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desenvolvimento humano II

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ERICK ERIKSON
CARACTERÍSTICAS
Oito etapas da vida – 3 momentos evolutivos
Primeiro momento – 4 crises dos estágios da infância ( cada qual estabelece um sentimento ou modelo básico de relação com o mundo): a- confiança básica X desconfiança básica ; autonomia X vergonha e dúvida; iniciativa X culpa; indústria X inferioridade.
Segundo Momento – adolescência - configuração da identidade propriamente dita ( definição de quem é ele)
Terceiro momento – três etapas finais da vida – intimidade X isolamento; generatividade X estagnação; integridade do ego X desesperança.
Esquema de Desenvolvimento de Erik Erikson
1.Confiança X Desconfiança (até um ano de idade)
Durante o primeiro ano de vida a criança é substancialmente dependente das pessoas que cuidam dela requerendo cuidado quanto a alimentação, higiene, locomoção, aprendizado de palavras e seus significados, bem como estimulação para perceber que existe um mundo em movimento ao seu redor. O amadurecimento ocorrerá de forma equilibrada se a criança sentir que tem segurança e afeto, adquirindo confiança nas pessoas e no mundo.
2. Autonomia X Vergonha e Dúvida (segundo e terceiro ano)
Neste período a criança passa a ter controle de suas necessidades fisiológicas e responder por sua higiene pessoal, o que dá a ela grande autonomia, confiança e liberdade para tentar novas coisas sem medo de errar. Se, no entanto, for criticada ou ridicularizada desenvolverá vergonha e dúvida quanto a sua capacidade de ser autônoma, provocando uma volta ao estágio anterior, ou seja, a dependência.
3. Iniciativa X Culpa (quarto e quinto ano)
Durante este período a criança passa a perceber as diferenças sexuais, os papéis desempenhado por mulheres e homens na sua cultura (conflito edipiano para Freud) entendendo de forma diferente o mundo que a cerca. Se a sua curiosidade “sexual ” e intelectual, natural, for reprimida e castigada poderá desenvolver sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos. 
4. Construtividade X Inferioridade (dos 6 aos 11 anos)
Neste período a criança está sendo alfabetizada e frequentando escola (s), o que propicia o convívio com pessoas que não são seus familiares, o que exigirá maior sociabilização, trabalho em conjunto, cooperatividade, e outras habilidades necessárias em nossa cultura. Caso tenha dificuldades o próprio grupo irá criticá-la, passando a viver a inferioridade em vez da construtividade.
. Identidade X Confusão de Papeis (dos 12 aos 18 anos)
O jovem experimenta uma série de desafios que envolve suas atitudes para consigo, com seus amigos, com pessoas do sexo oposto, amores e a busca de uma carreira e de profissionalização. Na medida que as pessoas à sua volta ajudam na resolução dessas questões desenvolverá o sentimento de identidade pessoal, caso não encontre respostas para suas questões pode se desorganizar, perdendo a referência. 
6. Intimidade X Isolamento (jovem adulto)
Nesse momento o interesse, além de profissional, gravita em torno da construção de relações profundas e duradouras, podendo vivenciar momentos de grande intimidade e entrega afetiva. Caso ocorra uma decepção a tendência será o isolamento temporário ou duradouro.
7.Produtividade X Estagnação (meia idade)
Pode aparecer uma dedicação a sociedade à sua volta e realização de valiosas contribuições, ou grande preocupação com o conforto físico e material.
8. Integridade X Desesperança (velhice)
Se o envelhecimento ocorre com sentimento de produtividade e valorização do que foi vivido, sem arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros cometidos haverá integridade e ganhos, do contrário, um sentimento de tempo perdido e a impossibilidade de começar de novo trará tristeza e desesperança.
Identidade Áreas básicas
1-Sexual
Definição genital do seu papel. As bases desse papel foram construídas na etapa fálica. Não se detém na análise da retomada do Édipo e na luta contra o incesto. Importância é a construção do ego nessa fase. A análise dos modelos projetivos do adolescente – figura amada é uma depositária da projeção do que ele imagina como amante.
2-Profissional
Dará a adolescente a capacidade de se sentir ativo e produtivo em um grupo social. Surge a partir da identificação com os pais da infância, para uma escolha que definirá o seu sentimento de continuidade. É fundamental na normalização das suas relações com o mundo
3-Ideológica
Existem duas batalhas. Uma pela definição política, qual o modelo de mundo real que quer viver e participar. O adolescente vem com modelos dados pela sua estrutura familiar, rompe com os modelos dados e questiona sobre outras opções; a segunda , o mundo virtual, o transcendental , definido pela religião, atualmente pela informática
IDENTIDADE
Identidade – autodefinição madura; noção de quem somos, onde vamos na vida e como nos colocamos na sociedade
Crise de identidade – incerteza e desconforto vividos pelo adolescente, quando se sentem confusos sobre o seu papel na vida , no presente e no futuro; raramente se resolve na adolescência; pode aparecer várias vezes na vida adulta
Moratória psicossocial – período de adiamento que a sociedade oferece ao adolescente
QUATRO STATUS DA IDENTIDADE
1-Difusão da identidade – status de identidade que caracteriza os indivíduos que não questionam quem são e ainda não se comprometeram com uma identidade.
2-Identidade sob execução – status de identidade caracterizado por indivíduos que tenham se comprometido prematuramente com ocupações e ideologias sem realmente ter refletido sobre tal compromisso
3-Moratória – status de identidade que caracteriza os indivíduos que experienciam uma crise de identidade constante e ativamente exploram posições ocupacionais e ideológicas com o objetivo de se envolver nelas.
4-Identidade realizada – status de identidade que caracteriza os indivíduos que consideraram cuidadosamente questões sobre a própria identidade e se comprometeram com alguma ocupação ou ideologia
POSTURAS BÁSICAS DO ADOLESCENTE
Joseph Marcia, seguidor de Erikson, propõe 4 posturas básicas do adolescente diante da aquisição da identidade 
1-	adolescente moratório – em geral todos passam por esse estágio no início da adolescência. Exercita um direito que lhe é socialmente dado; diz o que quer, mas fica indeciso ou muda de opinião diante de outras perspectivas atraentes.
