é própria ou imprópria? Vcs conseguem enquadrá-la em alguma das alíneas do 
art. 13, § 2º? 
 
“§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando 
o omitente devia e podia agir para evitar o 
resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) 
tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou 
vigilância; b) de outra forma, assumiu a 
responsabilidade de impedir o resultado; c) 
com seu comportamento anterior, criou o risco 
da ocorrência do resultado.” 
 OMISSÃO PRÓPRIA OMISSÃO IMPRÓPRIA 
1. O agente tem um dever genérico de agir 1. O agente tem um dever específico de 
evitar o resultado. 
2. A omissão está descrita no tipo – 
Subsunção direta. 
2. O tipo não descreve a omissão – 
Subsunção indireta. 
3. Não admite tentativa – são delitos de 
mera conduta. 
3. Admite tentativa. 
 
 
 Essa professora, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o 
resultado. Essa professora é uma garantidora e vai responder por homicídio, no 
caso, culposo, mas vai responder por homicídio. 
(Fim da 1ª parte da aula) 
 
 
 3)Conduta MISTA – Crime de CONDUTA MISTA 
 
 Há crimes que no tipo penal exigem do agente ação e omissão. Não basta 
agir, também tem que omitir. Não basta agir, também tem que omitir. É um tipo 
penal específico que traz os dois núcleos, o comissivo e o omissivo para configurar 
o delito. 
 
 Exemplo: art. 169, § único, II (apropriação de coisa achada): 
 
 “Apropriação de coisa achada” 
 “II - quem acha coisa alheia perdida e dela se 
apropria, total ou parcialmente (AÇÃO), 
deixando de restituí-la ao dono ou legítimo 
possuidor ou de entregá-la à autoridade 
competente (OMISSÃO), dentro no prazo de 
quinze dias.” 
 
 É uma ação seguida de omissão: crime de conduta mista. Há outro 
exemplo: Apropriação indébita previdenciária (art. 168-A): 
 
 “Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência 
social as contribuições recolhidas dos 
contribuintes, no prazo e forma legal ou 
convencional:” 
 
 Neste caso, eu tinha primeiro uma ação (recolhimento), depois, deixo de 
repassar (omissão). Há divergência doutrinária neste caso porque há autores que 
enxergam o crime do art. 168-A só como omissivo. Mas eu acho que está muito 
claro que há as duas condutas, uma omissiva e outra omissiva. Ação seguida de 
omissão. 
 
 Com isso, terminamos conduta. 
 
 Quando se fala em crime, mais especificamente em fato típico, o seu 
primeiro substrato, o assunto conduta, você já aprendeu. Pode perguntar o que 
for, sobre conduta, que vocês terão no caderno. Agora, vamos para o resultado, ou 
seja, o segundo requisito do fato típico. 
 
 
 
3. FATO TÍPICO: 2º ELEMENTO: RESULTADO 
 
 
3.1. ESPÉCIES de Resultado 
 
 Quando falamos em resultado, temos que lembrar das duas espécies: 
 
a) Resultado NATURALÍSTICO (ou MATERIAL) – “Da conduta resulta 
efetiva alteração física no mundo exterior. Exemplo: morte, diminuição 
patrimonial, falsidade documental, etc.”. 
 
b) Resultado NORMATIVO (ou JURÍDICO) – “Da conduta resulta 
lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado”.3.2. CLASSIFICAÇÃO doutrinária do crime quanto ao Resultado 
 
 a) Crime MATERIAL – No crime material, o tipo penal descreve 
conduta mais resultado naturalístico. A ocorrência resultado naturalístico é 
indispensável para a consumação. Exemplo: homicídio. 
 
 b) Crime FORMAL – No crime forma, o tipo penal também descreve 
conduta mais resultado naturalístico. Porém, cuidado! Aqui, o resultado 
naturalístico é dispensável. É mero exaurimento do crime. Por que? Porque o 
crime se consuma com a conduta. A consumação se dá com a conduta. Por isso é 
chamado de crime de consumação antecipada. O que o juiz faz com o 
exaurimento? Enfia na pena. Exemplo: Extorsão (se consuma com a exigência). 
Recebendo a vantagem indevida, é mero exaurimento. 
 
 
 
 c) Crime DE MERA CONDUTA – O tipo penal descreve uma mera 
conduta. Não descreve resultado naturalístico. É o chamado crime de mera 
atividade. Eu não digo que não possa existir de fato, mas juridicamente, não consta 
do tipo penal. Quem me dá um exemplo? Omissão de socorro, violação de 
domicílio, etc. Porte ilegal de arma é crime de mera conduta? Sim. 
 
 Todos os crimes têm resultado naturalístico? É algo inerente a todo e 
qualquer crime? Não. Crime material tem e exige. Crime forma tem, mas dispensa. 
Crime de mera conduta, sequer tem. Então, verdade insofismável: Nem todos os 
crimes têm resultado naturalístico. 
 
 Tem algum crime que não tem resultado jurídico? Se é verdade que nem 
todos os crimes tem resultado naturalístico, todos os crimes têm resultado 
jurídico. Não há crime sem lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. O 
crime material, o formal e o de mera conduta todos têm resultado normativo. É um 
elemento comum. 
 
 A última pergunta para acabar o estudo do resultado (e ir para relação de 
causalidade) eu pergunto o seguinte: Do que é feito o fato típico? O crime é 
constituído de fato típico, que é composto de conduta, resultado, nexo e 
tipicidade. Quantos resultados vocês conhecem? Dois, um naturalístico e um 
jurídico. Qual dos dois integra o fato típico? Olha a pergunta da Magistratura 
Federal: “Qual resultado integra o fato típico?” E a resposta que o examinador 
queria era a seguinte: 
 
 1ª Corrente – Só o resultado naturalístico. É o que vocês vão 
encontrar na maioria dos manuais. Se é resultado naturalístico, eu 
tenho que diferenciar o fato típico no crime material do fato típico no 
crime formal ou de mera conduta. E por que? Se o crime é material, 
será constituído de conduta, resultado e nexo (o que une conduta e 
resultado) e tipicidade. Agora, se o crime é formal ou de mera 
conduta, ele é constituído só de conduta, não tem resultado, não tem 
nexo e só a tipicidade. O crime material tem o fato típico com quatro 
requisitos. O formal e o de mera conduta é constituído de dois 
requisitos: conduta e tipicidade, mais nada. Vocês vão encontrar isso 
em diversos manuais. 
 
 2ª Corrente (doutrina moderna funcionalista) – Para essa segunda 
corrente, a tipicidade formal só é constituída de resultado 
naturalístico. Porém, a tipicidade material, é constituída de resultado 
normativo. Então, na tipicidade material não importa se o crime é 
material, não importa se o crime é formal e não importa se é de mera 
conduta. Para a tipicidade material, não importa nada disso porque 
será sempre constituído de conduta, resultado normativo, nexo e 
tipicidade. 
 
