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Universidade Federal de Pelotas Faculdade de Medicina Farmacologia I Pablo Bastos Rodrigues ATM 2016/2 Farmacologia Fundamentos Básicos em Farmacologia Fármaco: Qualquer substância química biologicamente ativa com poder de afetar o organismo e seu funcionamento. Não se considera alimento ou artefato. O ápice de formação de fármacos iniciou a partir da II Guerra Mundial. Substância que se utiliza para o diagnóstico, o alívio, o tratamento e a cura das doenças, assim como a prevenção das mesmas. Farmacologia: Estudo dos mecanismos dos fármacos, pela qual modifica a função dos sistemas vivos e afeta a função do organismo. MEDICAMENTO = FÁRMACO DROGA = Substância química que atua no organismo. PRÓ-DROGA: Fármaco inativo que ao passar por algum processo enzimático torna-se ativo e realiza a função desejada. UTILIZAÇÃO DOS FÁRMACOS 1. Preventivos: São medicamentos utilizados como prevenção de determinada causa. Ex: Vacinas e anticoncepcionais. 2. Substitutivos: Substituem alguma substância que deveria ser produzida ou ingerida. Ex: Vitaminas e insulina. 3. Supressores: Usados para suprimir a causa da doença. Ex: Antibióticos. 4. Sintomáticos: Corrigem os sintomas sem eliminar a causa. Ex: Antiinflamatórios. Farmacocinética: É o trânsito dentro do organismo, desde a sua absorção até a eliminação. - VIA (a via venosa é a mais rápida, porém com maior risco) + ABSORÇÃO (circulação sanguínea, a via venosa não possui essa etapa) + DISTRIBUIÇÃO (sangue) + METABOLIZAÇÃO (geralmente fígado, citocromo P450, é realizado para hidrossolubilizar os fármacos) + ELIMINAÇÃO (geralmente pelo rim através da urina, mas também pode ser pelas fezes e outras). Obs: Manitol (diurético) é um fármaco exclusivo que não sofre metabolização. Obs: Existem fármacos que não seguem o pensamento: aumenta a dose, aumenta o efeito terapêutico e aumenta o efeito colateral. Obs: SELETIVIDADE: Fármaco é mais seletivo ou menos seletivo conforme seu modo de ação, da quantidade de receptores e de enzimas que agem no seu mecanismo. Farmacodinâmica Farmacodinâmica: É o efeito do fármaco, seja ele desejado ou indesejado, no local alvo (receptor). É na farmacodinâmica que ocorre os efeitos terapêuticos, colaterais e tóxicos do fármaco. Efeito Colateral: Efeito adverso em doses abaixo da dose máxima. Efeito Tóxico: Efeito adverso em doses diárias acima da dose máxima. Mecanismo de Ação: Alterações bioquímicas ou fisiológicas que modificam as funções celulares. Efeito ou Resposta: Conseqüência da ação clinicamente observável ou mensurável. ALVOS PARA LIGAÇÃO DOS FÁRMACOS 1. Receptores de Membrana Celular: Geralmente levam o nome dos neurotransmissores. Ex: Histamina -> Histamínico. 2. Enzimas: São ativadas ou inibidas pelos fármacos. Ex: AINE’s inibem a enzima COX. 3. Moléculas Carreadoras: Ex: Diuréticos, que inibe a eliminação de sódio atuando na molécula carreadora de sódio. 4. Canais Iônicos: Atuam nos canais de Na+, Ca+, Cl-, K+, etc. Ex: Bloqueadores dos canais de cálcio e benzodiazepínicos. FÁRMACO + RECEPTOR COMPLEXO FR EFEITO FARMACOLÓGICO A ligação do fármaco com o receptor pode ser reversível ou irreversível, isso depende das interações moleculares entre os dois componentes. Fármacos Agonistas: São fármacos que possuem tanto afinidade química (afinidade para ligar-se ao receptor) como atividade intrínseca (modificam o receptor e desencadeia a resposta por sinalização protéica -> mecanismo chave fechadura). Eles podem ser agonistas totais (possuem elevada eficácia) e agonistas parciais (possuem eficácia intermediária porque não conseguem agonizar todos receptores). Locais de Ação Mecanismos de Ação EFEITOS Concentração Variação da Resposta das Drogas Fármacos Antagonistas: São fármacos que possuem apenas a afinidade química. Ex: Os β_bloqueadores não possuem atividade intrínseca, eles competem com a adrenalina para ligar-se ao receptor adrenérgico, quando esse fármaco se liga ele impede a ligação da adrenalina com o receptor, evitando assim a ação adrenérgica. Existem quatro tipos básicos de fármacos antagonistas: Antagonistas Farmacodinâmicos ou Competidores: Por competição de receptores com os agonistas. Antagonistas Farmacocinéticos: Agem na absorção, metabolização e excreção dos agonistas. Antagonistas Químicos: Ligam-se aos agonistas, sem deixá-los realizar sua função. Antagonistas Fisiológicos: Dois agonistas interagem em receptores independentes produzindo efeitos opostos que se anulam. TIPOS DE RECEPTORES São geralmente receptores de membranas. Os fármacos são geralmente ácidos ou bases fracas e lipossolúveis, ou seja, quanto maior for a lipossolubilidade mais rápido o fármaco atravessará a membrana plasmática. 1. Ligados a enzimas: Atividade enzimática citosólica por fosforilação do receptor transmembranoso, que ativam ou inibem essas enzimas, como, por exemplo, a tirosina-cinase. Ex: Receptores da insulina. 2. Ligados a proteína G: O AMPc, ativada com a proteína G, gera vasodilatação e broncodilatação, processo que ocorre em fármacos antihipertensivos, por exemplo. Ex: Captopril. 3. Ligados a canais iônicos: São regulados pelo fluxo de íons na membrana celular. São acionados quando um ligante se gruda ao canal. Ex: Receptor colinérgico nicotínico. 4. Intracelulares: Os glicocorticóides e hormônios atuam nesse tipo de receptor, alguns atuam ao nível de núcleo celular, modificando a produção de determinadas proteínas. Obs: Os glicocorticóides sempre, mesmo em doses baixas, causam imunossupressão como efeito colateral. Para conseguir o efeito desejado sem chegar à dose máxima pode-se fazer associação de medicamentos, com isso pode provocar menos efeitos colaterais comparados com a utilização de doses altas. Ex: (1) Associar broncodilatador a corticoide; (2) Enalapril associado a diurético e bloqueadores do canal de cálcio. Obs: A insulina também usa receptores de reserva, que são receptores que estão parados enquanto um fármaco já está realizando a sua resposta terapêutica máxima, eles não estão inativados e nem ocultos. CICLO DOS RECEPTORES Síntese dos Receptores (R.E.R.) Receptores Imaturos (C. de Golgi) Receptores Maduros (M. Plasmática) Eficácia: Relação entre a ocupação do receptor e a capacidade de iniciar uma resposta em nível molecular: celular ou tecidual. Depende da quantidade de complexos FR formados e da eficiência do acoplamento com o receptor até a resposta desejada. Potência: Refere-se a quantidade de fármaco de que se necessita para produzir um efeito farmacológico. Latência: Tempo de inicio da resposta do fármaco, corresponde ao tempo de absorção e o tempo dinâmico. Ex: Os antidepressivos têm latência de pelo menos duas semanas. Dessensibilização “Down Regulation” (ou Tolerância): Perda de receptores por exposição prolongada aos fármacos agonistas. É dado em longo prazo. Taquifilaxia: Receptor que entra em período de repouso como medida de controle para os efeitos do fármaco. É uma dessensibilização rápida dos receptores. Superssensibilização “Up Regulation”: Aumento da sensibilidade a agonistas do receptor após redução de um nível crônico de estimulação. Ex: Propranolol, esse medicamento nunca pode ser suspenso de formadireta, porque ele bloqueia os receptores para ação dos agonistas. Se a retirada for abrupta os agonistas realizarão a super estimulação dos receptores podendo causar até morte. Diminuição do Efeito Farmacológico Alteração na produção de receptores. Perda de receptores. Esgotamento dos mediadores. Adaptações fisiológicas perdendo a ação a esses receptores. Extrusão ativa do fármaco das células. Índice Terapêutico: Também chamada de janela terapêutica, segurança ao usar um fármaco, para não chegar perto da dose letal. Onde DL = dose letal e DE = dose de eficácia. Se o ID > ou = 10 pode administrar o fármaco. Quanto maior o ID menor o risco de ser letal. ID = DL 50 / DE 50 Salbutamol: Agonista β2_adrenérgico. (Broncodilatador -> Aerolin) Captopril: Inibidor da ECA (Antihipertensivo, vasodilatador) AINE’s: Inibidor da ciclooxigenase (Antiinflamatórios não esteriodais, como a aspirina, paracetamol [hepatotoxicidade de 4.000 mg/dia], ibuprofeno, diclofenaco). EFEITOS DOS FÁRMACOS A OMS define reação adversa como “qualquer resposta prejudicial ou indesejável, não intencional, a um medicamento utilizado no homem para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de doença ou para modificação da função fisiológica”. REAÇÕES ADVERSAS DO MEDICAMENTO - RAM 1. Sofrimento e piora da qualidade de vida. 2. Aumento dos custos, hospitalizações e risco de morte para o paciente. 