2-	Adolescente aquisidor – ultrapassa a etapa de moratória, assume um modelo nas várias áreas de identidade.É considerado maduro e sadio. Enfrenta crises, questiona posições e segue sereno e seguro do que quer
3-	Adolescente impedido – faz os engajamentos sem antes ter passado pela crise. Não vive um modelo de identidade está identificado com os modelos parentais
4-	Adolescente difuso – não passou pela crise nem se engajou. Só importa viver o momento. “Dança de acordo com a música” ; bem adaptado – compreende s regras do jogo social e como não possui valores sociais bem delineados, molda-se de acordo com a situação; mal adaptado – além da falta de valores, isola-se do grupo social
ADOLESCÊNCIA NORMAL - COMPONENTE PSICOLÓGICO 
SÍNDROME DA ADOLESCÊNCIA NORMAL +
Arminda Aberastury (1910 – 1972)
Nasceu em Buenos Aires em 24 de setembro de 1910. Psicóloga, professora de Ciências da Educação 
Em 1937, casou com o psiquiatra suíço Enrique Pichon-Rivière que foi um dos pioneiros da psicanálise na Argentina e um dos fundadores da Asociación Psicanalítica Argentina (APA), em 1942.
Em 1953, Arminda Aberastury tornou-se analista didata da APA e durante vinte anos ensinou no Instituto e foi sua diretora, introduzindo o ensino da psicanálise de criança na formação do candidato a analista.
Conheceu Melanie Klein em 1952, em Londres, e manteve correspondência com ela durante anos. Ela traduziu a obra kleiniana Psychoanalyse dês Kindes (Psicanálise da Criança) para o castelhano e tornou-se porta voz de suas idéias.
Na década de setenta foi atingida por uma doençade pele que a desfigurou e a levou a tal sofrimento que decidiu por fim aos seus dias aos 62 anos. Conta-se que desde a juventude ela sofria de melancolia
Para Aberastury existem 3 processos de despreendimento do homem :- nascimento
- Final do primeiro ano – marcha, linguagem e eclosão da genitalidade. A eclosão da genitalidade ocorre por volta do quarto mês (fase genital prévia) – despreendimento do seio materno, inclusão do pai, constituição do triângulo edípico
- adolescência – estímulo para o relacionamento com o outro sexo ; possível consumação do incesto
Adolescência - Período de conflitos com o meio familiar e o ambiente que o cerca
Pais
Vivem os conflitos dos filhos
Têm de despreender-se do filho-criança
Enfrentamento e aceitação da velhice e da morte
Aceitar uma relação de ambivalência e críticas ( perda da imagem dos pais – ídolos)
O filho é implacável testemunha dos fracassos e realizações dos pais
Filho é duplamente rival – pode assumir a paternidade ou maternidade; compete na situação incestuosa
Dificuldades do adulto para aceitar a maturação intelectual e sexual que leva a qualificar o adolescente como uma idade difícil
Lutos fundamentais na adolescência
Luto – é um processo de elaboração da perda que é lento e não há pressão interna ou externa suficientemente intensa para ajudar a acelerar o processo
1-luto pelo corpo infantil
leva à intelectualização e ao acting-out físico
sentimento de impotência frente à realidade interna (modificações de seu corpo); desloca a rebelião que não pode ser expressa contra o corpo para a esfera do pensamento, com o manejo onipotente das idéias.
Manejo das idéias e dos pensamentos ajuda a recolocar a perda do corpo e a falta de uma personalidade adulta frente à intelectualização onipotente . P. ex. as reformas políticas, sociais, religiosas
Características de uma despersonalização flutuante
Condutas de rebeldia e reivindicações políticas – condutas adaptativas
2-luto pelo papel e identidade infantis
na infância a dependência é lógica e natural no indivíduo
fenômeno de confusão de papéis – o adolescente não pode manter sua dependência infantil nem pode assumir a independência adulta
mecanismo esquizóide – divisão entre sua família e por outro lado o grupo de iguais. Está dividido e projetado nestas duas entidades sócio-culturais
o grupo de iguais – tem todos os seus atributos e direitos
família – a maioria das obrigações e responsabilidades
explica a instabilidade emocional, suas crises passionais e seus períodos de indiferença
os objetos do mundo real se confundem com os fantasiosos; despersonaliza os seres humanos e trata-os como objetos necessários para a satisfação imediata – relações objetais intensas , mas ao mesmo tempo frágeis
importância da turma – o adolescente se sente seguro, adota papéis cambiáveis, compartilha condutas , responsabilidades e culpa com o grupo
conflito de dependência e reconhecimento da frustração
3-luto pelos pais da infância
leva a uma percepção distorcida da realidade
relação de dependência infantil – abandonada gradualmente com dificuldade negação das mudanças na figura e imagem dos pais e vínculo com os mesmos o adolescente espera uma solução que permita : pais protetores e controladores; pais fornecendo continuamente, de forma urgente e total, todas as suas necessidades imediatas que surgem em busca do alcance da independência
estado de perplexidade no adolescente em relação às figuras parentais internalizadas – muitas vezes leva à interrupção da comunicação com os pais reais externos que ficam deslocados do contexto da personalidade do adolescente
alguns pais são substituídos por figuras idealizadas
diário – externalização parcial dos objetos e vínculos objetais internos que são controláveis e manejados no mundo externo
ajuda na elaboração de uma relação de objeto perdida que fica fixada em um elemento externo, que é mais acessível e controlado
É muito difícil assinalar o limite entre o normal e o patológico na adolescência.
Toda a emoção deste período da vida deve ser considerada como normal, assinalando também que seria anormal a presença de um equilíbrio estável durante o processo adolescente
As lutas e rebeliões externas do adolescente não são mais do que reflexos dos conflitos de dependência infantil que intimamente ainda persistem. 
Os processos de luto obrigam a atuações que têm características defensivas, de caráter psicopático, fóbico ou contrafóbico, maníaco ou esquizoparanóide, conforme o indivíduo e suas circunstâncias.