 Para a primeira corrente, o resultado que integra o fato típico é só o 
naturalístico e, com isso, ela diferencia os componentes do fato típico no crime 
material e no não material. Já a segunda corrente diz: Um momento, a tipicidade 
formal é só constituída de resultado naturalística. Então, aqui estão certos, mas na 
hora que você analisar a tipicidade material, verá que ela depende do resultado 
normativo. O fato típico, então, não importa se é material, formal ou de mera 
conduta porque ele é composto de conduta, resultado, nexo e tipicidade (E o Luiz 
Flávio ficou três horas e meia explicando para vocês tipicidade material e tipicidade 
formal). 
 
 Com isso, terminamos resultado e vamos para a relação de causalidade. 
 
 
4. FATO TÍPICO: 3º ELEMENTO: RELAÇÃO DE CAUSALIDADE 
 
 
 “É o nexo causal, vínculo entre conduta e resultado. O estudo da 
causalidade busca concluir se o resultado, como um fato, ocorreu da ação e se pode 
ser atribuído, objetivamente (e juridicamente, ao sujeito ativo), inserindo-se na sua 
esfera de autoria por ter sido ele o agente do comportamento”. 
 
 Já foi dissertação de concurso: relação de causalidade. Não tem como 
começar a falar disso, sem dar o conceito. 
 
 O nexo de causalidade existe em qualquer crime? É requisito essencial de 
qualquer crime? O nexo causal é requisito essencial do crime? 
 
 
 1ª Corrente: Não. Só nos materiais. Essa primeira corrente diz que o nexo 
causal só existe nos crimes materiais. Por que? Porque crime formal e de mera 
conduta só tem conduta e tipicidade. Ela está dizendo que o nexo causal é sempre 
naturalístico. 
 
 2ª Corrente: Vai dizer o seguinte: O nexo causal nem sempre está presente 
na tipicidade formal. Porém, o nexo causal (normativo) é requisito da tipicidade 
material. A segunda corrente reconhece também o nexo causal normativo, que é 
requisito da tipicidade material. 
 
 
4.1.PREVISÃO LEGAL – Art. 13, do CP: 
 
 
 Relação de causalidade 
 “Art. 13 - O resultado, de que depende a 
existência do crime, somente é imputável a 
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação 
ou omissão sem a qual o resultado não teria 
ocorrido”. 
 
 
 O art. 13 do Código Penal acabou tratando da causalidade de forma 
simples. Se você perguntar o que é causa, é simples: é toda ação ou omissão sem a 
qual o resultado não teria ocorrido. Esse artigo, quando trata do nexo de 
causalidade, adotou a causalidade simples. 
 
 
 
4.2.TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS ou TEORIA DA 
CONDITIO SINE QUA NON 
 
 “O art. 13, caput, do Código Penal, adotou a causalidade simples, 
generalizando as condições, é dizer, todas as causas concorrentes se põem no 
mesmo nível de importância equivalendo-se em seu valor (Teoria da Equivalência 
dos Antecedentes Causais também chamada de Teoria da 'Conditio Sine Qua 
Non').” 
 
 
 Alguém te pergunta: O que é causa? O Código Penal responde: “Simples. A 
causa do resultado morte é todo comportamento (ação e omissão) anterior sem o 
qual o resultado não teria ocorrido.” ou seja, adotou a Teoria da Conditio Sine Qua 
Non. O que foi causa do resultado morte? Tudo aquilo que antecedeu e sem o qual 
não teria ocorrido. 
 
 Aí alguém pergunta: “Mas como saber qual foi o comportamento 
determinante para o resultado?” Como que eu vou saber? A conditio sine qua non, 
sozinha não responde isso. Então, temos que adicionar à teoria da conditio sine qua 
non, a Teoria da Eliminação Hipotética dos Antecedentes Causais. Agora, sim, 
somando uma teoria com a outra, você vai saber o que é causa. 
 
 
 
4.3.TEORIA DA ELIMINAÇÃO HIPOTÉTICA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS 
 
 
 O que é causa? O CP diz: É toda ação ou omissão sem a qual o resultado 
não ocorreria. Como é que eu vou saber qual foi ou não determinante? Vc vai 
eliminar hipoteticamente o comportamento dos antecedentes causais. E pergunta: 
eliminando o resultado, aconteceria? Se a resposta for positiva, então ele não foi 
determinante, não é causa. Eliminando o resultado muda? Muda! Então foi causa. 
O que é causa? É tudo o que antecede o resultado sem o qual não teria ocorrido. 
 
 Teoria da Eliminação Hipotética dos Antecedentes Causais - “No campo 
mental da suposição e da cogitação, o aplicador deve proceder à eliminação da 
conduta para concluir pela persistência ou desaparecimento do resultado. 
Persistindo, não é causa. Se o resultado persiste, não é causa, desaparecendo, é 
causa.” 
 
 Eu acho que aí fica tranquilo. Para vocêsaber o que é causa de um 
resultado, o Código Penal acaba exigindo a soma das duas teorias. Quando ele fala 
em ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, como é que eu vou 
saber se o resultado ocorreria ou não ocorreria? Se eu elimino a sua conduta e o 
resultado persiste, significa que a sua conduta não tem influência no resultado, 
então ela não é causa do resultado. Agora, se eu elimino a sua conduta e o 
resultado desaparece é porque sua conduta deu causa ao resultado. 
 
 
 Exemplo: Antes do envenenamento, eu tenho: 1) comprei o veneno; 2) 
comprei o bolo; 3) misturei o bolo + veneno; 4) tomei um suco de laranja; 5) eu 
servi o bolo para a vítima que morreu envenenada. O que foi causa da morte da 
vítima? O Código diz: tudo aquilo que antecedeu a morte, sem o qual a morte não 
teria ocorrido. Como eu vou saber? Vc vai pegar cada um dos cinco 
comportamentos e eliminar hipoteticamente. Vamos lá: eliminando a compra do 
bolo, eliminaria o resultado? Não porque ele comeu o bolo. Então, é causa. 
Eliminando a compra do veneno, ele deixaria de morrer como morreu, então é 
causa. Tudo é causa. Menos tomar o suco. Então, o que acontece: dos cinco 
antecedentes causais, você só consegue eliminar o suco. 
 
 Crítica que se faz a essas duas teorias: Eu parei na compra do veneno, mas 
poderia ir até o pai e até a mãe do agente! Eliminando o pai e a mãe do Beira-Mar, 
ele não nasceria. E nem por isso eu posso dizer que os pais dele são a causa de 
tudo o que ele faz. Levando isso ao infinito, chegamos até Adão e Eva. A crítica que 
se faz a essa teoria é o seguinte: Ela faz com que a causalidade objetivamente 
regresse ao infinito. É óbvio que o pai e a mãe do Fernandinho não vão responder 
pelo crime porque não agiram com dolo ou culpa, mas objetivamente, são causa. 
 
 Presta atenção: eu tenho que diferenciar a causalidade objetiva da 
causalidade psíquica. Para a objetiva, basta o nexo causal. Para a causalidade 
psíquica, o dolo e culpa. Somente depois de somar nexo causal com dolo e culpa é 
que chego na responsabilidade. Mas presta atenção: objetivamente, são causa do 
resultado. Não serão responsáveis porque não agiram com dolo e culpa. Mas 
objetivamente, ela regressa ao infinito. 
 