3. Dificuldade de manejo em determinadas funções. 4. Necessidade de tratamento adicional, adição de medicamentos para tratar reações adversas. 5. Necessidade de exames diagnósticos para detectar se é doença ou efeito adverso. CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS 1. EFEITOS COLATERAIS: São inerentes a própria ação do fármaco, ou seja, eles agem em outros locais fora do alvo terapêutico. Ocorrem mesmo em dose terapêutica. São indesejáveis em determinadas situações, em outras são desejáveis (sedativos). Efeitos mais comuns: Cefaleia Tosse seca causada pelos fármacos inibidores da ECA (captopril). Náusea e vômito: antibióticos, opióides, AINEs, quimioterápicos (alguns com alto potencial emético ou com baixo potencial, mas todos podem provocar). A maioria dos fármacos por via oral traz algum transtorno gástrico. Úlceras por tratamento com AINEs. Sedação causada por relaxante muscular, ansiolítico, anti-histamínicos, anti-psicóticos. Fadiga com uso β_bloqueador. Alergias e convulsões por uso de penicilinas em altas doses. Este gráfico representa como se acha a concentração letal de um fármaco para poder ter noção do índice terapeutíco do mesmo. O DL 50 equivale a concentração do fármaco em que ocorre 50% de mortalidade entre os individuos que usaram o medicamento. No gráfico 1 os medicamentos possuem a mesma eficácia, entretanto o medicamento A é mais potente que o medicamento B. No gráfico 2 o medicamento B nunca poderá substituir o medicamento A, pois ele nunca chegará na eficácia de A. Obs: Quanto mais fácil de atravessar a barreira hematoencefálica (impede a passagem dos mais hidrossolúveis), mais fácil de acontecerem os efeitos colaterais a nível central. Obs: A adrenalina não é seletiva comparada ao salbutamol, com isso o salbutamol (β bloqueador) mais seletivo causa menos efeitos colaterais comparado com a adrenalina (age em receptores α e β). 2. EFEITOS SECUNDÁRIOS: Surgem em decorrência da ação primária dos fármacos. Ex: Corticóides só são utilizados quando não se tem outra opção, pois são imunossupressores e podem causar infecções secundárias (oportunistas) como a candidiase oral. Anti-hipertensivos pode causar uma hipotensão com o seu uso. 3. HIPERSENSIBILIDADE: São reações sistêmicas ou localizadas. É uma sensibilização prévia do individuo ao corpo estranho, quanto mais exposto maior a reação. É gerado por um mecanismo imunológico (geralmente por descarga de histamina) e não está relacionado com a dose do fármaco. Qualquer fármaco pode dar hipersensibilidade, mas alguns são mais alergênicos como os antibióticos (penicilina). Sinais de hipersensibilidade são pruridos e choque anafilático. Hipersensibilidade Cruzada: Pode acontecer quando se usa um medicamento do mesmo grupo de outro que já tenha causado hipersensibilidade. Ex: Após reação alérgica a uma penicilina pode se usar outra? Como se trata de um mesmo grupo de fármacos é bem provável que haja outra reação, então não deve ser usada. Se for uma reação leve pode ser tratada com cefalosporina, se for uma reação mais forte não se deve usar nenhum β-lactâmico, porque pode haver risco de morte (choque anafilático). 4. REAÇÕES IDIOSSINCRÁSICAS: É uma questão genética, uma resposta rara e inesperada a determinado fármaco. Pode ser por um efeito enzimático genético isolado (individual) que se manifesta durante a utilização de fármacos. É pouco provável que ocorra esse tipo de reação. Ex: Hipocalemia com uso de captopril. 5. EFEITOS TÓXICOS: Decorrem de concentrações superiores à terapêutica, gerado por variações farmacocinéticas e doenças ou características genéticas. Obs: Se a dosagem estiver correta e houver efeito tóxico pode haver erro na metabolização ou excreção de fármaco. Nesse caso, deve-se analisar a taxa de filtração e os níveis de creatinina. Diminuir a dose ou abolir totalmente o uso do fármaco. Especial atenção para medicamentos hepatotóxicos e nefrotóxicos. Ex: A aspirina (ácido acetilsalicílico) em altas doses causa efeitos gastrointestinais ulcerosos, desequilíbrio do pH sanguíneo o que leva a uma hiperventilação pulmonar que pode levar a morte. 6. REAÇÕES TERATOGÊNICAS: Existem fármacos que atravessam a placenta e possuem efeito teratogênico, pois não são metabolizados por ela. Ex: Anti-hipertensivos inibidores da ECA na gravidez podem ser fetopáticos. 7. SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA. a) Física: Hipotensão, hipoglicemia, hipoventilação. b) Psíquica: O paciente tenta obter a droga de qualquer forma. Ansiedade, irritação. Ex: Opióides em dores crônicas. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Pode ocorrer intensificação do efeito, inclusive com os efeitos tóxicos presentes ou diminuição dos efeitos de um ou mais fármacos. EFEITO ASSOCIAÇÃO MECANISMO DE AÇÃO Aditivo AAS + diclofenaco de sódio Bloqueio enzimático da COX Somatório Meperidina + cetoprofeno No primeiro bloqueio de receptores opióides e o segundo bloqueio da COX Potencialização Codeína + imipramina O primeiro bloqueia o receptor opióide, o segundo causa ativação do sistema descendente serotoninérgico, inibição da degradação de encefalinas e bloqueio da recaptação das encefalinas. Farmacocinética Estuda os processos que a droga sofre no organismo: absorção, distribuição, metabolização e excreção do fármaco. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO As vias podem ser: enteral, parenteral e outras (inalatória, intranasal). Para escolha da via de administração são considerados vários fatores: 1. Desejo de efeito local ou sistêmico. 2. Propriedades da droga e da forma farmacêutica. 3. Idade do paciente. 4. Conveniência, custos e disponibilidade. 5. Tempo necessário para o ínicio do tratamento. 6. Duração do tratamento. 7. Obediência do paciente ao regime terapêutico. VIA PARENTERAL Introduz o fármaco diretamente na circulação sistêmica, utilizado para fármacos pouco absorvido no TGI (heparina) e fármacos instáveis (insulina). Sua administração é IRREVERSÍVEL e tem MAIOR BIODISPONIBILIDADE. 1. VIA INTRAVENOSA (IV) É uma viade efeito imediata, geralmente é administrado fármacos com meia vida curta. Vantagens: Níveis plasmáticos previsíveis, pois não sofre absorção no TGI; biodisponibilidade de 100%, indicada em emergências, indicada nas substâncias irritantes por outras vias. Desvantagens: Necessita de assepsia, dificuldade na execução, menor segurança (efeitos agudos e intensos), maior custo e efeitos indesejados no local da aplicação (flebite, trombose). 2. VIA INTRAMUSCULAR (IM) É uma via rápida e mais segura que a IV. O fluxo sanguíneo do local da aplicação é quem determina a velocidade de absorção do fármaco. Se não forem bem solubilizados ocorrerá precipitação no local da injeção, absorção incompleta e muito lenta. Podem provocar dor, desconforto, dano celular, hematoma e reações alérgicas. Se o fármaco for administrado em solução aquosa sua absorção será rápida, se tiver preparação de depósito (solução oleosa ou em suspensão) sua absorção será lenta e constante. Ex: Cloranfenicol é um antimicrobiano que precipita bastante após a injeção (fármaco de depósito). 3. VIA SUBCUTÂNEA (SC) É introduzida na área abaixo da pele. É rápida, pois o fármaco só necessita ultrapassar as células endoteliais para chegar a corrente sanguínea. O fluxo sanguíneo da região de aplicação é determinante para a velocidade da absorção da droga. Não é adequada para grandes volumes e substâncias irritantes e podem provocar dor local e infecções. Na via subcutânea também pode ser administrado um fármaco de depósito, geralmente ocorre associada com um vasoconstritor (epinefrina). Ex: Insulina. VIA ENTERAL 1. VIA ORAL A absorção das drogas por via oral pode ocorrer na boca (mucosa bucal e sublingual), no intestino delgado, no reto e em menor extensão no estomago e no intestino grosso. Elas podem exercer um efeito local no trato gastrointestinal ou ser absorvidos pela mucosa gastrointestinal, atingir o sangue e a linfa e exercer seus efeitos sistêmicos. Deve haver uma preocupação com a forma farmacêutica da droga: líquido, cápsula ou comprimido. 