Posição esquizoparanóide - dissociação, idealização, negação, identificação projetiva e uma preocupação básica ou ansiedade persecutórias sobre a sua sobrevivência.
É uma verdadeira patologia normal do adolescente, no sentido de que precisamente este exterioriza seus conflitos de acordo com a sua estrutura e suas experiências.
O adolescente passa por desequilíbrios e instabilidades extremas de acordo com o que conhecemos dele.
Em nosso meio cultural, mostra-nos períodos de elação, de introversão, alternando com audácia, timidez, descoordenação, urgência, desinteresse ou apatia.
Períodos estes que se sucedem ou são concomitantes com conflitos afetivos, crises religiosas nas quais se pode oscilar do ateísmo anárquico ao misticismo fervoroso, intelectualizações e postulações filosóficas, ascetismo, condutas sexuais dirigidas para o heteroerotismo e até a homoafetividade ocasional. 
 
 A “Adolescência” é uma fase evolutiva do ser humano e deve ser considerada desde os vértices biológico, psicológico e social. Entretanto, corresponde marcar claramente que não é um simples produto de um tipo de sociedade ou sistema sócio-político, nem situação ligada a determinado nível sócio-econômico e sim uma parte ou período fundamental de todo o processo de desenvolvimento humano, no qual os fatores sócio-político-econômicos participam em forma intensa. As manifestações externas de conduta são culturalmente diferentes. Entretanto, os psicodinamismos e a base do comportamento, assim como também condutas manifestas são essencialmente as mesmas. O adolescente em sua busca de uma identidade adulta passa por um período “turbulento” (variável segundo o seu ecossistema sócio-familiar), onde comportamentos considerados anormais ou patológicos em outras fases do desenvolvimento devem ser considerados normais nessa transição para a vida adulta. Estas observações e estudos levam a propor a existência de modalidades conductuais que adequadamente analisadas e agrupadas, constituem uma verdadeira “síndrome da adolescência normal”. É necessário assinalar que a “identidade” não é um fenômeno próprio apenas do “adulto”, mas que a cada momento do desenvolvimento o indivíduo tem uma identidade própria, que é fruto das identificações e experiências vitais (interação mundo interno - mundo externo), que ocorreram até então. A identidade adulta, entretanto, não é alcançada antes que o adolescente tenha elaborado e/ou conscientizado o que podem ser consideradas as três “perdas” fundamentais deste período evolutivo: 1) a perda do corpo infantil, 2) a perda dos pais da infância, e 3) a perda da identidade e papel sócio-familiar infantil. .
1)  PERDA DO CORPO INFANTIL 
As transformações corporais que se desencadeiam a partir da puberdade são vividas geralmente com muita ansiedade pelo adolescente. Ele vive esse momento com uma mentalidade ainda infantil, num corpo que vai se desenvolvendo em forma incontrolável para o sujeito. A sexualidade, que agora irrompe no nível genital, exige do adolescente uma reformulação de seus mundos interno e externo. As restrições familiares e sociais, para “controlar” seus impulsos, chegam a tornar seu desenvolvimento tão ameaçado que podem causar um retardo do crescimento ou do aparecimento natural das funções sexuais próprias dessa fase. As mudanças corporais obrigam também o/a adolescente a reformular seu “esquema corporal”, isto é, reformular a imagem mental que tem de seu próprio corpo o que só vai se tornando possívela medida que ele/ela elabora a perda do corpo infantil e consegue aceitar o novo corpo. Aceitar a perda do corpo infantil implica em aceitar, também, a perda da “bissexualidade” (psicológica), ou seja, a perda do “outro” sexo que na fantasia infantil conseguia manter, já que agora o sêmen e a menarca tornam a identidade sexual evidente até na função reprodutora da espécie. Na adolescência a definição sexual deverá efetuar-se ao nível psicológico, ao mesmo tempo que acontece nas suas estruturas biológicas. Nesta fase, uma intensificação da masturbação atesta a dificuldade de abandonar a bissexualidade reinante até então, assim como tem também uma função exploratória, de reconhecimento do próprio corpo e preparatória para o exercício, genital vivido com plenitude. Uma identidade adulta, alicerçada em responsabilidade e auto-conhecimento, só poderá surgir a partir da aceitação do próprio corpo com todas as transformações próprias desta fase evolutiva, e as suas concomitantes psicológicas. 
2)  PERDA DOS PAIS DA INFÂNCIA 
Neste problema o aspecto mais importante é o da dependência/independência dos filhos em relação aos pais e vice-versa. O desenvolvimento é vivido, na adolescência, com muita agressividade e culpa, com avanços e regressões. Estabelece-se o fenômeno psicológico que foi chamado de “ambivalência dual” onde ambas as partes desejam e temem o crescimento, a maturação sexual e todas as responsabilidades e “riscos” que isso pode (ou poderia) implicar. Os pais até então idealizados e supervalorizados pelo filho ou filha (fato e fator necessário para um adequado desenvolvimento infantil), passam a ser alvo das mais violentas críticas e questionamentos, e surge a necessidade de uma busca de figuras de identificação fora do âmbito familiar. Nessa busca o/a adolescente tenta, procura, substituir muitos aspectos da sua identidade familiar por outra mais individual e enriquecida por novos elementos do seu âmbito social mais amplo. Eis aí que começa a verdadeira socialização num caminho que leve ao sentimento de individualidade. 
3)  PERDA DA IDENTIDADE E DO PAPEL INFANTIL 
Na infância, a relação de dependência é a situação natural do convívio da criança com os pais. Quando chega a adolescência há uma confusão de papéis, pois o adolescente não sendo mais criança e não sendo ainda adulto, tem dificuldade em se definir nas diversas situações da sua cultura (a “forma” varia de cultura em cultura e até de país em país, ou de região em região). Cada avanço que faz para obter sua dependência o deixa algo temeroso e inseguro. Procura assim o apoio do grupo onde ele deposita toda sua confiança e esperança, deixando o cargo dos pais as mais significativas obrigações e responsabilidades. A adesão a grupos, nessa fase, tem uma função importante para o estabelecimento de uma identidade adulta, pois facilita o distanciamento dos pais, mencionado acima, e permite novas “identificações” levando a novas configurações e restruturações da personalidade. Por algum tempo o/a adolescente experimenta vários papéis, identificando-se com diferentes figuras ou grupos do seu meio social e assimilando valores e papéis fora do meio familiar. Nesta etapa da vida pode-se assumir diferentes identidades, que podem ser transitórias, ocasionais ou circunstanciais. 