 Qual é a crítica que fazem? Essa teoria regressa ao infinito. E quem nasceu 
para evitar o regresso ao infinito? Roxin! Teoria da Imputação Objetiva! Nasceu 
para evitar o regresso ao infinito da causalidade objetiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.4.TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA 
 
 
 Essa teoria serve para colocar um filtro na causalidade. Para o juiz não 
precisar analisar dolo e culpa. Já mata o problema na causalidade objetivo. Ela se 
insurge contra o regresso infinito. E como que ela se insurge? 
 
 Na prática é o seguinte: o que ela faz? Ela incrementa. Ao lado da doutrina 
clássica (aqui não é a causalista, vamos dizer que seja a finalista), eu coloco a teoria 
da imputação objetiva. Eu separei a causalidade em causalidade objetiva e 
causalidade psíquica. Somente quando somar a causalidade objetiva com a 
psíquica é que eu tenho responsabilidade. 
 
 Para a doutrina clássica, a causalidade objetiva e formada do quê? Só 
precisa do nexo causal. Por isso, é que ela corre o risco de regressar ao infinito. 
Depois do nexo causal, ela analisa dolo e culpa. 
 
 E o que faz a imputação objetiva? Ela se insurge contra essa simplicidade. 
O que ela faz? Ela diz o seguinte: não há dúvida que o nexo causal existe na 
causalidade objetiva, é importante na causalidade objetiva. Mas não pode ser só o 
nexo causal. Ao lado do nexo causal, que é mera relação de causa e efeito, eu 
preciso definir o nexo normativo. Olha só a diferença! O nexo causal, essa mera 
relação de causa e efeito, existe, mas não basta. Além dele, para se cogitar da 
causalidade objetiva eu preciso estudar o nexo normativo. E o que vem a ser isso? 
 
 Nexo normativo é a criação ou incremento de um risco não permitido. O 
que significa isso? A criação ou o incremento de um risco que a sociedade não 
tolera. É só disso que é formado o nexo normativo? Não. Ele precisa ainda de risco 
dentro do resultado provocado. O que é isso? O resultado deve estar dentro da 
linha de desdobramento causal normal da conduta. A realização do risco dentro do 
resultado provocado é o resultado dentro da linha de desdobramento causal 
normal do risco. 
 
 O que a imputação objetiva fez? Ela só fez isso: acrescentou o nexo 
normativo, um filtro, antes de chegar no dolo e na culpa. 
 
 
 
 Vamos analisar a conduta do homicida no exemplo do bolo com veneno. 
Vamos ver se a imputação objetiva muda algo com relação ao agente que misturou 
o bolo com o veneno. Pela doutrina clássica, misturou o bolo com o veneno, 
ministrou para alguém, vai responder pelo crime? Tem nexo causal? Se ele não 
misturasse o bolo com o veneno a vítima não morreria, então tem nexo causal. 
Basta isso, para responder pelo crime? Não. Isso já foi suficiente para dizer que ele 
foi causa do resultado, mas a causalidade psíquica precisa de dolo e culpa. Ele agiu 
com dolo? Agiu. Para a doutrina clássica ele responde por homicídio. 
 
 E para a imputação objetiva, muda alguma coisa? Se tinha nexo causal, lá, 
não deixa de existir aqui. O nexo é o mesmo, só que aqui ele não é um só. Ele é um 
dos requisitos. Tem nexo causal na conduta do homicida? Tem. Basta isso para 
causalidade objetiva? Não. Antes de ir para o dolo e para a culpa, tenho que 
analisar o nexo normativo. Pergunto: dar veneno no bolo para alguém você está 
criando ou incrementando um risco que a sociedade não tolera? Está. Basta isso? 
Não. Você ainda precisa do quê? O risco que você criou está dentro do resultado? 
Ele morreu decorrente desse envenenamento? Morreu envenenado. Está na linha 
de desdobramento normal causal de envenenamento? Está ou não está? Está. 
Então tem nexo causal e tem nexo normativo. Agora, eu já posso dizer que a 
causalidade objetiva está perfeita. Ele agiu com dolo? Agiu. Eu pergunto: mudou 
alguma coisa para ele da imputação objetiva para a clássica (não é a clássica 
causalista, é a clássica finalista)? Não. 
 
 Agora, vamos ver o comportamento da tia boleira, da tia que vendeu o 
bolo. Vamos olhar para a teoria clássica. Se eu eliminar do mundo a tia boleira, ele 
morreria como morreu? Não. Ele não morreria. Então, a tia boleira é causa do 
resultado. Ela só não vai responder porque não agiu com dolo ou culpa. Eu, MP, 
vou intimar a tia boleira e dizer que ela causou a morte da vítima. Objetivamente 
ela matou (o bolo dela fez isso). Subjetivamente é que não. Vocês entenderam a 
doutrina clássica? É contra isso que se insurge a imputação objetiva, você jogar o 
dedo na cara de alguém e dizer que foi causa do resultado. 
 
 Vamos ver se melhora para a tia boleira com a imputação objetiva: se 
havia nexo causal, na teoria clássica, aqui é o mesmo nexo causal, com a diferença 
de que lá, para a teoria clássica era suficiente. Na imputação objetiva eu tenho que 
perguntar se ela agiu com nexo normativo. O fato de ela fazer um bolo criou ou 
incrementou algum risco não permitido pela sociedade? Não. 
Então, não tem nexo normativo. Mesmo tendo nexo normativo, eu não vou 
perquirir o dolo e a culpa. Eu já digo que ela não foi causa do resultado, nem 
objetivo. 
 
 Olha que interessante essa questão: um assaltante assalta um homem e, 
na reação, mata o homem. Ligam para a esposa da vítima e dizem que o marido 
morreu vítima de um latrocínio. Ela tem um ataque cardíaco e morre. O latrocida 
responde pela morte da esposa? A doutrina clássica vai dar uma resposta, a 
imputação objetiva vai dar outra. O finalismo vai dizer o seguinte: se ele não 
tivesse matado o marido, ela não teria morrido, então o latrocida faz presente o 
nexo causal. Ele só não vai responder pela morte dela porque não agiu com dolo ou 
culpa, mas foi causa objetiva. A imputação objetivavai dizer: espera um pouco. 
Que ele foi causa física, eu não tenho dúvida. Eu tenho dúvida se ele foi causa 
normativa. Aí eu pergunto: assaltar uma pessoa e matar é um risco que a 
sociedade não tolera? É, claro. Então ele criou um risco não permitido. Agora eu 
pergunto: é desdobramento normal de um assalto a esposa morrer com a notícia? 
O risco que ele criou no latrocínio está dentro da morte da esposa? Não. Então, 
não estando dentro da linha de desdobramento causal normal, o latrocida sequer 
foi causa da morte da esposa. 
 
