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Universidade Federal de Pelotas 
Faculdade de Medicina 
 
 
 
 
 
Farmacologia I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pablo Bastos Rodrigues 
ATM 2016/2 
Farmacologia 
 
Fundamentos Básicos em 
Farmacologia 
 
Fármaco: Qualquer substância química biologicamente ativa com poder de afetar o 
organismo e seu funcionamento. Não se considera alimento ou artefato. O ápice de 
formação de fármacos iniciou a partir da II Guerra Mundial. Substância que se utiliza 
para o diagnóstico, o alívio, o tratamento e a cura das doenças, assim como a prevenção 
das mesmas. 
 
Farmacologia: Estudo dos mecanismos dos fármacos, pela qual modifica a função dos 
sistemas vivos e afeta a função do organismo. 
 
MEDICAMENTO = FÁRMACO 
DROGA = Substância química que atua no organismo. 
 
PRÓ-DROGA: Fármaco inativo que ao passar por algum processo enzimático torna-se 
ativo e realiza a função desejada. 
 
UTILIZAÇÃO DOS FÁRMACOS 
 
1. Preventivos: São medicamentos utilizados como prevenção de determinada causa. 
Ex: Vacinas e anticoncepcionais. 
2. Substitutivos: Substituem alguma substância que deveria ser produzida ou 
ingerida. Ex: Vitaminas e insulina. 
3. Supressores: Usados para suprimir a causa da doença. Ex: Antibióticos. 
4. Sintomáticos: Corrigem os sintomas sem eliminar a causa. Ex: Antiinflamatórios. 
 
Farmacocinética: É o trânsito dentro do organismo, desde a sua absorção até a 
eliminação. 
- VIA (a via venosa é a mais rápida, porém com maior risco) + ABSORÇÃO (circulação 
sanguínea, a via venosa não possui essa etapa) + DISTRIBUIÇÃO (sangue) + 
METABOLIZAÇÃO (geralmente fígado, citocromo P450, é realizado para 
hidrossolubilizar os fármacos) + ELIMINAÇÃO (geralmente pelo rim através da urina, 
mas também pode ser pelas fezes e outras). 
 
Obs: Manitol (diurético) é um fármaco exclusivo que não sofre metabolização. 
 
Obs: Existem fármacos que não seguem o pensamento: aumenta a dose, aumenta o efeito 
terapêutico e aumenta o efeito colateral. 
 
Obs: SELETIVIDADE: Fármaco é mais seletivo ou menos seletivo conforme seu modo 
de ação, da quantidade de receptores e de enzimas que agem no seu mecanismo. 
Farmacodinâmica 
 
Farmacodinâmica: É o efeito do fármaco, seja ele desejado ou indesejado, no local 
alvo (receptor). É na farmacodinâmica que ocorre os efeitos terapêuticos, colaterais e 
tóxicos do fármaco. 
 Efeito Colateral: Efeito adverso em doses abaixo da dose máxima. 
 Efeito Tóxico: Efeito adverso em doses diárias acima da dose máxima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mecanismo de Ação: Alterações bioquímicas ou fisiológicas que modificam as funções 
celulares. 
 
Efeito ou Resposta: Conseqüência da ação clinicamente observável ou mensurável. 
 
ALVOS PARA LIGAÇÃO DOS FÁRMACOS 
 
1. Receptores de Membrana Celular: Geralmente levam o nome dos 
neurotransmissores. Ex: Histamina -> Histamínico. 
 
2. Enzimas: São ativadas ou inibidas pelos fármacos. Ex: AINE’s inibem a enzima 
COX. 
 
3. Moléculas Carreadoras: Ex: Diuréticos, que inibe a eliminação de sódio atuando 
na molécula carreadora de sódio. 
 
4. Canais Iônicos: Atuam nos canais de Na+, Ca+, Cl-, K+, etc. Ex: Bloqueadores 
dos canais de cálcio e benzodiazepínicos. 
 
FÁRMACO + RECEPTOR COMPLEXO FR EFEITO 
FARMACOLÓGICO 
 
A ligação do fármaco com o receptor pode ser reversível ou irreversível, isso depende das 
interações moleculares entre os dois componentes. 
 
Fármacos Agonistas: São fármacos que possuem tanto afinidade química (afinidade 
para ligar-se ao receptor) como atividade intrínseca (modificam o receptor e desencadeia 
a resposta por sinalização protéica -> mecanismo chave fechadura). Eles podem ser 
agonistas totais (possuem elevada eficácia) e agonistas parciais (possuem eficácia 
intermediária porque não conseguem agonizar todos receptores). 
 
Locais de 
Ação 
 
Mecanismos 
de Ação 
 
EFEITOS 
Concentração 
 
Variação da 
Resposta das Drogas 
 
Fármacos Antagonistas: São fármacos que possuem apenas a afinidade química. Ex: 
Os β_bloqueadores não possuem atividade intrínseca, eles competem com a adrenalina 
para ligar-se ao receptor adrenérgico, quando esse fármaco se liga ele impede a ligação da 
adrenalina com o receptor, evitando assim a ação adrenérgica. 
 
Existem quatro tipos básicos de fármacos antagonistas: 
 Antagonistas Farmacodinâmicos ou Competidores: Por competição de receptores 
com os agonistas. 
 Antagonistas Farmacocinéticos: Agem na absorção, metabolização e excreção dos 
agonistas. 
 Antagonistas Químicos: Ligam-se aos agonistas, sem deixá-los realizar sua função. 
 Antagonistas Fisiológicos: Dois agonistas interagem em receptores independentes 
produzindo efeitos opostos que se anulam. 
 
TIPOS DE RECEPTORES 
 
São geralmente receptores de membranas. Os fármacos são geralmente ácidos ou bases 
fracas e lipossolúveis, ou seja, quanto maior for a lipossolubilidade mais rápido o fármaco 
atravessará a membrana plasmática. 
 
1. Ligados a enzimas: Atividade enzimática citosólica por fosforilação do receptor 
transmembranoso, que ativam ou inibem essas enzimas, como, por exemplo, a 
tirosina-cinase. Ex: Receptores da insulina. 
2. Ligados a proteína G: O AMPc, ativada com a proteína G, gera vasodilatação e 
broncodilatação, processo que ocorre em fármacos antihipertensivos, por 
exemplo. Ex: Captopril. 
3. Ligados a canais iônicos: São regulados pelo fluxo de íons na membrana celular. 
São acionados quando um ligante se gruda ao canal. Ex: Receptor colinérgico 
nicotínico. 
4. Intracelulares: Os glicocorticóides e hormônios atuam nesse tipo de receptor, 
alguns atuam ao nível de núcleo celular, modificando a produção de 
determinadas proteínas. Obs: Os glicocorticóides sempre, mesmo em doses 
baixas, causam imunossupressão como efeito colateral. 
 
Para conseguir o efeito desejado sem chegar à dose máxima pode-se fazer associação de 
medicamentos, com isso pode provocar menos efeitos colaterais comparados com a 
utilização de doses altas. Ex: (1) Associar broncodilatador a corticoide; (2) Enalapril 
associado a diurético e bloqueadores do canal de cálcio. 
 
Obs: A insulina também usa receptores de reserva, que são receptores que estão parados 
enquanto um fármaco já está realizando a sua resposta terapêutica máxima, eles não estão 
inativados e nem ocultos. 
 
CICLO DOS RECEPTORES 
 
 
 
 
 
 
Síntese dos 
Receptores 
(R.E.R.) 
Receptores 
Imaturos 
(C. de Golgi) 
Receptores 
Maduros 
(M. Plasmática) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eficácia: Relação entre a ocupação do receptor e a capacidade de iniciar uma resposta em 
nível molecular: celular ou tecidual. Depende da quantidade de complexos FR formados 
e da eficiência do acoplamento com o receptor até a resposta desejada. 
 
Potência: Refere-se a quantidade de fármaco de que se necessita para produzir um efeito 
farmacológico. 
 
Latência: Tempo de inicio da resposta do fármaco, corresponde ao tempo de absorção e 
o tempo dinâmico. Ex: Os antidepressivos têm latência de pelo menos duas semanas. 
 
Dessensibilização “Down Regulation” (ou Tolerância): Perda de receptores por 
exposição prolongada aos fármacos agonistas. É dado em longo prazo. 
 
Taquifilaxia: Receptor que entra em período de repouso como medida de controle para 
os efeitos do fármaco. É uma dessensibilização rápida dos receptores. 
 
Superssensibilização “Up Regulation”: Aumento da sensibilidade a agonistas do receptor 
após redução de um nível crônico de estimulação. Ex: Propranolol, esse medicamento 
nunca pode ser suspenso de formadireta, porque ele bloqueia os receptores para ação 
dos agonistas. Se a retirada for abrupta os agonistas realizarão a super estimulação dos 
receptores podendo causar até morte. 
 
Diminuição do Efeito Farmacológico 
 Alteração na produção de receptores. 
 Perda de receptores. 
 Esgotamento dos mediadores. 
 Adaptações fisiológicas perdendo a ação a esses receptores. 
 Extrusão ativa do fármaco das células. 
 
Índice Terapêutico: Também chamada de janela terapêutica, segurança ao usar um 
fármaco, para não chegar perto da dose letal. 
 
 
 
Onde DL = dose letal e DE = dose de eficácia. 
Se o ID > ou = 10 pode administrar o fármaco. Quanto maior o ID menor o risco de ser 
letal. 
 
ID = DL 50 / DE 50 
Salbutamol: Agonista β2_adrenérgico. (Broncodilatador -> Aerolin) 
 
Captopril: Inibidor da ECA (Antihipertensivo, vasodilatador) 
 
AINE’s: Inibidor da ciclooxigenase (Antiinflamatórios não esteriodais, 
como a aspirina, paracetamol [hepatotoxicidade de 4.000 mg/dia], 
ibuprofeno, diclofenaco). 
 
 
EFEITOS DOS FÁRMACOS 
 
A OMS define reação adversa como “qualquer resposta prejudicial ou indesejável, não 
intencional, a um medicamento utilizado no homem para profilaxia, diagnóstico ou 
tratamento de doença ou para modificação da função fisiológica”. 
 
REAÇÕES ADVERSAS DO MEDICAMENTO - RAM 
1. Sofrimento e piora da qualidade de vida. 
2. Aumento dos custos, hospitalizações e risco de morte para o paciente. 
3. Dificuldade de manejo em determinadas funções. 
4. Necessidade de tratamento adicional, adição de medicamentos para tratar reações 
adversas. 
5. Necessidade de exames diagnósticos para detectar se é doença ou efeito adverso. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS 
 
1. EFEITOS COLATERAIS: São inerentes a própria ação do fármaco, ou seja, 
eles agem em outros locais fora do alvo terapêutico. Ocorrem mesmo em dose 
terapêutica. São indesejáveis em determinadas situações, em outras são desejáveis 
(sedativos). Efeitos mais comuns: 
 Cefaleia 
 Tosse seca causada pelos fármacos inibidores da ECA (captopril). 
 Náusea e vômito: antibióticos, opióides, AINEs, quimioterápicos (alguns 
com alto potencial emético ou com baixo potencial, mas todos podem 
provocar). A maioria dos fármacos por via oral traz algum transtorno 
gástrico. 
 Úlceras por tratamento com AINEs. 
 Sedação causada por relaxante muscular, ansiolítico, anti-histamínicos, 
anti-psicóticos. 
 Fadiga com uso β_bloqueador. 
 Alergias e convulsões por uso de penicilinas em altas doses. 
 
Este gráfico representa como se acha a 
concentração letal de um fármaco para 
poder ter noção do índice terapeutíco do 
mesmo. O DL 50 equivale a concentração do 
fármaco em que ocorre 50% de mortalidade 
entre os individuos que usaram o 
medicamento. 
No gráfico 1 os medicamentos possuem a 
mesma eficácia, entretanto o medicamento A 
é mais potente que o medicamento B. 
No gráfico 2 o medicamento B nunca poderá 
substituir o medicamento A, pois ele nunca 
chegará na eficácia de A. 
Obs: Quanto mais fácil de atravessar a barreira hematoencefálica (impede a passagem dos 
mais hidrossolúveis), mais fácil de acontecerem os efeitos colaterais a nível central. 
 
Obs: A adrenalina não é seletiva comparada ao salbutamol, com isso o salbutamol (β 
bloqueador) mais seletivo causa menos efeitos colaterais comparado com a adrenalina 
(age em receptores α e β). 
 
2. EFEITOS SECUNDÁRIOS: Surgem em decorrência da ação primária dos 
fármacos. Ex: Corticóides só são utilizados quando não se tem outra opção, pois 
são imunossupressores e podem causar infecções secundárias (oportunistas) 
como a candidiase oral. Anti-hipertensivos pode causar uma hipotensão com o 
seu uso. 
 
3. HIPERSENSIBILIDADE: São reações sistêmicas ou localizadas. É uma 
sensibilização prévia do individuo ao corpo estranho, quanto mais exposto maior 
a reação. É gerado por um mecanismo imunológico (geralmente por descarga de 
histamina) e não está relacionado com a dose do fármaco. 
Qualquer fármaco pode dar hipersensibilidade, mas alguns são mais alergênicos 
como os antibióticos (penicilina). Sinais de hipersensibilidade são pruridos e 
choque anafilático. 
 
Hipersensibilidade Cruzada: Pode acontecer quando se usa um medicamento 
do mesmo grupo de outro que já tenha causado hipersensibilidade. Ex: Após 
reação alérgica a uma penicilina pode se usar outra? Como se trata de um mesmo 
grupo de fármacos é bem provável que haja outra reação, então não deve ser 
usada. Se for uma reação leve pode ser tratada com cefalosporina, se for uma 
reação mais forte não se deve usar nenhum β-lactâmico, porque pode haver risco 
de morte (choque anafilático). 
 
4. REAÇÕES IDIOSSINCRÁSICAS: É uma questão genética, uma resposta 
rara e inesperada a determinado fármaco. Pode ser por um efeito enzimático 
genético isolado (individual) que se manifesta durante a utilização de fármacos. É 
pouco provável que ocorra esse tipo de reação. Ex: Hipocalemia com uso de 
captopril. 
 
5. EFEITOS TÓXICOS: Decorrem de concentrações superiores à terapêutica, 
gerado por variações farmacocinéticas e doenças ou características genéticas. 
Obs: Se a dosagem estiver correta e houver efeito tóxico pode haver erro na 
metabolização ou excreção de fármaco. Nesse caso, deve-se analisar a taxa de 
filtração e os níveis de creatinina. Diminuir a dose ou abolir totalmente o uso do 
fármaco. Especial atenção para medicamentos hepatotóxicos e nefrotóxicos. 
Ex: A aspirina (ácido acetilsalicílico) em altas doses causa efeitos gastrointestinais 
ulcerosos, desequilíbrio do pH sanguíneo o que leva a uma hiperventilação 
pulmonar que pode levar a morte. 
 
6. REAÇÕES TERATOGÊNICAS: Existem fármacos que atravessam a placenta 
e possuem efeito teratogênico, pois não são metabolizados por ela. 
Ex: Anti-hipertensivos inibidores da ECA na gravidez podem ser fetopáticos. 
 
 
7. SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA. 
a) Física: Hipotensão, hipoglicemia, hipoventilação. 
b) Psíquica: O paciente tenta obter a droga de qualquer forma. Ansiedade, 
irritação. Ex: Opióides em dores crônicas. 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Pode ocorrer intensificação do efeito, inclusive com os efeitos tóxicos presentes ou 
diminuição dos efeitos de um ou mais fármacos. 
 
EFEITO ASSOCIAÇÃO MECANISMO DE AÇÃO 
Aditivo AAS + diclofenaco de sódio Bloqueio enzimático da COX 
 
Somatório 
 
Meperidina + cetoprofeno 
No primeiro bloqueio de 
receptores opióides e o 
segundo bloqueio da COX 
 
 
 
Potencialização 
 
 
 
Codeína + imipramina 
O primeiro bloqueia o 
receptor opióide, o segundo 
causa ativação do sistema 
descendente serotoninérgico, 
inibição da degradação de 
encefalinas e bloqueio da 
recaptação das encefalinas. 
 
 
Farmacocinética 
 
Estuda os processos que a droga sofre no organismo: absorção, distribuição, 
metabolização e excreção do fármaco. 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
As vias podem ser: enteral, parenteral e outras (inalatória, intranasal). Para escolha da via 
de administração são considerados vários fatores: 
1. Desejo de efeito local ou sistêmico. 
2. Propriedades da droga e da forma farmacêutica. 
3. Idade do paciente. 
4. Conveniência, custos e disponibilidade. 
5. Tempo necessário para o ínicio do tratamento. 
6. Duração do tratamento. 
7. Obediência do paciente ao regime terapêutico. 
 
VIA PARENTERAL 
 
Introduz o fármaco diretamente na circulação sistêmica, utilizado para fármacos pouco 
absorvido no TGI (heparina) e fármacos instáveis (insulina). Sua administração é 
IRREVERSÍVEL e tem MAIOR BIODISPONIBILIDADE. 
 
 
1. VIA INTRAVENOSA (IV) 
 
É uma viade efeito imediata, geralmente é administrado fármacos com meia vida curta. 
 
Vantagens: Níveis plasmáticos previsíveis, pois não sofre absorção no TGI; 
biodisponibilidade de 100%, indicada em emergências, indicada nas substâncias irritantes 
por outras vias. 
 
Desvantagens: Necessita de assepsia, dificuldade na execução, menor segurança (efeitos 
agudos e intensos), maior custo e efeitos indesejados no local da aplicação (flebite, 
trombose). 
 
2. VIA INTRAMUSCULAR (IM) 
 
É uma via rápida e mais segura que a IV. O fluxo sanguíneo do local da aplicação é quem 
determina a velocidade de absorção do fármaco. Se não forem bem solubilizados 
ocorrerá precipitação no local da injeção, absorção incompleta e muito lenta. 
Podem provocar dor, desconforto, dano celular, hematoma e reações alérgicas. 
Se o fármaco for administrado em solução aquosa sua absorção será rápida, se tiver 
preparação de depósito (solução oleosa ou em suspensão) sua absorção será lenta e 
constante. 
Ex: Cloranfenicol é um antimicrobiano que precipita bastante após a injeção (fármaco de 
depósito). 
 
3. VIA SUBCUTÂNEA (SC) 
 
É introduzida na área abaixo da pele. É rápida, pois o fármaco só necessita ultrapassar as 
células endoteliais para chegar a corrente sanguínea. O fluxo sanguíneo da região de 
aplicação é determinante para a velocidade da absorção da droga. 
Não é adequada para grandes volumes e substâncias irritantes e podem provocar dor 
local e infecções. 
Na via subcutânea também pode ser administrado um fármaco de depósito, geralmente 
ocorre associada com um vasoconstritor (epinefrina). 
Ex: Insulina. 
 
 
VIA ENTERAL 
 
1. VIA ORAL 
 
A absorção das drogas por via oral pode ocorrer na boca (mucosa bucal e sublingual), no 
intestino delgado, no reto e em menor extensão no estomago e no intestino grosso. Elas 
podem exercer um efeito local no trato gastrointestinal ou ser absorvidos pela mucosa 
gastrointestinal, atingir o sangue e a linfa e exercer seus efeitos sistêmicos. 
Deve haver uma preocupação com a forma farmacêutica da droga: líquido, cápsula ou 
comprimido. 
 
 
 
2. VIA SUBLINGUAL 
 
Local com rica vascularização e permite rápida absorção de pequenas doses. Protege 
fármacos suscetíveis da inativação gastrointestinal e hepática não sofrendo metabolismo 
de primeira passagem, portanto, indo direto para a circulação sanguínea. São geralmente 
fármacos formados por micropartículas. Ex: Nitratos. 
 
Vantagens: Absorção rápida (local altamente vascularizado), administração conveniente, 
baixa incidência de infecções, evita que o fármaco passe pelo ambiente agressivo do 
intestino e evita a biotransformação de primeira passagem. 
 
Desvantagens: Dificuldade de manter o contato com a mucosa oral por causa da ação 
diluidora da saliva. 
 
 
OUTRAS VIAS 
 
1. VIA INALATÓRIA 
 
Tem efeitos locais e sistêmicos, grande área de absorção (mucosa nasal ao epitélio 
alveolar). É muito rápida, pois tem vascularização justaposta as membranas e tem rico 
fluxo sanguíneo, além de oferta rápida ao epitélio respiratório da droga. 
A desvantagem dessa via é a irritação da mucosa respiratória. 
Ex: Salbutamol no tratamento da asma. 
 
2. VIA RETAL 
 
Usada em pacientes inconscientes, com vômitos ou com dificuldade de deglutição. 
Protege o fármaco da inativação gástrica e hepática (50% do fluxo venoso retal tem acesso 
à circulação porta). 
A absorção é errática e incompleta porque depende da motilidade intestinal e causa 
irritação da mucosa retal. 
 
 
 
 
Vantagens 
•São autoadministrados facilmente e 
evitam infecções sistêmicas que podem 
complicar o tratamento. 
•A toxicidade ou dosagens excessivas por 
essa via podem ser neutralizadas com 
antídotos, como o carvão ativado. 
•Custa mais barato. 
• Mais segura. 
Desvantagens 
•Não tem efeitos sistêmicos imediatos. 
•Fármacos mal absorvidos pela mucosa 
digestiva. 
•Fármacos inativados frente ao suco 
gástrico. 
•Fármacos que formam complexos 
insolúveis com os alimentos. 
•Fármacos com importante metabolismo 
de primeira passagem hepática. 
•Emese ou impossibilidade de deglutição. 
•Sabor ou odor desagradáveis. 
3. TÓPICA CUTÂNEA 
 
Utilizada quando se deseja um efeito localizado. Deve ser usado em pele não íntegra, 
pois a pele intacta funciona como uma barreira, com isso tem uma absorção lenta e 
ineficaz. O aumento da absorção por essa via ocorre com veículos lipossolúveis, 
queimaduras, ulcerações, aumento da temperatura e aumento do grau de hidratação. 
 
ABSORÇÃO 
 
Para alcançar seu local de ação a droga na maioria dos casos é obrigada a atravessar 
barreiras (epitélio gastrointestinal, endotélio vascular e membranas plasmáticas). 
A absorção é importante para todas as vias de administração (exceto a via IV). Existem 
casos, como a inalação de um broncodilatador na forma de aerossol, em que a absorção 
não é necessária para que o fármaco atue no seu sítio de ação, mas na maioria dos casos 
o fármaco deve entrar no plasma antes de chegar ao seu local de ação. 
 
 
ABSORÇÃO É QUANDO A DROGA PASSA PARA O PLASMA. 
 
 
A velocidade absortiva depende: 
 Dosagem e emprego de formas sólidas ou líquidas; 
 Grau de hidratação e de dissolução; 
 Estabilidade química nos sucos digestivos; 
 Esvaziamento gástrico; 
 Trânsito intestinal; 
 Flora bacteriana digestiva; 
 Presença de alimento e outros fármacos. 
 