2. VIA SUBLINGUAL Local com rica vascularização e permite rápida absorção de pequenas doses. Protege fármacos suscetíveis da inativação gastrointestinal e hepática não sofrendo metabolismo de primeira passagem, portanto, indo direto para a circulação sanguínea. São geralmente fármacos formados por micropartículas. Ex: Nitratos. Vantagens: Absorção rápida (local altamente vascularizado), administração conveniente, baixa incidência de infecções, evita que o fármaco passe pelo ambiente agressivo do intestino e evita a biotransformação de primeira passagem. Desvantagens: Dificuldade de manter o contato com a mucosa oral por causa da ação diluidora da saliva. OUTRAS VIAS 1. VIA INALATÓRIA Tem efeitos locais e sistêmicos, grande área de absorção (mucosa nasal ao epitélio alveolar). É muito rápida, pois tem vascularização justaposta as membranas e tem rico fluxo sanguíneo, além de oferta rápida ao epitélio respiratório da droga. A desvantagem dessa via é a irritação da mucosa respiratória. Ex: Salbutamol no tratamento da asma. 2. VIA RETAL Usada em pacientes inconscientes, com vômitos ou com dificuldade de deglutição. Protege o fármaco da inativação gástrica e hepática (50% do fluxo venoso retal tem acesso à circulação porta). A absorção é errática e incompleta porque depende da motilidade intestinal e causa irritação da mucosa retal. Vantagens •São autoadministrados facilmente e evitam infecções sistêmicas que podem complicar o tratamento. •A toxicidade ou dosagens excessivas por essa via podem ser neutralizadas com antídotos, como o carvão ativado. •Custa mais barato. • Mais segura. Desvantagens •Não tem efeitos sistêmicos imediatos. •Fármacos mal absorvidos pela mucosa digestiva. •Fármacos inativados frente ao suco gástrico. •Fármacos que formam complexos insolúveis com os alimentos. •Fármacos com importante metabolismo de primeira passagem hepática. •Emese ou impossibilidade de deglutição. •Sabor ou odor desagradáveis. 3. TÓPICA CUTÂNEA Utilizada quando se deseja um efeito localizado. Deve ser usado em pele não íntegra, pois a pele intacta funciona como uma barreira, com isso tem uma absorção lenta e ineficaz. O aumento da absorção por essa via ocorre com veículos lipossolúveis, queimaduras, ulcerações, aumento da temperatura e aumento do grau de hidratação. ABSORÇÃO Para alcançar seu local de ação a droga na maioria dos casos é obrigada a atravessar barreiras (epitélio gastrointestinal, endotélio vascular e membranas plasmáticas). A absorção é importante para todas as vias de administração (exceto a via IV). Existem casos, como a inalação de um broncodilatador na forma de aerossol, em que a absorção não é necessária para que o fármaco atue no seu sítio de ação, mas na maioria dos casos o fármaco deve entrar no plasma antes de chegar ao seu local de ação. ABSORÇÃO É QUANDO A DROGA PASSA PARA O PLASMA. A velocidade absortiva depende: Dosagem e emprego de formas sólidas ou líquidas; Grau de hidratação e de dissolução; Estabilidade química nos sucos digestivos; Esvaziamento gástrico; Trânsito intestinal; Flora bacteriana digestiva; Presença de alimento e outros fármacos. Itens observados na absorção de um fármaco: a) Membranas Fisiológicas As bicamadas lipídicas ou gordurosas são impermeáveis a maioria das moléculas polares e aos íons sendo, entretanto, permeáveis as moléculas das drogas apolares. Portanto, drogas lipossolúveis serão facilmente absorvidas, enquanto as que não são lipossolúveis precisam de processos especiais para atravessar as membranas biológicas como, por exemplo, os canais hidrofílicos funcionais formados por proteínas que fazem parte integrante das membranas. Os íons não atravessam a membrana plasmática. b) Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos Lipossolubilidade: Bem absorvido. Hidrossolubilidade: Só permite absorção quando existem nas membranas sistemas transportadores específicos ou canais e poros hidrofílicos. Estabilidade química da molécula: Quanto mais instável menos absorvida é a droga. Peso molecular, tamanho e volume da molécula: Quando maior e mais pesada for a molécula maior será a dificuldade de ser absorvida. Carga elétrica da molécula: Quanto mais apolar mais absorvida. As bicamadas lipídicas das membranas biológicas têm permeabilidade muito baixa para os íons e para maioria das moléculas polares, enquanto que a permeabilidade é mais elevada para moléculas apolares. Ionização da molécula: A maioria dos fármacos permanece na forma ionizada (dificuldade em atravessar a membrana plasmática) ou não ionizada (atravessam com maior facilidade a membrana plasmática). A dissociação é influenciada pelo meio. pH do meio: Fármacos ácidos são mais absorvidos em meios ácidos e o mesmo ocorre com as bases, ou seja, a absorção depende do pH do meio. Quanto menor o pKa mais ácido será o fármaco, quanto maior o pKa mais básico será o fármaco. (pKa é uma medida de força da interação de um composto com o próton). Forma farmacêutica: Comprimidos, cápsulas, soluções, xaropes. Velocidade de dissolução da droga: Quando administrada por via oral tem que saber se há compatilibilidade com as secreções gástricas. Concentração da droga no local de absorção: Quanto maior a concentração da droga, maior será a absorção. c) Modalidade da Absorção Difusão Simples ouPassiva Processo mais frequente, a favor do gradiente de concentração e sem gasto de energia; Distribuição das moléculas do meio mais concentrado para o meio menos concentrado; Determinada pela energia cinética ou agitação térmica das moléculas ou pelo gradiente de concentração; As moléculas necessitam ser apolares, possuírem peso molecular compatível com a bicamada lipídica da membrana a ser atravessada e ser lipossolúvel. Difusão Facilitada Necessita de um transportador existente na membrana, mas não tem gasto de energia; A força responsável pela difusão facilitada é como na difusão simples, o gradiente de concentração, mas sua velocidade depende da combinação com o transportador existente na membrana. Transporte Ativo O fármaco move-se contra o gradiente de concentração ou um gradiente eletroquímico; O sistema pode ser saturado e ocorre gasto de energia na forma de ATP; A velocidade do transporte é limitada pelo transporte do transportador, se ocorre saturação essa velocidade diminui; É seletivo, o soluto a ser transferido deve ter estrutura química adequada aos pontos de ligação da proteína transportadora. Vesicular (Pinocitose, Fagocitose e Exocitose) A pinocitose e a fagocitose são processos de absorção nos quais a membrana celular se invagina em torno de uma molécula ou de várias pequenas moléculas e as engloba junto com gotículas do meio extracelular, em seguida formam-se vesículas intracelulares que se destacam da membrana; Esses processos exigem energia celular para a sua execução e diferentemente do transporte ativo não necessitam de transportadores específicos nas membranas celulares. A exocitose é o contrário da endocitose, processo que ocorre com a formação de vesícula para expulsar o composto da célula, acontece com a noraepinefrina, por exemplo. d) Locais de Absorção o Mucosa bucal: Ex.: esteróides (metiltestosterona, estradiol), nicotina, cocaína. o Mucosa gástrica: Ex.: água, aspirina, fenobarbital (ácidos fracos). o Mucosa do intestino delgado: ótima absorção o Mucosa do intestino grosso: pouca absorção / ampla vascularização. o Pulmão: efeitos locais e sistêmicos o Pele: maior absorção quando necessário efeito local. e) Fatores que influenciam na absorção Fluxo de sangue no local da absorção: O fluxo de sangue para o intestino é muito maior do que para o estomago assim a absorção no intestino é muito maior do que no estomago. Área ou superfície disponível para absorção: O intestino tem uma superfície rica em microvilosidades apresenta uma superfície cerca de 1000 vezes maior do que o estomago, assim a absorção de fármacos pelo intestino é mais eficiente. Tempo de contato com a superfície de absorção: Se um fármaco se desloca muito rápido ao longo do TGI como ocorre na diarreia intensa ele não será bem absorvido, no entanto, qualquer retardo no transporte do estomago para o intestino reduz a sua velocidade de absorção. METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM HEPÁTICA Ocorre quando o fármaco passa pelo tecido hepático antes de atingir a circulação sistêmica. A quantidade que chega à circulação sistêmica é consideradamente menor que a absorvida --- e isso se chama de metabolismo de primeira passagem. Ele reduz a biodisponibilidade do fármaco e, portanto, é necessária uma dose muito maior do fármaco quando é administrado por via oral do que por outras vias. Porém, ocorrem grandes variações individuais. Se o paciente tiver uma insuficiência hepática pode ocorrer um aumento da biodisponibilidade e a dose terapêutica