 Eu consegui aplicar isso na prática em um caso só em dez anos de MP. 
Esse caso é emblemático. Vocês se lembram que em Vinhedo, no Hopi Hari, um 
rapaz entrou num brinquedo, teve um choque anafilático e morreu? O brinquedo 
solava uma fumaça para simular gelo seco. Esse jovem em contato com a fumaça, 
desencadeou uma reação em seu organismo, teve um choque anafilático e morreu. 
A perícia apurou o seguinte: esse jovem estava com início de pneumonia, com o 
pulmão fragilizado. O jovem sabia do quadro. Comportamento dos dirigentes do 
Hopi Hari, de acordo com a doutrina clássica. Se eu retirasse aquela fumaça, ele 
teria morrido? Não. Então, Hopi Hari foi a causa. Que foi causa física eu não tenho 
dúvida. Mas o Hopi Hari criou ou implementou o risco não permitido? Ou, na 
verdade, o jovem se autocolocou em risco, sabendo que estava em início de 
pneumonia. A autocolocação da própria vítima em risco não tem nexo normativo, 
exclui a causalidade objetiva, exclui o nexo do agente e isso não existe na doutrina 
clássica. 
 
 
 
 
 
 Anotem, então, o que é a teoria da imputação objetiva: 
 
 “Insurgindo-se contra o regresso ao infinito decorrente da causalidade 
simples, a teoria da imputação objetiva enriquece a relação de causalidade 
acrescentando o nexo normativo, este composto de: a) criação ou incremento de 
um risco não permitido; b) risco realizado no resultado provocado (resultado na 
linha de desdobramento causal normal da conduta).” 
 
 Caiu em concurso: a imputação objetiva substitui o nexo causal? Não. Ela 
complementa o nexo causal. A imputação objetiva não substitui o nexo causal, 
apenas o complementa. 
 
 
Rogério Greco extrai algumas conclusões importantes: 
 
 1ª Conclusão: “A imputação objetiva é uma análise 
que antecede a imputação subjetiva (dolo e culpa).” 
 
 2ª Conclusão: “Pode-se dizer imputação objetiva 
quanto ao resultado ou comportamento do agente”. A imputação 
objetiva analisa, tanto o comportamento do agente quanto o 
resultado. 
 
 3ª Conclusão: “Foi criada para se contrapor aos 
dogmas da Teoria da Equivalência, erigindo uma relação de 
causalidade jurídica ou normativa.” 
 
 4ª Conclusão: “Uma vez concluída pela não-
imputação da causa objetiva, afasta-se o fato típico. Trata-se de um 
corretivo o nexo causal.” 
 
 
 
 
 
 
Iter Criminis 
 
Conceito 
A expressão inter criminis significa caminho do crime, portanto, entende-se por 
iter criminis o conjunto de fases ou atos, que se sucedem para o alcance do intento 
criminoso. Melhor dizendo, é p conjunto de fases pela qual passa o crime desde a 
sua fase puramente mental até a sua realização final. Mas isso só server para os 
crimes dolosos, pois é o único que identifica as fases. 
O iter criminis, segundo a maior parte da doutrina, é composto de 4 fases: 
 
1ª Cogitação; 
2ª preparação; 
3ª execução; e 
4ª consumação. 
 
Fases do Inter criminis: 
 
a) Cogitação: É a fase puramente mental, quando idealiza o crime. Não é punível 
no Direito penal, ou seja, não constitui um fato punível. 
b) Atos preparatórios: Encontramos no art. 31 CP: 
Art. 31. “O ajuste, a determinação ou instigação e o auxilio, salvo disposição 
expressa em contrario, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser 
tentado”. 
São externos ao agente, que passa da cogitação à ação objetiva; arma-se dos 
instrumentos necessários para a pratica da infração penal como, por exemplo, 
procurar o local mais adequado ou a hora mais favorável para a realização do 
crime, quando começa a se municiar para praticar o crime, procurar um carro para 
furtar, entre outros. Em regra não são puníveis, mas tem duas exceções, que são: 
- Quando elevados à categoria de crimes autônomos (ex.: arts. 252, 253, 288 CP). 
- Concurso de pessoas, na modalidade participação (ex.: art. 29 CP) 
c) Atos executórios (tentativa e/ou consumação): É diretamente a pratica do 
delito. É a realização do núcleo jurídico. Sempre constitui fato punível. Pode ser de 
duas formas: Crime tentado (art. 14, II CP) e Crime Consumado (art. 14, I CP). 
d) Consumação: É o momento que, de fato, ocorre o crime. É a realização completa 
do tipo penal. Está no art. 14, I do CP. 
 
 
Violência Doméstica 
 
Significado de violência doméstica 
Conforme dispõe o parágrafo 9º do artigo 129 do código penal, violência doméstica 
é toda lesão praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou 
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-
se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou seja, 
deverá ser aplicado não somente aos casos em que a mulher for vítima, mas a 
todas as pessoas, sejam do sexo masculino ou feminino, que se moldarem às 
situações narradas pelo tipo. 
A violência doméstica não é atual, ocorre desde a antiguidade, mas 
negligenciávamos esse fato, tratávamos como problema familiar. 
Em 17 de junho de 2004 o Estado tutelou a violência doméstica acrescentando os 
§§ 9º e 10 ao artigo 129 pela lei 10.886, tratando não mais como um problema de 
família e sim um delito. 
 
Consequências da violência doméstica 
 
Além das marcas físicas, a violência doméstica causa sérios danos emocionais. 
Normalmente é na infância que são moldadas grande parte das características 
afetivas e de personalidade que a criança carregará para a vida adulta. 
As crianças aprendem com os adultos, primeiramente dentro de seus lares, esse 
aprendizado alicerça a formação do caráter e personalidade do indivíduo em 
relação à sociedade. As noções de direito e respeito aos outros, a própria auto-
estima, as maneiras de resolver conflitos, frustrações ou de conquistar objetivos, 
tolerar perdas, enfim todas as formas de se portar diante da existência são 
profundamente influenciadas durante a idade precoce. É assim que muitas crianças 
abusadas, violentadas ou negligenciadas na infância se tornam agressoras na idade 
adulta. 
Alguns indícios de mau desenvolvimento de personalidade podem ser observados 
em idade precoce. Algumas dessas características podem ser manifestadas por 
dificuldades para se alimentar, dormir, concentrar-se. Essas crianças podem 
começar a se mostrarem exageradamente introspectivas, tímidas, com baixa auto-
estima e dificuldades de relacionamento com os outros, outras vezes mostram-se 
agressivas, rebeldes ou, ao contrário, muito passivas. 
 
 
Os tipos de violência 
A violência doméstica divide-se em 3 tipos: 
 
Violência física: 
Consiste basicamente no uso da força com o objetivo de magoar, e deixar ou não 
marcas evidentes. São comuns murros e chapadas, agressões com diversos objetos 
e queimaduras por objetos ou líquidos quentes. Quando as vítimas são homens, 
normalmente a violência física não é praticada diretamente. Tendo em vista a 
habitual maior força física dos homens, havendo intenções agressivas, esses fatos 
podem ser cometidos por terceiros, como por exemplo, parentes da mulher ou 
profissionais contratados para isso. 
 