Itens observados na absorção de um fármaco: 
 
a) Membranas Fisiológicas 
 
As bicamadas lipídicas ou gordurosas são impermeáveis a maioria das moléculas polares 
e aos íons sendo, entretanto, permeáveis as moléculas das drogas apolares. 
Portanto, drogas lipossolúveis serão facilmente absorvidas, enquanto as que não são 
lipossolúveis precisam de processos especiais para atravessar as membranas biológicas 
como, por exemplo, os canais hidrofílicos funcionais formados por proteínas que fazem 
parte integrante das membranas. Os íons não atravessam a membrana plasmática. 
 
b) Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos 
 
 Lipossolubilidade: Bem absorvido. 
 Hidrossolubilidade: Só permite absorção quando existem nas membranas 
sistemas transportadores específicos ou canais e poros hidrofílicos. 
 Estabilidade química da molécula: Quanto mais instável menos absorvida é a 
droga. 
 Peso molecular, tamanho e volume da molécula: Quando maior e mais pesada 
for a molécula maior será a dificuldade de ser absorvida. 
 Carga elétrica da molécula: Quanto mais apolar mais absorvida. As bicamadas 
lipídicas das membranas biológicas têm permeabilidade muito baixa para os íons 
e para maioria das moléculas polares, enquanto que a permeabilidade é mais 
elevada para moléculas apolares. 
 Ionização da molécula: A maioria dos fármacos permanece na forma ionizada 
(dificuldade em atravessar a membrana plasmática) ou não ionizada (atravessam 
com maior facilidade a membrana plasmática). A dissociação é influenciada pelo 
meio. 
 pH do meio: Fármacos ácidos são mais absorvidos em meios ácidos e o mesmo 
ocorre com as bases, ou seja, a absorção depende do pH do meio. Quanto menor 
o pKa mais ácido será o fármaco, quanto maior o pKa mais básico será o 
fármaco. (pKa é uma medida de força da interação de um composto com o 
próton). 
 Forma farmacêutica: Comprimidos, cápsulas, soluções, xaropes. 
 Velocidade de dissolução da droga: Quando administrada por via oral tem que 
saber se há compatilibilidade com as secreções gástricas. 
 Concentração da droga no local de absorção: Quanto maior a concentração da 
droga, maior será a absorção. 
 
c) Modalidade da Absorção 
 
Difusão Simples ouPassiva 
 
 Processo mais frequente, a favor do gradiente de concentração e sem gasto de 
energia; 
 Distribuição das moléculas do meio mais concentrado para o meio menos 
concentrado; 
 Determinada pela energia cinética ou agitação térmica das moléculas ou pelo 
gradiente de concentração; 
 As moléculas necessitam ser apolares, possuírem peso molecular compatível com 
a bicamada lipídica da membrana a ser atravessada e ser lipossolúvel. 
 
Difusão Facilitada 
 
 Necessita de um transportador existente na membrana, mas não tem gasto de 
energia; 
 A força responsável pela difusão facilitada é como na difusão simples, o gradiente 
de concentração, mas sua velocidade depende da combinação com o 
transportador existente na membrana. 
 
Transporte Ativo 
 
 O fármaco move-se contra o gradiente de concentração ou um gradiente 
eletroquímico; 
 O sistema pode ser saturado e ocorre gasto de energia na forma de ATP; 
 A velocidade do transporte é limitada pelo transporte do transportador, se ocorre 
saturação essa velocidade diminui; 
 É seletivo, o soluto a ser transferido deve ter estrutura química adequada aos 
pontos de ligação da proteína transportadora. 
 
Vesicular (Pinocitose, Fagocitose e Exocitose) 
 
 A pinocitose e a fagocitose são processos de absorção nos quais a membrana 
celular se invagina em torno de uma molécula ou de várias pequenas moléculas e 
as engloba junto com gotículas do meio extracelular, em seguida formam-se 
vesículas intracelulares que se destacam da membrana; 
 Esses processos exigem energia celular para a sua execução e diferentemente do 
transporte ativo não necessitam de transportadores específicos nas membranas 
celulares. 
 A exocitose é o contrário da endocitose, processo que ocorre com a formação de 
vesícula para expulsar o composto da célula, acontece com a noraepinefrina, por 
exemplo. 
 
d) Locais de Absorção 
 
o Mucosa bucal: Ex.: esteróides (metiltestosterona, estradiol), nicotina, cocaína. 
o Mucosa gástrica: Ex.: água, aspirina, fenobarbital (ácidos fracos). 
o Mucosa do intestino delgado: ótima absorção 
o Mucosa do intestino grosso: pouca absorção / ampla vascularização. 
o Pulmão: efeitos locais e sistêmicos 
o Pele: maior absorção quando necessário efeito local. 
 
e) Fatores que influenciam na absorção 
 
 Fluxo de sangue no local da absorção: O fluxo de sangue para o intestino é muito 
maior do que para o estomago assim a absorção no intestino é muito maior do 
que no estomago. 
 
 Área ou superfície disponível para absorção: O intestino tem uma superfície rica 
em microvilosidades apresenta uma superfície cerca de 1000 vezes maior do que 
o estomago, assim a absorção de fármacos pelo intestino é mais eficiente. 
 
 Tempo de contato com a superfície de absorção: Se um fármaco se desloca muito 
rápido ao longo do TGI como ocorre na diarreia intensa ele não será bem 
absorvido, no entanto, qualquer retardo no transporte do estomago para o 
intestino reduz a sua velocidade de absorção. 
 
 
 
METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM HEPÁTICA 
 
Ocorre quando o fármaco passa pelo tecido hepático antes de atingir a circulação 
sistêmica. A quantidade que chega à circulação sistêmica é consideradamente menor que 
a absorvida --- e isso se chama de metabolismo de primeira passagem. 
Ele reduz a biodisponibilidade do fármaco e, portanto, é necessária uma dose muito 
maior do fármaco quando é administrado por via oral do que por outras vias. Porém, 
ocorrem grandes variações individuais. 
Se o paciente tiver uma insuficiência hepática pode ocorrer um aumento da 
biodisponibilidade e a dose terapêutica pode tornar-se uma dose tóxica. 
 
MEIA VIDA DAS DROGAS 
 
Refere-se ao tempo que determinada concentração da droga leva para reduzir-se à 
metade. Origina dados importantes para interpretação dos efeitos terapêuticos ou tóxicos 
das drogas, da duração do efeito farmacológico e do regime posológico adequado. 
Quando a meia-vida é prolongada acima do valor normal, como acontece com os 
digitálicos e a gentamicina na presença de insuficiência renal, o tempo é maior para se 
alcançar a concentração plasmática máxima constante, isso pode levar a concentrações 
sanguíneas muito mais elevadas que as normais, podendo atingir níveis tóxicos, portanto, 
neste caso a dose deve ser diminuída ou os intervalos entre as doses devem ser 
prolongados. 
 
DISTRIBUIÇÃO 
 
Um fármaco reversivelmente abandona o leito vascular e entra no líquido extracelular e/ 
ou nas células dos tecidos. É o transporte da droga pelo sangue e outros fluidos aos 
tecidos do corpo. FÁRMACO ATIVO = FÁRMACO LIVRE. 
 
 
 
Biodisponibilidade: Quantidade de fármaco que entra na corrente sanguínea. Indica 
a velocidade que a droga atinge o sangue. 
A via de administração intravenosa tem biodisponibilidade total. Nas outras vias a 
biodisponibilidade é influenciada por fatores que dependem da droga. A via oral não 
chega a ter biodisponibilidade de 70%. 
Os fatores que influenciam na biodisponibilidade são: biotransformação hepática de 
primeira passagem, solubilidade do fármaco, instabilidade química (benzilpenicilinas 
que são instáveis no pH gástrico) e natureza da formulação do fármaco (comprimidos 
e cápsulas tem que sofrer desintegração para ser absorvido). 
Genérico: Mesma biodisponibilidade. 
Similar: Biodisponibilidade menor que a do fármaco original. 
 
 Bioequivalência: São fármacos com o mesmo principio 
ativo, mesma biodisponibilidade, mesma via de absorção, 
ou seja, são fármacos semelhantes em todos os aspectos. 
A distribuição depende: 
 
a) Fluxo Sanguíneo: O fluxo sanguíneo para o cérebro, fígado e rins é maior que 
para os músculos esqueléticos e tecido adiposo, portanto, a distribuição para estes 
locais é maior. 
Ex: Tiopental IV: O aumento do fluxo com o aumento da lipossolubilidade 
determina a rapidez do fármaco, agindo de forma anestésica. 
 
b) Permeabilidade Capilar: Depende da estrutura do capilar e da estrutura do 
fármaco. 
 Barreira Hematoencefálica: O transporte depende das propriedades 
físico-químicas da molécula da droga; drogas apolares, não ionizada, 
lipossolúveis de tamanho molecular reduzido, atravessam mais facilmente 
a BHE. É importante quando se deseja levar fármacos antimicrobianos até 
o SNC a fim de combater infecções localizadas. Aumenta a seletividade 
dos fármacos. 
Drogas que precisam atingir o encéfalo, a fim de modificar a atividade do 
SNC (hipnóticos, anestésicos, tranquilizantes). A penicilina tem 
dificuldade de atravessar a barreira, pois é um ácido orgânico muito 
ionizado e suas frações não ionizadas não são lipossolúveis. 
 
 Barreira Placentária: Concentrações adequadas de fármaco chegam à 
circulação fetal. Há fármacos que também passam pelo leite materno. 
 
c) Ligação dos fármacos as proteínas plasmáticas: Essas proteínas realizam o 
transporte dos fármacos pelo sangue. A albumina possui maior afinidade por 
fármacos aniônicos (ácidos fracos) e hidrofóbicos. Já a α1-glicoproteína ácida tem 
maior afinidade a fármacos básicos. 
No sangue quase todas as drogas se subdividem em livres, dissolvidas no plasma e 
outras que se ligam as proteínas plasmáticas (albumina é a principal). Somente a 
parte livre é que pode ser distribuída e atravessar o endotélio vascular atingindo o 
compartimento extravascular. A parte ligada as proteínas plasmáticas constitui a 
fração de reserva das drogas e só se torna farmacologicamente disponível no 
momento em que se converte em porção livre. Forma-se no sangue um equilíbrio 
entre a parte ligada e a parte livre da droga. À medida que a parte livre é utilizada 
pelo organismo a parte ligada vai se desligando para substituiraquela parte livre 
que é distribuída, acumulada, metabolizada e excretada. 
O grau de ligação das proteínas plasmáticas com o fármaco depende: Afinidade 
entre a droga e a proteína plasmática; concentração sanguínea da droga; 
concentração das proteínas sanguíneas; e atração entre droga e proteína, 
principalmente a albumina, que consiste de uma ligação reversível de várias forças 
tais como: eletrostáticas, forças de Van der Waals, pontes de hidrogênio e atração 
iônica. 
A magnitude da ligação proteica das drogas é muito variável, assim algumas 
drogas apresentam 15% ou menos de ligação proteica como o acetominofeno, 
aciclovir e gentamicina, e outras drogas apresentam até mais de 95% de ligação 
proteica como diazepam, furosemida, digoxina e varfarina. 
 
 
 Obs: Uma droga ligada à albumina pode ser deslocada por outra droga que 
possua maior afinidade por essa proteína transportadora, então por competição 
farmacológica a concentração plasmática da parte livre da droga deslocada se 
eleva e pode inclusive produzir níveis tóxicos. 
Ex: Fenilbutazona desloca anticoagulantes muscarínicos da sua ligação proteica 
aumentando o efeito anticoagulante da droga e o seu metabolismo. 
 
METABOLIZAÇÃO 
 
A metabolização pode ocorrer em vários locais, mas principalmente no fígado (outros: 
mucosa intestinal, pulmão, sangue e placenta). 
Transforma fármacos lipofílicos em produtos facilmente excretados (hidrossolúveis). 
 
 Inativação: As drogas, na sua maioria ou seus metabólitos, são inativados ou 
transformados em produtos menos ativos. Ex: Morfina. 
 Metabólito ativo de droga ativa: muitas drogas são parcialmente transformadas em 
um ou mais metabólitos ativos. Ex: Hidrato de Cloral (tricloroetanol). 
 Ativação de droga inativa: As chamadas pró-drogas ou pro-fármacos, são inativas e 
necessitam ser metabolizadas para se tornarem ativas. Ex: Levodopa que se 
transforma em dopamina. 
 Ausência de metabolismo: Certas drogas como as penicilinas e anestésicos gerais 
inalatórios, são excretadas em forma inalterada, sem sofrer metabolismo, devido 
às suas propriedades físico-químicas peculiares. 
 
Fatores que alteram a biotransformação hepática: idade, sexo, diferenças individuais, 
fatores genéticos, doenças hepáticas (hepatite, cirrose) e desnutrição. 
Obs: O fármaco conjugado geralmente é inativo. 
 
 
 
Fase I ocorre através do citocromo P450 (sistema monooxigenases) que realiza reações 
de oxirredução acrescentando um oxigênio no fármaco, deixando mais hidrossolúvel, isso 
ocorre através do NADPH. As enzimas do citocromo P450 são heme proteínas 
abrangendo uma grande família denominada por CYP (isoenzimas CYP1, CYP2 e CYP3 
-> mais importante). 
A fase II ocorre com a conjugação com o ácido glicurônico. O conjugado resultante é 
quase sempre farmacologicamente inativo e menos lipossolúvel do que seu precursor 
sendo então eliminado na urina ou bile. Os fármacos que possuem grupos –OH; -NH2; -
COOH podem entrar diretamente na Fase II e serem conjugados sem uma reação da 
Fase I. Os grupamentos envolvidos são o glicuronil, sulfato, metil, acetil e glicil. 
Também pode ocorrer inversão das fases. 
 
Indutores do Sistema P450: Certos fármacos são capazes de aumentar uma ou mais 
isoenzimas CYP. Esse aumento resulta com aceleração da biotransformação dos 
fármacos, redução do efeito farmacológico, e pode aumentar a toxicidade e a capacidade 
carcinogênica de um fármaco porque diversos metabólitos da fase I são tóxicos ou 
carcinogênicos. Ex: Paracetamol. 
 
Ex: Carbamazepina x ACO: A carbamazepina (anticonvulsivante) induz a ação das 
isoenzimas dos ACO, diminuindo a sua ação farmacológica. 
 
Inibidores do Sistema P450: Ocorre inibição da atividade das isoenzimas CYP. É uma 
fonte importante de interações de fármacos, causando efeitos adversos. A forma mais 
comum é inibição por competição pela mesma isoenzima. 
 
Ex: Omeprazol x Varfarina: O omeprazol é inibidor importante de três isoenzimas que 
metabolizam a varfarina, com isso inibe a coagulação e aumenta as chances de 
hemorragia porque a varfarina não é metabolizada e fica com uma maior quantidade livre 
no plasma (aumentando, assim, o efeito anticoagulante). 
 
EXCREÇÃO 
 
As substâncias lipofílicas não são facilmente excretadas pelos rins, para isso as drogas 
lipofílicas são metabolizadas em derivados polares que são facilmente excretados pela 
urina. 
 Excreção renal - substâncias hidrossolúveis. 
 Excreção biliar - substâncias biotransformadas. 
 Excreção pulmonar (anestésicos gasosos) - substâncias voláteis. 
 Suor, saliva, lágrimas, leite materno, fezes e secreção nasal. 
 
a) Filtração Glomerular: Filtração 
 
Moléculas de drogas com peso molecular menor que 20.000 atingem o filtrado 
glomerular. As proteínas plasmáticas não atingem o filtrado glomerular. 
A varfarina, por exemplo, que se liga à albumina plasmática até 98%, tem concentração 
no filtrado glomerular que só atinge 2%. 
A lipossolubilidade e o pH não influenciam a passagem dos fármacos para o filtrado 
glomerular. 
 
 
b) Secreção Tubular Proximal: Reabsorção 
 
Até 20% do fluxo plasmático é filtrado pelos glomérulos, o que deixa cerca de 80% da 
droga passar pelos capilares peritubulares do túbulo proximal. Neste ponto as moléculas 
da droga são transferidas para a luz tubular por dois sistemas transportadores 
independentes e relativamente não seletivos, um desses sistemas transporta drogas ácidas 
e vários ácidos endógenos, como o ácido úrico e o outro transporta bases. 
Como pelo menos 80% da droga que chega ao rim é apresentada ao sistema 
transportador, a secreção tubular é praticamente o mecanismo mais eficiente na 
eliminação da droga por excreção renal. Muitas drogas compartilham do mesmo sistema 
de transporte podendo haver competição entre elas. 
Ex: A probenecida prolonga a ação da penicilina porque retarda a sua excreção. 
 
c) Secreção Tubular Distal: Reabsorção 
 
O fármaco se desloca em direção ao túbulo contorcido distal e sua concentração aumenta 
e excede o espaço perivascular. Se o fármaco for neutro, pode difundir-se para fora do 
lúmen retornando a circulação sistêmica, se ionizado e mais hidrossolúvel o fármaco é 
eliminado. 
Drogas com elevadas lipossolubilidade são lentamente excretadas. Se a droga é altamente 
polar e, portanto, tem baixa permeabilidade tubular, sua concentração na urina se eleva 
cerca de 100 vezes mais do que no plasma. 
 
Obs: O MANITOL é livremente absorvido, filtrado e excretado. 
Obs: O ácido úrico é secretado no túbulo proximal, se algum fármaco atua nesse local ele 
compete com a secreção do ácido úrico, o que pode levar a uma urocemia e 
posteriormente em gota. 
 
Sistema Nervoso 
 
COORDENAÇÃO E ADAPTAÇÃO DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS 
O SNC recebe, analisa e integra informações. O SNP carrega informações dos órgãos 
sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos 
efetores (músculos e glândulas). No sistema nervoso periférico tem o sistema nervoso 
somático com ações voluntárias que resultam da contração de músculos estriados 
esqueléticos e o sistema nervoso autônomo que é dividido em dois grupos de acordo 
com o tipo de neurônio envolvido no mecanismo de ação: adrenérgico (noradrenalina e 
adrenalina) e colinérgico (acetilcolina). 
 
SISTEMA NERVOSO AUTONÔMO 
 
Transporta todos os impulsos do SNC. Apresenta uma ação integradora sobre a 
homeostase corporal. Existem receptores específicos para colinérgicos e para 
adrenérgicos. 
1) Fibras Pré e Pós Ganglionares Parassimpáticas: ACETILCOLINA 
2) Fibras Pré Ganglionares Simpáticas: ACETILCOLINA 
3) Fibras Pós Ganglionares Simpáticas: NORADRENALINASistema Nervoso Simpático: Predomina principalmente durante “respostas ativas”: luta, 
fuga e estresse. 
Sistema Nervoso Parassimpático: Predomina durante “respostas passivas”: saciedade, 
repouso e digestão. 
 
SISTEMA COLINÉRGICO 
 
Neurônio Colinérgico (Parassimpático): Neurotransmissor -> ACETILCOLINA 
 A fibra pré-ganglionar que termina na medula adrenal; 
 Gânglio autônomo (tanto simpático quanto parassimpático); 
 Fibras pós-ganglionares da divisão parassimpática; 
 Inervam os músculos do sistema somático; 
 Desempenha um papel importante no SNC. 
 
SÍNTESE DA ACETILCOLINA 
 
 
SINAPSE COLINÉRGICA: Após ativação do receptor a acetilcolina é hidrolisada pela 
AchE (acetilcolinesterase). O controle de liberação é feito pela ativação de auto-
receptores pré-sinápticos do tipo M2. 
 
 
 
 
 
 
RECEPTORES PARA A ACETILCOLINA 
 
1. MUSCARÍNICOS: Liga-se com a acetilcolina, reconhecem a muscarina 
(alcaloide presente em certos cogumelos venenosos), apresentam baixa afinidade 
pela nicotina. O mecanismo de transdução de sinal é mais lento e atuam em 
receptores metabotrópicos (acoplados a proteína G). Existem 5 subtipos de 
receptores muscarínicos (M1, M2, M3, M4 e M5). 
 M1: Gânglios, glândulas secretoras, células parietais gástricas, SNC 
(predominante). 
 M2: Miocárdio e músculo liso. 
 M3 e M4: Bexiga (M3), glândulas secretoras e músculo liso. 
 
Os receptores M1 e M3 quando ativados interagem com a proteína Gq, a qual 
aumenta o cálcio intracelular, e esse aumento pode estimular ou inibir enzimas ou 
causar secreção ou contração. 
A ativação dos receptores do tipo M2 no músculo cardíaco estimula a proteína 
Gi, a qual inibe a resposta da adenilciclase, aumenta a condutância de potássio 
levando a diminuição da velocidade e força de contração. 
 
2) NICOTÍNICOS: Ligam-se a acetilcolina, reconhecem a nicotina, possuem baixa 
afinidade pela muscarina. O mecanismo de transdução de sinal é mais rápido 
através de receptores ionotrópicos. 
Existem dois tipos de receptores nicotínicos: 
 Nn: Gânglio autônomo e medula adrenal. 
 Nm: Placa terminal e junção neuromuscular. 
 
Colinérgicos 
 
COLINÉRGICOS DE AÇÃO DIRETA 
 
a) Acetilcolina e ésteres sintéticos: CARBACOL, BETANECOL (mais resistente a 
hidrólise) e METACOLINA. 
 
b) Alcalóides naturais e derivados: PILOCARPINA, MUSCARINA, 
AEROCOLINA e OXOTREMORINA. 
 
 ACETILCOLINA 
 
Neurotransmissor fisiológico com um grupamento chamado amônio quartenário que 
dificulta a passagem pela barreira hematoencefálica. É pouco utilizada porque é 
facilmente degradada pela acetilcolinesterase ou butirilcolinesterase. 
 
Efeitos no Sistema Cardiovascular 
 Diminuição da frequência (cronotropismo negativo) e do débito cardíaco. 
 Diminuição da força de contração (inotropismo negativo). 
 Vasodilatação e diminuição da pressão arterial. 
 
 
Efeitos no Trato Gastrointestinal 
 Aumento da secreção salivar. 
 Estimulo das secreções e motilidade intestinal. 
 Contração da musculatura visceral (intestino, bexiga, brônquios). 
 
Efeitos Oftalmológicos 
 Contração do músculo ciliar -> Miose 
 
 BETANECOL 
 
É um fármaco com maior resistência a hidrólise, não sendo assim tão facilmente 
quebrado pela acetilcolinesterase, isto por causa do grupamento do ácido carbâmico. 
Forte afinidade muscarínica e fraca afinidade nicotínica (devido à presença de um grupo 
metila). Está relacionado estruturalmente com a acetilcolina, atua como agonista M1, M2 
e M3. Duração por cerca de uma hora. 
 
Principais Ações: Contração da musculatura lisa da bexiga (estimula os músculos 
detrusores da bexiga, relaxa o trígono e promove a micção), e no TGI (aumenta a 
motilidade e o tônus intestinal). 
 
Aplicações Terapêuticas: Tratamento urológico, usado para estimular bexiga atônica, 
tratamento de atonia neurogênica, íleo adinâmico e megacólon. 
 