pode tornar-se uma dose tóxica. MEIA VIDA DAS DROGAS Refere-se ao tempo que determinada concentração da droga leva para reduzir-se à metade. Origina dados importantes para interpretação dos efeitos terapêuticos ou tóxicos das drogas, da duração do efeito farmacológico e do regime posológico adequado. Quando a meia-vida é prolongada acima do valor normal, como acontece com os digitálicos e a gentamicina na presença de insuficiência renal, o tempo é maior para se alcançar a concentração plasmática máxima constante, isso pode levar a concentrações sanguíneas muito mais elevadas que as normais, podendo atingir níveis tóxicos, portanto, neste caso a dose deve ser diminuída ou os intervalos entre as doses devem ser prolongados. DISTRIBUIÇÃO Um fármaco reversivelmente abandona o leito vascular e entra no líquido extracelular e/ ou nas células dos tecidos. É o transporte da droga pelo sangue e outros fluidos aos tecidos do corpo. FÁRMACO ATIVO = FÁRMACO LIVRE. Biodisponibilidade: Quantidade de fármaco que entra na corrente sanguínea. Indica a velocidade que a droga atinge o sangue. A via de administração intravenosa tem biodisponibilidade total. Nas outras vias a biodisponibilidade é influenciada por fatores que dependem da droga. A via oral não chega a ter biodisponibilidade de 70%. Os fatores que influenciam na biodisponibilidade são: biotransformação hepática de primeira passagem, solubilidade do fármaco, instabilidade química (benzilpenicilinas que são instáveis no pH gástrico) e natureza da formulação do fármaco (comprimidos e cápsulas tem que sofrer desintegração para ser absorvido). Genérico: Mesma biodisponibilidade. Similar: Biodisponibilidade menor que a do fármaco original. Bioequivalência: São fármacos com o mesmo principio ativo, mesma biodisponibilidade, mesma via de absorção, ou seja, são fármacos semelhantes em todos os aspectos. A distribuição depende: a) Fluxo Sanguíneo: O fluxo sanguíneo para o cérebro, fígado e rins é maior que para os músculos esqueléticos e tecido adiposo, portanto, a distribuição para estes locais é maior. Ex: Tiopental IV: O aumento do fluxo com o aumento da lipossolubilidade determina a rapidez do fármaco, agindo de forma anestésica. b) Permeabilidade Capilar: Depende da estrutura do capilar e da estrutura do fármaco. Barreira Hematoencefálica: O transporte depende das propriedades físico-químicas da molécula da droga; drogas apolares, não ionizada, lipossolúveis de tamanho molecular reduzido, atravessam mais facilmente a BHE. É importante quando se deseja levar fármacos antimicrobianos até o SNC a fim de combater infecções localizadas. Aumenta a seletividade dos fármacos. Drogas que precisam atingir o encéfalo, a fim de modificar a atividade do SNC (hipnóticos, anestésicos, tranquilizantes). A penicilina tem dificuldade de atravessar a barreira, pois é um ácido orgânico muito ionizado e suas frações não ionizadas não são lipossolúveis. Barreira Placentária: Concentrações adequadas de fármaco chegam à circulação fetal. Há fármacos que também passam pelo leite materno. c) Ligação dos fármacos as proteínas plasmáticas: Essas proteínas realizam o transporte dos fármacos pelo sangue. A albumina possui maior afinidade por fármacos aniônicos (ácidos fracos) e hidrofóbicos. Já a α1-glicoproteína ácida tem maior afinidade a fármacos básicos. No sangue quase todas as drogas se subdividem em livres, dissolvidas no plasma e outras que se ligam as proteínas plasmáticas (albumina é a principal). Somente a parte livre é que pode ser distribuída e atravessar o endotélio vascular atingindo o compartimento extravascular. A parte ligada as proteínas plasmáticas constitui a fração de reserva das drogas e só se torna farmacologicamente disponível no momento em que se converte em porção livre. Forma-se no sangue um equilíbrio entre a parte ligada e a parte livre da droga. À medida que a parte livre é utilizada pelo organismo a parte ligada vai se desligando para substituiraquela parte livre que é distribuída, acumulada, metabolizada e excretada. O grau de ligação das proteínas plasmáticas com o fármaco depende: Afinidade entre a droga e a proteína plasmática; concentração sanguínea da droga; concentração das proteínas sanguíneas; e atração entre droga e proteína, principalmente a albumina, que consiste de uma ligação reversível de várias forças tais como: eletrostáticas, forças de Van der Waals, pontes de hidrogênio e atração iônica. A magnitude da ligação proteica das drogas é muito variável, assim algumas drogas apresentam 15% ou menos de ligação proteica como o acetominofeno, aciclovir e gentamicina, e outras drogas apresentam até mais de 95% de ligação proteica como diazepam, furosemida, digoxina e varfarina. Obs: Uma droga ligada à albumina pode ser deslocada por outra droga que possua maior afinidade por essa proteína transportadora, então por competição farmacológica a concentração plasmática da parte livre da droga deslocada se eleva e pode inclusive produzir níveis tóxicos. Ex: Fenilbutazona desloca anticoagulantes muscarínicos da sua ligação proteica aumentando o efeito anticoagulante da droga e o seu metabolismo. METABOLIZAÇÃO A metabolização pode ocorrer em vários locais, mas principalmente no fígado (outros: mucosa intestinal, pulmão, sangue e placenta). Transforma fármacos lipofílicos em produtos facilmente excretados (hidrossolúveis). Inativação: As drogas, na sua maioria ou seus metabólitos, são inativados ou transformados em produtos menos ativos. Ex: Morfina. Metabólito ativo de droga ativa: muitas drogas são parcialmente transformadas em um ou mais metabólitos ativos. Ex: Hidrato de Cloral (tricloroetanol). Ativação de droga inativa: As chamadas pró-drogas ou pro-fármacos, são inativas e necessitam ser metabolizadas para se tornarem ativas. Ex: Levodopa que se transforma em dopamina. Ausência de metabolismo: Certas drogas como as penicilinas e anestésicos gerais inalatórios, são excretadas em forma inalterada, sem sofrer metabolismo, devido às suas propriedades físico-químicas peculiares. Fatores que alteram a biotransformação hepática: idade, sexo, diferenças individuais, fatores genéticos, doenças hepáticas (hepatite, cirrose) e desnutrição. Obs: O fármaco conjugado geralmente é inativo. Fase I ocorre através do citocromo P450 (sistema monooxigenases) que realiza reações de oxirredução acrescentando um oxigênio no fármaco, deixando mais hidrossolúvel, isso ocorre através do NADPH. As enzimas do citocromo P450 são heme proteínas abrangendo uma grande família denominada por CYP (isoenzimas CYP1, CYP2 e CYP3 -> mais importante). A fase II ocorre com a conjugação com o ácido glicurônico. O conjugado resultante é quase sempre farmacologicamente inativo e menos lipossolúvel do que seu precursor sendo então eliminado na urina ou bile. Os fármacos que possuem grupos –OH; -NH2; - COOH podem entrar diretamente na Fase II e serem conjugados sem uma reação da Fase I. Os grupamentos envolvidos são o glicuronil, sulfato, metil, acetil e glicil. Também pode ocorrer inversão das fases. Indutores do Sistema P450: Certos fármacos são capazes de aumentar uma ou mais isoenzimas CYP. Esse aumento resulta com aceleração da biotransformação dos fármacos, redução do efeito farmacológico, e pode aumentar a toxicidade e a capacidade carcinogênica de um fármaco porque diversos metabólitos da fase I são tóxicos ou carcinogênicos. Ex: Paracetamol. Ex: Carbamazepina x ACO: A carbamazepina (anticonvulsivante) induz a ação das isoenzimas dos ACO, diminuindo a sua ação farmacológica. Inibidores do Sistema P450: Ocorre inibição da atividade das isoenzimas CYP. É uma fonte importante de interações de fármacos, causando efeitos adversos. A forma mais comum é inibição por competição pela mesma isoenzima. Ex: Omeprazol x Varfarina: O omeprazol é inibidor importante de três isoenzimas que metabolizam a varfarina, com isso inibe a coagulação e aumenta as chances de hemorragia porque a varfarina não é metabolizada e fica com uma maior quantidade livre no plasma (aumentando, assim, o efeito anticoagulante). EXCREÇÃO As substâncias lipofílicas não são facilmente excretadas pelos rins, para isso as drogas lipofílicas são metabolizadas em derivados polares que são facilmente excretados pela urina. Excreção renal - substâncias hidrossolúveis. Excreção biliar - substâncias biotransformadas. Excreção pulmonar (anestésicos gasosos) - substâncias voláteis. Suor, saliva, lágrimas, leite materno, fezes e secreção nasal. a) Filtração