Violência psicológica: 
A Violência Psicológica ou a Agressão Emocional, às vezes é igual ou mais 
prejudicial que a física. 
É caracterizada pela rejeição, discriminação, humilhação e desrespeito exagerados. 
Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas 
emocionalmente causa cicatrizes profundas para toda a vida. 
 
Violência verbal:A violência verbal está diretamente relacionada com a violência psicológica. Alguns 
agressores verbais dirigem os seus insultos contra outros membros da família, 
principalmente em momentos em que estes estão na presença de estranhos. 
Em consequência da sua menor força física a mulher tende-se especializar na 
violência verbal, mas, de fato, esse tipo de violência não é um direito exclusivo das 
mulheres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fato típico 
 O fato típico é iniciado por uma conduta humana que é produtora de um resultado 
naturalístico, aqui há um elo que liga a conduta do agente ao resultado (nexo 
causal), e por fim, que esta conduta se enquadra perfeitamente ao modelo 
abstrato da lei penal (tipicidade). 
Portanto o fato típico é composto de conduta,resultado,nexo causal e tipicidade: 
Conduta: 
- Os crimes omissivos podem ser: omissivos próprios (ou puros, ou simples) 
e omissivos impróprios (ou qualificados, ou comissivos por omissão). 
- Os crimes omissivos próprios não exigem qualquer resultado para sua 
configuração, basta que o autor se omita. Ex: omissão de socorro, abandono 
material e intelectual, etc. 
- Já para qualificar o crime omissivo impróprio é preciso que o agente possua um 
dever de agir para evitar o resultado, um status de garantidor de não-ocorrêcia do 
resultado. |> CP, 13, p.2º. 
Resultado: 
- teoria da equivalência dos antecedente, "Conditio sine qua non" – causa é tudo 
aquilo que provocou o resultado, |> CP, 13. 
Crime materiais = São aqueles crimes que produzem resultado 
Crimes de mera conduta = O resultado não existe Exemplo: ameaça e extorsão. 
Crime formal = O resultado existe, mas não faz parte do iter criminis. O resultado 
aqui é chamado de exaurimento, é o que passa da consumação. O nexo causal é 
dispensado, por que não é necessário que ocorra o resultado. Exemplo: falsidade 
de moeda, ainda que a moeda falsa não venha a circular 
Teoria adotada: 
Teoria do resultado naturalístico = Resultado é toda modificação ocasionada pela 
conduta. 
 Tudo aquilo que contribui para o resultado é causa, por exemplo, da compra da 
arma à hemorragia. 
 A refeição do criminoso, se a eliminarmos hipoteticamente, o resultado não 
muda. Então a refeição do homicida não é causa do resultado. 
 A adoção dessa teoria, segundo parte da doutrina levaria ao regresso ad infinito. 
Não atrapalha, no entanto, por que só responderá pelo crime quem agir com dolo 
ou culpa |> 13, p.1º - teoria adotada excepcionalmente = Teoria da causalidade 
adequada = causa do resultado será todo ato idôneo a praticar o resultado. A 
produção da arma não seria causa do resultado para essa teoria. 
 Não adotada no Brasil: Teoria da imputação objetiva - da não imputação do 
resultado, por que não se vê dolo, nem culpa -> baseia-se no risco produzido ou no 
risco não-ponderado pela sociedade -> além do risco, o resultado deve estar no 
âmbito da conduta, é necessário que o resultado decorra naturalmente da conduta 
Ex : Taxi leva fulano para ele matar -> taxista não responderia pelo crime. 
Ex2: Pede para o padeiro por arma no pão -> padeiro não responderia 
Ex3: Tiro no pé e morre de infecção hospitalar -> não responderia, há o risco 
proibido, mas não é lógico que um tiro no pé leve a morte por infecção hospitalar. 
 
“nem tudo que foi mecanicamente causado pode ser imputado ao agente, como 
fato pertencente a ele. Aquilo que se causa no contexto de um risco permitido 
(autorizado, razoável) não é juridicamente desaprovado, logo, não é juridicamente 
imputável ao agente”.- Essa teoria afirma que a conduta só é penalmente 
imputável quando cria ou incrementa um risco proibido e o resultado só pode ser 
imputável ao a gente quando é decorrência direta desse risco. 
- Objetiva limitar o alcance da teoria da equivalência dos antecedentes causais; 
 
 
- Deve ser observada não uma causalidade natural, mas sim uma causalidade 
jurídica, normativa: Não basta que o resultado tenha sido produzido pelo agente, 
mas que a ele possa ser imputado juridicamente; A imputação objetiva exclui a 
tipicidade da conduta quando o agente se comporta de acordo com o seu papel 
social, ou, mesmo não o fazendo, o resultado não se encontra dentro da linha de 
desdobramento causal da conduta, ou seja, não está conforme ao perigo. Nessa 
visão, nota-se que a imputação objetiva se restringe aos crimes materiais e 
comissivos, uma vez que foi criada para aumentar as exigências no 
estabelecimento do nexo causal. 
 O Nexo causal não existe nos crimes omissivos, nem nos de mera conduta, e é 
irrelevante para os formais. 
Exemplos em que o resultado não pode ser imputado ao agente: 
a) Quando o agente diminui o risco 
Ex: Uma pedra vem caindo sobre a cabeça de A e B o empurra, evitando desfecho 
mais gravoso. A não morre, mas se machuca. 
b) Quando o risco criado é irrelevante e o resultado almejado acontece em 
decorrência do acaso. 
 
 
 