Tudo numa mesma pessoa que começa a sentir e necessita entender a sua intimidade. Para atingir uma identidade adulta, se sentir adulto, o adolescente deverá fazer uma síntese de todas essas identificações desde a infância. Só então terá um caráter mais estável e permanente, e a fase adulta será uma meta desejada e não temida. Estas “perdas” se elaboram realizando verdadeiros processos de LUTO, no sentido psicanalítico do termo. Isto obriga ao adolescente a utilizar todos os seus mecanismos de defesa, especialmente os chamados psicopáticos, nesta elaboração, que é o que leva a mencionada “conduta turbulenta”, ou a considerada aparentemente “anormal” ou até “patológica”, aos olhos dos adultos, com as características próprias do meio sócio-cultural. O/a adolescente exterioriza seus conflitos e seus estilos elaborativos de acordo com as suas possibilidades e as do seu meio, com as suas experiências e estruturas psicofísicas. Eis aí que pode-se falar de uma verdadeira “patologia” NORMAL da Adolescência. (“patologia” aos olhos e dentro dos preconceitos dos adultos de nossa cultura, não desde a percepção de uma psicologia evolutiva dinâmica). Levando em consideração o critério evolutivo da psicologia, considera-se que a adolescência, mais do que uma etapa estabilizada, é processo, desenvolvimento, e que, por tanto, deve-se admitir e compreender a sua aparente patologia para situar seus “aparentes” desvios no contexto da realidade humana que nos rodeia. Para pais, mestres, educadores e todos os que de alguma maneira trabalham com adolescentes, consideramos fundamentais estas idéias e suas aplicações.
 Esta aparente “patologia” (repito que aos olhos do mundo adulto), se apresenta com manifestações alternativas e, às vezes, crises diversas e transitórias, que permitem uma aproximação mais objetiva e menos preconceituosa em relação com a adolescência, que pode-se assim formular como a “Síndrome da Adolescência Normal”. O conhecimento destas características psicológicas facilita a compreensão das condutas que se apresentam e evitam fazer “diagnósticos” errados e preconceituosos, assim como humilhantes atitudes de rejeição e críticas prejudiciais. A “Síndrome da Adolescência Normal” se apresenta com as seguintes características de comportamento: 
1)  Busca de si mesmo e da identidade adulta: 
Durante a puberdade e na adolescência já estabelecida, acontecem importantes fatos biológicos, como a mudança corporal com aparecimento das características sexuais primárias e secundárias, ativação hormonal, modificações de atitudes físicas e do manejo do corpo, que não poucas vezes leva a um vagaroso processo de autoconhecimento que permite ter (e ainda conhecê-la pouco) uma identidade adolescente QUE PROCURA CONSTANTEMENTE TER A DESEJADA IDENTIDADE ADULTA, que só se consegue evolutivamente e elaborando o luto pela identidade infantil perdida. Assim vemos aos adolescentes, como já assinalamos, com diversas identidades: transitórias, ocasionais, circunstanciais e mudando com maior ou menor rapidez e/ou intensidade. Quem sou Eu?, é a pergunta que muitas vezes se formula o/a adolescente... entretanto, terá que aguardar a resposta... Ela chegará quando a adolescência vai-se transformando em “juventude” e “adultez jovem”. 
2)  A tendência grupal: 
Nessa busca da individualidade o/a adolescente desloca o sentimento de dependência dos pais para o grupo de companheiros e amigos, onde todos se identificam com cada um. Neste momento pertence mais ao grupo (pode ser até turma ou gang) de companheiros do que à família. Esta aceitação revela-se na obediência as regras grupais em relação a tudo, o que se observa na vestimenta, modas diversas, costumes e preferências de todos os tipos. O grupo é importante e altamente significativo porque constitui o passo intermediário no mundo externo para alcançar a identidade adulta. 
3)  Necessidade de intelectualizar e fantasiar: 
Estas são as formas mais típicas do pensamento adolescente, onde se usam estas capacidades como mecanismos de defesa frente ao que acontece a nível corporal (que não poucas vezes se vivência como algo que acontece e ao que se “assiste” passivamente). É um tipo de fuga para o interior, uma espécie de reajuste emocional, que leva à preocupação por princípios éticos, filosóficos, sociais e políticos, que muitas vezes implicam formular-se um plano de vida bem diferente do que se tinha até esse momento, e que também permite a teorização acerca de grandes reformas que poderiam acontecer no mundo exterior. São os momentos de criatividade, de ilusões e de grandes projetos (que os adultos se encarregam de frustar em nome da ordem e com medo do novo). Porém é o que realmente move ao mundo e a sua cultura, permitindo assima evolução da humanidade toda. 
4)  As crises religiosas: 
As crises religiosas do adolescente manifestam-se por atitudes de ateísmo ou de misticismo, ambas geralmente como situações extremas e até cheias de fanatismo (vejam-se os exemplos do que acontece no Oriente Médio ou em diversas seitas ocidentais ou orientais). Às vezes, o mesmo jovem passa por períodos de negação da religiosidade ou de exaltação da mesma, o que revela a situação mutável do seu mundo interno (com ajuda do mundo externo que em nome da “religião” justifica o crime e a exploração). Entretanto, em nosso meio o mais freqüente é observar, que, diante a religião o adolescente oscila entre uma atitude entusiasta ou indiferente. Neste momento pode predominar mais uma crença, um fanatismo, que a religiosidade. A atitude mais indiferente parece predominar em certos setores de classe média e universitários. 