Glomerular: Filtração Moléculas de drogas com peso molecular menor que 20.000 atingem o filtrado glomerular. As proteínas plasmáticas não atingem o filtrado glomerular. A varfarina, por exemplo, que se liga à albumina plasmática até 98%, tem concentração no filtrado glomerular que só atinge 2%. A lipossolubilidade e o pH não influenciam a passagem dos fármacos para o filtrado glomerular. b) Secreção Tubular Proximal: Reabsorção Até 20% do fluxo plasmático é filtrado pelos glomérulos, o que deixa cerca de 80% da droga passar pelos capilares peritubulares do túbulo proximal. Neste ponto as moléculas da droga são transferidas para a luz tubular por dois sistemas transportadores independentes e relativamente não seletivos, um desses sistemas transporta drogas ácidas e vários ácidos endógenos, como o ácido úrico e o outro transporta bases. Como pelo menos 80% da droga que chega ao rim é apresentada ao sistema transportador, a secreção tubular é praticamente o mecanismo mais eficiente na eliminação da droga por excreção renal. Muitas drogas compartilham do mesmo sistema de transporte podendo haver competição entre elas. Ex: A probenecida prolonga a ação da penicilina porque retarda a sua excreção. c) Secreção Tubular Distal: Reabsorção O fármaco se desloca em direção ao túbulo contorcido distal e sua concentração aumenta e excede o espaço perivascular. Se o fármaco for neutro, pode difundir-se para fora do lúmen retornando a circulação sistêmica, se ionizado e mais hidrossolúvel o fármaco é eliminado. Drogas com elevadas lipossolubilidade são lentamente excretadas. Se a droga é altamente polar e, portanto, tem baixa permeabilidade tubular, sua concentração na urina se eleva cerca de 100 vezes mais do que no plasma. Obs: O MANITOL é livremente absorvido, filtrado e excretado. Obs: O ácido úrico é secretado no túbulo proximal, se algum fármaco atua nesse local ele compete com a secreção do ácido úrico, o que pode levar a uma urocemia e posteriormente em gota. Sistema Nervoso COORDENAÇÃO E ADAPTAÇÃO DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS O SNC recebe, analisa e integra informações. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos efetores (músculos e glândulas). No sistema nervoso periférico tem o sistema nervoso somático com ações voluntárias que resultam da contração de músculos estriados esqueléticos e o sistema nervoso autônomo que é dividido em dois grupos de acordo com o tipo de neurônio envolvido no mecanismo de ação: adrenérgico (noradrenalina e adrenalina) e colinérgico (acetilcolina). SISTEMA NERVOSO AUTONÔMO Transporta todos os impulsos do SNC. Apresenta uma ação integradora sobre a homeostase corporal. Existem receptores específicos para colinérgicos e para adrenérgicos. 1) Fibras Pré e Pós Ganglionares Parassimpáticas: ACETILCOLINA 2) Fibras Pré Ganglionares Simpáticas: ACETILCOLINA 3) Fibras Pós Ganglionares Simpáticas: NORADRENALINASistema Nervoso Simpático: Predomina principalmente durante “respostas ativas”: luta, fuga e estresse. Sistema Nervoso Parassimpático: Predomina durante “respostas passivas”: saciedade, repouso e digestão. SISTEMA COLINÉRGICO Neurônio Colinérgico (Parassimpático): Neurotransmissor -> ACETILCOLINA A fibra pré-ganglionar que termina na medula adrenal; Gânglio autônomo (tanto simpático quanto parassimpático); Fibras pós-ganglionares da divisão parassimpática; Inervam os músculos do sistema somático; Desempenha um papel importante no SNC. SÍNTESE DA ACETILCOLINA SINAPSE COLINÉRGICA: Após ativação do receptor a acetilcolina é hidrolisada pela AchE (acetilcolinesterase). O controle de liberação é feito pela ativação de auto- receptores pré-sinápticos do tipo M2. RECEPTORES PARA A ACETILCOLINA 1. MUSCARÍNICOS: Liga-se com a acetilcolina, reconhecem a muscarina (alcaloide presente em certos cogumelos venenosos), apresentam baixa afinidade pela nicotina. O mecanismo de transdução de sinal é mais lento e atuam em receptores metabotrópicos (acoplados a proteína G). Existem 5 subtipos de receptores muscarínicos (M1, M2, M3, M4 e M5). M1: Gânglios, glândulas secretoras, células parietais gástricas, SNC (predominante). M2: Miocárdio e músculo liso. M3 e M4: Bexiga (M3), glândulas secretoras e músculo liso. Os receptores M1 e M3 quando ativados interagem com a proteína Gq, a qual aumenta o cálcio intracelular, e esse aumento pode estimular ou inibir enzimas ou causar secreção ou contração. A ativação dos receptores do tipo M2 no músculo cardíaco estimula a proteína Gi, a qual inibe a resposta da adenilciclase, aumenta a condutância de potássio levando a diminuição da velocidade e força de contração. 2) NICOTÍNICOS: Ligam-se a acetilcolina, reconhecem a nicotina, possuem baixa afinidade pela muscarina. O mecanismo de transdução de sinal é mais rápido através de receptores ionotrópicos. Existem dois tipos de receptores nicotínicos: Nn: Gânglio autônomo e medula adrenal. Nm: Placa terminal e junção neuromuscular. Colinérgicos COLINÉRGICOS DE AÇÃO DIRETA a) Acetilcolina e ésteres sintéticos: CARBACOL, BETANECOL (mais resistente a hidrólise) e METACOLINA. b) Alcalóides naturais e derivados: PILOCARPINA, MUSCARINA, AEROCOLINA e OXOTREMORINA. ACETILCOLINA Neurotransmissor fisiológico com um grupamento chamado amônio quartenário que dificulta a passagem pela barreira hematoencefálica. É pouco utilizada porque é facilmente degradada pela acetilcolinesterase ou butirilcolinesterase. Efeitos no Sistema Cardiovascular Diminuição da frequência (cronotropismo negativo) e do débito cardíaco. Diminuição da força de contração (inotropismo negativo). Vasodilatação e diminuição da pressão arterial. Efeitos no Trato Gastrointestinal Aumento da secreção salivar. Estimulo das secreções e motilidade intestinal. Contração da musculatura visceral (intestino, bexiga, brônquios). Efeitos Oftalmológicos Contração do músculo ciliar -> Miose BETANECOL É um fármaco com maior resistência a hidrólise, não sendo assim tão facilmente quebrado pela acetilcolinesterase, isto por causa do grupamento do ácido carbâmico. Forte afinidade muscarínica e fraca afinidade nicotínica (devido à presença de um grupo metila). Está relacionado estruturalmente com a acetilcolina, atua como agonista M1, M2 e M3. Duração por cerca de uma hora. Principais Ações: Contração da musculatura lisa da bexiga (estimula os músculos detrusores da bexiga, relaxa o trígono e promove a micção), e no TGI (aumenta a motilidade e o tônus intestinal). Aplicações Terapêuticas: Tratamento urológico, usado para estimular bexiga atônica, tratamento de atonia neurogênica, íleo adinâmico e megacólon. Efeitos Adversos: Sudorese, salivação, rubor, diminuição da pressão arterial, náuseas, dor abdominal, diarréia e broncoespasmo. PILOCARPINA Extraída da Pilocarpus pennatifolius (Jaborandi). É um alcaloide, amina terciária, resistente a hidrolise da acetilcolinesterase. É menos potente que a acetilcolina e seus derivados. Não possui carga elétrica, por isso alcança o SNC nas doses terapêuticas (atravessa a BHE). Apresenta atividade muscarínica (M1, M2 e M3). É utilizada principalmente pela oftalmologia. Principais Ações Fármaco de escolha para redução emergencial de pressão intraocular nos glaucomas de ângulo estreito e ângulo amplo. Útil para promover salivação em pacientes que apresentam xerostomia (secura da mucosa oral). Secretagoga. Estimula as secreções como suor, lágrima e saliva. (Não tem seletividade). Efeitos Adversos Distúrbios no SNC. Estímulo da salivação e sudorese. COLINÉRGICOS DE AÇÃO INDIRETA ou ANTICOLINESTERÁSICOS São fármacos que atuam tanto em receptores do tipo muscarínicos quanto nicotínicos inibindo a ação da acetilcolinesterase, o que acaba aumentando o tempo de resposta da acetilcolina nos receptores. a) Curta Ação: EDROFÔNIO (usado no diagnóstico de miastenia gravis). b) Intermediária Ação: NEOSTIGMINA, PIRIDOSTIGMINA e FISOSTIGMINA. c) Irreversíveis: ORGANOFOSFORADOS. FISOSTIGMINA Encontrado naturalmente em plantas. É um substrato da acetilcolinesterase que se liga reversivelmente e torna a ação da enzima mais lenta, gerando uma potenciação da atividade colinérgica em todo o organismo. A fisostigmina age tanto em sítios muscarínicos quanto nicotínicos do sistema nervoso autônomo, assim como nos receptores nicotínicos da junção neuromuscular. Sua duração de ação é cerca de 2 a 4 horas, considerado fármaco de ação intermediária. Atravessa a BHE. Principais Ações Aplicada como colírio na redução da pressão intraocular, produz miose