Efeitos Adversos: Sudorese, salivação, rubor, diminuição da pressão arterial, náuseas, dor 
abdominal, diarréia e broncoespasmo. 
 
 PILOCARPINA 
 
Extraída da Pilocarpus pennatifolius (Jaborandi). É um alcaloide, amina terciária, 
resistente a hidrolise da acetilcolinesterase. É menos potente que a acetilcolina e seus 
derivados. Não possui carga elétrica, por isso alcança o SNC nas doses terapêuticas 
(atravessa a BHE). Apresenta atividade muscarínica (M1, M2 e M3). É utilizada 
principalmente pela oftalmologia. 
 
Principais Ações 
 Fármaco de escolha para redução emergencial de pressão intraocular nos 
glaucomas de ângulo estreito e ângulo amplo. 
 Útil para promover salivação em pacientes que apresentam xerostomia (secura da 
mucosa oral). 
 Secretagoga. Estimula as secreções como suor, lágrima e saliva. (Não tem 
seletividade). 
 
Efeitos Adversos 
 Distúrbios no SNC. 
 Estímulo da salivação e sudorese. 
 
 
 
COLINÉRGICOS DE AÇÃO INDIRETA ou 
ANTICOLINESTERÁSICOS 
 
São fármacos que atuam tanto em receptores do tipo muscarínicos quanto nicotínicos 
inibindo a ação da acetilcolinesterase, o que acaba aumentando o tempo de resposta da 
acetilcolina nos receptores. 
 
a) Curta Ação: EDROFÔNIO (usado no diagnóstico de miastenia gravis). 
b) Intermediária Ação: NEOSTIGMINA, PIRIDOSTIGMINA e 
FISOSTIGMINA. 
c) Irreversíveis: ORGANOFOSFORADOS. 
 
 FISOSTIGMINA 
 
Encontrado naturalmente em plantas. É um substrato da acetilcolinesterase que se liga 
reversivelmente e torna a ação da enzima mais lenta, gerando uma potenciação da 
atividade colinérgica em todo o organismo. 
A fisostigmina age tanto em sítios muscarínicos quanto nicotínicos do sistema nervoso 
autônomo, assim como nos receptores nicotínicos da junção neuromuscular. Sua duração 
de ação é cerca de 2 a 4 horas, considerado fármaco de ação intermediária. Atravessa a 
BHE. 
 
Principais Ações 
 Aplicada como colírio na redução da pressão intraocular, produz miose e 
espasmo de acomodação, para o tratamento do glaucoma, porém a pilocarpina é 
mais eficaz. 
 Aumenta a motilidade do intestino e bexiga, usada no tratamento de atonia nos 
dois órgãos. 
 Revertem os efeitos da atropina no SNC e o bloqueio neuromuscular. 
 
Efeitos Adversos 
 Convulsões no SNC. 
 Bradicardia e queda da pressão arterial. 
 Acúmulo de acetilcolina nas junções neuromusculares que pode resultar em 
paralisia dos músculos esqueléticos. 
 
 NEOSTIGMINA 
 
Fármaco sintético que age semelhante a fisostigmina. Não atravessa a BHE por ser mais 
polar que a fisostigmina. Apresenta duração de ação intermediária de 2-4 horas. Age 
como antagonista da tubocurarina. 
 
Principais Ações 
 Previne a distenção abdominal pós-cirúrgica e a retenção urinária. 
 Age no tratamento sintomático da miastenia grave. 
 
 
 TACRINA, DONEPEZILA, RIVASTIGMINA e 
GALANTAMINA 
 
São fármacos utilizados para o tratamento da perda cognitiva. Ajudam a retardar o avanço 
da doença (Mal de Parkinson). TACRINA foi a primeira a ser desenvolvida -> 
HEPATOTÓXICA. 
 
 ECOTIOFATO 
 
É um organofosforado que se liga covalentemente com a acetilcolinesterase. Gera um 
aumento de longa duração nos níveis de acetilcolina, podendo causar paralisia da função 
motora e convulsões. 
Provoca intensa miose, podendo ser usado no tratamento crônico do glaucoma de ângulo 
amplo. Apresenta longa duração podendo perdurar por uma semana. 
 
ANTICOLINÉRGICOS 
 
São fármacos que realizam antagonismo aos efeitos do sistema colinérgico. São 
classificados como: 
a) Agentes Antimuscarínicos: ATROPINA, ESCOPOLAMINA, 
CICLOPENTOLATO, IPRATRÓPIO e TROPICAMINA. 
b) Bloqueadores Ganglionares: NICOTINA e MECAMILAMINA. 
c) BloqueadoresNeuromusculares: TUBOCURARINA, ROCURÔNIO e 
MIVACÚRIO. 
 
 ATROPINA 
 
É um alcaloide natural extraído da espécie de plantas Atropa belladona. Tem alta 
afinidade por receptores muscarínicos ligando-se competitivamente e impedindo a ligação 
da acetilcolina. Atua tanto em nível central ou periférico (atravessa a BHE). Seus efeitos 
duram em torno de 4 horas (quando aplicada topicamente pode ter duração de dias). 
 
Principais Ações 
 Olho: Midríase persistente, cicloplegia (paralisação do músculo ciliar), aumento 
da pressão intraocular em indivíduos com glaucoma de ângulo estreito. 
 TGI: Antiespasmódica (reduz a atividade do TGI -> relaxamento). Não é eficaz 
na cura de úlcera péptica. 
 Sistema Urinário: Reduz a hipermotilidade da bexiga. 
 Sistema Cardiovascular: Em doses baixas ocorre diminuição da frequência 
cardíaca (por bloqueio de M1). Em doses elevadas (1mg) ocorre aumento 
modesto da frequência cardíaca (por bloqueio M2). Não altera a pressão arterial. 
 Secreções: Bloqueia a produção de secreção pelas glândulas. 
 
Efeitos Adversos: Dependente da dose 
 Xerostomia 
 Visão Borrada 
 Taquicardia 
 Constipação 
 Alucinações e delírios. 
 
 ESCOPOLAMINA 
 
Alcalóide natural de amina terciária da beladona. Produz efeitos periféricos similares ao 
da atropina. Apresenta maior ação no SNC do que a atropina. Apresenta uma duração 
de ação mais longa. É considerado um fármaco anticinetósicos. 
 
Principais Ações 
 Ele bloqueia a memória de curta duração. 
 Produz sedação, em doses elevadas excitação. 
 Euforia quando utilizada em abuso. 
 Amnésia importante nos procedimentos anestésicos. 
 
 TROPICAMIDA e CICLOPENTOLATO 
 
São fármacos usados como soluções oftálmicas para midríase e cicloplegia. Tem duração 
de ação menor que da atropina. 
A tropicamida produz midríase por seis horas e o ciclopentolado por 24 horas, são 
geralmente os fármacos utilizados para causar dilatação da pupila em exames 
oftalmológicos. 
 
 BLOQUEADORES GANGLIONARES 
 
São fármacos que atuam especificamente nos receptores nicotínicos dos gânglios 
autônomos parassimpáticos e simpáticos. Eles podem bloquear alguns canais iônicos dos 
gânglios antônomos e bloqueiam completamente os impulsos do sistema nervoso 
autônomo nos receptores nicotínicos. 
 
 NICOTINA: Dependendo da dose ela despolariza os gânglios antônomos, 
resultando primeiro em estimulação e depois em paralisia de todos os gânglios - 
Não é usada terapeuticamente. 
 MECAMILAMINA: Bloqueio nicotínico competitivo nos gânglios - usada para 
diminuir a pressão arterial em situações de emergência. 
 
 BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES 
 
Esta classe de fármacos bloqueia a transmissão colinérgica entre o terminal nervoso 
motor e o receptor nicotínico na placa motora neuromuscular do músculo esquelético. 
São úteis durante a cirurgia para produzir relaxamento muscular completo, além de 
facilitar a intubação quando necessária. 
 
 TUBOCURARINA: É o protótipo da classe, ela libera histamina e pode 
diminuir a pressão arterial. 
 ROCURÔNIO: Tem início de ação rápido, útil para intubação endotraqueal 
em pacientes com conteúdo gástrico. 
 MIVACÚRIO: Recuperação do bloqueio é mais rápida. É indicado para 
processos cirúrgicos mais curtos. 
 
Agonistas Adrenérgicos 
 
São fármacos que atuam em receptores estimulados por noradrenalina e adrenalina. 
Quando os fármacos ativam diretamente o receptor adrenérgico são chamados 
SIMPATOMIMÉTICOS. Os fármacos que bloqueiam a ação dos neurotransmissores 
nos receptores são os SIMPATICOLÍTICOS (antiadrenérgicos). 
 
CAPTAÇÃO 1 (Do citoplasma para o neurônio): Toda droga que liberar noradrenalina 
com inibição da captação 1 vai estimular o sistema adrenérgico. 
 
Se inibir a MAO ou a COMT ocorre potencialização do efeito adrenérgico central. 
 
Receptor α1: + pós sináptico -> vasoconstrição através da liberação de cálcio. 
Receptor α2: + pré sináptico -> inibitório, diminui a liberação de noradrenalina, ou seja, 
drogas agonistas que agem nesse receptor tem como função a inibição do sistema 
adrenérgico: METILDOPA e CLORIDINA (antihipertensivos). 
 
Obs: Na pele, mesentério e rins tem predomínio de receptor do tipo α. 
 
Receptor β1: Coração (cronotropismo, dromotropismo e inotropismo positivos) e Rim 
(aumenta a liberação de renina). 
Receptor β2: Músculo liso brônquico -> Broncodilatação 
Receptor β3: Tecido adiposo: Lipólise 
 
Obs: No coração tem tanto β1 quanto β2, por esse motivo alguns broncodilatadores 
causam efeitos no coração causando taquicardia e arritmia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síntese da Noradrenalina 
 
 
Obs: Não existe fármaco que atua diretamente na síntese na noraepinefrina. 
Modulador Pré-Sináptico: Ele controla a liberação de neurotransmissores na fenda 
sináptica. 
 
Existem os agonistas de AÇÃO DIRETA (agem direto nos receptores) e os agonistas de 
AÇÃO INDIRETA (agem impedindo ou causando alguma disfunção do receptor). 
 
CATECOLAMINAS 
 
Derivada da betafeniletilamina (canal benzênico + etilamina) pode ser sintetiza de 
maneira endógena (dopamina, adrenalina e noradrenalina) ou de maneira sintética 
(dobutamina, isoproterenol e dopexamina). 
São fármacos polares com bastante dificuldade de atravessar a barreira hematoencefálica. 
São utilizadas no choque (anafilático principalmente), porque predomina a 
vasoconstrição e melhora a perfusão tecidual (mais utilizada é a adrenalina). São drogas 
vasoativas metabolizadas pela COMT e pela MAO (exceção: isoproterenol que é 
metabolizado apenas pela COMT). 
 
AGONISTAS 
Receptores Adrenérgicos 
α1 α 2 ß1 ß2 
NORADRENALINA + + + + + + + + + + 
ADRENALINA + + + + + + + + + + 
ISOPROTERENOL - - + + + + + + 
DOBUTAMINA - - + + + + 
Obs: A noradrenalina e a dobutamina tem fraca ação contra a asma. 
Obs: Alguns autores dizem que a ação da adrenalina nos receptores α é muito fraca. 
 
 ADRENALINA ou EPINEFRINA 
 
Hormônio endógeno liberado pela suprarrenal em casos de estresse. Atua em todos os 
receptores do sistema nervoso simpático, com ação maior nos receptores do tipo β. A 
adrenalina NÃO É SELETIVA. Ela é principalmente VASOCONSTRITORA e 
BRONCODILATADORA. 
A epinefrina pode ser administrada por via tópica, aerossol, IV ou SC. Os metabólitos da 
adrenalina são excretados na urina. É utilizada na asma aguda e no choque anafilático. 
Também prolonga a ação dos anestésicos locais. Tem meia vida curta (2 a 3 minutos), é 
metabolizada pela COMT e pela MAO. 
 
Efeitos no Sistema Cardiovascular 
 Inotropismo e cronotropismo positivo. 
 Contrai as arteríolas da pele e vísceras. 
 Dilata os vasos do fígado e do músculo estriado. 
 Diminui o fluxo sanguíneo renal. 
 Aumenta a pressão sistólica e ligeiramente reduz a pressão diastólica. 
 
Efeitos no Sistema Respiratório 
 Broncodilatação (Fármaco em desuso no tratamento da asma). 
 Inibe a liberação de mastócitos que produzem histamina e leucotrienos (potentes 
broncoconstritores) 
 
Efeitos no Metabolismo 
 Hiperglicemia significativa porque aumenta a glicogenólise no fígado por β2 e 
diminui a liberação de insulina por estimulação α2. No pâncreas o receptor α 
inibe a liberação de insulina e β aumenta a liberação desse hormônio. 
 Lipólise porque estimula o hormônio da lípase sensível que hidrolisam 
triglicerídeos a ácidos livres e glicerol. 
 Na musculatura lisa realiza relaxamento. 
 Aumenta os níveis de lactato sérico. 
 
Indicações 
 Choque anafilático e cardiogênico (0,3 a 0,5 mg/Kg) 
 Broncoespasmos severos. 
 Ressucitação cardiopulmonar.Efeitos Adversos: Arritmia, cefaleia, hiperatividade, insônia, náusea (quando administrada 
por via oral) e tremores (por estimulação da musculatura esquelética -> receptores β2). 
Os efeitos no SNC ocorrem em poucos casos devido a dificuldade em atravessar a BHE, 
por ter curta meia vida e pelo seu uso ser principalmente parenteral. 
 
 NORADRENALINA, NORAEPINEFRINA ou 
LEVATERENOL 
 
Precursor da adrenalina, o fármaco estimula diretamente os receptores α1 α2 e ß1, sendo 
fraco agonista nos receptores ß2. Mais vasopressora que epinefrina (maior aumento da 
pressão arterial). É um potente vasoconstritor. 
Sua principal via de administração é IV (porque tem curta meia vida), mal absorvida por 
via SC. Sua cinética é semelhante a da adrenalina. 
 
Efeitos Sistêmicos 
 No sistema cardiovascular causa aumento da RVP e aumento da pressão sistólica 
e diastólica. 
 No coração tem efeito inotrópico + e cronotrópico +. 
 No rim reduz o fluxo renal. 
 
Indicações 
 Choque séptico 
 RCP 
 
Efeitos Adversos: Taquicardia excessiva e vasocontrição. 
 
 DOPAMINA 
 
O fármaco ativa receptores dopaminérgicos (D1 e D2) que dilata os leitos renais, 
mesentéricos e coronarianos. Também estimula os receptores α1 realizando 
vasoconstrição periférica, assim como efeitos inotrópicos e cronotrópicos por ativação do 
receptor ß1. Aumenta predominantemente PA sistólica. Sua farmacocinética é semelhante 
a da adrenalina. 
 
Doses 
1. 2-5 µg/Kg/min: Ação nos receptores dopaminérgicos. Efeito renal (vasodilatação). 
2. 5-20 µg/Kg/min: Ação nos receptores β. Vasodilatação coronariana e mesentérica. 
3. > 20 µg/Kg/min: Ação nos receptores α. Vasoconstrição periférica. 
 
Indicações: Estados de baixo débito cardíaco com volemia controlada ou aumentada 
(choque cardiogênico). 
 
Efeitos Adversos: Taquicardia e vasoconstrição. 
 
 
 
 
 
 DOBUTAMINA 
 
É uma catecolamina sintética, agonista direta dos receptores ß1. A dobutamina apresenta 
uma mistura racêmica de duas formas isoméricas. Não depende das reservas de 
noradrenalina para ter sua ação, ínicio de ação rápida e não tem dose de ataque. 
Sua farmacocinética é semelhante às outras catecolaminas. Sua eficácia é incerta no 
decorrer de vários dias (Down regulation). 
 
Efeitos Sistêmicos 
 Efeitos inotrópicos ß1 e ß2 no coração mais que cronotrópicos. 
 Poucos efeitos vasculares em α1. 
 Diminuição de consumo de oxigênio o que melhora o trabalho cardíaco. 
 
Uso Terapêutico 
 Aumenta o débito cardíaco 
 Insuficiência cardíaca 
 Choque cardiogênico 
 
 ISOPROTERENOL 
 
É uma catecolamina sintética com ação direta que estimula receptores ß1 e ß2, NÃO TEM 
ação nos receptores α. Sua farmacocinética é resistente a MAO (não é metabolizada por 
essa enzima). Ela é disponível na forma parenteral ou aerossol. Utilizado em situações de 
emergências em pacientes com bradicardia ou bloqueio cardíaco. 
 
Efeitos Sistêmicos: Aumento o potencial cardíaco e faz vasodilatação. Usado também na 
reversão de broncoespasmos. 
 
Efeitos Adversos: Taquicardia excessiva e arritmias. 
 
 
 
 
 
Obs: Choque Hipovolêmico: Realizar ajuste hídrico e aplicação de DOPAMINA ou 
NORADRENALINA. 
 
Obs: Choque Cardiogênico: Utilizar inotrópicos positivos: DOBUTAMINA (melhor 
diminuição do consumo de oxigênio) ou NORADRENALINA. 
 
Obs: Associação de DOBUTAMINA com dopamina ou noradrenalina pode ser 
utilizada. Não associar DOPAMINA x NORADRENALINA. 
 
AGONISTAS β2 SELETIVOS 
 
São fármacos escolhidos para o tratamento da asma fraca (terapia de resgate -> sintomas 
ocasionais e intermediários). 
 
1. Ação Intermediária: São utilizados para alívio rápido dos sintomas. São 
administrados por inalação ou oral. Tem ínicio de ação entre 5-30 minutos com 
duração de 4-6h. Ex: SALBUTAMOL (Aerolin), FENOTEROL (Berotec), 
TERBUTALINA e METAPROTERENOL. 
 
2. Ação Prolongada: Utilizados para tratamento de asma no nível intermediário. São 
administrados por inalação ou via oral com duração de 8-12h. Ex: 
FORMOTEROL e SALMETEROL. 
 
Obs: Ação Ultra Prolongada: INDACATER (24 horas de duração). 
Obs: METAPROTERENOL é o que mais tem efeitos cardíacos, por isso não é tão 
utilizado. 
 
Os fármacos de ação intermediária e prolongada se diferenciam pelo tempo de ação do 
agente e pela latência (cinética), e não pela eficácia do medicamento. 
Esses fármacos geralmente são usados por via inalatória, pois ela é mais rápida, localizada 
e com menos efeitos sistêmicos, entretanto também pode ser administrada por via oral ou 
parenteral. 
 
VANTAGENS DA VIA INALATÓRIA 
 Via rápida e menor latência. 
 Efeitos diretos e menores efeitos sistêmicos. 
 Uso de menores doses. 
 Não sofre primeira passagem hepática. 
 
DESVANTAGENS DA VIA INALATÓRIA 
 Efeitos sistêmicos porque há deposição de fármaco na boca e 90% são deglutidos. 
 Efeito local de 10%. 
 Irritação da mucosa traqueal. 
 Dificuldade de uso. 
 
 RITODRINA 
 
É um fármaco agonista β2 seletivo usado para o relaxamento uterino para evitar parto 
prematuro (administração via venosa). A ritodrina sofre rápida absorção, porém de 
maneira incompleta. 
Através da via oral 90% é excretado na urina. 
 
 
 
 
 
 
AGONISTAS MISTOS 
 
 PSEUDOEFEDRINA e EFEDRINA 
 
São fármacos simpatomiméticos (estimulam o sistema nervoso simpático) que tem como 
principal função serem descongestionantes nasais. Agem liberando noraepinefrina e 
estimulam diretamente α1 e ß1. Eles penetram no SNC (alerta), por esse motivo podem 
causar dependência (por isso está em desuso). 
Os dois fármacos são considerados dopping em exames. 
 
A EFEDRINA estimula o aumento da pressão arterial, é menos potente que a epinefrina 
quando usada como antiasmático (broncodilatação) e descongestionante nasal. A efedrina 
é agonista pós-sináptico do SNC, por isso causa irritabilidade, nervosismo, alucinações. 
Além de atravessar a BHE, a efedrina interfere nos receptores dopaminérgicos, liberando 
DOPAMINA para a fenda sináptica. 
 
A PSEUDOEFEDRINA é apenas utilizada como descongestionante nasal. Mais utilizado 
que a efedrina. 
 
AGONISTAS α1 SELETIVOS 
 
São amplamente utilizados para diminuir a congestão nasal em rinites infecciosas e 
alérgicas, entretanto com o uso crônico e a retirada súbita do fármaco podem provocar 
congestão reflexa de rebote. Ex: FENILEFRINA (agonista α1 pós-sináptico). 
 
Uso Terapêutico: Descongestionante nasal (rinites infecciosas e alérgicas) e midríase. A 
FENILEFRINA também pode ser usada em crises de hipotensão. 
 
AGONISTAS α2 SELETIVOS 
 
São fármacos imidazólicos utilizados como descongestionantes nasais promovendo 
vasoconstrição. Um problema é que esses fármacos atravessam a barreira 
hematoencefálica. Ex: NAFAZOLINA, OXIMETAZOLINA e XILOMETAZOLINA. 
São utilizadas topicamente e também causam rebote. 
 
 CLONIDINA 
 
Fármaco que diminui o fluxo adrenérgico central e a liberação da noraepinefrina nas 
terminações nervosas periféricas e estimula o fluxo parassimpático. É usado para 
tratamento da hipertensão arterial leve a moderada. O fármaco pode ser associado com 
diuréticos. 
Também usada para aliviar sintomas da síndrome de abstinência (nos primeiros dias) 
porque diminui a resposta do SNC (taquicardia, sufocamento, inquietude geral e 
hipertensão). Tem efeito sedativo. 
 
Farmacocinética: A clonidina é bem absorvida por via oral, tem biodisponibilidade de 
100% com efeito máximo de 1-2 horas. Excreção renal. Dose de 0,1 a 1,2 mg em 
intervalos de 12 horas. 
 
Efeitos Adversos: Xerostomia, ressecamento da mucosa nasal, sedação, disfunção sexual,hipotensão ortostática, vertigem e constipação. Pode ocorrer hipertensão de rebote. 
 
 α-METILDOPA 
 
Fármaco convertido em alfa-metilnoraepinefrina no SNC sendo armazenado nas 
vesículas neuronais. 
A metildopa é utilizada para tratamento da hipertensão arterial em pacientes com 
insuficiência renal e em gestantes. 
 
Farmacocinética: São bem absorvidos por via oral, meia vida de 2 horas e é excretado na 
forma conjugada pela urina. 
 
Efeitos Adversos: Sonolência e sedação transitória, depressão, xerostomia, perda da 
libido e impotência, bradicardia (em pacientes com disfunção no nodo sinoatrial), 
hepatotoxicidade (raro e grave) e anemia hemolítica. 
 
ANFETAMINAS 
 
São fármacos que atravessam a barreira hematoencefálica, causam inibição do centro da 
fome (muito utilizados para o tratamento da obesidade). Foram proibidas pelos altos 
riscos cardiovasculares. 
 