5)  A deslocação temporal: 
Existe neste período evolutivo uma certa desorientação temporal, em que as urgências são enormes e as postergações irracionais. Há o que poderia chamar-se de “normal distemporalidade”. Tudo pode chegar a ser “agora ou nunca”, ou um permanente “ainda temos tempo”. É durante a adolescência que a dimensão temporal vai adquirindo lentamente características discriminativas. Presente, passado e especificamente futuro, são noções que são elaboradas durante a adolescência. 
6)  A evolução sexual desde o auto-erotismo até a heterosexualidade: 
O estímulo biológico e cultural, praticamente empurram ao adolescente a iniciar-se na atividade genital, no mínimo com fantasias. Assim, há um tipo de jogo entre a atividade masturbatória e o começo do exercício genital, que tem fundamentalmente um caráter basicamente exploratório. Inicialmente, procura-se tímida, mais intensamente, um/uma parceira. É o momento dos contatos, das carícias mais íntimas, e/ou do “amor apaixonado”, porém geralmente transitório e até fugaz. Os desejos são intensos e, nesta sociedade, fortemente reprimidos e até vividos com culpa. A evolução sexual adolescente vai de uma fase prévia de masturbação a uma atitude lúdica, que leva à aprendizagem: jogos eróticos, bailes, esportes, carinhos, todos com conteúdo exploratório de si mesmo e de outro/outra. Existe depois o desejo mais intenso e a relação genital, que muitas vezes é expressão de imaturidade, descontrole ou até também de atividade lúdica. São poucos os casos de uma verdadeira e consciente atividade genital responsável e com amor. Em algumas oportunidades, até o coito tem características masturbatórias. O auto-erotismo com exploração da  genitalidade, mediante o já anotado, leva a heterossexualidade afetiva amadurecida, que só se atinge quando a própria adolescência vai-se apagando e surge o/a  jovem com uma sexualidade responsável dentro de seu particular sistema cultural estruturante. 
7)  Atitude social reivindicatória: 
Nesta sociedade há uma contradição entre as possibilidades materiais do ser humano, que praticamente tudo pode (ou poderia), e o/a adolescente que frente a esse “tudo” é marginalizado. Isso é o que leva a uma atitude social reivindicatória. Através de sua atitude e sua força ele tenta modificar a sociedade, que por sua vez vive mudanças intensas, influenciando ao indivíduo. Os padrões sociais mudam muito pelo próprio impacto dos adolescentes e jovens. Na medida em que o/a adolescente não encontra o caminho adequado para a sua expressão vital e para a aceitação de uma possibilidade de realização, não poderá jamais ser um adulto satisfeito. A tecnificação da sociedade, o domínio de um mundo adulto incompreensível e exigente, a burocratização limitante das possibilidades de emprego e trabalho, as exigências de uma industrialização mal canalizada e uma economia mal dirigida criam uma divisão de classes absurdas e ilógicas, que o indivíduo tenta superar mediante crises violentas de reforma social. É a juventude, naturalmente revolucionária do mundo, e logicamente também a nossa, a que tem em si o sentimento místico da necessidade de mudança social. O jovem, normal e adequado a seu processo evolutivo, deve contestar e reivindicar um mundo, uma sociedade, uma humanidade melhor, mais justa e mais cheia de amor. Se fosse o caso, só por isso é necessário entender e respeitar certas atitudes adolescentes, que ainda apavoram a muitos adultos. 
8)  Contradições sucessivas em todas as manifestação da conduta: 
A conduta do adolescente está dominada pela ação. Ele não pode manter uma linha de conduta rígida, permanente e absoluta, embora o queira. Sua personalidade é permeável e sua instabilidade necessária. Lida permanentemente com o imprevisível, tanto no seu mundo interno como no externo. Joga com seu corpo, sua alma, sua conduta de acordo com as possibilidades confusas e confusionantes. Aparece contraditório, embora seja esta, ou as condutas mais variáveis, as mais adequadas a este complexo momento evolutivo. Fixar-se numa só conduta, não corresponde a um comportamento normal, nem ajuda a aprender da experiência. 
9)  Separação progressiva dos pais: 
Para atingir a maturidade é necessário ter individualidade e independência reais. A separação progressiva dos pais, a entrada na turma, e a posterior individuação discriminativa são passos necessários do processo evolutivo humano. Muitos pais em nossa cultura se angustiam frente ao crescimento dos filhos e chegam até negá-lo. Existe a já mencionada “ambivalência dual” por ambas as partes que as vezes é fonte de conflitos que atrapalham o crescimento físico e psicológico normal. O conflito de gerações é uma realidade necessária para o desenvolvimento sadio, tanto dos filhos adolescentes como o de seus pais. 
10)  Constantes flutuações do humor e do estado de ânimo: 
Uma conquista, por mínima que seja entusiasma e alegra. Uma frustração  aborrece e deixa triste. Isto acontece milhares de vezes ao dia. Sua luta com os pais, a sociedade, os preconceitos, o medo, seus triunfos físicos, ou sua realização intelectual, uma aprovação, uma rejeição; tudo constante e vertiginosamente alternando no dia a dia, explicam os sentimentos de solidão e os de exaltação. Estas mudanças de estado de ânimo são normais. 