e espasmo de acomodação, para o tratamento do glaucoma, porém a pilocarpina é mais eficaz. Aumenta a motilidade do intestino e bexiga, usada no tratamento de atonia nos dois órgãos. Revertem os efeitos da atropina no SNC e o bloqueio neuromuscular. Efeitos Adversos Convulsões no SNC. Bradicardia e queda da pressão arterial. Acúmulo de acetilcolina nas junções neuromusculares que pode resultar em paralisia dos músculos esqueléticos. NEOSTIGMINA Fármaco sintético que age semelhante a fisostigmina. Não atravessa a BHE por ser mais polar que a fisostigmina. Apresenta duração de ação intermediária de 2-4 horas. Age como antagonista da tubocurarina. Principais Ações Previne a distenção abdominal pós-cirúrgica e a retenção urinária. Age no tratamento sintomático da miastenia grave. TACRINA, DONEPEZILA, RIVASTIGMINA e GALANTAMINA São fármacos utilizados para o tratamento da perda cognitiva. Ajudam a retardar o avanço da doença (Mal de Parkinson). TACRINA foi a primeira a ser desenvolvida -> HEPATOTÓXICA. ECOTIOFATO É um organofosforado que se liga covalentemente com a acetilcolinesterase. Gera um aumento de longa duração nos níveis de acetilcolina, podendo causar paralisia da função motora e convulsões. Provoca intensa miose, podendo ser usado no tratamento crônico do glaucoma de ângulo amplo. Apresenta longa duração podendo perdurar por uma semana. ANTICOLINÉRGICOS São fármacos que realizam antagonismo aos efeitos do sistema colinérgico. São classificados como: a) Agentes Antimuscarínicos: ATROPINA, ESCOPOLAMINA, CICLOPENTOLATO, IPRATRÓPIO e TROPICAMINA. b) Bloqueadores Ganglionares: NICOTINA e MECAMILAMINA. c) BloqueadoresNeuromusculares: TUBOCURARINA, ROCURÔNIO e MIVACÚRIO. ATROPINA É um alcaloide natural extraído da espécie de plantas Atropa belladona. Tem alta afinidade por receptores muscarínicos ligando-se competitivamente e impedindo a ligação da acetilcolina. Atua tanto em nível central ou periférico (atravessa a BHE). Seus efeitos duram em torno de 4 horas (quando aplicada topicamente pode ter duração de dias). Principais Ações Olho: Midríase persistente, cicloplegia (paralisação do músculo ciliar), aumento da pressão intraocular em indivíduos com glaucoma de ângulo estreito. TGI: Antiespasmódica (reduz a atividade do TGI -> relaxamento). Não é eficaz na cura de úlcera péptica. Sistema Urinário: Reduz a hipermotilidade da bexiga. Sistema Cardiovascular: Em doses baixas ocorre diminuição da frequência cardíaca (por bloqueio de M1). Em doses elevadas (1mg) ocorre aumento modesto da frequência cardíaca (por bloqueio M2). Não altera a pressão arterial. Secreções: Bloqueia a produção de secreção pelas glândulas. Efeitos Adversos: Dependente da dose Xerostomia Visão Borrada Taquicardia Constipação Alucinações e delírios. ESCOPOLAMINA Alcalóide natural de amina terciária da beladona. Produz efeitos periféricos similares ao da atropina. Apresenta maior ação no SNC do que a atropina. Apresenta uma duração de ação mais longa. É considerado um fármaco anticinetósicos. Principais Ações Ele bloqueia a memória de curta duração. Produz sedação, em doses elevadas excitação. Euforia quando utilizada em abuso. Amnésia importante nos procedimentos anestésicos. TROPICAMIDA e CICLOPENTOLATO São fármacos usados como soluções oftálmicas para midríase e cicloplegia. Tem duração de ação menor que da atropina. A tropicamida produz midríase por seis horas e o ciclopentolado por 24 horas, são geralmente os fármacos utilizados para causar dilatação da pupila em exames oftalmológicos. BLOQUEADORES GANGLIONARES São fármacos que atuam especificamente nos receptores nicotínicos dos gânglios autônomos parassimpáticos e simpáticos. Eles podem bloquear alguns canais iônicos dos gânglios antônomos e bloqueiam completamente os impulsos do sistema nervoso autônomo nos receptores nicotínicos. NICOTINA: Dependendo da dose ela despolariza os gânglios antônomos, resultando primeiro em estimulação e depois em paralisia de todos os gânglios - Não é usada terapeuticamente. MECAMILAMINA: Bloqueio nicotínico competitivo nos gânglios - usada para diminuir a pressão arterial em situações de emergência. BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES Esta classe de fármacos bloqueia a transmissão colinérgica entre o terminal nervoso motor e o receptor nicotínico na placa motora neuromuscular do músculo esquelético. São úteis durante a cirurgia para produzir relaxamento muscular completo, além de facilitar a intubação quando necessária. TUBOCURARINA: É o protótipo da classe, ela libera histamina e pode diminuir a pressão arterial. ROCURÔNIO: Tem início de ação rápido, útil para intubação endotraqueal em pacientes com conteúdo gástrico. MIVACÚRIO: Recuperação do bloqueio é mais rápida. É indicado para processos cirúrgicos mais curtos. Agonistas Adrenérgicos São fármacos que atuam em receptores estimulados por noradrenalina e adrenalina. Quando os fármacos ativam diretamente o receptor adrenérgico são chamados SIMPATOMIMÉTICOS. Os fármacos que bloqueiam a ação dos neurotransmissores nos receptores são os SIMPATICOLÍTICOS (antiadrenérgicos). CAPTAÇÃO 1 (Do citoplasma para o neurônio): Toda droga que liberar noradrenalina com inibição da captação 1 vai estimular o sistema adrenérgico. Se inibir a MAO ou a COMT ocorre potencialização do efeito adrenérgico central. Receptor α1: + pós sináptico -> vasoconstrição através da liberação de cálcio. Receptor α2: + pré sináptico -> inibitório, diminui a liberação de noradrenalina, ou seja, drogas agonistas que agem nesse receptor tem como função a inibição do sistema adrenérgico: METILDOPA e CLORIDINA (antihipertensivos). Obs: Na pele, mesentério e rins tem predomínio de receptor do tipo α. Receptor β1: Coração (cronotropismo, dromotropismo e inotropismo positivos) e Rim (aumenta a liberação de renina). Receptor β2: Músculo liso brônquico -> Broncodilatação Receptor β3: Tecido adiposo: Lipólise Obs: No coração tem tanto β1 quanto β2, por esse motivo alguns broncodilatadores causam efeitos no coração causando taquicardia e arritmia. Síntese da Noradrenalina Obs: Não existe fármaco que atua diretamente na síntese na noraepinefrina. Modulador Pré-Sináptico: Ele controla a liberação de neurotransmissores na fenda sináptica. Existem os agonistas de AÇÃO DIRETA (agem direto nos receptores) e os agonistas de AÇÃO INDIRETA (agem impedindo ou causando alguma disfunção do receptor). CATECOLAMINAS Derivada da betafeniletilamina (canal benzênico + etilamina) pode ser sintetiza de maneira endógena (dopamina, adrenalina e noradrenalina) ou de maneira sintética (dobutamina, isoproterenol e dopexamina). São fármacos polares com bastante dificuldade de atravessar a barreira hematoencefálica. São utilizadas no choque (anafilático principalmente), porque predomina a vasoconstrição e melhora a perfusão tecidual (mais utilizada é a adrenalina). São drogas vasoativas metabolizadas pela COMT e pela MAO (exceção: isoproterenol que é metabolizado apenas pela COMT). AGONISTAS Receptores Adrenérgicos α1 α 2 ß1 ß2 NORADRENALINA + + + + + + + + + + ADRENALINA + + + + + + + + + + ISOPROTERENOL - - + + + + + + DOBUTAMINA - - + + + + Obs: A noradrenalina e a dobutamina tem fraca ação contra a asma. Obs: Alguns autores dizem que a ação da adrenalina nos receptores α é muito fraca. ADRENALINA ou EPINEFRINA Hormônio endógeno liberado pela suprarrenal em casos de estresse. Atua em todos os receptores do sistema nervoso simpático, com ação maior nos receptores do tipo β. A adrenalina NÃO É SELETIVA. Ela é principalmente VASOCONSTRITORA e BRONCODILATADORA. A epinefrina pode ser administrada por via tópica, aerossol, IV ou SC. Os metabólitos da adrenalina são excretados na urina. É utilizada na asma aguda e no choque anafilático. Também prolonga a ação dos anestésicos locais. Tem meia vida curta (2 a 3 minutos), é metabolizada pela COMT e pela MAO. Efeitos no Sistema Cardiovascular Inotropismo e cronotropismo positivo. Contrai as arteríolas da pele e vísceras. Dilata os vasos do fígado e do músculo estriado. Diminui o fluxo sanguíneo renal. Aumenta a pressão sistólica e ligeiramente reduz a pressão diastólica. Efeitos no Sistema Respiratório Broncodilatação (Fármaco em desuso no tratamento da asma). Inibe a liberação de mastócitos que produzem histamina e leucotrienos (potentes broncoconstritores) Efeitos no Metabolismo Hiperglicemia significativa porque aumenta a glicogenólise no fígado por β2 e diminui a liberação de insulina por estimulação α2. No pâncreas