ANFETAMINAS DE USO MÉDICO ANFETAMINAS DE USO NÃO MÉDICO 
Metilfenidato, D-anfetamina, metanfetamina, 
fenapraporex, anfepranona, dietilpropiona e 
fenfluramina. 
Ecstasy, ICE, crystal (Estimulantes do SNC) 
 
Efeitos Adversos: Irritabilidade, dependência química, vigília, alucinações, aumento da 
pressão arterial, vasoconstrição periférica, arritmias e taquicardia. 
 
 METILFENIDATO ou RITALINA 
 
Fármaco relacionado estruturalmente à anfetamina. Age como estimulante do SNC, mas 
com proeminentes efeitos em atividades mentais e motoras, além de estar envolvido no 
controle da atenção em nível do córtex cerebral (aumenta a vigília). Contraindicado no 
glaucoma. 
 
Farmacocinética: Após a absorção oral, atinge pico em 2h e sua meia vida é de 1 a 3h. 
Sofre metabolização hepática e excreção renal sobre a forma de ácido ritalínico. 
 
Uso Terapêutico: O tratamento da THDA pode iniciar-se 5mg, pela manhã e ao almoço 
com aumentos progressivos de dose ao longo de semanas. A dose diária não deve 
ultrapassar 60mg. 
 
 
 
 
 
 
Efeitos Adversos 
 Aumento da pressão arterial, arritmias e angina. 
 Ataques de ansiedade e/ou pânico. 
 Cefaleia, insônia, hipersensibilidade. 
 Dilatação das pupilas. 
 Alteração do humor. 
 Dores no estômago e enjoos. 
 Perda de apetite e perda de peso temporária. 
 
Antagonistas Adrenérgicos 
 
São antagonistas competitivos dos receptores adrenérgicos (adrenalina, noradrenalina e 
dopamina) ou qualquer substância exógena que esteja atuando nestes receptores. 
 
ANTAGONISTAS α 
 
Esses fármacos REDUZEM A PRESSÃO ARTERIAL, reduzindo o tônus simpático dos 
vasos sanguíneos, assim como realizam a redução da RVP. Eles também provocam 
aumenta da taquicardia reflexa. 
 
Os antagonistas desse tipo de receptor se dividem em três grandes grupos: 
a) Não Seletivos: São aqueles fármacos que atuam em qualquer um dos receptores 
(tipo 1 e 2). Ex: FENOXIBENZAMINA e FENTOLAMINA. 
 
b) Seletivos α1: São aqueles que antagonizam os receptores do tipo 1. Eles atuam 
por competitividade com a noradrenalina e também estimulam a 
retroalimentação negativa, porque eles não impedem a ligação da noradrenalina 
no receptor adrenérgico. Ex: PRAZOSINA, DOXAZOSINA, ALFUZOSINA e 
TERAZOSINA. 
 
c) Seletivos α2: São aqueles que antagonizam as ações realizadas por receptores do 
tipo 2. Ex: IOIMBINA. 
 
 FENOXIBENZAMINA 
 
Fármaco não seletivo, bloqueia os receptores α1 pós-sináptico e α2 pré-sinápticos. O 
bloqueio é IRREVERSÍVEL e NÃO COMPETITIVO, ela inativa o receptor através de 
uma ligação covalente. A ideia do fármaco é o bloqueio de receptores superar a síntese 
de novos adrenorreceptores. 
 
Uso Terapêutico: Feocromocitoma (10mg 2x/dia antes da cirurgia, 40 a 120mg ao dia 
após a cirurgia ou em estado de doença crônica). 
 
 
 
 
 
 
 FENTOLAMINA 
 
Fármaco não seletivo que bloqueia COMPETITIVAMENTE os receptores α1 e α2. 
 
Efeitos 
 Diminui progressivamente a RVP e a pressão arterial. 
 Promove aumento da liberação de noraepinefrina. 
 Aumenta a frequência cardíaca por reflexo. 
 Aumenta o débito cardíaco. 
 
Efeitos Adversos: Arritmias e angina. 
 
Obs: A FENOXIBENZAMINA e a FENTOLAMINA devem ser utilizadas de forma 
limitada porque causam hipotensão postural, arritmias, taquicardia, disfunção sexual, 
vertigens e obstrução nasal. 
 
 PRAZOSINA 
 
Fármaco utilizado no tratamento da hipertensão, no tratamento da obstrução ou 
hiperplasia benigna da próstata e na insuficiência cardíaca congestiva (melhora o quadro, 
mas não prolonga a vida). 
 
Farmacocinética: Biodisponibilidade de 50 a 70%. Ligam-se fortemente as proteínas 
plasmáticas, tem meia vida de 2 a 3h e é extensamente metabolizada no fígado. Tem 
duração de ação de 7 a 10h, sendo administrada em intervalos de 12 horas. 
Administração oral. 
 
Efeitos 
 Diminuição da RVP e da pressão arterial (podendo causar hipotensão postural). 
 Relaxamento dos músculos lisos artérias e venosos. 
 Alterações mínimas no débito cardíaco e no fluxo sanguíneo renal. 
 
 Inibem a contração do trígono e do esfíncter da bexiga, melhorando o fluxo 
urinário. 
 Diminuem os sintomas e a necessidade de urinar durante a noite. 
 
 Diminuem a pré e a pós-carga. 
 Diminuem a congestão pulmonar. 
 
 TERAZOSINA 
 
Possui as mesmas funções e efeitos que a prazosina, o que modifica é a cinética. A 
terazosina é mais hidrossolúvel, tem uma maior biodisponibilidade (>90%), tem meia 
vida de 12 horas com duração de ação de até 18 horas. É administrada via oral em 
intervalos de 24 horas. 
 
 
 
 
 DOXAZOSINA 
 
Também segue a linha funcional da prazosina e terazosina, sendo diferente apenas na 
cinética. Sua meia vida é de 20 horas com duração de ação de 36 horas. A doxazosina é 
eliminada nas fezes. Administrada via oral em intervalos de 24 horas. 
 
Reações Adversas: Comum a todos os medicamentos dessa classe. Hipotensão, síncope, 
palpitações e fraqueza. 
 
FENÔMENO DE PRIMEIRA DOSE: Esses fármacos devem ser administrados de 
forma lenta e gradual, pois uma superdose pode gerar uma resposta muito acentuada. 
Preferível tomar a noite em uma dose baixa. 
 
ANTAGONISTAS β 
 
Antagonismo Total: O fármaco bloqueia totalmente os receptores não deixando espaço 
para nenhuma ação do neurotransmissor. Esses fármacos não realizam nenhuma função 
no receptor apenas o ocupam. Ex: PROPRANOLOL 
 
Antagonismo Parcial: O fármaco bloqueia parcialmente os receptores tendo assim ainda 
uma pequena ação dos neurotransmissores. Também chamado de antagonista 
simpatomimético intrínseco por possuir atividade no receptor, já que mesmo bloqueando 
o receptor ele mantém uma atividade adrenérgica (ASI). Ex: PINDOLOL 
 
Os fármacos que realizam antagonismo nos receptores do tipo β se classificam em três 
grupos: 
a) Antagonistas Não Seletivos: Atuam tanto em β1 quanto β2. Ex: 
PROPRANOLOL, TIMOLOL e NADOLOL. 
 
b) Antagonistas β1 Seletivos: Atuam apenas antagonizando nos receptores β1. Ex: 
ATENOLOL, METOPROLOL, ACEBUTOLOL, BISOPROLOL e 
ESMOLOL. Utilizados no tratamento da hipertensão. 
 
c) Antagonistas α/β: Atuam em todos os receptores adrenérgicos. Ex: 
LABETOLOL e CARVEDILOL. 
 
Obs: O PROPRANOLOL tem mais efeitos adversos do que o ATENOLOL porque ele 
não é seletivo e é mais lipossolúvel. 
 
Obs: Cardio-seletividade: Seletividade para os receptores β1 do coração. Diminui os 
efeitos colaterais porque não atua em β2 e pode ser utilizado com precaução em 
pacientes asmáticos. O ATENOLOL é a melhor escolha, porém tem uma resposta 
menor em negros e idosos. 
 
Obs: Em emergência hipertensiva é utilizado LABETOLOL via parenteral como 
vasodilatador direto. 
 
Obs: O TIMOLOL éo fármaco de escolha para tratamento profilático do glaucoma. 
 
Obs: Os antagonistas adrenérgicos LABETOLOL e CARVEDILOL são bloqueadores 
reversíveis que produzem vasodilatação periférica e não alteram os níveis séricos de 
lipídeos e glicose. Porém, como efeitos adversos podem causar hipotensão postural e 
tonturas. 
 
Obs: Os β bloqueadores (PROPRANOLOL) são a primeira escolha para o tratamento 
de angina estável, porque diminuem o consumo de oxigênio pelo coração e, portanto, 
melhoram o trabalho cardíaco. Também são utilizados pra profilaxia de enxaqueca e 
tremores. 
 
Efeitos Cardíacos β1 > β2 
 Diminuição da frequência cardíaca. 
 Diminuição da contratilidade. 
 Diminuição do débito cardíaco. 
 Diminuição da condução nos átrios e no nodo AV. 
 
Efeitos Renais: β1 
 Diminuição da liberação de renina. 
 Diminuição da produção de angiotensina I. 
 Diminuição dos níveis de aldosterona. 
 Diminuição da retenção de sódio e água. 
 Diminuição do volume plasmático. 
 
Efeito Pulmonar: β2 
 Broncoconstrição potencialmente fatal. 
 Obs: Antagonistas não seletivos são contraindicados para pacientes asmáticos, 
podem ser utilizados antagonistas seletivos ou antagonistas com ASI, porém 
usados com muita cautela. 
 
Efeito Lipídico: α1, β1, β2 e β3 
 Redução do colesterol. 
 Aumento dos triglicerídeos. 
 Aumento do LDL 
 Obs: CELIPROLOL e CARVEDILOL melhoram o perfil lipídico. 
 
Efeito Glicídico: α1 e β2 
 Diminuição da glicogenólise. 
 Diminuição da mobilização da glicose. 
 Obs: Os bloqueadores não seletivos (PROPRANOLOL) podem retardar a 
recuperação da hipoglicemia em pacientes com diabetes tipo I. 
 
APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS 
 
 Doenças Cardiovasculares: Cardiopatia isquêmica, hipertensão arterial, 
insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas, miocardiopatia obstrutiva hipertrófica. 
 Hipertireoidismo e ascite 
 Profilaxia de enxaqueca 
 Abstinência a certas substâncias e sintomas da síndrome do pânico 
 Glaucoma 
Anti-Hipertensivos: Por redução do tônus simpático, redução na liberação de renina e 
diminuição do débito cardíaco. 
 
Insuficiência Cardíaca: Cuidar com respostas simpáticas reflexas à insuficiência cardíaca 
que podem agravar o coração, chegando a falência. Foram conduzidos estudos com 
CARVEDILOL, BISOPROLOL e METAPROLOL e foi constatado que eles reduzem 
a taxa de mortalidade em pacientes com IC crônica estável independente da gravidade do 
quadro. 
O bloqueio beta em longo prazo diminui o volume cardíaco, a hipertrofia do miocárdio e 
a pressão de enchimento. Por outro lado aumenta a fração de ejeção (remodelagem 
ventricular). 
 
Anti-Isquêmicos: Reduzem o consumo de oxigênio pelo miocárdio pela redução da 
frequência cardíaca. A diástole prolongada aumenta o tempo de perfusão coronariana e 
reduzem o aumento da pressão arterial induzida e da contratilidade induzida pelo 
exercício físico. 
 
 
 
Efeitos Adversos: Arritmia, broncoconstrição e disfunção sexual. 
 
Contraindicações: DPOC, asma, bradicardia sinusal, doença do nó sinusal, diabetes 
(aumentam o quadro hipoglicêmico) e gestação. 
 
Obs: CUIDAR COM A INTERRUPÇÃO ABRUPTA DO TRATAMENTO -> UP 
REGULATION: A droga deve ser retirada lentamente e gradual, por risco de isquemia 
miocárdica. 
 
 
Autacóides 
 
São substâncias naturais com estruturas químicas diferentes e com atividades fisiológicas e 
farmacológicas diversas. São classificados como “hormônios” locais porque atuam perto 
do local de síntese, mas não podem ser chamados de neurotransmissores ou hormônios 
endógenos. Ex: ÓXIDO NÍTRICO, BRADICININA, HISTAMINA, SEROTONINA, 
ANGIOTENSINA, PROSTAGLANDINAS, LEUCOTRIENOS e 
TROMBOXANOS. 
 
Fisiologicamente: Secreção gástrica e funções neurovegetativas. 
Patologicamente: Inflamação (são os principais mediadores), alergia (histamina), 
anafilaxia, choque, hipertensão, dismenorréia, depressão e ansiedade. 
 
Principais ácidos precursores: ácido araquidônico e ácido prostanóico. 
 
EICOSANÓIDES 
 
Derivados do ácido araquidônico que são liberados pela fosfolipase A2. São produzidos 
pela maioria das células e por uma variedade de estímulos físicos, químicos e hormonais, 
regulados conforme a necessidade e raramente sofrem acúmulo tecidual. 
São os principais mediadores da dor, febre e inflamação. Os eicosanoides também 
participam de diferentes processos patológicos: câncer, trombose, alergias, asma e 
infecções. 
 
COX: Prostaglandinas e tromboxanos. 
LOX: Lipogenases e leucotrienos. 
 
Para produção de diferentes prostaglandinas e tromboxanos são necessárias enzimas 
sintetases para essa metabolização. Ex: Tromboxano sintetase presente nas plaquetas. 
 
COX 1: Participa mais dos processos fisiológicos. Chamada de enzima constitutiva. 
COX 2: Participa mais dos processos patológicos. Chamada de enzima induzida. 
 
Efeitos no Sistema Vascular 
 Prostaglandinas: Existem aquelas que realizam vasodilatação e vasoconstrição. 
 Leucotrieno C4 e Leucotrieno D4: Vasodilatação 
 Exsudação do plasma nas vênulas pós-capilares 
 Aumento da permeabilidade capilar 
 Edema e eritema 
 Redução da pressão arterial 
 
Efeitos no Sangue 
 Tromboxano A2 produzido pelas plaquetas promove agregação plaquetária. 
 Prostaglandina I2 (prostaciclina) produzida pelas células endoteliais dificulta a 
agregação plaquetária. 
 PGE2 inibe a diferenciação de linfócitos e leucotrienos B4 são potentes 
quimiotáxicos que realizam adesão de neutrófilos as células endoteliais. 
 
 
Efeitos no Rim 
 As prostaglandinas PGE2 e PGI2 aumenta o fluxo plasmático renal causando 
diurese, natriurese e caliurese (perda de potássio na urina). 
 O tromboxano A2 diminui o fluxo sanguíneo renal. 
 
Efeitos no Trato Gastrointestinal 
 As prostaglandinas PGE (principalmente) e PGI inibem a secreção de HCl e 
aumenta a secreção de bicarbonato e muco, ou seja, inibem a lesão gástrica. São 
CITOPROTETORAS GÁSTRICAS. 
 As prostaglandinas PGE e PGF realizam a contração do músculo longitudinal 
desde o estômago até o cólon: diarréia e cólicas. 
 Os AINEs levam a diminuição da PGE por isso causam sintomas gástricos. 
 
Efeito no Sistema Respiratório 
 PGF, PGD e leucotrienos (LTC4 e LTD4) contraem o músculo liso brônquico e 
traqueal (broncoespasmo). Ainda os leucotrienos são importantes mediadores de 
respostas alérgicas, asmáticas e anafiláticas. 
 A prostaglandina PGE relaxa a musculatura brônquica e a traquéia. 
 
Efeitos no Sistema Reprodutivo 
 As prostaglandinas PGE, PGI e PGF fazem contração uterina. 
 A PGE é responsável pela dismenorréia primária. 
 A PGF 2α causa luteólise, contração uterina (no parto, menstruação ou aborto), 
transporte do sêmen, motilidade das trompas e contração do canal deferente. 
 
Efeitos no Sistema Imunológico 
 As prostaglandinas inibem a função linfocitária e a proliferação de células do 
sistema imunológico. 
 
Efeitos no Sistema Endócrino 
 Aumento a secreção de insulina, ACTH, hormônio do crescimento e prolactina. 
 
Efeitos no Sistema Nervoso Central 
 A prostaglandina PGD causa analgesia central e sono. 
 A prostaglandina PGE é estimulada pela interleucina-I, aumenta a temperatura 
corporal e promove sono. 
 
Efeitos no Sistema Termorregulador 
 A liberação de PGE2 no hipotálamo gera mecanismos conservadores de calor 
que causam a febre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MISOPROSTOL 
 
É a versão sintética da prostaglandina E1 (PGE1) usada no tratamento e prevenção de 
úlcera. Administrado via oral em comprimidos de 100 e 200mg. Para efeito abortivo 
associar com MIFEPRISTONA. 
Nome Comercial: CYTOTEC 
 
Efeitos Inibe a secreção de HCl e pepsina e aumenta a resistência da mucosa gástrica. 
 É útil no tratamento de pacientes portadores de úlcera gástrica que utilizam AAS 
de forma crônica. 
 Pode ser abortivo durante o primeiro trimestre da gestação. 
 
Efeitos Adversos: Náuseas, vômitos, diarréia, fortes dores abdominais, febre, temores e 
aborto. 
 
 DINOPROST e DINOPROSTONONA 
 
São fármacos que se assemelham a PGF2α (dinoprost) e PGE (dinoprostonona). São 
funcionantes para o abortamento terapêutico (via intravaginal). Induz o trabalho de parto 
e esses fármacos podem ser metabolizados nos tecidos locais e pulmões e excretados na 
urina. 
 
 EPOPROSTENOL 
 
São fármacos semelhantes ao PGI com efeitos antitrombolíticos e vasodilatadores. Tem 
meia vida curta e são administrados via intravenosa e de forma contínua. Pode ser uma 
substituição eficaz da heparina. 
 
 LATANOPROSTA, TRAVAPROSTA, UNOPROSTONA 
e BIMATOPROSTA 
 
São fármacos derivados da PGF2α com efeito hipotensor ocular. Utilizados no 
tratamento do glaucoma com gotas no saco conjuntival (2xdia 0,005% -> 
LATANOPROSTA). 
 
Efeitos Adversos: Pigmentação castanha ocular irreversível da íris e dos cílios e 
ressecamento dos olhos. 
 
 
 
 
Dani
Realce
Associado após mifepristona possui efeito abortivo
Anti-Histamínicos 
 
São medicamentos muito utilizados no tratamento de alergias que vem apresentando uma 
evolução no seu uso. 
 
A histamina é um autacóide natural de baixo peso molecular no nosso organismo que 
provoca vasoconstrição e estimula a contratilidade cardíaca. A histamina é sintetizada nos 
mastócitos, basófilos circulantes, células da epiderme, células enterocromafínicas, 
neurônios histaminérgicos do SNC e células de regeneração ou crescimento rápido da 
seguinte forma: 
 
 
Obs: Histidina é um aminoácido não essencial. 
 
Participação da Histamina 
 Reações alérgicas 
 Reações inflamatórias 
 Secreção de ácido gástrico 
 Neurotransmissão em algumas regiões do SNC 
 Proliferação e diferenciação celular 
 Hematopoiese 
 Desenvolvimento embrionário 
 Regeneração 
 Cicatrização de feridas 
 Regulação do sistema imune. 
 
Alvos da Histamina 
 Pulmões 
 Pele 
 Trato gastrointestinal 
 Mastócitos e Basófilos 
 Neurônios 
 Presente em componentes de venenos. 
 
A histamina é liberada em resposta a algum estímulo ou mediador químico, por 
exemplo, na destruição de células, alergias e anafilaxias. Atuam em receptores H1, H2, 
H3 e H4. Estes receptores são transmembranas que através da realização de sinalização 
para proteína G libera diversos segundos mensageiros. 
 H1: Aumentam o prurido, dor, vasodilatação, permeabilidade vascular e 
hipotensão. Broncoconstrição, taquicardia, cefaleia e rubor. 
 H2: Aumentam a secreção gástrica. 
 H3: Previne a broncoconstrição exagerada. 
 H4: Diferenciação de mieloblastos e promielócitos. 
 
Forma ativa: Agonista ligando no receptor -> Histamina 
Forma inativa: Agonista inverso ligando no receptor, não realiza a função, não 
desencadeia a cascata -> Anti-Histamínicos. 
 
Resumo: Os efeitos da histamina nas doenças alérgicas ocorrem através de receptores 
RH1, mas hipotensão, taquicardia, cefaleia ocorrem através de receptores RH1 e RH2. O 
prurido cutâneo e a congestão nasal ocorrem através de receptores RH1 e RH3. A 
secreção da mucosa gástrica através de RH2. 
 
Existem os anti-histamínicos H1 de primeira geração e de segunda geração que são 
agonistas inversos dos receptores H1. São mais eficazes no controle de manifestações 
alérgicas leves e de ínicio recente. Sua ação preventiva é maior que a curativa e sua 
eficácia é geralmente incompleta por não interferirem com outros mediadores que 
também causam as reações alérgicas. Estes fármacos têm limitações de dosagens. 
 
Farmacocinética dos Anti-Histamínicos 
 
Os fármacos apresentam boa absorção por via oral e alcançam níveis plasmáticos dentro 
de 3 horas após a sua administração. Os fármacos de primeira geração são mais 
lipossolúveis. 
O mecanismo de transporte ativo das membranas celulares mais bem conhecidos são a 
da glicoproteínas P (gP) e os polipeptideos transportadores de ânions orgânicos (OATP). 
A gP consiste em um sistema natural de detoxificação e atua como uma bomba de 
extração, sendo fator importante na distribuição e na excreção de várias drogas, assim 
como na interação entre drogas. 
A administração dessas drogas concomitantemente com a ingestão de alguns alimentos 
podem alterar suas concentrações plasmáticas. 
 
Metabolismo: A maioria dos agentes são metabolizados e detoxificados no fígado por um 
grupo de enzimas pertencentes ao sistema do citocromo P450 (CYP). 
Eliminação: A maioria é eliminada por via renal. Exceção: A FEXOFENADINA é 
intensamente excretada por via biliar. É necessário ajuste de dose em idosos, doentes 
renais e hepáticos. 
 
Usos Clínicos dos Anti-Histamínicos 
 
URTICÁRIA: São drogas indicadas como primeira linha no tratamento sintomático. Os 
anti-histamínicos de segunda geração oferecem controle moderado a bom. Todos os anti-
histamínicos são mais efetivos em reduzir o prurido do que em diminuir a frequência, o 
número e o tamanho das lesões urticárias. 
 
DERMATITE ATÓPICA: O prurido é o sintoma mais comum e menos tolerante em 
doentes com dermatite atópica, sua redução ou controle resulta numa significativa 
melhoria da qualidade de vida. Entretanto, a histamina é apenas um dos mediadores do 
prurido na DA, o que questiona o uso de anti-histamínicos. 
 
INFLAMAÇÃO: Os fármacos tem fraca ação no controle da inflamação por atuarem 
apenas na histamina. 
 