 Assim é que aprendemos a ter sentimentos humanos, sentimentos válidos com o grande valor das experiências vividas plena e intensamente, ainda que possam ser pouco duradouras.  Constituída assim a “Síndrome da Adolescência Normal” é possível entender como professores, pais, adultos em geral, podem se basear em estereótipos e preconceitos que, em lugar de ajudar ao adolescente a viver esta etapa de nossa vida evolutiva com maior segurança e liberdade, fazem deste importante período vital a fonte de tormentos, angustias, medos e culpas totalmente desnecessários e perturbadores.  Fica claro para nós que falar de que a adolescência não existe, ou que se trata de um problema sócio-político econômico circunstancial, é expressão de um desconhecimento de uma realidade social, psicológica e também clínica e pedagógica.  Claro que fica mais fácil teorizar sobre o aqui notado. Entretanto, temos comprovado, com numerosas pesquisas, com discussões a nível de bairro, de favela, de escolas de todo tipo e de nossos adolescentes estudantes e operários mal pagos, que esses conflitos e pesares existem.  A elaboração dos “lutos” mencionados não é fácil, os chamados mecanismos psicopáticos aparecem e é duro lidar com eles. Um “luto” é uma situação de pena e dor, e deve respeitar-se para que possa “elaborar-se”.  As diversas manifestações da “síndrome da adolescência normal” acontecem. Se a descrição é dramática nem sempre sua exteriorização é dessa forma. O adolescente turbulento e violentamente contestador, alegre e triste existe. Porém também existe aquele em quem a turbulência é mais interna que externa. Pode “parecer” mais tranqüilo e até mais adaptado a sua realidade, sua família, seu meio. Entretanto, em qualquer momento estoura com sua “síndrome” em toda sua plenitude.  Não é necessário procurar o “rebelde sem causa”, o reclamadorvociferante ou o briguento constante. Esse é outro problema. É bom saber que existe um verdadeiro leque de manifestações que mudam em intensidade e variedade externas. Psicodinamicamente, se procurar, nós acharemos as características assinaladas, algumas mais intensas, outras menos, porém todas elas presentes.  Sem um aproximação ao conhecimento da psicologia normal do/da adolescente pouco poderá ser feito em favor da saúde e da educação deles.
Os mecanismos de defesa operam inconscientemente, de modo que a pessoa não tem consciência do que está acontecendo. Diante dessa perspectiva de utilizar esses recursos inconscientes pelo sujeito, pode-se afirmar que os mecanismos de defesa são: Os modos pelos quais se dão as distorções de eventos causadores de ansiedade.
Podemos dizer que segundo a teoria do desenvolvimento psicossexual do Freud, o adulto encontra-se em qual fase do desenvolvimento? Genital
A puberdade é o período no qual ocorre a maturação dos órgãos sexuais acompanhados por intensas mudanças físicas. Tais alterações são atribuídas à: Secreção hormonal
Vestuário, ornamentos, calçados e outros itens que compõem a moda jovem apresentam-se como um dispositivo de identificação para o adolescente porque: São símbolos através dos quais os adolescentes se inserem numa cultura coletiva
A puberdade, que é um período de rápida maturação física envolvendo mudanças físicas, revela-se um aspecto importante do início da adolescência. A puberdade está ocorrendo cada vez mais cedo e isso pode ser explicado em função uma série de fatores, dentre os quais podemos destacar hereditariedade, massa corporal e hormônios encontrados nos alimentos.
segundo a ONS, atualmente, o período da adolescência compreende o período de 10_ anos a 20 anos.
Segundo Arminda Aberastury a adolescência é marcada por 3 tipos de luto. São eles: do corpo de criança, da identidade infantil e da relação com os pais da infância.
Quais as principais características da fase do desenvolvimento de Freud que representa a adolencência Consciência da identidade sexuai e buscar formas para satisfazer as necessidades eróticas e interpessoais.
Assinale a alternativa correta: Origina-se segundo Freud a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. A moral os ideais são funções do: Superego;
Com relação ao desenvolvimento humano I. Apenas na infância irá ocorrer determinadas experiências vinculadas as questões sociais que são muito características para serem avaliadas no processo de desenvolvimento e maturação do um sujeito. II. Os estudos sobre a infância são particularmente recente, pois iniciam no século XIX e adolescência não era considerada até o século XX. III. O estudo do desenvolvimento humano foca o estudo científico de como as pessoas mudam e também de como ficam iguais, desde a concepção até a morte. É correto APENAS o que se afirma em II e III.
A Teoria de Piaget O Sua preocupação era o estudo da natureza do desenvolvimento do conhecimento, isto é, o estudo dos processos cognitivos envolvidos na construção do conhecimento do indivíduo, desde a infância até a idade adulta. O Acreditava na importância da interação para a aquisição de conhecimento e, consequentemente, maior capacidade de adaptação do indivíduo.
Sua premissa é a de que o indivíduo constrói estruturas mentais para adquirir formas cada vez mais complexas e sistematizadas de entender e agir sobre a realidade.
Conceitos Principais: Maturação: o indivíduo herda estruturas biológicas que, em contato com a realidade, propiciarão a construção de estruturas cognitivas necessárias ao seu desenvolvimento e adaptação. Equilíbrio: o indivíduo, quando tem seu estado de equilíbrio rompido, busca novas formas de funcionamento mais equilibradas e adaptativas.
Assimilação e acomodação: na busca do equilíbrio o indivíduo, primeiro, tenta lidar com uma situação utilizando uma estrutura cognitiva já existente, atualizando o conteúdo desta estrutura. Quando tal mecanismo não se mostra tão eficiente, o indivíduo tenta novas estratégias, que modificarão a estrutura anterior com o objetivo de tentar um novo ajustamento.
Esquema: estrutura cognitiva e de predisposição comportamental cuja finalidade é organizar a ampla gama de informações, externas e internas, às quais o indivíduo se encontra exposto frequentemente. É dinâmico e sofre frequentes transformações.
Fases do Desenvolvimento Cognitivo: Sensório-motor Pré-operacional Operações concretas Operações formais.
Piaget considera 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento (Furtado, op.cit.). São eles:
·         1º período: Sensório-motor              (0 a 2 anos)
·         2º período: Pré-operatório                (2 a 7 anos)
·         3º período: Operações concretas     (7 a 11 ou 12 anos)
·         4º período: Operações formais         (11 ou 12 anos em diante)
Cada uma dessas fases é caracterizada por formas diferentes de organização mental que possibilitam as diferentes maneiras do indivíduo relacionar-se com a realidade que o rodeia (Coll e Gillièron, 1987). De uma forma geral, todos os indivíduos vivenciam essas 4 fases na mesma seqüência, porém o início e o término de cada uma delas pode sofrer variações em função das características da estrutura biológica de cada indivíduo e da riqueza (ou não) dos estímulos proporcionados pelo meio ambiente em que ele estiver inserido. Por isso mesmo é que "a divisão nessas faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida", conforme lembra Furtado (op.cit.). Abordaremos, a seguir, sem entrar em uma descrição detalhada, as principais características de cada um desses períodos.