o receptor α inibe a liberação de insulina e β aumenta a liberação desse hormônio. Lipólise porque estimula o hormônio da lípase sensível que hidrolisam triglicerídeos a ácidos livres e glicerol. Na musculatura lisa realiza relaxamento. Aumenta os níveis de lactato sérico. Indicações Choque anafilático e cardiogênico (0,3 a 0,5 mg/Kg) Broncoespasmos severos. Ressucitação cardiopulmonar.Efeitos Adversos: Arritmia, cefaleia, hiperatividade, insônia, náusea (quando administrada por via oral) e tremores (por estimulação da musculatura esquelética -> receptores β2). Os efeitos no SNC ocorrem em poucos casos devido a dificuldade em atravessar a BHE, por ter curta meia vida e pelo seu uso ser principalmente parenteral. NORADRENALINA, NORAEPINEFRINA ou LEVATERENOL Precursor da adrenalina, o fármaco estimula diretamente os receptores α1 α2 e ß1, sendo fraco agonista nos receptores ß2. Mais vasopressora que epinefrina (maior aumento da pressão arterial). É um potente vasoconstritor. Sua principal via de administração é IV (porque tem curta meia vida), mal absorvida por via SC. Sua cinética é semelhante a da adrenalina. Efeitos Sistêmicos No sistema cardiovascular causa aumento da RVP e aumento da pressão sistólica e diastólica. No coração tem efeito inotrópico + e cronotrópico +. No rim reduz o fluxo renal. Indicações Choque séptico RCP Efeitos Adversos: Taquicardia excessiva e vasocontrição. DOPAMINA O fármaco ativa receptores dopaminérgicos (D1 e D2) que dilata os leitos renais, mesentéricos e coronarianos. Também estimula os receptores α1 realizando vasoconstrição periférica, assim como efeitos inotrópicos e cronotrópicos por ativação do receptor ß1. Aumenta predominantemente PA sistólica. Sua farmacocinética é semelhante a da adrenalina. Doses 1. 2-5 µg/Kg/min: Ação nos receptores dopaminérgicos. Efeito renal (vasodilatação). 2. 5-20 µg/Kg/min: Ação nos receptores β. Vasodilatação coronariana e mesentérica. 3. > 20 µg/Kg/min: Ação nos receptores α. Vasoconstrição periférica. Indicações: Estados de baixo débito cardíaco com volemia controlada ou aumentada (choque cardiogênico). Efeitos Adversos: Taquicardia e vasoconstrição. DOBUTAMINA É uma catecolamina sintética, agonista direta dos receptores ß1. A dobutamina apresenta uma mistura racêmica de duas formas isoméricas. Não depende das reservas de noradrenalina para ter sua ação, ínicio de ação rápida e não tem dose de ataque. Sua farmacocinética é semelhante às outras catecolaminas. Sua eficácia é incerta no decorrer de vários dias (Down regulation). Efeitos Sistêmicos Efeitos inotrópicos ß1 e ß2 no coração mais que cronotrópicos. Poucos efeitos vasculares em α1. Diminuição de consumo de oxigênio o que melhora o trabalho cardíaco. Uso Terapêutico Aumenta o débito cardíaco Insuficiência cardíaca Choque cardiogênico ISOPROTERENOL É uma catecolamina sintética com ação direta que estimula receptores ß1 e ß2, NÃO TEM ação nos receptores α. Sua farmacocinética é resistente a MAO (não é metabolizada por essa enzima). Ela é disponível na forma parenteral ou aerossol. Utilizado em situações de emergências em pacientes com bradicardia ou bloqueio cardíaco. Efeitos Sistêmicos: Aumento o potencial cardíaco e faz vasodilatação. Usado também na reversão de broncoespasmos. Efeitos Adversos: Taquicardia excessiva e arritmias. Obs: Choque Hipovolêmico: Realizar ajuste hídrico e aplicação de DOPAMINA ou NORADRENALINA. Obs: Choque Cardiogênico: Utilizar inotrópicos positivos: DOBUTAMINA (melhor diminuição do consumo de oxigênio) ou NORADRENALINA. Obs: Associação de DOBUTAMINA com dopamina ou noradrenalina pode ser utilizada. Não associar DOPAMINA x NORADRENALINA. AGONISTAS β2 SELETIVOS São fármacos escolhidos para o tratamento da asma fraca (terapia de resgate -> sintomas ocasionais e intermediários). 1. Ação Intermediária: São utilizados para alívio rápido dos sintomas. São administrados por inalação ou oral. Tem ínicio de ação entre 5-30 minutos com duração de 4-6h. Ex: SALBUTAMOL (Aerolin), FENOTEROL (Berotec), TERBUTALINA e METAPROTERENOL. 2. Ação Prolongada: Utilizados para tratamento de asma no nível intermediário. São administrados por inalação ou via oral com duração de 8-12h. Ex: FORMOTEROL e SALMETEROL. Obs: Ação Ultra Prolongada: INDACATER (24 horas de duração). Obs: METAPROTERENOL é o que mais tem efeitos cardíacos, por isso não é tão utilizado. Os fármacos de ação intermediária e prolongada se diferenciam pelo tempo de ação do agente e pela latência (cinética), e não pela eficácia do medicamento. Esses fármacos geralmente são usados por via inalatória, pois ela é mais rápida, localizada e com menos efeitos sistêmicos, entretanto também pode ser administrada por via oral ou parenteral. VANTAGENS DA VIA INALATÓRIA Via rápida e menor latência. Efeitos diretos e menores efeitos sistêmicos. Uso de menores doses. Não sofre primeira passagem hepática. DESVANTAGENS DA VIA INALATÓRIA Efeitos sistêmicos porque há deposição de fármaco na boca e 90% são deglutidos. Efeito local de 10%. Irritação da mucosa traqueal. Dificuldade de uso. RITODRINA É um fármaco agonista β2 seletivo usado para o relaxamento uterino para evitar parto prematuro (administração via venosa). A ritodrina sofre rápida absorção, porém de maneira incompleta. Através da via oral 90% é excretado na urina. AGONISTAS MISTOS PSEUDOEFEDRINA e EFEDRINA São fármacos simpatomiméticos (estimulam o sistema nervoso simpático) que tem como principal função serem descongestionantes nasais. Agem liberando noraepinefrina e estimulam diretamente α1 e ß1. Eles penetram no SNC (alerta), por esse motivo podem causar dependência (por isso está em desuso). Os dois fármacos são considerados dopping em exames. A EFEDRINA estimula o aumento da pressão arterial, é menos potente que a epinefrina quando usada como antiasmático (broncodilatação) e descongestionante nasal. A efedrina é agonista pós-sináptico do SNC, por isso causa irritabilidade, nervosismo, alucinações. Além de atravessar a BHE, a efedrina interfere nos receptores dopaminérgicos, liberando DOPAMINA para a fenda sináptica. A PSEUDOEFEDRINA é apenas utilizada como descongestionante nasal. Mais utilizado que a efedrina. AGONISTAS α1 SELETIVOS São amplamente utilizados para diminuir a congestão nasal em rinites infecciosas e alérgicas, entretanto com o uso crônico e a retirada súbita do fármaco podem provocar congestão reflexa de rebote. Ex: FENILEFRINA (agonista α1 pós-sináptico). Uso Terapêutico: Descongestionante nasal (rinites infecciosas e alérgicas) e midríase. A FENILEFRINA também pode ser usada em crises de hipotensão. AGONISTAS α2 SELETIVOS São fármacos imidazólicos utilizados como descongestionantes nasais promovendo vasoconstrição. Um problema é que esses fármacos atravessam a barreira hematoencefálica. Ex: NAFAZOLINA, OXIMETAZOLINA e XILOMETAZOLINA. São utilizadas topicamente e também causam rebote. CLONIDINA Fármaco que diminui o fluxo adrenérgico central e a liberação da noraepinefrina nas terminações nervosas periféricas e estimula o fluxo parassimpático. É usado para tratamento da hipertensão arterial leve a moderada. O fármaco pode ser associado com diuréticos. Também usada para aliviar sintomas da síndrome de abstinência (nos primeiros dias) porque diminui a resposta do SNC (taquicardia, sufocamento, inquietude geral e hipertensão). Tem efeito sedativo. Farmacocinética: A clonidina é bem absorvida por via oral, tem biodisponibilidade de 100% com efeito máximo de 1-2 horas. Excreção renal. Dose de 0,1 a 1,2 mg em intervalos de 12 horas. Efeitos Adversos: Xerostomia, ressecamento da mucosa nasal, sedação, disfunção sexual,hipotensão ortostática, vertigem e constipação. Pode ocorrer hipertensão de rebote. α-METILDOPA Fármaco convertido em alfa-metilnoraepinefrina no SNC sendo armazenado nas vesículas neuronais. A metildopa é utilizada para tratamento da hipertensão arterial em pacientes com insuficiência renal e em gestantes. Farmacocinética: São bem absorvidos por via oral, meia vida de 2 horas e é excretado na forma conjugada pela urina. Efeitos Adversos: Sonolência e sedação transitória, depressão, xerostomia, perda da libido e impotência, bradicardia (em pacientes com disfunção no nodo sinoatrial), hepatotoxicidade (raro e grave) e anemia hemolítica. ANFETAMINAS São fármacos que atravessam a barreira hematoencefálica, causam inibição do centro da fome (muito utilizados para o tratamento da obesidade). Foram proibidas pelos altos riscos cardiovasculares. ANFETAMINAS DE