CINETOSE e DISTÚRBIOS VESTIBULARES: A ESCOPOLAMINA 
(anticolinérgico) e outros anti-histamínicos de primeira geração (DEFINIDRAMINA e 
PROMETAZINA) são os fármacos mais efetivos. O DIMENIDRINATO é quase 
exclusivamente indicado para tratamento da cinetose (sensação de enjoo ou náusea por 
perturbação do sistema vestibular). 
 
RINITE ALÉRGICA: Os anti-histamínicos de segunda geração preenchem a maioria 
dos critérios para o uso (farmacodinâmica, potência, eficácia e segurança). 
 
Obs: A ação dos anti-histamínicos é mais preventiva do que curativa. Sua eficácia é 
frequentemente incompleta porque não interfere com outros mediadores, apenas com a 
histamina. Eles têm limitações de dosagens, o que impede atingir altas concentrações do 
medicamento nos receptores. Portanto, são apenas indicados para manifestações alérgicas 
leves, de ínicio recente e não recorrentes, assim como na prevenção de recidivas. 
 
 CARBINOXIMINA (Naldecon), 
DEXCLORFENIRAMINA (Polaramine), 
DIMENIDRINATO (Dramin) e PROMETAZINA 
(Fenergan) 
 
São anti-histamínicos de primeira geração que possuem em comum os efeitos colaterais 
como sonolência, sedação (não se ligam como substrato da gP na BHE, atravessam-na, e 
atuam então a nível central) e fadiga que promovem a redução das funções cognitivas, de 
memória e no desempenho psicomotor. Esses diversos efeitos adversos ocorrem em 
decorrência das suas ações nos receptores muscarínicos (ação anticolinérgica), 
serotoninérgicos e adrenérgicos, e são esses efeitos no sistema nervoso central que estão 
primariamente responsáveis pela toxicidade com potencial risco de vida na superdosagem 
desses fármacos. Esses fármacos de primeira geração têm estudos falando de seus riscos. 
Sofrem absorção rápida o que indica aplicações de 3 a 4 vezes ao dia para manter o efeito 
farmacológico, isto porque são altamente lipossolúveis. 
Os anti-histamínicos de primeira geração ainda são utilizados em crianças porque o efeito 
sedativo promove um sono adequado.Efeitos Adversos 
 
 
 
 FEXOFENADINA (Allegra), LORATADINA (Claritin) e 
TERFENADINA (Fenasil) 
 
São mais potentes que o de primeira geração, tem longa duração de ação e poucos efeitos 
adversos pela baixa passagem pela barreira hematoencefálica. E a sua afinidade aos 
receptores H1 é alta, com pouco ou nenhum efeito anticolinérgico. Estudos já 
comprovam a sua melhor segurança comparada com os fármacos de primeira geração. 
Por terem alta afinidade aos receptores histamínicos tem meia vida prolongada e podem 
ser administrados uma ou duas vezes ao dia. 
Normalmente estes fármacos são comercializados associados a psicoestimulantes 
(pseudoefedrina ou cafeína) para diminuir o efeito sedativo. 
 
 
Anti-Inflamatórios Não Esteroidais 
(AINEs) 
 
São fármacos que atuam combatendo a inflamação (corticoides são melhores), a dor 
(analgésicos não narcóticos) e na febre. Atuam através da inibição da COX. Todos os 
fármacos tem caráter ácido. 
 
 Não Seletivos: Inibe a ação da COX1 e COX2, alguns podem ter maior 
preferência para inibição da COX1. 
 Seletivos: Inibem predominantemente a ação da COX2. 
 
Mecanismo de Ação: Inibição periférica e central da atividade da enzima COX e 
subsequente diminuição da biossíntese e liberação dos mediadores da inflamação, dor e 
febre (prostaglandinas). 
 
Mecanismo de Ação Inflamatória: Bloqueio da formação de prostaglandinas por inibição 
da COX, inibição da liberação de histamina e diminuição da migração de 
polimorfonucleados e monócitos. 
 
Uso Terapêutico: Analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios. 
Utilizados também no tratamento de doenças reumáticas e não reumáticas como artrite 
reumatoide, osteoartrite, artrite psoriática, sequelas de traumas, contusões e pós-
operatórios. 
Muito utilizada para o tratamento de dor leve à moderada devido a suas propriedades 
analgésicas prolongadas e diminuem a temperatura corporal elevada sem provocar 
dependência química. 
 
Farmacocinética: A maioria dos AINES são ácidos fracos facilmente absorvidos no TGI, 
e com picos de concentração entre 1-4h. Ligam-se extensivamente às proteínas 
plasmáticas (95-99%), sofrem metabolismo hepático e excreção renal (melhor em meio 
básico). Quanto mais metabólitos mais eles vão andar pelo sangue, mais difícil será a 
excreção. Não tem indícios de ação teratogênica. 
 
A meia vida depende da dose e do medicamento: 
 
 Meia vida curta (< 6h): AAS, DICLOFENACO, IBUPROFENO, 
INDOMETACINA, CETOPROFENO. 
 
 Meia vida longa (>10h): NAPROXENO, FENILBUTAZONA, PIROXICAM, 
TENOXICAM, MELOXICAM. 
 
 
 
 
 
 
 
Os AINEs podem ser administrados por diversas vias (principal é a oral): 
 Oral: AAS, IBUPROFENO, DIPIRONA, MELOXICAM, DICLOFENACO. 
 Intravenosa: TENOXICAM, DIPIRONA, IBUPROFENO, CETOPROFENO 
e CETOROLACO. 
 Sublingual: PIROXICAM. 
 Retal: INDOMETACINA, CETOPROFENO, IBUPROFENO, DIPIRONA, 
PIROXICAM e NIMESULIDA. 
 Intramuscular: DICLOFENACO, CETOPROFENO, TENOXICAM, 
PIROXICAM, DIPIRONA, MELOXICAM e FENILBUTAZONA. 
 Transdérmica: Utilizado em dores localizadas. DICLOFENACO, 
CETOPROFENO, PIROXICAM e INDOMETACINA. 
 
AINEs x Gestação 
Prolongam o trabalho de parto e gestação e aumentam o risco de hemorragia no pós-
parto. O uso de AAS durante a gestação causa diminuição do peso no recém-nascido, 
aumento da mortalidade peri-natal, natimorto, anemia e deslocamento prematuro da 
placenta. 
O PARACETAMOL parece ser o mais seguro durante a gestação e não altera o 
desenvolvimento fetal. Se necessário utilizar durante maior tempo um anti-inflamatório 
preferir por IBUPROFENO, por períodos curtos todos são compatíveis. 
Altas doses durante um período prolongado podem provocar óbito fetal. No final da 
gestação PARACETAMOL e NIMESULIDA provocam lesão renal do feto. Os AINEs 
IBUPROFENO, AAS e NAPROXENO são indicados nos meses finais de gestação por 
causa da possibilidade de fechamento do ducto arterioso precoce e diminuição do 
líquido amniótico. 
 
Síndrome de Nicolau 
Fármaco causa lesão no local de aplicação podendo levar a necrose, septicemia, entre 
outros. Ocorre por administração intramuscular, por exemplo. 
 
 ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) 
 
Fármaco que inibe preferencialmente a COX1. Utilizado nas inflamações (intervalo de 
6horas com dose máxima de 5000mg) e na artrite reumatoide (1g a cada 4 a 6 horas). Ele 
não é efetivo para dores viscerais. 
 
Efeitos sobre as Plaquetas: ANTITROMBÓTICO 
 Doses de 100mg a 300mg em 24 horas. 
 Diminui a incidência de acidentes isquêmicos, IAM, angina instável e trombose. 
 AAS dobra o tempo de sangramento (por inibição da produção de tromboxano, 
desviando para o lado da prostaciclina que é mais produzida pela COX2). 
 Deve ser evitado em pacientes com: lesão hepática grave, hemofilia e deficiência 
de vitamina K. 
 Deve ser suspensa uma semana antes de cirurgias. 
 Potencializa o efeito de anticoagulantes. 
 
Efeitos no Trato Gastrointestinal: ULCERATIVOS 
 Efeitos Adversos: Dor abdominal, náuseas, dispepsia, erosão, ulceração, 
hemorragia, anemia e diarréia. 
 Fatores de Risco: Idade maior que 65 anos, história de úlcera, uso concomitante 
de corticoides, uso de outro AINEs, tratamento prolongado com doses elevadas, 
sexo feminino, fumo, álcool e presença do Helicobacter pylori. 
 Para evitar as úlceras usa AAS associado a IBP (inibidores da bomba de prótons -
> OMEPRAZOL). 
 
Efeitos nos Rins 
 Diminuição do fluxo sanguíneo renal (vasoconstrição por inibição das 
prostaglandinas) 
 Queda da filtração glomerular. 
 Retenção de sódio e água. 
 Hiperpotassemia. 
 Edema. 
 
Taxa de Depuração da Creatinina: (140 – idade) x massa (kg) / 72 x creatinina plasmática 
Em mulheres deve ser multiplicado o valor por 0,85. 
 
Efeitos na Pressão Arterial 
 Aumento da PA em 5mmHg 
 Retenção hídrica 
 Edema periférico 
 Sobrecarga cardíaca 
 Arritmias e agravamento da insuficiência cardíaca congestiva 
 
Efeitos Hepáticos 
 Lesões hepáticas em altas doses. É reversível. 
 
Efeitos Pulmonares 
 Aumento dos leucotrienos (porque o ácido araquidônico é todo destinado para a 
lipoxigenase), broncoconstrição. 
 Risco maior em pacientes com história de asma e sinusites. 
 
Síndrome de Reye x AAS 
O ácido acetilsalicílico podem provocar infecções virais em crianças menores de 2 anos 
que consiste em hepatite fulminante associada a edema cerebral que pode levar ao óbito. 
Em crianças usar PARACETAMOL. 
 
 PARACETAMOL ou ACETOMINOFENO 
 
São fármacos considerados analgésicos não narcóticos porque não causam tolerância 
nem dependência química. 
Tem fraca ação anti-inflamatória e boa ação analgésica e antitérmica. Em doses acima de 
4000mg ele é hepatotóxico, podendo causar uma hepatite fulminante. 
Antídoto para intoxicação com paracetamol: Acetilcisteína. 
O paracetamol é um bom antitérmico porque age a nível central, o que minimiza os 
efeitos colaterais periféricos. Ele atua bem na cefaleia por atravessar a BHE e talvez agir 
em enzimas COX3 (ainda não confirmada). 
AINE de escolha em crianças. 
 
Dose: 500mg ou 750mg 4xdia 6h/6h, via oral. 
 MELOXICAM 
 
Fármaco que é seletivo para a COX2. Causa menos efeitos gástricos. Usado para 
tratamento de doenças reumáticas, osteoartrite e artrite reumatoide. Tem meia vida de 20 
horas sendo geralmente utilizado uma vez ao dia. 
 
 DIPIRONA 
 
Existem duas preparações farmacológicas: dipirona sódica e dipirona potássica. O 
principio ativo é o mesmo o que muda é a farmacocinética. A dipirona é um bom 
antitérmico, porque assim como o paracetamol ela age mais a nível central. 
Dose Máxima Diária: 4.000 mg/dia. IBUPROFENO 
 
O ibuprofeno é mais bem tolerado e utilizado em pacientes com história de intolerância a 
sintomas gastrointestinais. 
Dose: 600mg 3xdia 8h/8h com dose máxima de 2.400mg/dia. 
 
 DICLOFENACO 
 
Possui administração por via oral, retal, intramuscular e oftálmica. Cerca de 40-50% do 
fármaco sofre metabolismo de primeira passagem hepática, sofrendo inativação do seu 
efeito anti-inflamatório. 
 
 INDOMETACINA 
 
Potente inibidor não seletivo da COX com ação central e periférica. Inibe a motilidade 
de leucócitos, inibe a fosfatase A2, reduz a migração de neutrófilos, diminui a 
proliferação de células T e B. Entretanto, seu uso terapêutico deve ser limitado, em geral 
não é utilizado como antipirético e/ou analgésico. 
Alivia a dor, tumefação e a duração da rigidez matinal chegando a ser 20 vezes mais 
potente que o AAS. 
 
 NIMESULIDA 
 
Fármaco seletivo COX2 (seletividade não é absoluta). Como vantagens tem a redução 
dos efeitos colaterais no estômago (não são isentos, mas tem uma significativa redução 
desses sintomas), plaquetas e rins. Como desvantagens tem o risco cardiovascular, pois 
inibindo seletivamente a COX2 predomina tromboxano A2 que é um potente agregante 
plaquetário e não tem prostaciclina (PGI) que é um anti agregante plaquetário, o que leva 
a um estado trombótico. 
 
 
 
 
 
 
 
Glicocorticóides 
 
Os glicocorticóides são hormônios sintéticos que mimetizam ações do cortisol endógeno. 
São os mais eficazes anti-inflamatórios disponíveis, suplantando os não esteróides e 
provocam melhora sintomática de uma série de manifestações clínicas, sem afetar a 
evolução da doença básica. 
O fator liberador corticotrófico é liberado pelo hipotálamo no estresse, e este estimula a 
hipófise a liberar o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que age na medula adrenal 
(zona fasciculada) e libera o cortisol. O cortisol por sua vez diminui a sua liberação por 
feedback negativo, agindo a nível hipofisiário e hipotalâmico. As interleucinas estimuladas 
pelo cortisol fazem feedback positivo para aumentar ainda mais a liberação do hormônio 
(via hipotalâmica e hipofisiária). 
Seu pico de secreção é por volta das 8 horas (despertar) da manha, diminuindo essa taxa 
no decorrer do dia. 
Seu mecanismo de ação é nuclear. O esteróide lipossolúvel se difunde através da 
membrana celular e se liga ao receptor citoplasmático, essa ligação forma um dímero e a 
mesma estimula ou inibe a atividade de um promotor adjacente que inicia ou inibe a 
transcrição de um gene. 
Em qualquer dose um dos riscos do uso crônico dos glicocorticóides é a 
IMUNOSSUPRESSÃO. Também causa diminuição da cicatrização e reparo por queda 
da ação dos fibroblastos e diminuição na produção de colágeno e glicosaminoglicanos. 
 
Classificação dos Glicocorticóides 
Os glicocorticóides são classificados conforme o tempo de duração de ação e a potência. 
 
 
Os glicocorticoides são fármacos anti-inflamatórios por excelência, eles inibem 
manifestações precoces e tardias da inflamação (rubor, calor, dor, edema, reações 
proliferativas da inflamação crônica). 
 
Farmacocinética: Circulam ligados à globulina (90%) e albumina. Sua metabolização é 
hepática e excreção é renal. Meia vida de 60-90 minutos. 
 
AÇÕES DOS GLICOCORTICÓIDES 
 
Efeitos Celulares 
 Nos basófilos causa inibição de IgE. 
 Inibe a proliferação de fibroblastos. 
 Diminui a vasodilatação, a permeabilidade vascular e a resposta imune. 
 Redução de prostanóides devida à expressão reduzida da ciclooxigenase-2 (COX-
2). 
 Redução de várias citocinas produzidas por linfócitos, inclusive IL-1, IL-2, IL-3, 
IL-4, IL-5, IL-6, IL-8, TNF-α, fatores de adesão celular devida à inibição da 
transcrição gênica. 
 Redução da ativação de células T-helpers (auxiliadoras) e redução da expansão 
clonal de células T, devida a transcrição reduzida de genes para IL-2 e seu 
receptor. 
 Redução da ativação de neutrófilos e macrófagos devida redução da transcrição 
de genes responsáveis pela produção de fatores de adesão celular e citocinas. 
 
 
 
 
 
Efeitos Imunossupressores 
 Inibem respostas imunes desencadeadas inadequadamente como na 
hipersensibilidade ou doença autoimune. 
 Inibem o início e a geração da resposta imune mais eficientemente do que inibem 
uma resposta já estabelecida na qual a proliferação clonal já ocorreu. 
 
Efeitos Anti-Inflamatórios 
 Redução da concentração de componentes do sistema complemento no plasma. 
 Redução da produção do óxido nítrico induzido. 
 Redução da liberação de histamina pelos basófilos. 
 Redução da produção IgG. 
 Aumento da síntese de proteínas anti-inflamatórias como proteinaquinase, 
fosfatase I, IL-10, anexina-1e receptor de IL-1. 
 
EFEITOS ADVERSOS 
 
Efeitos Glicídicos 
 Aumentam a glicemia em 10 a 20%, por reduzir a captação e utilização periférica 
da glicose e estimular a gliconeogênese. 
 Este efeito associado à hiperinsulinemia leva a resistência periférica à insulina. 
 Nem todos pacientes manifestam diabetes corticóide (um tipo de diabetes 
reversível, leve, sem cetose e estável). 
 O grau de intolerância a glicose está na dependência de doses, duração de 
tratamento e tipo de corticóide usado. 
 BETAMETAZONA > DEFLAZACORT -> Efeito Diabetogênico 
 
Efeitos Lipídicos 
 Aumenta a lipólise por estimulação da lípase. 
 Há facilitação da indução da lipólise nos adipócitos, com aumento dos ácidos 
graxos livres. 
 Clinicamente se observa distribuição anômala de gordura, com acúmulo em face 
(fácies cushingnóide), região escapular (giba), abdômen e diminuição de gorduras 
nas extremidades. 
 Pode haver aumento de peso corporal devido a maior ingestão calórica, 
decorrente hiperorexia. 
 
Efeitos Proteicos 
 Inibem a síntese e aumento o catabolismo proteico, levando ao balanço 
nitrogenado negativo. 
 Consequentemente redução da massa muscular (fraqueza muscular, 
principalmente em extremidades), matriz óssea (osteoporose e fraturas 
patológicas) e afinamento de pele (estrias). 
 
Efeitos Ósseos 
 Diminui a absorção intestinal de cálcio. 
 Aumenta a excreção renal de cálcio. 
 HIPOCALCEMIA. 
 Diminui a ação de osteoblastos. 
 Aumenta a ação de osteoclastos. 
 Osteoporose e fraturas patológicas. 
 
Efeitos Endócrinos 
 A administração de corticoides exógenos, em doses farmacológicas, por tempo 
prolongado, determina supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal 
(manifestada em sete dias se usado em altas doses). 
 Doses fracionadas e as administradas à noite são mais supressivas que doses 
únicas diárias e matinais. 
 A reversão desse processo é lenta, por isso se justifica retirada gradual de 
corticóide usados cronicamente. 
 Corticóides antagonizam insulina, diminuindo sua ação celular -> Diabetes. 
 Inibem hormônio de crescimento, retardo do desenvolvimento em crianças que 
usam esquemas de doses diárias fracionadas, por isso é contraindicado seu uso 
em crianças. 
 Anormalidades menstruais e impotência masculina estão descritas em pequeno 
número de pacientes. 
 
Efeitos Gastrointestinais 
 Diminuem a barreira da mucosa gástrica, interferem com reparação tecidual. 
 Podem aumentar a produção de ácido clorídrico e pepsina com aparecimento de 
sintomas gástricos. 
 Dispepsia. 
 Raramente ocorrem complicações como hemorragia e perfuração ou morte. 
 
Efeitos no Sistema Nervoso Central 
 Euforia, melhora do ânimo, insônia, ao passo que outros expressam ansiedade e 
depressão. Podem ocorrer surtos psicóticos e tendência ao suicídio. 
 As alterações observadas são transitórias, cessam com a suspensão do tratamento. 
 
Efeitos no Sistema Cardiovascular Aumentam a pressão arterial sistêmica. 
 
Efeitos Hematológicos 
 Há diminuição de linfócitos, monócitos, basófilos e eosinófilos circulantes. 
 Podem aumentar a coagulação sanguínea, acarretando efeitos trombóticos 
(diminui a produção de anticorpos anti-plaquetas e a destruição das plaquetas). 
 
Efeitos sobre o Feto e o Lactante 
 A placenta é capaz de biotransformar extensamente vários agentes corticoides a 
metabólitos inativos. 
 Embora passem no leite, eles não acarretam problemas ao lactante se as doses 
forem pequenas e administradas longe das mamadas. 
 
Predisposição a Infecções 
 Leva a imunodepressão, o que predispõe a infecções bacterianas, virais e fúngicas 
(infecções oportunistas). 
 Mascaram manifestações clínicas de várias doenças, como a febre nas doenças 
infecciosas. 
 
 
Resumo dos Efeitos Adversos: Giba, hipertensão, adelgamento da pele, atrofia 
muscular, osteoporose, tendência a hiperglicemia, balanço nitrogenado negativo, 
aumento do apetite, suscetibilidade a infecções, aumento de gordura abdominal, catarata, 
hipertensão intracraniana benigna, fásceis de lua cheia, equimoses e estrias. 
 
 PREDNISOLONA 
 
Fármaco de escolha para efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores sistêmicos. É de 
ação intermediária. 
 
 PREDNISONA 
 
Fármaco inativo até ser convertido em prednisolona no fígado. É de ação intermediária. 
 
 METILPREDNISOLONA 
 
Fármaco usado como anti-inflamatório e imunossupressor. Faz mínima retenção de 
sódio, o que não faz aumentar tanto a pressão arterial. É de ação intermediária. 
 
 TRIANCINOLONA 
 
Usado para os mesmos tratamentos que as demais, porém mais tóxica do que as outras. 
Não faz retenção de sódio. É de ação intermediária. 
 
 DEXAMETAZONA 
 
Anti-inflamatório e imunossupressor usado especialmente em situações em que a 
retenção hídrica deve ser evitada. É de longa ação. 
 
 BETAMETAZONA 
 
Anti-inflamatório e imunossupressor usado especialmente em situações que a retenção 
hídrica necessita ser evitada. É de longa ação. 
 
DOSAGENS 
 
Doses Normais: Equivale a quantidade de cortisol secretado diariamente. Dose diária de 
cortisol de 20 a 30mg/dia. 
 
Doses Farmacológicas: Equivale a quantidade necessária para o glicocorticóide agir como 
anti-inflamatório. Dose 5mg > do que a secretada pelo organismo. 
 
Doses Imunossupressoras: Equivale a quantidade necessária de glicocorticóide para 
causar imunodepressão no sistema imunológico. Doses altas: 1-2mg/Kg/dia. Pode ser 
aplicado em dias alternados ou em pulsoterapia (doenças graves). 
 
O fracionamento de doses (3-4 vezes diária) só deve ser realizado quando o tratamento 
for de curta duração. 
O esquema de dias alternados utiliza o dobro das doses diárias e nos dias sem corticoides 
a secreção de cortisol pela adrenal se faz normalmente. Nem sempre há resposta com 
esse esquema (doenças graves hematológicas, malignas e transplante renal), mas deve ser 
tentado porque efetivamente diminui a incidência de efeitos indesejáveis e supressão do 
eixo. 
Na administração única matinal ou em dias alternados se usa corticoide de ação 
intermediária. 
A retirada dos corticoides depende do esquema de uso: quando breve, a suspensão pode 
ser abrupta. Em tratamentos mais longos essa retirada deve ser gradual e lenta, para não 
haver supressão do eixo adreno-hipotalâmico-hipofisiário. 
 