(a) Período Sensório-motor (0 a 2 anos): segundo La Taille (2003), Piaget usa a expressão "a passagem do caos ao cosmo" para traduzir o que o estudo sobre a construção do real descreve e explica. De acordo com a tese piagetiana, "a criança nasce em um universo para ela caótico, habitado por objetos evanescentes (que desapareceriam uma vez fora do campo da percepção), com tempo e espaço subjetivamente sentidos, e causalidade reduzida ao poder das ações, em uma forma de onipotência" (id ibid). No recém nascido, portanto, as funções mentais limitam-se ao exercício dos aparelhos reflexos inatos. Assim sendo, o universo que circunda a criança é conquistado mediante a percepção e os movimentos (como a sucção, o movimento dos olhos, por exemplo).
Progressivamente, a criança vai aperfeiçoando tais movimentos reflexos e adquirindo habilidades e chega ao final do período sensório-motor já se concebendo dentro de um cosmo "com objetos, tempo, espaço, causalidade objetivados e solidários, entre os quais situa a si mesma como um objeto específico, agente e paciente dos eventos que nele ocorrem" (id ibid).
(b) Período pré-operatório (2 a 7 anos): para Piaget, o que marca a passagem do período sensório-motor para o pré-operatório é o aparecimento da função simbólica ou semiótica, ou seja, é a emergência da linguagem. Nessa concepção, a inteligência é anterior à emergência da linguagem e por isso mesmo "não se pode atribuir à linguagem a origem da lógica, que constitui o núcleo do pensamento racional" (Coll e Gillièron, op.cit.). Na linha piagetiana, desse modo, a linguagem é considerada como uma condição necessária mas não suficiente ao desenvolvimento, pois existe um trabalho de reorganização da ação cognitiva que não é dado pela linguagem, conforme alerta La Taille (1992). Em uma palavra, isso implica entender que o desenvolvimento da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência.
Todavia, conforme demonstram as pesquisas psicogenéticas (La Taille, op.cit.; Furtado, op.cit., etc.), a emergência da linguagem acarreta modificações importantes em aspectos cognitivos, afetivos e sociais da criança, uma vez que ela possibilita as interações  interindividuais e  fornece, principalmente, a capacidade detrabalhar com representações para atribuir significados à realidade. Tanto é assim, que a aceleração do alcance do pensamento neste estágio do desenvolvimento, é atribuída, em grande parte, às possibilidades de contatos interindividuais fornecidos pela linguagem.
Contudo, embora o alcance do pensamento apresente transformações importantes, ele  caracteriza-se, ainda, pelo egocentrismo, uma vez que a criança não concebe uma realidade da qual não faça parte, devido à ausência de esquemas conceituais e da lógica. Para citar um exemplo pessoal relacionado à questão, lembro-me muito bem que me chamava à atenção o fato de, nessa faixa etária, o meu filho dizer coisas do tipo "o meu carro do meu pai", sugerindo, portanto, o egocentrismo característico desta fase do desenvolvimento. Assim, neste estágio, embora a criança apresente a capacidade de atuar de forma lógica e coerente (em função da aquisição de esquemas sensoriais-motores na fase anterior) ela apresentará, paradoxalmente, um entendimento da realidade desequilibrado (em função da ausência de esquemas conceituais), conforme salienta Rappaport (op.cit.).
 (c) Período das operações concretas (7 a 11, 12 anos): neste período o egocentrismo intelectual e social (incapacidade de se colocar no ponto de vista de outros) que caracteriza a fase anterior dá lugar à emergência da capacidade da criança de estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes  (próprios e de outrem ) e de integrá-los de modo lógico e coerente (Rappaport, op.cit.). Um outro aspecto importante neste estágio refere-se ao aparecimento da capacidade da criança de interiorizar as ações, ou seja, ela começa a realizar operações mentalmente e não mais apenas através de ações físicas típicas da inteligência sensório-motor (se lhe perguntarem, por exemplo, qual é a vareta maior, entre várias, ela será capaz de responder acertadamente comparando-as mediante a ação mental, ou seja, sem precisar medi-las usando a ação física).
 Contudo, embora a criança consiga raciocinar de forma coerente, tanto os esquemas conceituais como as ações executadas mentalmente se referem, nesta fase, a objetos ou situações passíveis de serem manipuladas ou imaginadas de forma concreta. Além disso, conforme pontua La Taille (1992:17) se no período pré-operatório a criança ainda não havia adquirido a capacidade de reversibilidade, i.e., "a capacidade de pensar simultaneamente o estado inicial e o estado final de alguma transformação efetuada sobre os objetos (por exemplo, a ausência de conservação da quantidade quando se transvaza o conteúdo de um copo A para outro B, de diâmetro menor)", tal reversibilidade será construída ao longo dos estágios operatório concreto e formal.
(d) Período das operações formais (12 anos em diante): nesta fase a criança, ampliando as capacidades conquistadas na fase anterior, já consegue raciocinar sobre hipóteses na medida em que ela é capaz de formar esquemas conceituais abstratos e através deles executar operações mentais dentro de princípios da lógica formal. Com isso, conforme aponta Rappaport (op.cit.:74) a criança adquire "capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta: discute valores morais de seus pais e contrói os seus próprios (adquirindo, portanto, autonomia)".
De acordo com a tese piagetiana, ao atingir esta fase, o indivíduo adquire a sua forma final de equilíbrio, ou seja, ele consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade adulta. Isso não quer dizer que ocorra uma estagnação das funções cognitivas, a partir do ápice adquirido na adolescência, como enfatiza Rappaport (op.cit.:63), "esta será a forma predominante de raciocínio utilizada pelo adulto. Seu desenvolvimento posterior consistirá numa ampliação de conhecimentos tanto em extensão como em profundidade, mas não na aquisição de novos modos de funcionamento mental".
O desenvolvimento é primariamente inconsciente e influenciado pela emoção.
O comportamento é apenas uma característica superficial.
Para compreender o desenvolvimento, temos que analisar os significados simbólicos do comportamento e o funcionamento interior profundo da mente.