Ex: Sobrinho deseja a morte do tio e lhe dá uma passagem aérea para ir aos EUA, 
torcendo para que no avião tenha um terrorista. O avião cai em razão de um 
ataque. Não responde, porque o fato de dar a passagem não gerou um risco 
relevante. 
c) Quando a conduta do agente não aumenta o risco de ocorrência do 
resultado.Não aumento de risco permitido: 
Ex: Operários morrem infectados por manusearem pelos de cabra que o patrão não 
providenciou a desinfecção desses. Depois prova-se que todos os esforços para 
desinfetar fossem tomados, o resultado ocorreria. Fato atípico, agente não 
responde. 
d) Quando a conduta do agente não afronta a esfera protetiva da norma. 
Não infringência da esfera de proteção da norma: Se a conduta do agente não 
afrontar a finalidade protetiva da norma, não poderá ser incriminado pelo fato. Ex: 
A atropela e mata, por negligência, B. Sabendo da morte do filho, a mãe de B sofre 
um infarto e morre. A não responde pela morte da mãe. 
2º) Intervenções médicas terapêuticas ou curativas: o médico quando realiza uma 
intervenção médica curativa seguindo rigorosamente a lei da medicina cria riscos 
para o paciente, porém, riscos permitidos. 
3º) Lesões esportivas: todas as lesões ocorridas dentro do esporte e de acordo com 
as regras do esporte derivam de riscos permitidos (mesmo no boxe, morrendo um 
dos boxeadores, não há que se falar em delito). 
Nexo Causal 
Conditio sine qua non ou equivalência dos antecedentes; a causa superveniente 
relativamente independente exclui a imputação 
Superveniência causal 
Causas dependentes = Aquelas que se inserem dentro do nexo causal. 
Causas independentes = Fora do nexo causal 
Absolutamente independentes = Totalmente alheia a conduta do agente: O agente 
não responderá pelo resultado, mas responde pelos atos praticados. Ex: tenta 
matar morto por envenenamento 
Relativamente independentes = Pré-existente (hemofilia, o agente responde pelo 
resultado), 
"Na causa o resultado é imputável ao agente, uma vez que, sendo excluída 
hipoteticamente, permanece o resultado. Ex: uma pessoa hemofílica é ferida e 
morre em face da complicação dos ferimentos decorrente da hemofilia. O 
resultado morte é imputado ao agressor uma vez que, pela eliminação hipotética, o 
resultado permaneceria, já que houve uma soma de esforços, ou de energias que 
serviram para incrementar a morte." (José Carlos Gobbis Pagliuca) 
Concomitante (ataque cardíaco, o agente responde pelo resultado), 
"Também não exclui o resultado, imputando-se o fato ao agente. A atira em B, que 
está, naquele mesmo instante, sofrendo um ataque cardíaco, demonstrando-se, 
depois, que o tiro contribuiu diretamente para o resultado morte, acelerando o 
colapso." (José Carlos Gobbis Pagliuca) 
Superveniente = Na superveniente é adotada a teoria da causalidade adequada – 
13, p. 1º - quando a condição suspensiva por si só leva ao resultado, agente não 
responde, responde apenas pelos atos já praticados. 
Exemplo: Pessoa leva um tiro,a ambulância bate e pessoa morre de traumatismo 
craniano ou hospital pega fogo e vítima morre queimada => houve ruptura do nexo 
causal, não há responsabilidade do agente. 
"exclui a imputação do resultado se a causa superveniente (e somente esta, porque 
as preexistentes e as concomitantes já são absolutas) sozinha, isoladamente, sem 
qualquer interferência, der razão ao resultado. Assim temos v.g.: Uma vítima de 
agressão vem a morrer porque a enfermeira, impudentemente, ministrou-lhe o 
medicamento tóxico ao invés do corretamente prescrito. Logo, a segunda causa, ou 
seja, a superveniente não está na linha de desdobramento físico natural da causa 
do resultado morte. Ou ainda, alguém é ferido e levado a um pronto-socorro que 
vem a desabar, morrendo o ferido exclusivamente em razão do desabamento. A 
expressão por si só não é absoluta, mas compreende nosso sentido de 
interpretação, pois nunca estará, num processo causal, totalmente isolada. Por 
isso, a excluímos quando acreditamos que não esteja no itinerário do resultado, 
existindo, na verdade, uma interrupção ou exclusão da causalidade remota. 
remota, a lesão. Assim, por si só foi " (José Carlos Gobbis Pagliuca) 
 
Questão CESPE: Diógenes desferiu, com animus necandi, golpes de faca em Jacó e 
fugiu do local dos fatos. Jacó foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao 
hospital, onde foi constatado que as lesões sofridas não eram graves, tendo sido a 
vítima submetida a rápido procedimento médico e liberada em seguida. 
Entretanto, Jacó faleceu dois dias após o atendimento médico. Feita a perícia, 
comprovou-se a morte por infecção generalizada decorrente de contaminação por 
bactéria encontrada nos instrumentos hospitalares. 
 
Nessa situação, como todos os fatos que antecederam o resultado foram 
indispensáveis à sua ocorrência, evidenciando-se a relação de causalidade entre as 
lesões sofridas e o resultado morte, de acordo com a teoria da equivalência dos 
antecedentes causais, adotada pelo Código Penal brasileiro, Diógenes deve 
responder por homicídio consumado. 
 
Comentários: No estudo da teoria da equivalência dos antecedentes causais, 
adotada pelo Código Penal brasileiro, sobressai a análise das causas dependentes e 
independentes, justamente a abordagem do enunciado da questão. As causas 
independentes são aquelas que aparecem no curso do nexo causal, diferenciando-
se das causas dependentes, porque não se inserem na linha do normal 
desdobramento causal. Podem ser absolutamente ou relativamente 
independentes. As causas absolutamente independentes não possuem relação 
alguma com a conduta do agente; enquanto as causas relativamente 
independentes guardam relação com a conduta do agente. As causas 
relativamente independentes podem ser preexistentes, concomitantes e 
supervenientes. Em regra, por serem apenas relativamente independentes, não 
excluem a responsabilidade pelo resultado gerado. Somente as causas 
relativamente independentes supervenientes, que por si só produziram o 
resultado, nos termos do §1.°, do art. 13, do Código Penal, excluem a 
responsabilidade penal pelo resultado causado. Surge, portanto, a seguinte dúvida: 
A infecção hospitalar é causa relativamente independente superveniente que, por 
si só, gerou o resultado ou apenas causa dependente? Em outras palavras, a 
infecção hospitalar é causa superveniente ou apenas um desdobramento natural 
da lesão causada pelo agente? Duas são as orientações sobre o tema: 1.ª corrente 
(posição majoritária) – A infecção hospitalar é mera causa dependente, 
proveniente do desdobramento causal da conduta; 2.ª corrente (minoritária) – a 
infecção hospital é causa relativamente independente superveniente, devendo se 
verificar se por si só gerou o resultado para saber se a responsabilidade por este 
será excluída. 
A orientação majoritária é a adotada pelo Superior Tribunal de Justiça: “O fato de a 
vítima ter falecido no hospital em decorrência das lesões sofridas, ainda que se 
alegue eventual omissão no atendimento médico, encontra-se inserido no 
desdobramento físico do ato de atentar contra a vida da vítima, não caracterizando 
constrangimento ilegal a responsabilização criminal por homicídio consumado, em 
respeito à teoria da equivalência dos antecedentes causais adotada no Código 
Penal e diante da comprovação do animus necandi do agente.” (STJ HC 42559 / PE 
DJ 24/04/2006). 
Tipicidade conglobante: 
1) Conduta deve ser anti-normativa -> contrária ao direito. 
2) Deve haver tipicidade material-> deve haver relevância para o direito. 
Ex: Roubar pasta de dente – não é relevante para o direito. NOS CASOS DE 
INSIGNIFICÂNCIA EXCLUI-SE A TIPICIDADE MATERIAL. 
Ex2: Oficial de justiça entra na casa e penhora bens – não é anti-normativa, por isso 
não há tipicidade conglobante. 
 