Consequências: 
 Recrudescimento da doença básica (efeito rebote). 
 Síndrome de abstinência aos efeitos euforizantes (mal-estar, febre, mialgias e 
artralgias). 
 Pseudotumor cerebral, manifesto por hipertensão intracraniana. 
 Insuficiência da adrenal, decorrente da supressão do eixo hipotálamo-hipófise-
adrenal que segue suspensão rápida. 
 Há variações individuais no tempo requerido para a recuperação funcional do 
eixo hipotálamo-hipófise-adrenal: semanas, meses ou até mesmo um ano. 
 Efeito rebote segue-se à interrupção abrupta de tratamento. 
 Tópico prolongado, manifestando-se por ressurgimento de lesões. 
 Antes da suspensão, um esquema intermitente ou substituição de agentes mais 
potentes por outros de menor atividade diminui os efeitos de retirada. 
 Pode ocorrer corticodependência (doença ressurge com determinada dose, 
necessitando retomar da dose mais alta). 
 
Uso Tópico: As diferentes propriedades farmacocinéticas de novos agentes tópicos mais 
lipofílicos aumentam a eficácia local e diminuem efeitos adversos, pois são rapidamente 
inativados após a absorção. Mesmo com uso tópico, ocorre absorção sistêmica com 
BECLOMETAZONA, TRIANCINOLONA, FLUNISOLIDA e BUDESONIDA, 
cujas biodisponibilidades variam de 34 a 49%. 
 
Não há problemas descritos do uso de corticoides durante a gestação, somente em altas 
doses pode causar uma insuficiência adrenal no feto. 
 
Usos Terapêuticos: Lúpus eritematoso sistêmico (LES), artrite reumatoide, artrite gotosa 
aguda, asma brônquica, DPOC, doença de Crohn (evitar BUDESONIDA), meningite 
bacteriana, esclerose múltiplas, dor ciática, afecções muscoesqueléticas e dermatológicas, 
osteoartrose do joelho, rinite alérgica, sinusite, afecções oculares. 
 
 
 
 
 
Antiasmáticos 
 
ASMA: Condição inflamatória crônica das vias aéreas. São episódios recorrentes de 
obstrução brônquica de reversão espontânea ou por tratamento. Manifestam-se 
clinicamente por episódios de broncoconstrição aguda, tosse, sibilância e dispnéia. 
O mecanismo de ação da asma ocorre por absorção de antígenos através das vias 
respiratórias leva a reação com a IgE, produzindo edema, hipersecreção e espasmo por 
liberação de mediadores. 
Ocorre, portanto, inflamação sendo produto de ampla interação entre células: mastócitos, 
linfócitos, eosinófilos, linfócitos T, macrófagos, neutrófilos e mediadores (histamina, 
leucotrienos e citocinas). 
 
Objetivos do Tratamento 
a) Reduzir o agravamento: Prevenir os sintomas crônicos e penosos, necessidade de 
uso infrequente (≤ dois dias/semana) de agonista β2 de ação rápida. Manter função 
pulmonar normal. Manter nível de atividade normal (incluindo exercícios, 
frequência escolar e trabalho). 
 
b) Reduzir o risco: Prevenir o agravamento recorrente da asma e prevenir a 
progressiva perda da função pulmonar. 
 
AGONISTAS β2 SELETIVOS 
 
1. Ação Intermediária: São utilizados para alívio rápido dos sintomas. São 
administrados por inalação ou oral. Tem ínicio de ação entre 5-30 minutos com 
duração de 4-6h. Ex: SALBUTAMOL, FENOTEROL, TERBUTALINA e 
METAPROTERENOL. 
 
2. Ação Prolongada: Utilizados para tratamento de asma no nível intermediário. São 
administrados por inalação ou via oral com duração de 8-12h. Ex: 
FORMOTEROL e SALMETEROL. 
 
Esses fármacos relaxam o músculo liso brônquico, inibem a liberação de mediadores dos 
mastócitos e a liberação de TNF-α dos mastócitos e também aumentam a remoção do 
muco. 
 
Efeitos Adversos: Taquicardia (β1 e β2), hiperglicemia, hipopotassemia, 
hipomagnesemia, tremores (β2), ansiedade e tolerância. 
 
ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS 
 
Bloqueiam a contração dos músculos lisos das vias aéreas e a secreção de muco mediada 
pelo vago. Tem menor eficácia broncodilatadora que os simpatomiméticos. Ex: 
IPRATROPIO, TIOTROPIO e ATROPINA. 
 
 
 
 
 IPRATROPIO 
 
O ipratropio em associação com agonistas β2 de curta duração tem indicação atual na 
abordagem de exacerbações moderadas e graves na asma. Geralmente livre de efeitos 
indesejáveis. O ipratropio é o mais utilizado, administrado na forma de aerossol de 
6h/6h. 
São menos eficazes para o tratamento da asma porque necessitam que o broncoespasmo 
seja causado por ação colinérgica. 
 
Efeitos Adversos:Xerostomia, gosto desagradável e tosse. 
 
XANTINAS ou METILXANTINAS 
 
São broncodilatadores que promovem alívio na obstrução e alívio de sintomas. Ex: 
TEOFILINA e AMINOFILINA. 
 
 TEOFILINA 
 
A TEOFILINA (mais usada) inibe a fosfodiesterase e com isso o AMPc não se converte 
a AMP e não realiza o broncoespasmo. A teofilina é bem absorvida por via oral e 
metabolizada pelo sistema P450 no fígado. Meia vida de eliminação é de 8 horas. 
Administrar em intervalos de 6-8 horas. 
 
Efeitos Adversos: Taquicardia, arritmias, náuseas e cefaleia. 
 
 AMINOFILINA 
 
A aminofilina é administrada intravenosa com intervalo de 12 horas em injeção contínua 
e lenta (30 minutos). Por ser IV pode causar taquicardia, arritmias, vômitos, hipotensão 
postural, convulsões e morte. 
 
GLICOCORTICOIDES 
 
Pode ser administrado de várias formas: 
 
a) Aerossol: BECLOMETASONA, BUDESONIDA, FLUNISOLIDA e 
FLUTICASONA. Intervalo de ação de 12 horas. 
b) Cápsula com Inalador: MOMETASONA. Intervalo de ação de 24 horas. 
c) Via Oral: PREDNISONA e PREDNISOLONA. O primeiro com intervalo de 4-
12horas e o segundo de 24 horas, todos sendo usados durante 3-10 dias. 
d) Intravenosa: METILPREDNISOLONA e HIDROCORTISONA. Ambos com 
intervalo de ação de 6 horas. 
 
Efeitos Adversos: Candidiase orofaríngea, irritação da garganta e voz rouca. 
 
Obs: FLUTICASONA, MOMETASONA e CICLOSONIDA são pouco absorvidas no 
TGI e possuem metabolismo pré-sistêmico quase completo. 
 
 
CROMOGLICATO DE SÓDIO e NEDOCROMIL 
 
Não são broncodilatadores, são anti-inflamatórios que são úteis profilaticamente. Inibem 
a asma induzida por antígenos ou exercício. 
O uso crônico reduz a reatividade brônquica e são ineficazes na reversão do 
broncoespasmo. São fármacos de curta duração e com alta segurança. Administração por 
cápsula inalatória. 
 
Mecanismo de Ação 
a) Inibem a liberação de mediadores inflamatórios (histamina). 
b) Inibem broncoconstritores a partir de mastócitos e macrófagos. 
c) Inibem a resposta tardia a alérgenos e broncoespasmo induzido pelo exercício e 
frio. 
 
Efeitos Adversos: Gosto desagradável na boca, rouquidão e tosse. 
 
ANTI-LEUCOTRIENOS 
 
São fármacos que agem combatendo a ação de leucotrienos. Ex: ZAFIRLUCASTE, 
PRANLUCASTE, ZILEUTONA e MONTELUCASTE. 
Os fármacos LUCASTES são antagonistas dos receptores de leucotrienos, já a 
ZILEUTONA é inibidora da síntese de leucotrienos. 
 
Efeitos Adversos: Cefaleia, efeitos no TGI, vasculites e alterações das enzimas hepáticas. 
 
TERAPIA ANTI-IgE 
 
 OMALIZUMAB 
 
É um fármaco biológico de um anticorpo monoclonal dirigido contra IgE. A IgE quando 
ligada ao fármaco não consegue ligar-se aos receptores presentes nos mastócitos e 
basófilos. 
 
Farmacocinética: Injeção subcutânea a cada 2 ou 4 semanas, metabolização hepática, 
meia vida de 26 dias e níveis máximos em 7 e 8 dias. 
 
Efeitos Adversos: Rubor e equimoses no local da injeção. 
 
 
 
 
 
Antirreumáticos 
 
São medicamentos utilizados principalmente na artrite reumatoide. 
 
DROGAS MODIFICADORAS DO CURSO DA DOENÇA 
 
Essas drogas melhoram os sintomas, tem início lento (meses - característica comum) e 
podem ser associadas com AINEs (ou glicocorticoides). Necessidade de terapia continua 
para manter a remissão da doença (recorrência e rebote após a interrupção da 
medicação). Retardam a evolução da doença, mas não o detêm inteiramente. 
Fármacos mais utilizados: HIDROXICLOROQUINA, SULFASSALAZINA, 
METOTREXATO e LEFLUNOMIDA. 
Pode também ser introduzidos imunossupressores na terapia contra rejeição de órgãos 
transplantados (AZATIOPRINA, CICLOSPORINA e MICOFENOLATO DE 
MOFETILA). 
 
 METOTREXATO 
 
O MTX é um agente imunomodulador cuja ação consiste na inibição da síntese de 
DNA, RNA, timidinato e proteínas e antagonista do ácido fólico. Os efeitos anti-
inflamatórios do MTX na artrite reumatoide parecem estar relacionados, pelo menos em 
parte, com a modulação do metabolismo da adenosina e com os efeitos possíveis nas vias 
do fator de necrose tumoral. 
O MTX é atualmente considerado o fármaco padrão no tratamento da AR, pois reduz 
sinais e sintomas de atividade da AR e melhora o estado funcional do paciente. Além 
disso, reduz a progressão das lesões radiográficas. 
O metotrexato tem inicio de ação mais rápida que outros DMARDs. 
Pode ser administrado via oral ou parenteral (IV ou SC). Caso não observe melhora deve 
ir aumentando a dose até chegar 20-30mg/semana. A eliminação é por via renal e cerca 
de 40 a 90% do fármaco é eliminado de forma inalterada. 
Sugerido associação com o ácido fólico na dose de 5-10mg/semana dois dias após a 
administração do metotrexato. 
 
Usos Terapêuticos: Agente antirreumatóide, antineoplásico, atividade imunossupressora 
e atividade citotóxica. 
 
Efeitos Adversos: Anemia, neutropenia, náuseas, vômitos, mucosite e elevação de 
enzimas hepáticas. 
 
Contraindicações: Insuficiência renal, hepatopatias, etilismo e supressão da medula óssea. 
Em mulheres em idade fértil que não estejam utilizando métodos anticoncepcionais. A 
gestação e a amamentação também são contraindicadas para uso do MTX. 
Deve ser usado com cautela em pacientes com pneumopatias leves e evitados em 
pacientes com comprometimento pulmonar moderado ou grave. 
 
Monitoramento: Hemograma, creatinina e enzimas hepáticas a cada 4-12 semanas. 
 
 
 LEFLUNOMIDA 
 
A LEF é um agente imunomodulador com atividade antiproliferativa que inibe a enzima 
diidroorotato desidrogenase, envolvida na síntese da pirimidina. Ela reduz a dor e a 
inflamação e retarda a progressão da lesão estrutural na artrite reumatoide. 
A LEF melhora a qualidade de vida e reduz a progressão radiográfica. Pode ser uma 
alternativa ao MTX ou pode ser uma terapia combinada. 
 
Farmacocinética: Absorvida no TGI e a biotransformação ocorre provavelmente no 
fígado e na parede gastrointestinal, transformada principalmente em M1, o metabolito 1 é 
o ativo responsável por todas as ações da medicação. Pico de concentração máxima da 
M1 é de 6–12 h e sua eliminação é renal e intestinal. 
 
Efeitos Adversos: Náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia, alteração das enzimas 
hepáticas, exantema cutâneo e hipertensão. 
 
Contraindicação: Mulheres em idade fértil que não estejam utilizando métodos 
anticoncepcionais, pacientes com insuficiência renal e hepatopatias. Sua suspensão é 
recomendada até dois anos antes de uma possível gravidez. 
 
Monitoramento: Hemograma, creatinina e enzimas hepáticas a cada 4-12 semanas. 
 
 SULFASSALAZINA 
 
A SSZ é um DMCDs que pertence ao grupo dos salicilatos e sulfamidas. É desdobrada 
pelas bactérias intestinais na sulfapiridina e no ácido 5-aminosalicílico. 
A sulfapiridina tem vários efeitos imunomoduladores, como inibição da produção de 
prostaglandinas, de diversas funções neutrofílicas e linfocitárias e da quimiotaxia, e 
mostra-se eficaz em quadros leves e iniciais de artrite reumatoide. Também é inibidor de 
enzimas folato-dependentes. 
Provoca redução da atividade da doença, atua no controle da dor e na avaliação clinica 
global. Além disso, tem interferência sobre a progressão radiográfica. 
Ação reduzida quando associada com antibiótico. 
 
Farmacocinética: Meia vida de eliminação de 5-10 horas, o metabolismo ocorre no trato 
gastrointestinal (via flora intestinal) e sua excreção é renal. 
 
Efeitos Adversos: Anemia hemolítica e neutropenia. Realizar monitoramento 
hematológico mensal. 
 
Monitoramento: Hemograma, creatinina e enzimas hepáticas a cada 8-12 semanas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 HIDROXICLOROQUINAe CLOROQUINA 
 
São fármacos classificados como antimaláricos. Usados no lúpus eritematoso sistêmico e 
na artrite reumatoide (tem relativamente poucos efeitos colaterais). 
Isoladamente não retarda a lesão articular, apenas quando associada ao MTX. Elas 
causam diminuição da quimiotaxia dos leucócitos, estabilização de enzimas lisossômicas e 
inibe a fosfolipase A2, ou seja, têm propriedades anti-inflamatórias. 
 
Efeitos Adversos: Miopatias (dose dependente), toxicidade ocular (dose dependente e 
cumulativa), náuseas, vômitos, dor epigástrica, pesadelos e hiperpigmentação cutâneo. 
 
Monitoramento: Exame oftalmológico inicial e anual após 5 anos (ou desde o principio 
se houver fatores de risco para maculopatia ou retinopatia). 
 
Obs: HIDROXICLOROQUINA pode ser usada na gestação. 
 
 SAIS DE OURO: AUROTIMALATO DE SÓDIO e 
AURANOFINA 
 
O efeito se desenvolve lentamente demorando de 3-4 meses. O mecanismo de ação é 
por inibição da indução da IL-1 e TNF-α. 
Esses fármacos são captados pelos macrófagos e suprimem a fagocitose e atividade 
lisossomal. 
 
Efeitos Adversos: Úlceras bucais, sintomas de resfriados, proteinúria, trombocitopenia, 
encefalopatia, neuropatia periférica e hepatite. São usados infrequentemente devido à 
necessidade de monitorização da mielossupressão e por ser um fármaco caro. 
 
 CICLOSPORINA 
 
Tem potente atividade imunossupressora com ação na redução de rejeição de órgãos em 
transplantes. 
 
Efeitos Adversos: NEFROTOXICIDADE (comum), hiperplasia gengival, hipertensão, 
hepatotoxicidade e hirsutismo. 
 
 MICOFENOLATO DE MOFETILA 
 
É um pró-fármaco que rapidamente se converte em seu agente ativo (ácido 
micofenólico). O mecanismo de ação é porque ele restringe e reduz a proliferação de 
linfócitos T citotóxicos e linfócitos B. 
 
Usos Clínicos: Profilaxia na rejeição de transplantes e para nefrite no lúpus eritematoso 
sistêmico. 
 
Efeitos Adversos: Efeitos gastrointestinais. 
 
 
 
 AZATIOPRINA 
 
Amplamente usada para imunossupressão, particularmente para o controle de doenças 
autoimunes (artrite reumatoide e prevenção na rejeição de transplantes). 
 
Efeitos Adversos: Náuseas, vômitos, dispepsia, diarréia, erupções cutâneas, 
hepatotoxicidade, risco de infecções, aumento dos linfonodos e depressão da medula 
óssea (leucopenia). 
 
 CICLOFOSFAMIDA 
 
É um pró-fármaco transformado no fígado em seus metabólitos ativos. É um agente 
alquilante que interfere com a síntese de DNA. Exerce um efeito significativo sobre a 
proliferação das células. 
Usado clinicamente em doenças imunes que se limita a distúrbios da imunidade 
humoral, particularmente o LES. Também causa supressão da formação de anticorpos 
contra xenotransplantes. 
 
Efeitos Adversos: São graves e disseminados. Incluem leucopenia, cardiotoxicidade, 
alopécia e risco aumentado de câncer, devido a sua mutagenicidade. O risco de câncer 
vesical é particularmente notável porque produz um metabólito carcinogênico, a 
acroleína, que se concentra na urina. 
 
 D-PENICILAMINA 
 
Fármaco análogo do aminoácido cisteína, previne a progressão da doença e reduz a 
velocidade de progressão da destruição óssea na artrite reumatoide. 
Efeito terapêutico observados em semanas, mas não alcançam o platô em vários meses. 
Eles diminuem a resposta imunológica e a geração da IL-1. 
 
Efeitos Adversos: Insuficiência renal e anemia aplásica. 
 
AGENTES ANTICITOCINAS 
 
O TNF é uma citocina pró-inflamatória que apresenta papel chave como mediadora de 
sinovite inflamatória, degradação da matriz articular e erosão óssea na artrite reumatoide. 
É um importante alvo molecular para intervenção biológica direta, para isso foram 
criados os bloqueadores dessa citocina na tentativa de diminuir os sinais e sintomas da 
doença, diminuir a progressão da lesão e melhorar a função física (tem resposta em duas 
semanas de tratamento). 
 
Reações Adversas: Infecções bacterianas graves, tuberculose (reativação da infecção 
latente), aspergilose, histoplasmose, coccidioidomicose, listeriose e pneumonia. Maioria 
são infecções oportunistas. 
 
 
 
 
 
 ETARNECEPTE 
 
É uma proteína composta por dois dímeros, sendo que um deles é extracelular, e realiza 
ligação aos TNF α e β. Via subcutânea. 
 
 ADALIMUMABE 
 
É um anticorpo monoclonal humano que se liga ao TNF humano com alta afinidade. Via 
subcutânea. 
 
 INFLIXIMABE 
 
É um anticorpo monoclonal quimérico com meia vida de 9 dias. Via intravenosa. 
 
 ANACINRA 
 
Fármaco antagonista do receptor da IL-1. Realiza redução de sinais e sintomas da artrite 
reumatoide moderada a grave. Pacientes devem ser monitorados com sinais de infecção. 
Sua administração é SC em dias alternados nos pacientes com artrite reumatoide. 
 
Efeitos Adversos: Neutropenia. 
 
Antimicrobianos 
 
O uso de antibióticos tem como objetivo tratar e prevenir infecções, atuando em 
organismos como bactérias, fungos e protozoários. Os antimicrobianos podem ser: 
antibacterianos, antifúngicos, antivirais, antiprotozoários e anti-helmínticos. 
 
ANTIBIÓTICO: São fármacos produzidos a partir de microrganismos, principalmente 
fungos. 
 
QUIMIOTERÁPICOS: São fármacos sintetizados em laboratório. 
 
Os antibióticos podem ter características BACTERICIDAS que são aqueles que têm 
potencial de matar os microrganismos, ou ações BACTERIOSTÁTICAS que são 
aqueles que inibem o crescimento, e necessita da atuação do sistema imune para eliminar 
a infecção. 
 
 
Outros termos importantes a serem discutidos é o espectro de ação desses fármacos. 
Antibióticos de AMPLO ESPECTRO (Tetraciclina) são preferidos nas infecções em que 
não se conhece o agente etiológico, e os de ESPECTRO LIMITADO (Isoniazida) são 
usados após o conhecimento do microrganismo por resultados de cultura e antibiograma. 
 
MECANISMO E LOCAIS DE AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS 
 
1. Inibem a síntese da parede celular: β_LACTÂMICOS e VANCOMICINA. 
2. Ativam enzimas que destroem a parede celular. 
3. Aumentam a permeabilidade da membrana: ISONIAZIDA e ANFOTERICINA 
B. 
4. Inibem a síntese de ácido nucleico: FLUOROQUINOLONAS e 
RIFAMPICINA. 
5. Inibem a síntese proteíca: TETRACICLINAS, AMINOGLICOSÍDEOS, 
MACROLÍDEOS, CLINDAMICINA e CLORANFENICOL. 
6. Inibidores do metabolismo: SULFONAMIDAS e TRIMETROPIM. 
 
Para a escolha de um antibiótico é necessário levar em conta a existência da infecção, a 
localização da infecção e da flora local habitual, a sensibilidade do agente infectante, a 
natureza da infecção, as característicos do agente microbiótico e a farmacologia do 
antibiótico. 
 
a) Existência de Infecção: Presença de febre (sudorese e calafrios) tosse (nova ou 
mudança no padrão de uma pré-existente), catarro (com alterações de cor, 
quantidade, sangue, cheiro), dor (ventilatório dependente, miccional, articular, 
abdominal), inflamação (sinais flogísticos) e glóbulos brancos aumentados 
(leucocitose). 
 
b) Localização da Infecção e da Flora Habitual: Conhecimentos gerais da doença 
infecciosa, os patógenos típicos de tal infecção e sintomas e sinais clássicos. Assim 
como conhecer o ambiente que está tendo a infecção (epidemia, surto, viagem, 
contato com doentes). 
 
c) Sensibilidade do Agente Infectante: Conhecer sobre a sensibilidade e/ou 
resistência de um antibiótico perante um microrganismo é de extrema 
importância. 
 
d) Natureza da Infecção: Localização (pele, pulmão), presença de corpos 
estranhos (cateteres, próteses), pH do local infectado (estômago, urina), teor de 
oxigênio no local (abscessos, intestino), perfusão sanguínea local (extremidades 
em diabéticos).e) Características do Hospedeiro: Características do paciente como idade, 
imunocompetência, uso prévio de antibióticos, doenças de base, função renal e 
função hepática. 
 
 
 
 
 
f) Farmacologia do Antibiótico 
 Vias de Administração: Oral, parenteral, tópica. 
 Absorção: Relação com as refeições e formação de quelato. 
 Distribuição: Líquor, rins e articulações. 
 Excreção: Renal e hepática. 
 Concentração inibitória mínima (menor concentração do agente capaz de 
inibir o crescimento da cultura do microrganismo), posologia e duração 
do tratamento. 
 Farmacodinâmica: Efeitos colaterais e reações alérgicas. 
 