Estruturas da personalidade : ID,EGO E SUPEREGO
O id é totalmente inconsciente e não tem relação direta com a realidade.
À medida que as crianças experimentam as demandas e coações da realidade, o ego vai se desenvolvendo. É ele que toma as decisões racionais.
O superego constitui o ramo moral da personalidade.
Freud indica que houve uma negligência da ciência com relação a sexualidade infantil devido a duas possíveis causas:
1a) Educação/Convenção;
2a) Amnésia infantil.
As impressões esquecidas, entretanto, deixam marcas e tornam-se determinantes para todo nosso desenvolvimento.
Libido - energia afetiva original, voltada para a obtenção de prazer. 
Fases de desenvolvimento – demonstram a organização da libido, em torno de uma zona erógena, criando uma fantasia básica e uma modalidade de relação de objeto.
FASES DE DESENVOLVIMENTO SEGUNDO FREUD
Fase Anal (1,6 a 3 anos)
A organização psicomotora de base (falar, andar e o próprio controle dos esfíncteres) leva a libido a passar de uma organização a outra. 
A fantasia neste período está ligada aos primeiros produtos, as fezes o sentimento de o que produzimos é bom, é necessário para todas as relações produtivas que estabelecemos com o mundo.
Fase Fálica (3 anos a 5/6 anos )
Por volta dos 3 anos de idade, a libido inicia nova organização. 
A erotização passa a ser dirigida para os genitais, desenvolve-se o interesse infantil por eles. 
A masturbação torna-se frequente e normal 
Preocupação com as diferenças sexuais entre meninos e meninas passam a contaminar os objetos
Pressupostos Teóricos de Freud para a fase fálica
A discriminação sexual não caracteriza a existência de 2 genitais, o masculino e o feminino, mas apenas a presença ou ausência do pênis. A vagina é e continuará sendo desconhecida por muito tempo.
Os homens e o gênero masculino – esses são definidos pela presença do órgão fálico, ao passo que as mulheres pela sua ausência. A erotização dos genitais, que se inicia neste período, traz a fantasia de meninos e meninas serem portadores de um pênis.
Com o desenvolvimento, a percepção correta da realidade confirmará aos olhos infantis que só o homem é portador do pênis e a mulher é castrada.
É natural que durante esta fase o menino seja dirigido para a busca de uma figura feminina: a mãe é a mais próxima. A maior parte dos vínculos de prazer na infância estão ligados à mãe. Se aprender a amar é uma relação positiva, o amor incestuoso é proibido
Para os meninos:
O esquema repressor é desencadeado com a entrada do pai em cena. Ele é o interceptador entre mãe e filho.
É a lei. Está configurado o Complexo de Édipo.
Assim o menino introjeta a lei e a moral (o pai) e está encerrada esta fase e formado o superego.
Para as meninas :
Na menina é diferente: ela se afasta da mãe pois esta não foi capaz de lhe dar um pênis e se apega ao pai. Com a percepção da realidade ela também desiste e seus desejos são deslocados.
Por isso Freud fala que o superego da mulher é mais fraco, pois é formado aos poucos.
Período de Latência( dos 5/6 anos aos 12 anos)
Com a repressão do Édipo, a energia da libido fica temporariamente deslocada dos seus objetivos sexuais. 
Ela é canalizada para o desenvolvimento intelectual e social da criança. Isto se chama realizações socialmente produtivas.
Fase genital ( 12 anos a....)
Facilidade ou dificuldade com que o adolescente passa por essa fase: 
 – determinada pelas experiências passadas e pela natureza dos conflitos intrapsíquicos que são revividos.
O papel da experiência infantil 
Infância – em condições favoráveis a criança renuncia à estreita relação erotizada com o genitor do sexo oposto e substitui por uma atitude de ternura e de afeto 
 - os desejos incetuosos são reprimidos
- rivalidade e ambivalência em relação ao genitor do mesmo sexo são substituídospela identificação
Latência – aparente resolução do conflito edípico e identificação com o genitor do mesmo sexo
- equilíbrio a partir da aliança do Ego com o Superego, que controla e atenua os impulsos instintuais
- parte da energia sexual é desviada para os impulsos agressivos, absorvida por eles e expressa através de competições socialmente aprovadas
Antecipação da puberdade – observação dos adolescentes e atitudes dos pais e da cultura.
Marcha para a puberdade – rápida, em segredo, explorações sexuais privadas, atividades e discussões em grupos (revistas, livros...), especulação em como serão as primeiras relações sexuais
- meninos – constrangimento em relações mais chegadas com as meninas, disfarce com comportamento arredio e agressivo
- meninas – agressivas e não muito femininas; ressurge a inveja dos meninos; soluções – ser feminina ou não feminina
- ambos os sexos – aumento da energia, aumento da atividade física pela ansiedade ligada à puberdade; aumento do apetite; luta entre o desejo da dependência e o anseio pela independência (desleixo, sujeira; rebeldia, desobediência)
Primeira fase : até os 16 anos
Aumentam as forças instintuais
Aparecem fortes impulsos eróticos e agressivos
O ego é constantemente ameaçado e, às vezes, vencido
Tentativa de equilíbrio e controle – gasto de energia em excesso , causando rigidez, perda da espontaneidade e inibição das faculdades intelectuais (fracasso escolar)
Segunda fase : a partir dos 16 anos
A balança do poder entre o ego e o id , pende para o Ego.
Maior estabilidade hormonal
Medo e Pânico diminuem à medida que o ego domina novos impulsos
Mudança no interesse amoroso– renúncia à intimidade com os pais e dependência e emoções sexuais dirigidas ao parceiro ou parceira
Ego – aumenta o uso de formas mais elevadas do pensamento abstrato- lida mais com os impulsos através das fantasias e pensamento do que atos impulsivos ou excessiva inibição
Sensibilidade para a razão, discussão , terapia ou análise
Característica única da adolescência em ambas as fases : alternância entre comportamento perturbado e período de relativa quietude (alternância entre a ascendência dos impulsos institntuais e do controle do ego e superego)

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