QUESTÃO CESPE: O não pagamento de pequena parcela do imposto devido 
(descaminho) ou a introdução no território nacional de matéria proibida, mas em 
quantidade ínfima (contrabando) configuram típicas infrações de bagatela, 
possíveis de punição fiscal, mas não penal. 
De acordo com entendimento jurisprudencial, não se aplica o princípio da 
insignificância aos crimes ambientais, ainda que a conduta do agente se revista da 
mínima ofensividade e inexista periculosidade social na ação, visto que, nesse caso, 
o bem jurídico tutelado pertence a toda coletividade, sendo, portanto, 
indisponível. 
RESPOSTA- FALSA! hoje já se admite a aplicação do principio da insignificância nos 
crimes ambientais.Estudo do dolo, da culpa e do preterdolo: 
DOLO DIRETO = A consciência e a vontade de praticar a conduta e provocar o 
resultado. 
TEORIA DA VONTADE = Adotada para o dolo direto, dolo é a vontade de realizar a 
conduta e de produzir o resultado.DOLO INDIRETO = 
DOLO ALTERNATIVO = Vontade de praticar ou um ou outro resultado. Ex: atirar 
para matar ou para ferir -> não é admitido no direito penal. 
DOLO EVENTUAL = Vontade de praticar a conduta mas assumindo o risco de 
provocar o resultado. 
TEORIA DO ASSENTIMENTO OU CONSENTIMENTO - Adotada para o dolo eventual, 
dolo é vontade de realizar conduta, assumindo o risco de produzir o resultado. 
DIFERENÇA ENTRE DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE 
 No primeiro, o agente prevê e assume o risco de provocar o resultado, na 
segunda, prevê o resultado mas acredita sinceramente que não vai acontecer ex: 
atirador de facas. 
Dolo de dano = Vontade de provocar um evento danoso. 
Dolo de perigo = Vontade de causar perigo mas o não o dano como nos crimes de 
perigo |> CP, 132 
Dolo genérico (intenção de praticar o crime sem uma finalidade) e Dolo específico 
(hoje chamado de elemento subjetivo do tipo, "com o fim de"). 
 
CULPA = Não há vontade de praticar o resultado, praticado por uma das 
modalidades de culpa=> quebra de um dever de cuidado: 
Imprudência = Culpa por ação. 
Negligência = Culpa por omissão 
 
Imperícia = Culpa na arte ou ofício.Espécies de culpa 
 
1) culpa inconsciente = Não prevê o que era previsível 
2) culpa consciente = Prevê o resultado mas acredita sinceramente que não vai 
acontecer 
3) impróprio / com previsão = Ocorre nas descriminantes putativas, imaginárias. 
Não há compensação de culpas, mas há a concorrência de culpas -> será 
amenizada, mas não excluída. Crimes qualificados pelo resultado, espécies DOLO + 
CULPA = Crime preterdoloso. Ex: lesão corporal seguida de morte. 
DOLO + DOLO = 
CULPA + CULPA = Incêndio culposo + morte culposa no incêndio. 
CULPA + DOLO = Aquele que incorrer em erro de tipo sempre terá o dolo afastado 
no estudo analítico do crime. 
 
 
TEORIA GERAL DO CRIME 
 
1 - Conceito de Crime: 
 A doutrina do Direito Penal tem procurado definir o ilícito penal sob três 
aspectos diversos. Atendendo-se ao Aspecto Externo, puramente nominal do fato, 
obtém-se um Conceito Formal; observando-se o Conteúdo do fato punível, 
consegue-se um Conceito Materialou Substancial; e examinando-se as 
Características ou Aspectos do crime, chega-se a um Conselho Analítico, como se 
segue: 
Conceito Formal = Crime é a ação ou omissão proibida pela lei, sob ameaça de 
pena; 
Conceito Material = Crime é a violação de um bem penalmente protegido; 
Conceito Analítico = Crime é o fato típico, ilícito e culpável. 
 
2 - Crime e Contravenção: 
 Segundo a maioria dos penalistas, não há diferença ontológica, substancial, 
entre o Crime e a Contravenção Não são categorias que se distinguem pela sua 
natureza, mas realidades que se diversificam pela sua maior ou menor gravidade. A 
questão residiria na quantidade da infração, não em sua substância. 
 Adotando o critério quantitativo, o art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal 
dispõe: 
a) Crime = Infração penal a que a lei comina pena de Reclusão ou Detenção, quer 
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente, com pena de multa; 
b) Contravenção = Infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de Prisão 
Simples ou Multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. 
 Existe uma corrente, porém, para a qual o crime corresponde às condutas que 
causam Lesão ou Perigo de Lesão, ao passo que a Contravenção resultaria em 
Perigo de Lesão 
3- Conduta: 
Conceito: 
Conduta = É a ação ou omissão humana consciente dirigida a uma finalidade. 
Teorias de Conduta São três as teorias acerca da conduta: 
a) Teoria Causal = Ação ou conduta é o efeito da vontade e causa do resultado, 
consistindo num fazer voluntário que atua sobre o mundo exterior. Essa teoria, 
orientada pela aplicação das leis naturais ao fenômeno penal, prescinde do 
exame do conteúdo da vontade para a caracterização da conduta, bastando que 
se tenha certeza de que o comportamento do agente foi voluntário para imputar-
lhe o resultado. 
b) Teoria Social =É a realização de um resultado socialmente relevante, 
questionado pelos requisitos do Direito e não pelas leis naturais. 
c) Teoria Finalista = É a atividade final humana e não um comportamento 
simplesmente causal. Implica necessariamente numa finalidade. 
A direção final da ação tem duas fases: 
 Interna- ocorre na esfera do pensamento (inclui a escolha do fim, a relação dos 
meios, aceitação dos efeitos secundários da concretização da ação). 
Externo = manifestação da ação dominada pela finalidade. 
3 - Ausência de Conduta: 
Conceito e Casos. 
 Considerando a Vontade um Elemento da Conduta, evidentemente não há 
Conduta quando o ato é Involuntário. 
Assim, caracteriza-se a Ausência de Conduta nos casos de: 
a) Atos reflexos; 
b) Coação física irresistível; 
c) Estados de inconsciência (sonambulismo, hipnose etc.). 
Formas de Condutas: Ação e Omissão = A CONDUTA pode consistir 
numa Ação ou Omissão. 
Crimes Comissivos são os crimes praticados mediante Ação. 
 
 
 