RESISTÊNCIA BACTERIANA: Pode acontecer a resistência natural ao antibiótico 
ou resistência adquirida (por seleção -> mutação; ou por indução -> plasmídeos e 
transpossomas). A resistência pode ser revertida em alguns casos, quando o antibiótico 
tem seu uso diminuído. Abaixo estão citados alguns mecanismos de resistência 
bacteriana: 
a) Inibição enzimática. 
b) Perda da permeabilidade. 
c) Exclusão ativa do antimicrobiano. 
d) Alterações dos sítios ribossômicos. 
e) Alterações de receptores de membrana. 
f) Superprodução de enzimas alvo. 
g) Derivação de síntese enzimática. 
 
 
 
BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS: A parede celular dessas bactérias é formada de 
cápsula, proteína, ácido teicóico e polissacarídeos, peptideoglicano e membrana 
citoplasmática. 
 
BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS: Sua parede celular é formada de cápsula com 
porinas, polissacarídeos, membrana externa, peptideoglicano e membrana citoplasmática. 
Essas bactérias possuem um espaço periplásmico o que prejudica a ação de alguns 
fármacos. 
 
β_Lactâmicos 
 
Esses antibióticos tem uma gama de variedade e classificações. Os β_lactâmicos impedem 
as ligações cruzadas dos peptídeos de se ligarem a cadeias tetrapeptídicas laterais, 
portanto, eles afetam a síntese da parede celular. 
A cadeia lateral de peptídeos (formados por ácido N_acetilmurânico e 
N_acetilglicosamina) sofre ligação cruzada na etapa final da síntese do peptideoglicano, e 
é nessa junção que atuam esse grupo de fármacos, ou seja, quanto maior reações 
cruzadas, maior será a ação dos fármacos. O sítio de ligação dos β_lactâmicos não é o 
mesmo, por isso eles têm a vantagem de não haver competição entre os fármacos. 
São sempre bactericidas. 
 
Mecanismos de Resistência: Inibição pelas betalactamases, por bombas de efluxo e 
alterações das proteínas de ligação. 
 
 
 
 
PENICILINAS 
 
As penicilinas são um grupo de antibióticos formados de ácido-estável permitindo a 
administração oral, são altamente eficientes e com uma toxicidade extremamente baixa. 
São classificadas em: 
 
a) Penicilinas Naturais: BENZILPENICILINA (Penicilina G) e 
FENOXIMETILPENICILINA (Penicilina V). 
b) Espectro Estendido: AMPICILINA e AMOXICILINA. 
c) Antiestafilocócicas: DIELEXACILINA, METICILINA, NAFCILINA e 
OXACILINA. 
d) Antipseudomonas: CARBENICILINA, PIPERACILINA e TICARECILINA. 
 
Existem ainda as penicilinas resistentes à penicilinase, como a OXACILINA e a 
METICILINA, que são utilizadas para o tratamento de infecções causadas por 
Staphylococcus sensíveis. 
 
FARMACOCINÉTICA: Esses antibióticos possuem diferentes absorções, sendo a 
velocidade desse evento característica de cada fármaco, apenas com administração 
parenteral que esses fármacos se equivalem no quesito absorção. A via intramuscular é 
muito dolorosa e causa irritação local. 
São distribuídos amplamente nos líquidos corporais e tecidos. Sua excreção é renal. 
 
Obs: A PROBENICIDA bloqueia a secreção tubular renal das penicilinas e 
cefalosporinas, impedindo sua rápida excreção e, portanto, aumentando os níveis séricos 
desses fármacos, assim como os efeitos colaterais. 
 
EFEITOS ADVERSOS: Provocam reações de hipersensibilidade, diarréia e irritação 
gastrointestinal (ampicilina em 20% dos casos), superinfecções (candidiase oral e vaginal e 
colite pseudomembranosa), nefrite, neurotoxicidade (ação irritativa das penicilinas, maior 
morbidade são as convulsões) e toxicidade hematológica (nas penicilinas 
antipseudomonas). 
 
 PENICILINA G ou BENZILPENICILINA 
 
A PENICILINA G não pode ser administrada por via oral por ser inativada pelo suco 
gástrico, portanto é administrada via intramuscular. A BENZATINA forma depósitos, 
com liberação gradual e meia vida longa, com duração de mais ou menos um mês. Não 
penetra na BHE a não ser que as meninges estejam inflamadas. 
Pode ser administrada IV ou IM. 
 
MICRORGANISMOS: Estreptococos β_hemolíticos, meningococos, pneumococos 
(Streptococcus pneumoniae), Treponema pallidum, estafilococos não produtores de 
betalactamases e pouca atividade contra clostridios. 
 
DOENÇAS: Faringoamigdalites (determinadas por Streptococcus), meningite (por 
Neisseria meningitis), sífilis, tétano, leptospirose. 
1ª Escolha: Leptospirose, Neisseria meningitidis e Streptococcus pneumoniae. 
 
Também é utilizada na endocardite bacteriana causada por S. viridans e S. faecalis, 
porém associada GENTAMICINA (aminoglicosídeo). Usada para evitar a recorrência de 
febre reumática. 
 
 
 
 PENICILINA V ou FENOXIMETILPENICILINA 
 
Possui o espectro similar ao da PENICILINA G, porém com necessidade de 
administração por quatro vezes diárias, devido a sua baixa biodisponibilidade. Está sendo 
substituída pelas aminopenicilinas. 
É segura na gestação (risco B) e lactação. Mais resistente ao ácido gástrico podendo ser 
utilizada por via oral. 
 
DOENÇAS: Faringoamigdalites não graves. 
 
 AMOXICILINA e AMPICILINA 
 
São classificadas como penicilinas de espectro estendido do grupo das aminopenicilinas. 
Seu espectro é similar a benzilpenicilina, mas são mais eficazes em bactérias Gram-
negativas (Escherichia, Proteus e Haemophilus). São seguros na gestação (Risco B) e 
lactação. 
A AMOXICILINA tem melhor absorção oral, níveis sanguíneos mais elevados quando 
comparada com a AMPICILINA, além de menores distúrbios do TGI. A 
AMPICILINA sofre menor absorção quando administrada com a alimentação, podendo 
causar diarréia. 
 
Doses: Amoxicilina: 250 a 500mg 3xdia / Ampicilina: 250 a 500mg 4xdia. 
 
MICRORGANISMOS: Droga de escolha para Enterococos, com associação de 
aminoglicosídeos em infecções graves. 
 
 
 
 OXACILINA, METICILINA, CLOXACILINA e 
DICLOXACILINA 
 
São penicilinas antiestafilocócicas, por não permitirem a inativação da ação pelas 
betalactamases desses microrganismos. Se uma cepa for resistente a OXACILINA 
confere resistência a todos os β_lactâmicos disponíveis no momento. São fármacos de 
risco B na gestação e lactação. 
Esse grupo de antibióticos tem interação com a alimentação, sendo, portanto, 
administradas 1 hora antes ou depois da refeição. 
 
A METICILINA é a droga de escolha para infecções graves por Staphylococcus 
sensíveis. 
 
 CARBENICILINA,TICARCILINA e PIPERACILINA 
 
São penicilinas antipseudomonas, com atividade aumentada contra Gram-negativas, 
incluindo Pseudomonas aeruginosa causadora de endocardite, foliculite, doenças 
pulmonares, infecções oculares e auriculares, assim como em anaeróbios. Para combater 
esse bastonete Gram-negativo (Pseudomonas) é necessário associação com 
aminoglicosídeos. 
 
A PIPERACICLINA pode ser associada ao TAZOBACTAN para infecções graves por 
bactérias sensíveis gram-negativas, como sepse e pielonefrite. Doses: 2,25 a 4,5g em 
intervalos de 6 a 8 horas. Risco B na gestação. Pode causar diarréia e candidíase em 
crianças. 
São todas administradas IV. 
 
 
 
 CLAVULANATO, SULBACTAM e TAZOBACTAM 
 
São antibióticos que funcionam como substratos para as betalactamases, não tendoação 
alguma sozinhos. Eles tornam a AMPICILINA e AMOXICILINA ativas contra 
anaeróbios em geral. Eles se ligam irreversivelmente e inativam as betalactamases 
bacterianas sensíveis, permitindo que o fármaco associado interrompa a síntese da parede 
celular bacteriana. 
 
MICRORGANISMOS: H. influenzae, E. coli, Klebsiella sp., e outras bactérias Gram-
negativas. 
 
CEFALOSPORINAS 
 
Desde a sua introdução em 1960 tem sido amplamente utilizadas, tem o mesmo 
mecanismo de ação das penicilinas e são afetadas pelos mesmos mecanismos de 
resistência. São mais resistentes do que as penicilinas as ß-lactamases e possuem um 
espectro mais amplo e dispõem de melhores propriedades farmacocinéticas: como meia 
vida mais longa, por exemplo. 
Um problema do uso das cefalosporinas é que muitas bactérias Gram-negativas 
desenvolveram rapidamente resistência ao uso desses fármacos. 
 
Obs: Pacientes que apresentam resposta anafilática a penicilinas não devem receber 
cefalosporinas (por causa da sensibilidade cruzada). 
 
EFEITOS ADVERSOS: Flebite e tromboflebite, diarréia, náuseas, vômitos, anorexia, 
hemorragias, pseudolitíase biliar (Ceftriaxona), nefrotoxicidade, hepatotoxicidade, 
neurotoxicidade e reações do tipo dissulfiram (associação com álcool, não podendo ser 
ingerida concomitantemente). 
 
 
 
 CEFALOSPORINAS DE 1ª GERAÇÃO: CEFALOTINA, 
CEFAZOLINA e CEFALEXINA 
 
Esses antibióticos atuam como substitutas a benzilpencilina. São ativas contra cocos 
Gram-positivos, alem de apresentar atividade contra Proteus mirabilis, E. coli, e K. 
pneumoniae. 
Não podem ser usadas em meningites, pois não penetram a BHE e não tem atividade 
anaerobicida. Podem ser utilizadas como alternativa a pacientes alérgicos a penicilinas. 
Risco B na gestação. 
 
 
 
 CEFALOSPORINAS DE 2ª GERAÇÃO: CEFOXITINA, 
CEFAMANDOL, CEFUROXIMA e CEFACLOR 
 
O uso clínico principal é nas infecções respiratórias e é primeira escolha para otite média 
aguda. Apresentam maior atividade contra Gram-negativos adicionais (H. influenzae, 
Enterobacter aerogenes e algumas espécies de Neisseria). Não tem ação anaerobicida 
(com exceção da CEFOXITINA que é eficaz contra o B. fragilis, porém tem fraca 
atividade contra o H. influenzae). 
Tem boa infiltração no líquido cefalorraquidiano. 
 
 CEFALOSPORINAS DE 3ª GERAÇÃO: CEFOTAXINA, 
CEFTRIAXONA, CEFTAZIDIMA e CEFOPERAZONA 
 
São drogas com melhor espectro para Gram-negativas, de escolha no tratamento de 
meningites bacterianas e eficazes no tratamento de peritonites (Cefotaxina e Ceftriaxona), 
além de serem ativas contra Pseudomonas sp. (Ceftazidima e Cefoperazona). 
 
CEFTRIAXONA: Meia vida longa, uso parenteral e reservada para infecções mais graves 
por causa da resistência. 
 
 CEFALOSPORINAS DE 4ª GERAÇÃO: CEFEPIMA 
 
Antibiótico com amplo espectro antibacteriano. Penetra no SNC. Tem administração IV 
ou IM. 
 
MICRORGANISMOS: Gram-Positivos: S. pneumoniae, S. aureus sensíveis a meticilina, 
H. influenzae, Neisseria. Gram-Negativos Aeróbios: E. coli, K. pneumoniae, P. mirabilis 
e P. aeruginosa. 
 
CARBAPENÊMICOS 
 
São antibióticos ß-lactâmicos sintéticos de estrutura relacionada às penicilinas. São os de 
maior espectro atualmente disponíveis, pegando inclusive anaeróbios. Resiste à hidrólise 
pela maioria das betalactamases. 
São todos de administração intravenosa. 
 
Obs: ERTAPENEM não é ativo contra Pseudomonas. 
 
 IMIPENEM 
 
Utilizado associado à CILASTINA para proteger da biotransformação pela 
desidropeptidases renais, que forma um metabólito inativo e nefrotóxico. Penetra bem 
em todos os tecidos e líquidos corporais, inclusive no líquor. Pode ser utilizado em ITU 
graves, pneumonias hospitalares graves, pneumonias associadas a ventilação mecânica e 
infecções intra-abdominais. Tem dificuldade de ligação nas proteínas da parede celular 
das bactérias, por isso é administrado intravenoso, para realizar uma ação mais rápida 
contra as bactérias. 
 
Dose: 2-4g a cada 6-8 horas, com meia vida de 1 hora e administrado via intravenosa. 
 
Efeitos Adversos: É seguro (raramente é necessário interromper o tratamento por 
complicações do seu uso). Pode causar convulsões, náuseas, vômitos, diarréia e flebites. 
Risco C na gestação. Penetra no SNC. 
 
 
 
 MEROPENEM 
 
Espectro maior que o do IMIPENEM, tendo dois diferenciais: menor potencial para 
desencadeamento de crises convulsivas e uso restrito para infecções do sistema nervoso 
central. Não é biotransformado pelas peptidases renais. 
 
Dose: 2-4g, de 6-8h, com meia vida de 1 hora e administração IV. 
 
Efeitos Adversos: Riscos menores do que encontrados no IMIPENEM, sendo risco B na 
gestação. 
 
MONOBACTÂMICOS 
 
São fármacos de espectro restrito, não sendo muito empregados. 
 
 AZTREONAM 
 
Utilizados contra bastonetes Gram-negativos aeróbios incluindo P. aeruginosa. Não 
apresenta atividade contra Gram-positivos aeróbios. Utilizado em infecções de vias 
urinárias e intra-abdominais. 
É resistente a ação de betalactamases e tem escassa reatividade cruzada com os outros 
β_lactâmicos. 
Utilização limitada por espectro restrito e rápido desenvolvimento de resistência, exclui 
uso sozinho em tratamento empírico. 
 
Farmacocinética: 2-4g, de 6-8 horas, com meia vida de 3h, IV ou IM. Excretado na urina 
e se acumula na insuficiência renal. Não é relativamente tóxico e pode causar flebite com 
testes de função hepática anormal, porque altera as transaminases. 
 
Glicopeptídeos 
 
São antibióticos que inibem a síntese da parede celular bacteriana, alteram a 
permeabilidade da membrana plasmática, inibem a síntese de DNA e RNA. Tem ação 
bactericida com baixo desenvolvimento de resistência. 
A vancomicina é o protótipo obtido em 1956. 
A inibição da parede celular ocorre pela interrupção da síntese de peptideoglicanos da 
parede celular de Gram-positivos em crescimento. 
 
 VANCOMICINA 
 
A vancomicina interage com a terminação D-alanina/D-alanina das cadeias 
pentapeptídicas laterais impedindo a glicosiltransferase, que interferem na formação das 
pontes entre as cadeias de peptideoglicanos. Alguns são resistentes, pois a terminação das 
cadeias pentapeptídicas é D-alanina/D-lactato ou serina, o que não deixa a vancomicina 
se ligar. 
Pela sua alta eficácia tiveram uso em Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus 
aureus meticilina resistente (MRSA). São indicados em casos de sepse ou endocardites 
causadas por MRSA. É inativa contra bactérias Gram-negativas, porque a molécula é 
muito grande para atravessar os poros da membrana externa e alcançar o peptideoglicano 
que é o seu sítio alvo. São fármacos de segunda escolha contra Clostridium. 
Ocorreram alguns casos de cepas de Enterococos que criaram resistência à vancomicina. 
 
Farmacocinética: Meia vida de 5 a 11 horas, sua depuração é renal. Não penetra na 
BHE, porém com as meninges inflamadas conseguem. É usado por via oral apenas no 
tratamento de enterocolite, o restante é por IV. 
 
Efeitos Adversos: SÍNDROME DO HOMEM VERMELHO: Febre, calafrios e flebite 
no sítio de infusão, dor e espasmos musculares em dorso e tórax, nefrotoxicidade (rara) e 
ototoxicidade (incomum) ocorrendo apenas em altas doses ou em associação com 
aminoglicosídeos, problemas hematológicos se uso prolongado (trombocitopenia, 
neutropenia e eosinofilia reversíveis). 
 
 
 
 TEICOPLAMINA 
 
Semelhante à vancomicina no seu mecanismo de ação e espectro antibacteriano. É uma 
alternativa para pacientes com infecções por MRSA. 
 
Farmacocinética: Meia vida de 40-70 horas, aplicado 1xdia, IV ou IM. Não apresenta 
absorção oral adequada. A dosede ataque é de 6mg/Kg, seguida de 3mg/Kg. Tem boa 
penetração tecidual e com depuração renal. Administrada via intravenosa e 
intramuscular. 
 
Macrolídeos 
 
São antibióticos que agem inibindo a síntese proteíca. Os macrolídeos se ligam à 
subunidade 50S, inibindo, assim, a translocação do ribossomo. 
São tanto bacteriostáticos ou bactericidas em altas concentrações. 
 
Mecanismo de Resistência: Baixa permeabilidade em germes Gram-negativos, aumento 
do efluxo do fármaco, modificação do sítio de ligação com ribossomo e inativação por 
clivagem enzimática. 
 
Atividade Antimicrobiana 
 Cocos Aeróbios Gram (+). 
 Bacilos Aeróbios Gram (-): H. ducreyi, V. Cholerae, Bordetella pertussis, 
Legionella pneumophila, Campilobacter jejuni, Clamydia sp., Treponema 
pallidum, M. pneumoniae. 
 Tem menor atividade contra H. influenzae, Enterobacteriáceas e Bacteróides 
fragilis. 
 
 
 
Farmacocinética: Absorção oral, meia vida curta (exceção: AZITROMICINA com meia 
vida maior que 40 horas). Apenas a ERITROMICINA não necessita conversão para 
metabólito ativo. Elas não penetram no SNC e são administrados por via oral ou 
intravenosa. Os metabólitos da AZITROMICINA e da ERITROMICINA são 
encontrados na bile. 
 
Efeitos Adversos: Distúrbios gastrointestinais, icterícia e ototoxicidade. 
 
PRIMEIRA ESCOLHA 
 Infecções por L. pneumophila. 
 Pneumonia por M. pneumoniae. 
 Difteria. 
 Gastroenterite por Campylobacter sp. 
 Infecções por Chlamydia trachomatis em crianças e gestantes. 
 Profilaxia de cirurgias de cólon (com NEOMICINA). 
 Coqueluche. 
 Cancróide e uretrite por U. urealyticum. 
 
Ainda são recomendadas como primeira linha em pneumonias comunitárias. Em 
infecções por Chlamydia é usada quando há contraindicação para tetraciclinas. 
Os macrolídeos não modificam o curso da coqueluche (sintomas causados por toxinas), 
mas diminuem a infecciosidade dos portadores. 
No Mycoplasma pneumoniae se utiliza ERITROMICINA, já que as penicilinas não 
atuam neles porque eles não têm paredes. 
 
ESCOLHA COMO ALTERNATIVA 
 Infecções cutâneas leves por Staphylococos aureus. 
 Profilaxia de endocardite bacteriana, faringites, sinusites, otites e febre reumática 
em pacientes alérgicos a penicilinas por infecção com Streptococcus pneumoniae. 
 Sífilis primária, linfogranuloma venéreo e uretrite por Chlamydia. 
 
 ERITROMICINA 
 
É o protótipo do grupo, espectro relativamente extenso, porém com pouca atividade 
contra H. influenzae, Enterobacteriáceas e Bacteroides fragilis. É o fármaco de escolha 
para infecções urogenitais decorrentes de Clamydia durante a gestação. 
 
 AZITROMICINA 
 
Comparativamente maior atividade contra Gram-negativos e menor contra Gram-
positivos. Muito mais ativo contra infecções respiratórias por H. influenzae e Moraxella 
catarrhalis. Preferida no tratamento por Chlamydia trachomatis. 
 
 CLARITROMICINA 
 
Atividade similar a eritromicina, sendo mais ativa contra Clamydia, Legionella, Moraxella 
e H. pylori. Sua maior utilização é para erradicação da bactéria intestinal. 
A associação CLARITROMICINA e AMOXICILINA mostrou-se eficaz, pois a 
resistência primária é infrequente, os efeitos adversos são mais aceitáveis em comparação 
a outras associações e a duração do tratamento é menor. 
 
Tetraciclinas 
 
São antimicrobianos de amplo espectro. As tetraciclinas se ligam à subunidade 
ribossomal 30S, impedindo, assim, a ligação aminoacil-RNAt ao ribossomo, tendo ação 
bacteriostática. Pode ser usada associada ao cloranfenicol porque não competem pelo 
mesmo sítio de ação. 
A resistência às tetraciclinas pode ocorrer pela diminuição da penetração do antibiótico 
para o interior da célula, pelo efluxo ativo do antibiótico para fora da célula, por alteração 
de sítio-alvo no ribossomo ou por modificação enzimática do antibiótico. 
São elas: TETRACICLINA, DOXICICLINA e MINOCICLINA. 
 
Farmacocinética: São administrados por via oral ou intravenosa (Doxiciclina), com bom 
intervalo de ação (com exceção da Tetraciclina 6 horas). Excreção é hepática ou renal 
(Tetraciclina). Apenas a Minociclina assegura concentrações terapêuticas no LCR. 
O metabólito da Doxaciclina é biotransformado pela bile. Formam quelatos quando são 
administrados concomitantemente com alimentos lácteos. 
 
 
 
Efeitos Adversos: Distúrbios do TGI, toxicidade hepática, toxicidade renal, 
fotossensibilização, reações vestibulares, tontura, vertigem, toxicidade tissular local. A via 
intravenosa pode causar trombose venosa e a intramuscular é muito dolorosa e deve ser 
evitada. 
Estrutura óssea e dentes: As tetraciclinas podem produzir coloração permanente 
(amarelo, cinza, marrom) dos dentes e hipoplasia do esmalte, além de diminuição do 
índice de crescimento linear ósseo em lactentes prematuros, razão pela qual não é 
recomendável o uso em lactentes e crianças menores de oito anos. 
 
Contraindicações: Não usar na gestação porque tem risco D, por causar retardo no 
desenvolvimento ósseo do feto e risco de hepatotoxicidade. Não usar em crianças 
menores de oito anos, porque causam retardo ósseo em crianças e prematuro, além de 
descoloração dos dentes em formação. 
 
PRIMEIRA ESCOLHA 
 Infecções do trato genitourinário causadas por Chlamydia trachomatis (uretrite, 
tracoma e linfogranuloma venéreo). 
 Granuloma inguinal (Calymotobacterium granulomatis). 
 Cólera. 
 Infecções por Rickettsia. 
 Brucelose (com estreptomicina). 
 
 
 
 
ESCOLHAS ALTERNATIVAS 
 Gonorreia. 
 Sífilis. 
 DPOC. 
 Pneumonia por M. pneumoniae. 
 Acne grave. 
 Leptospirose. 
 
Glicilciclinas 
 
São inibidoras da síntese proteíca assim como as tetraciclinas. O mecanismo de ação é 
bacteriostático, ligando reversivelmente à subunidade 30S. 
 
 TIGECICLINA 
 
É o primeiro agente disponível dessa classe, derivada da minociclina tem sua estrutura 
semelhante a das tetraciclinas. Tem amplo espectro contra patógenos multirresistentes. 
Ação bacteriostática ligando reversivelmente na subunidade 30S. 
Tem espectro expandido incluindo, Streptococcus pneumoniae, Enterococcus 
vancomicina resistente, Gram-negativas produtoras de betalactamases e anaeróbios. 
 
Farmacocinética: Infusão IV por 30-60 minutos a cada 12 horas. É extensamente 
distribuída no plasma e tecidos corporais. Sua excreção é biliar e fecal e não requer ajuste 
de dose em paciente com insuficiência renal, porém necessário em portadores de 
disfunção hepática. 
 
Efeitos Adversos: Antibiótico bem tolerado podendo causar náuseas, vômitos, 
fotossensibilidade, coloração nos dentes. 
 
Contraindicação: Gestante. 
 
Cloranfenicol 
 
Antibiótico de amplo espectro e muito lipossolúvel. No Brasil, o cloranfenicol apresenta 
mais de 30 diferentes preparações para usos sistêmicos e tópicos. Age em Gram-positivos 
(não apresentando cobertura sobre Pseudomonas aeruginosa), anaeróbios e ótima 
atividade contra Rickettsia sp e Mycoplasma sp.. 
Os microrganismos adquirem resistência por redução da permeabilidade celular, 
mutação ribossomal e acetilação do cloranfenicol pela acetiltransferase. 
 
Mecanismo de Ação: O cloranfenicol inibe a peptidiltranferase. Níveis elevados também 
inibem a síntese de proteínas mitocondrial, atua na região 50S. Ele é bactericida ou 
bacteriostático dependendo da dose e da cepa. 
 
 
 
Farmacocinética: Administração IV ou oral, não sendo recomendado por IM já que ele 
não é completamente degradado. Doses de 2 a 4g fracionada 4xdia, com meia vida de 1,6 
a 3 horas. São eliminados em produtos inativos na urina e produtos ativos na bile e fezes, 
tendo metabolização hepática. 
Não necessitaajuste de dose em insuficiência renal, se acumula em insuficiência hepática 
ou imaturidade desse órgão (recém-nascidos). 
 
Obs: O cloranfenicol realiza inibição do sistema citocromo P450, aumentando 
quantidades séricas de clorpropamida, fenitoína, tolbutamida e varfarina. 
 
Indicações: Meningite bacteriana especialmente útil em epidemias (H. influenzae, S. 
pneumoniae e N. meningitidis), infecções por Rickettsia sp., febre tifoide (Salmonella 
typhi com taxa de resistência de 80% -> difícil utilização), infecções por anaeróbios (tem 
grande cobertura anaerobicida), infecções por Yersinia pestis e conjuntivite bacteriana. 
 
Efeitos Adversos: Mais comuns são náusea, vômitos, diarreia, gosto desagradável e 
supressão medular. Os mais raros são aplasia de medula que independe da dose, 
síndrome cinzenta em recém-nascido, neurite óptica. 
 
Síndrome Cinzenta no Recém-Nascido: Se caracteriza por cianose, distensão abdominal, 
vômitos, diarréia, hipotonia, hipotermia e colapso circulatório agudo. Metade dos casos 
evolui para óbito. 
 
Obs: Não pode associar cloranfenicol com macrolídeo e glindamicina porque eles 
competem pelo sítio de ligação. 
 
Quinolonas 
 
São antibióticos que bloqueiam a síntese do DNA bacteriano, inibindo a topoisomerase 
II (DNA girase) e a topoisomerase IV (que interfere na separação do DNA 
cromossômico), além de impedir o relaxamento do DNA superespiralado positivo. 
Todas estas ações dão as quinolonas um efeito bactericida. 
A resistência a esse grupo se desenvolve por mutação: através de diminuição da afinidade 
das girases ou por diminuição da permeabilidade do fármaco. É bem comum a formação 
de resistência contra as quinolonas. 
Possuem baixa característica alérgica comparada as sulfas. 
 
FARMACOCINÉTICA: São antibióticos com boa disponibilidade oral, alcançando 
níveis séricos adequados em infecções sistêmicas (com exceção da norfloxacina e das 
quinolonas não fluoradas). Penetram bem em tecidos e fluídos corporais, e suas 
concentrações são superiores que as plasmáticas na urina, rim, pulmão, fezes, bile, tecido 
prostático, ossos, pele e tecidos moles. Sua eliminação é renal ou hepática. 
 
Efeito Pós-Antibiótico: Após o fim da administração o efeito perdura por horas ou dias, 
apesar disso deve se respeitar o tempo de tratamento, pois esse efeito não pode ser 
medido e varia entre as pessoas. 
 
 
 
USOS CLÍNICOS 
 INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS: Tratamento de pneumonias da comunidade 
causadas por Streptococcus pneumoniae. As fluorquinolonas são recomendadas 
no tratamento empírico, pois a taxa de resistência a elas é inferior a 3%. 
Usar: LEVOFLOXACINA, GEMIFLOXACINA e MOXIFLOXACINA de 
750mg/dia. 
 
 INFECÇÕES URINÁRIAS: Tratamento de ITU causada por Escherichia coli 
(80% das ITU). Para essa patologia o medicamento de escolha é o 
sulfametoxazol-trimetoprim, porém se a resistência exceder a 20%, utilizar 
quinolonas por sua comodidade posológica. 
 
 DST: Atividade contra Neisseria gonorrhoeae, Clamydia trachomatis e H. ducrey, 
mas sempre são escolhas alternativas. 
 
EFEITOS COLATERAIS: Gastrointestinais (anorexia, vômitos, diarréia e dor 
abdominal), no SNC (inquietação, cefaleia, sonolência e tonturas), nefrotoxicidade, 
reações hematológicas, reações de hipersensibilidade e fotossensibilidade, e mais 
raramente, convulsões, psicoses e tendinites (quando ocorre geralmente é no tendão 
de Aquiles). 
No sistema cardiovascular pode causar taquicardia e hipotensão. A 
MOXIFLOXACINA e a GATIFLOXACINA aumentam o intervalo QT, podendo 
causar arritmias. 
 
QUINOLONAS EM CRIANÇAS: O uso de quinolonas se limita a pacientes com 
fibrose cística e febre tifoide em locais de alta prevalência de resistência de S. typhi. 
Há risco controverso de efeitos adversos relacionados as cartilagens. Portanto, 
recomenda-se restrição de uso, a não ser que não haja opção de tratamento em 
infecções graves. 
 
ESPECTRO E AS GERAÇÕES 
 
 
 
 1ª GERAÇÃO: ÁCIDO NALIDÍXICO, ÁCIDO 
PIPEMÍDICO, ÁCIDO OXOLÍNICO, CINOXACINA e 
ROSAXACINA 
 
Não possuem atividade contra bactérias Gram-positivas, tem ação sobre enterobactérias e 
não atingem concentrações adequadas no sangue e tecidos. 
Uso restrito ao trato urinário, em ITU não complicada, assim como em gastroenterites 
não complicadas. 
O ÁCIDO NALIDÍXICO e o ÁCIDO PIPEMÍDICO são quinolonas não fluoradas. 
 
 2ª GERAÇÃO: NORFLOXACINA, CIPROFLOXACINA, 
OFLOXACINA e PEFLOXACINA 
 
Tem atividade contra Gram-negativos, Gram-positivos e atípicos (Mycoplasma 
pneumoniae e Chlamydia). 
 
A NORFLOXACINA tem um espectro limitado, tendo pouca atividade em Gram-
positivas. Tem uma boa concentração na urina e fezes, sendo restrita a sua atividade dos 
sistemas urinários e intestinais. 
Dose: VO, 400mg de 12h/12h. 
 
A CIPROFLOXACINA possui um espectro mais amplo, tendo uma maior ação contra 
as bactérias Gram-negativas, comparada com a pequena atividade em Gram-positivas. É 
utilizada em tratamentos sistêmicos. 
Dose: VO ou IV, 400mg de 12h/12h ou 8h/8h. 
 
 3ª GERAÇÃO: LEVOFLOXACINA 
 
Possuem uma maior atividade contra Gram-positivos e anaeróbios, porém uma menor 
atividade em Gram-negativas. 
Dose: VO ou IV, 250mg-750mg, de 24h/24h ou de 12h/12h. 
 
 4ª GERAÇÃO: GATIFLOXACINA e 
MOXIFLOXACINA 
 
São quinolonas mais fortes e com maior espectro, podendo atingir bactérias atípicas e 
serem usadas no tratamento contra a tuberculose. 
 
 
 
 
 
Sulfonamidas 
 
São fármacos descobertos pela sua atividade antiestreptocócica e seu uso indiscriminado 
desses agentes gerou resistência bacteriana. Quando descoberto o TRIMETOPRIM ele 
foi associado às sulfas, o que aumentou a eficácia e ampliação do espectro 
antimicrobiano. 
 
MECANISMO DE AÇÃO: Agem na enzima di-hidropteroato-sintetase, com ação 
bacteriostática. A resistência ocorre por uma superprodução de PABA ou por 
modificações estruturais da enzima de ação. 
 
ESPECTRO DE AÇÃO: Atuam em Gram-positivos e Gram-negativos. 
 E. coli: Causadora de infecções adquiridas na comunidade, especialmente 
urinários. 
 Sensíveis a Neisseria menigitidis, Clamydia, Toxoplasma e algumas espécies de 
Nocardia e Actinomyces. 
 Mostram atividade contra Streptococcus pyogenes, com alternativa a pacientes 
alérgicos a penicilina e profilaxia de febre reumática. 
 
FARMACOCINÉTICA: As sulfas de ação curta devem ser administradas a cada 4/6 
horas de intervalo. As sulfas de ação intermediária tem intervalo de 12 horas. A 
SULFADOXINA tem administração semanal. 
Devem sofrer reajustes de esquema em pacientes com depuração de creatinina endógena 
inferior a 50mL/min, a insuficiência hepática não requer ajuste de dosagem. 
 
EFEITOS ADVERSOS: Cristalúria, hipersensibilidade, anemia hemolítica e icterícia 
nuclear. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
a) Não Absorvíveis: Tem ação limitada na luz intestinal, usada em casos leves à 
moderada de colite ulcerativa aguda, enterite regional e doença inflamatória 
pélvica: SULFASSALAZINA 
 
b) Tópicas: SULFACETAMIDA, MAFENIDA e SULFADIAZINA DE PRATA 
 
c) Absorvíveis: Utilizadas em nocardiose associada a penicilinas, eritromicina ou 
estreptomicina. 
1. De absorção e excreção rápida: SULFIZOXAZOL e SULFADIAZINA 
(Usada na toxoplasmose associada a PIRETAMINA) 
2. De absorção e excreção intermediária: SULFAMETOXAZOL 
3. De absorção rápida e excreção lenta: SULFADOXINA (Usada na profilaxia 
da malária de forma associada com a PIRETAMINA). 
 
 
 
 
 
 COTRIMOXAZOL: SULFAMETOXAZOL + 
TRIMETOPRIMA 
 
O trimetoprim é um antifolato que potencializa a ação antimicrobiana da sulfa, 
ampliando o espectro e diminuindo a resistênciaadquirida, ou seja, tem uma maior 
eficácia clínica. A composição do antibiótico é 5/1 (5 de sulfa + 1 de trimetoprim -> 
400mg / 80mg). 
Sua ação é bactericida por inibição sequencial da rota de síntese do ácido fólico. 
 
 
 
FARMACOCINÉTICA: O fármaco atravessa a BHE muito lentamente, administrado 
IV e o fármaco inalterado e metabólitos aparecem na urina. A metabolização é hepática, 
excreção é renal e absorção é intestinal. É necessário reajustar o esquema de dose na 
insuficiência renal. O trimetoprim tem pico de 1 hora, enquanto a sulfametoxazol tem 
pico de 4 horas se utilizados oral, quando forem administrado IV as concentrações são 
similares para os dois. 
Atinge altas concentrações na saliva, leite materno, tecido prostático, líquido seminal, 
tecido pulmonar, bile e liquor. 
 
Dose Comum: 400mg + 80mg de 12h/12h. 
 
EFEITOS ADVERSOS: Urticária, náuseas, Kernicterus, deficiência de ácido fólico, 
cristalúria em altas doses nos pacientes com insuficiência renal, colite 
pseudomembranosa, hipersensibilidade e toxicidade hematológica. 
 
 
 
 
 
 
 
INDICAÇÕES 
1. Infecções Genitourinárias: Indica-se em quase todas as formas de ITU aguda não 
complicada, em infecção urinária recorrente, pielonefrite não complicada e 
síndrome uretral, em adultos ou crianças. 
Em gestantes não é indicado especialmente no ínicio e no final da gestação. Para 
tratamento de infecção urinária recorrente, mais que três episódios anuais, 
administram-se COTRIMOXAZOL contínuo em um período de seis meses. 
Pode ser realizada com trimetoprim isolado (100mg à noite), nitrofurantoína (50-
100mg à noite) ou cotrimoxazol (40 a 200mg a noite). 
 
2. Infecções Intestinais: Não deve ser utilizado no tratamento, além do que é muito 
questionável o tratamento de diarréia por Salmonella. 
 
3. Infecções Respiratórias: Eficaz em bronquite aguda, sinusite e pneumonias 
causadas por germes sensíveis, assim como na exacerbação da bronquite crônica. 
É a primeira escolha em infecções causadas por H. influenzae, M. catarralis e K. 
pneumoniae. 
 
4. Infecções de Ouvido Médio: Utilizado com alternativa viável a cepas resistentes a 
ampicilina ou pacientes alérgicos na otite média aguda. 
 
Antissépticos Urinários 
 
São usualmente denominados antissépticos urinários por serem alternativas de 
tratamento em ITU agudas não complicada e terapia supressiva de infecções urinárias 
recorrentes. Não podem ser usados em infecções sistêmicas por não atingirem níveis 
plasmáticos eficazes em doses seguras. 
São antibióticos com estruturas químicas diferentes, porém com características comuns, 
como altos níveis urinários, em contraposição com os séricos. A eliminação renal é 
preponderantemente forma ativa, têm baixa resistência induzida (mesmo em uso 
prolongado). Administrado por via oral. 
 
 ÁCIDO NALIDÍXICO, ÁCIDO PIPEMÍDICO e ÁCIDO 
OXOLÍNICO 
 
São antibióticos que pertencem à classe das quinolonas e que alcançam níveis séricos 
eficazes por VO. São utilizados no tratamento de ITU agudas não complicada. 
 
Efeitos Adversos: Manifestações digestivas, alterações neurológicas (visuais, confusão 
mental, alucinação, vertigem, cefaleia, insônia) e manifestações alérgicas. 
 
 NITROFURANTOÍNA 
 
É eficaz contra E. coli, Salmonella, Shigella, Enterococcus faecalis, Staphylococcus 
saprophyticus. As bactérias Pseudomonas e Proteus são resistentes. 
Para ter atuação, a nitrofurantoína necessita acidificação urinária. 
 
Mecanismo de Ação: Redução enzimática dentro da célula bacteriana. 
 
Indicações 
 Infecção urinária aguda não complicada, em dose oral (100 mg), a cada 6 horas 
por 3 a 5 dias. 
 Infecção urinária recorrente para suprimir as recidivas, 50 mg à noite, por 6 
meses. 
 Na profilaxia pós-coital, em gestantes com infecção urinária, em dose única de 
100mg após o intercurso sexual. 
 Não se recomenda em pielonefrite aguda porque não atinge concentrações altas 
no parênquima renal. 
 Na bacteriúria assintomática da gravidez é o antibiótico de escolha. 
 
Efeitos Adversos: Fibrose pulmonar, febre, erupções cutâneas, hepatotoxicidade, 
intolerância gastrointestinal, anemia e neuropatia periférica. 
Não pode ser usada em insuficiência renal, insuficiência hepática e próxima ao término 
da gestação. Durante a administração crônica é necessário monitorizar a presença de 
toxicidade pulmonar, hepática e neurológica. 
 
 TRIMETOPRIMA 
 
Fármaco antifolato ativo contra Escherichia coli, Proteus mirabillis e Klebsiella, mas não 
tem ação contra Pseudomonas. 
É preconizado para tratamento de infecções urinárias agudas não complicadas, com 
esquema de dosagem de 100 mg 12h/12h durante sete dias. Pode também ser utilizado 
como profilaxia para infecção urinária recorrente em dose de 50 mg à noite por seis 
meses. 
 
Vantagens sobre as sulfas: Podem ser utilizado em pacientes alérgicos a sulfas, pode ser 
combinado com outros agentes bacterianos (quinolonas) e pode sofrer ajuste de doses 
diferentes das concentrações fixas. 
 
Efeitos Adversos: Reações alérgicas cutâneas e manifestações digestivas, pancitopenia e 
anemia megaloblástica em tratamentos prolongados. 
 
 METENAMINA 
 
Antibiótico que necessita decompor-se em formaldeído no pH 5,5 para ter sua ação 
plena. É usado por via oral com eliminação na urina. 
Sua metabolização produz amônio na bexiga, que quando chega ao fígado o amônio é 
metabolizado na uréia. 
 
Efeitos Adversos: Alterações no trato gastrointestinal, hematúria e urticária. É 
contraindicado em pacientes com insuficiência hepática. 
 
 
 
Metronidazol 
 
Antibiótico bactericida que se degrada por ação da nitroredutases gerando produtos 
tóxicos que causam a ruptura da dupla hélice, provocando interrupção na síntese de 
DNA. 
 
Espectro de Ação: Anaeróbios (Bacteroides fragilis, Bacteroides sp., Fusobacterium, 
Clostridium sp.), Gardnerella vaginalis, Trichomonas vaginalis, Helicobacter pylori, 
Entamoeba histolytica e Giardia lamblia. 
 
Farmacocinética: Administrado por via oral (2g/dia) ou por via intravenosa, em intervalos 
de 12h, porém em manifestações graves realizar as aplicações de 6h/6h. Possui meia vida 
de 8 a 10 horas. O fármaco atravessa a barreira hematoencefálica. O metronidazol e os 
seus metabólitos glicuronizados aparecem na urina. 
Na insuficiência hepática e renal deve sofrer ajuste de dose. 
 
Efeitos Adversos: Dor epigástrica, diarréia, náuseas, vômitos, efeito dissulfiram e cefaleia. 
Mais raras são neuropatia periférica e convulsões. 
Deve-se evitar o uso de metronidazol durante a gestação, principalmente durante o 
primeiro trimestre. 
 
INDICAÇÕES CLÍNICAS 
 Abscesso Cerebral: Indicado por sua boa penetração e participação do B. fragilis. 
 
 Tétano: É recomendado, mas a Penicilina G continua sendo usada por IV. 
 
 Diarréia e Colite: Causada por Clostridium difficile, o metronidazol é o agente de 
escolha para essa doença, geralmente oral. A vancomicina foi superior ao 
metronidazol principalmente nos casos graves. 
 
 Osteomielite: O metronidazol deve ser associado a outro antimicrobiano. 
 
 Intra-abdominais e pélvicas: Tratamento é primariamente recomendado o uso de 
metronidazol. Usado no tratamento de sepse causada por anaeróbios em 
infecções intra-abdominais. Não é ativo contra enterobactérias. Em infecções 
pélvicas femininas com suspeita de participação de Clamydia trachomitis, a 
doxiciclina deve ser adicionada ao regime. 
 
Obs: Associações de metronidazol com clindamicina, cefoxitina e cloranfenicol 
mostraram eficácia superior do que a utilização desses antimicrobianos isolados. 
 
Obs: Anaerobicidas: Cloranfenicol, cefalosporinas, imipenem,vancomicina, 
clindamicina e metronizadol. 
 
 
 
Aminoglicosídeos 
 
São antibióticos inibidores da síntese proteíca. São eles: ESTREPTOMICINA, 
GENTAMICINA, NEOMICINA, TOBRAMICINA, AMICACINA, CANAMICINA e 
SISIOMICINA. 
Os aminoglicosídeos se ligam à subunidade ribossomal 30S e distorcem sua estrutura, 
interferindo assim, na iniciação da síntese proteíca. Eles são bactericidas que causam a 
leitura incorreta do RNAm, causando mutação ou término prematuro da cadeia 
polipeptídica. 
Tem ação efetiva em infecções graves causadas por Enterobactérias, Pseudomonas 
aeruginosa, Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium avium, Neisseria gonorrhoea, 
bacilos Gram-negativos aeróbios. Porém tem atividade limitada em Gram-positivos 
aeróbios e em anaeróbios. 
Pode ser associado à quinolonas e β_lactâmicos para aumentar o espectro. 
 
Farmacocinética: Podem ser utilizados tópico, IV ou IM. Não penetram o SNC e o 
fármaco inalterado aparece na urina. 
 
Efeitos Adversos: Ototoxicidade (vestibular ou coclear usualmente irreversível, podem 
surgir após o final do tratamento e é potencializada por agentes ototóxicos), 
nefrotoxicidade (lesão de células tubulares renais que causam insuficiência renal não 
oligúrica, usualmente reversível) e bloqueio neuromuscular (potencialmente séria e fatal, 
com inibição da liberação pré-sináptica de acetilcolina e bloqueio pós-sináptico de 
receptores). 
 
Clindamicina 
 
É derivado semissintético da LINCOMICINA, é o representante de maior uso clínico 
atualmente e tem maior taxa de absorção oral de LINCOMICINA. O mecanismo de 
ação é inibindo a síntese protéica ligando-se na subunidade 50S. São bactericidas ou 
bacteriostáticos na dependência de dose e espécie bacteriana. 
 
Espectro de Ação: Cocos aeróbios Gram-positivos (Streptococcus e Staphylococcus) e 
anaeróbios (Bacteroides fragilis). O Clostridium difficile é resistente. 
 
Farmacocinética: Pode ser administrado por via oral (absorve rapidamente no trato 
gastrointestinal), tópica, IM ou IV. As doses recomendadas são de 2 a 4 g/dia em adultos, 
com intervalos de 6horas. Não são obtidos níveis adequados no SNC e os metabólitos da 
clindamicina são excretados na bile e na urina. 
Dever ser realizado ajuste de dose na insuficiência hepática, e não necessita desse ajusta 
na insuficiência renal. 
 
Efeitos Adversos: Distúrbios gastrointestinais, colite pseudomembranosa, estomatites, 
gosto metálico, reações alérgicos. Se for utilizada via parenteral pode causar flebites. 
Evitar o uso em gestantes -> Risco C, e mais de 50% é passado pelo leite materno, 
podendo causar diarréia no lactente. 
 
Usos Clínicos: Tratamento de infecções por Bacteroides fragilis, e como segunda opção 
para infecções intra-abdominais e pélvicas, incluindo peritonites, abscessos e 
abortamentos sépticos.

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