Sujeito Ativo do Crime: 
 É a pessoa que pratica o fato típico. Só o homem (pessoa física) pode ser Sujeito 
Ativo do crime.A pessoa jurídica não pode ser Sujeito Ativo do Crime. 
Capacidade Penal do Sujeito Ativo: 
 Capacidade Penal é o conjunto das condições exigidas para que o sujeito possa 
tornar-se titular de Direitos e Obrigações no campo do Direito Penal. Nesse 
sentido, distinguem-se Capacidade Penal e Imputabilidade. Um imputável pode 
não ter Capacidade Penal se passa a sofrer de doença mental após o delito. 
 Os mortos, entes inanimados e animais não possuem Capacidade Penal, 
podendo apenas ser Objetou Instrumento do crime. 
Sujeito Passivo do Crime: 
 É o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado pela conduta criminosa. 
Duas são as espécies do Sujeito Passivo: 
a) Sujeito Passivo Formal = É o Estado, que, sendo o titular do mandamento 
proibitivo, é lesado pela conduta do sujeito ativo; 
b) Sujeito Passivo Material = é o titular do interesse penalmente protegido, 
podendo ser pessoa física, jurídica, o Estado ou uma coletividade destituída de 
personalidade. 
Objeto do crime = É tudo aquilo contra o que se dirige a conduta criminosa, 
podendo ser: 
a) Objeto Jurídico = É o bem-interesse protegido pela lei penal (p. ex., vida, 
integridade física, honra, patrimônio, paz pública etc.); 
b) Objeto Material = é a Pessoa ou Coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. 
Crimes Omissivos são os crimes cometidos mediante omissão. 
Omissão é a não realização de um comportamento exigido quando o sujeito tem 
possibilidade de concretizar. 
Assim, a caracterização da Omissão depende de: 
a) Dever de agir; 
b) Possibilidade de realização da conduta. 
 De acordo com o disposto no art. 13, § 2º, do Código Penal, existe o dever de 
agir em três casos distintos, a saber: 
a) Quando advém de um mandamento legal específico (Dever Jurídico); 
b) Quando o agente, de outra maneira, tornou-se garantidor da não ocorrência do 
resultado (Dever legal ou Contratual); 
c) Quando um ato precedente determina essa obrigação. 
Os Crimes Omissivos podem ser: 
a) Crimes Omissivos Próprios = São os crimes praticados com a simples Conduta 
negativa do agente, independentemente da produção de resultado posterior; 
b) Crimes Omissivos Impróprios ou Comissivos por Omissão = São os crimes em 
que o agente, mediante Omissão, permite a produção de um resultado. Ex.: a mãe 
que, pretendendo matar o filho, deixa de alimentá-lo. 
4-DOLO Conceito: 
Dolo = É a consciência e vontade na realização da conduta típica. 
 Ao se examinar a Conduta, verifica-se que, segundo a teoria finalística, é ela um 
Comportamento voluntário, cuja finalidade é o conteúdo da vontade do autor do 
fato, ou seja, o fim contido na ação, que não pode ser compreendida sem que se 
considere a vontade do agente. Toda ação consciente é dirigida pela consciência do 
que se quer e pela decisão de querer realizá-la, ou seja, pela vontade. A vontade é 
o querer alguma coisa, e o Dolo é a vontade dirigida à realização do tipo penal. 
FATO TÍPICO 
Conceitos: 
Em sentido formal é qualquer ação legalmente punível. Essa definição, entretanto, 
alcança apenas um dos aspectos do fenômeno criminal, é a contradição do fato a 
uma norma de direito, ou seja, a sua ilegalidade como fato contrário à normal 
penal. 
Ex: Artigo 121 do Código Penal - Matar alguém. 
Em sentido material é aquela que tem em vista o bem protegido pela lei penal. 
Ex: O Estado tem o dever de velar pela paz interna, pela segurança e estabilidade 
coletiva diante dos conflitos inevitáveis entre os interesses dos indivíduos e os do 
poder constituído. 
Em sentido analítico= É o fato típico, ilícito e culpável. 
 O Fato Típico é o comportamento humano (positivo ou negativo) que provoca, 
em regra, um resultado, sendo previsto pela lei como infração penal. 
Elementos do fato típico: 
a) Conduta = É toda ação humana ou omissão consciente e dirigida a uma 
finalidade; 
dolosa ou culposa - inobservância do objeto. A princípio, pune-se apenas quando 
há vontade (dolo), porém, como exceção, pune-se quando não há vontade mas há 
negligência. 
b) Nexo Causal = É a relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado; 
c) Resultado = É a modificação do mundo exterior causada pela conduta. 
Exemplo: porte ilegal de arma. 
d) Tipicidade = É a correspondência exata, a adequação perfeita entre o fato 
natural, concreto e a descrição contida na norma penal incriminadora. 
Características 
a) a tipicidade: fato + conduta + resultado 
 
b) a antijuridicidade: (ou, mais adequadamente, ilicitude) - contrário às normas 
jurídicas. 
 
5- CULPA 
Conceito: 
 Culpa, em sentido estrito, é a conduta voluntária, que produz resultado ilícito, 
não desejado, mas previsível, e excepcionalmente previsto e que podia, com a 
devida atenção, ser evitado. 
 A teor do art. 18, II, do CP, o crime diz-se culposo "quando o agente deu causa 
ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia". 
Elementos 
São elementos da Conduta: 
a) Conduta Voluntária= O fato se inicia com a realização voluntária de uma 
conduta de fazer ou não fazer. O agente não pretende praticar um crime nem quer 
expor interesses jurídicos de terceiros a perigo de dano. 
Falta, porém, com o dever de diligência exigido pela norma. A conduta inicial pode 
ser positiva (p. ex., dirigir um veículo) ou negativa (p. ex., deixar de alimentar um 
recém-nascido); 
b) Inobservância do Dever de Cuidado Objetivo Manifestada Através da 
Imprudência = A todos, no convívio social, é determinada a obrigação de realizar 
condutas de modo a não produzir danos a terceiros (cuidado objetivo). Se o 
agente não cumpriu com o dever de diligência que um homem razoável e 
prudente teria observado, a conduta é típica, e o causador do resultado será 
atuado com imprudência, negligência ou imperícia. 
c) Previsibilidade Objetiva =É a possibilidade de antevisão do resultado; 
d) Ausência de Previsão = É necessário que o sujeito não tenha previsto o 
resultado. Se previu, agiu com Dolo não foi previsto pelo sujeito. Daí falar-se que a 
Culpa é a Imprevisão do Previsível. 
e) Resultado Involuntário = Sem o resultado involuntário (porque não previsto), 
não há que se falar em crime culposo; 
f) Tipicidade =Caracteriza-se quando o agente não observa o dever de cuidado 
objetivo que um homem razoável e prudente, nas mesmas circunstâncias, teria 
observado. 
Espécies de Culpa 
Há duas espécies de culpa: 
a) Culpa Inconsciente = O resultado não é previsto pelo agente, embora previsível. 
É a culpa comum, que se manifesta pela imprudência, negligência ou imperícia; 
b) Culpa Consciente = O resultado é previsto pelo sujeito, que levianamente 
espera que não ocorra ou que pode evitá-lo. 
 
Crimes Dolosos e Culposos 
O crime doloso, também chamado de crime ou dano comissivo ou intencional, é 
aquele em que o agente prevê o resultado lesivo de sua conduta e, mesmo assim, 
leva-a adiante, produzindo o resultado. 
Classifica-se em direto, quando há a previsão do resultado lesivo mais a vontade 
livre e consciente de produzi-lo, e indireto, quando há a previsão do resultado 
lesivo mais a aceitação de sua ocorrência. 
 
Crime Culposos: 
Culpa Inconsciente ou Pré- Consciente: é uma conduta voluntária, sem intenção de 
produzir o resultado ilícito, porém, previsível, que poderia ser evitado. A conduta 
deve ser resultado de negligência, imperícia ou imprudência. 
Exemplos: 
• Imprudência: art. 121, § 3º do Código Penal (CP) - Homicídio culposo 
A pessoa que dirige em estrada, com sono, resultando em acidente fatal a outrem. 
• Negligência: art. 121, § 3º do CP - Homicídio culposo

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