USO MÉDICO ANFETAMINAS DE USO NÃO MÉDICO Metilfenidato, D-anfetamina, metanfetamina, fenapraporex, anfepranona, dietilpropiona e fenfluramina. Ecstasy, ICE, crystal (Estimulantes do SNC) Efeitos Adversos: Irritabilidade, dependência química, vigília, alucinações, aumento da pressão arterial, vasoconstrição periférica, arritmias e taquicardia. METILFENIDATO ou RITALINA Fármaco relacionado estruturalmente à anfetamina. Age como estimulante do SNC, mas com proeminentes efeitos em atividades mentais e motoras, além de estar envolvido no controle da atenção em nível do córtex cerebral (aumenta a vigília). Contraindicado no glaucoma. Farmacocinética: Após a absorção oral, atinge pico em 2h e sua meia vida é de 1 a 3h. Sofre metabolização hepática e excreção renal sobre a forma de ácido ritalínico. Uso Terapêutico: O tratamento da THDA pode iniciar-se 5mg, pela manhã e ao almoço com aumentos progressivos de dose ao longo de semanas. A dose diária não deve ultrapassar 60mg. Efeitos Adversos Aumento da pressão arterial, arritmias e angina. Ataques de ansiedade e/ou pânico. Cefaleia, insônia, hipersensibilidade. Dilatação das pupilas. Alteração do humor. Dores no estômago e enjoos. Perda de apetite e perda de peso temporária. Antagonistas Adrenérgicos São antagonistas competitivos dos receptores adrenérgicos (adrenalina, noradrenalina e dopamina) ou qualquer substância exógena que esteja atuando nestes receptores. ANTAGONISTAS α Esses fármacos REDUZEM A PRESSÃO ARTERIAL, reduzindo o tônus simpático dos vasos sanguíneos, assim como realizam a redução da RVP. Eles também provocam aumenta da taquicardia reflexa. Os antagonistas desse tipo de receptor se dividem em três grandes grupos: a) Não Seletivos: São aqueles fármacos que atuam em qualquer um dos receptores (tipo 1 e 2). Ex: FENOXIBENZAMINA e FENTOLAMINA. b) Seletivos α1: São aqueles que antagonizam os receptores do tipo 1. Eles atuam por competitividade com a noradrenalina e também estimulam a retroalimentação negativa, porque eles não impedem a ligação da noradrenalina no receptor adrenérgico. Ex: PRAZOSINA, DOXAZOSINA, ALFUZOSINA e TERAZOSINA. c) Seletivos α2: São aqueles que antagonizam as ações realizadas por receptores do tipo 2. Ex: IOIMBINA. FENOXIBENZAMINA Fármaco não seletivo, bloqueia os receptores α1 pós-sináptico e α2 pré-sinápticos. O bloqueio é IRREVERSÍVEL e NÃO COMPETITIVO, ela inativa o receptor através de uma ligação covalente. A ideia do fármaco é o bloqueio de receptores superar a síntese de novos adrenorreceptores. Uso Terapêutico: Feocromocitoma (10mg 2x/dia antes da cirurgia, 40 a 120mg ao dia após a cirurgia ou em estado de doença crônica). FENTOLAMINA Fármaco não seletivo que bloqueia COMPETITIVAMENTE os receptores α1 e α2. Efeitos Diminui progressivamente a RVP e a pressão arterial. Promove aumento da liberação de noraepinefrina. Aumenta a frequência cardíaca por reflexo. Aumenta o débito cardíaco. Efeitos Adversos: Arritmias e angina. Obs: A FENOXIBENZAMINA e a FENTOLAMINA devem ser utilizadas de forma limitada porque causam hipotensão postural, arritmias, taquicardia, disfunção sexual, vertigens e obstrução nasal. PRAZOSINA Fármaco utilizado no tratamento da hipertensão, no tratamento da obstrução ou hiperplasia benigna da próstata e na insuficiência cardíaca congestiva (melhora o quadro, mas não prolonga a vida). Farmacocinética: Biodisponibilidade de 50 a 70%. Ligam-se fortemente as proteínas plasmáticas, tem meia vida de 2 a 3h e é extensamente metabolizada no fígado. Tem duração de ação de 7 a 10h, sendo administrada em intervalos de 12 horas. Administração oral. Efeitos Diminuição da RVP e da pressão arterial (podendo causar hipotensão postural). Relaxamento dos músculos lisos artérias e venosos. Alterações mínimas no débito cardíaco e no fluxo sanguíneo renal. Inibem a contração do trígono e do esfíncter da bexiga, melhorando o fluxo urinário. Diminuem os sintomas e a necessidade de urinar durante a noite. Diminuem a pré e a pós-carga. Diminuem a congestão pulmonar. TERAZOSINA Possui as mesmas funções e efeitos que a prazosina, o que modifica é a cinética. A terazosina é mais hidrossolúvel, tem uma maior biodisponibilidade (>90%), tem meia vida de 12 horas com duração de ação de até 18 horas. É administrada via oral em intervalos de 24 horas. DOXAZOSINA Também segue a linha funcional da prazosina e terazosina, sendo diferente apenas na cinética. Sua meia vida é de 20 horas com duração de ação de 36 horas. A doxazosina é eliminada nas fezes. Administrada via oral em intervalos de 24 horas. Reações Adversas: Comum a todos os medicamentos dessa classe. Hipotensão, síncope, palpitações e fraqueza. FENÔMENO DE PRIMEIRA DOSE: Esses fármacos devem ser administrados de forma lenta e gradual, pois uma superdose pode gerar uma resposta muito acentuada. Preferível tomar a noite em uma dose baixa. ANTAGONISTAS β Antagonismo Total: O fármaco bloqueia totalmente os receptores não deixando espaço para nenhuma ação do neurotransmissor. Esses fármacos não realizam nenhuma função no receptor apenas o ocupam. Ex: PROPRANOLOL Antagonismo Parcial: O fármaco bloqueia parcialmente os receptores tendo assim ainda uma pequena ação dos neurotransmissores. Também chamado de antagonista simpatomimético intrínseco por possuir atividade no receptor, já que mesmo bloqueando o receptor ele mantém uma atividade adrenérgica (ASI). Ex: PINDOLOL Os fármacos que realizam antagonismo nos receptores do tipo β se classificam em três grupos: a) Antagonistas Não Seletivos: Atuam tanto em β1 quanto β2. Ex: PROPRANOLOL, TIMOLOL e NADOLOL. b) Antagonistas β1 Seletivos: Atuam apenas antagonizando nos receptores β1. Ex: ATENOLOL, METOPROLOL, ACEBUTOLOL, BISOPROLOL e ESMOLOL. Utilizados no tratamento da hipertensão. c) Antagonistas α/β: Atuam em todos os receptores adrenérgicos. Ex: LABETOLOL e CARVEDILOL. Obs: O PROPRANOLOL tem mais efeitos adversos do que o ATENOLOL porque ele não é seletivo e é mais lipossolúvel. Obs: Cardio-seletividade: Seletividade para os receptores β1 do coração. Diminui os efeitos colaterais porque não atua em β2 e pode ser utilizado com precaução em pacientes asmáticos. O ATENOLOL é a melhor escolha, porém tem uma resposta menor em negros e idosos. Obs: Em emergência hipertensiva é utilizado LABETOLOL via parenteral como vasodilatador direto. Obs: O TIMOLOL éo fármaco de escolha para tratamento profilático do glaucoma. Obs: Os antagonistas adrenérgicos LABETOLOL e CARVEDILOL são bloqueadores reversíveis que produzem vasodilatação periférica e não alteram os níveis séricos de lipídeos e glicose. Porém, como efeitos adversos podem causar hipotensão postural e tonturas. Obs: Os β bloqueadores (PROPRANOLOL) são a primeira escolha para o tratamento de angina estável, porque diminuem o consumo de oxigênio pelo coração e, portanto, melhoram o trabalho cardíaco. Também são utilizados pra profilaxia de enxaqueca e tremores. Efeitos Cardíacos β1 > β2 Diminuição da frequência cardíaca. Diminuição da contratilidade. Diminuição do débito cardíaco. Diminuição da condução nos átrios e no nodo AV. Efeitos Renais: β1 Diminuição da liberação de renina. Diminuição da produção de angiotensina I. Diminuição dos níveis de aldosterona. Diminuição da retenção de sódio e água. Diminuição do volume plasmático. Efeito Pulmonar: β2 Broncoconstrição potencialmente fatal. Obs: Antagonistas não seletivos são contraindicados para pacientes asmáticos, podem ser utilizados antagonistas seletivos ou antagonistas com ASI, porém usados com muita cautela. Efeito Lipídico: α1, β1, β2 e β3 Redução do colesterol. Aumento dos triglicerídeos. Aumento do LDL Obs: CELIPROLOL e CARVEDILOL melhoram o perfil lipídico. Efeito Glicídico: α1 e β2 Diminuição da glicogenólise. Diminuição da mobilização da glicose. Obs: Os bloqueadores não seletivos (PROPRANOLOL) podem retardar a recuperação da hipoglicemia em pacientes com diabetes tipo I. APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS Doenças Cardiovasculares: Cardiopatia isquêmica, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas, miocardiopatia obstrutiva hipertrófica. Hipertireoidismo e ascite Profilaxia de enxaqueca Abstinência a certas substâncias e sintomas da síndrome do pânico Glaucoma Anti-Hipertensivos: Por redução do tônus simpático, redução na liberação de renina e diminuição do débito cardíaco. Insuficiência Cardíaca: Cuidar com respostas simpáticas reflexas à insuficiência cardíaca que podem agravar o coração, chegando a falência. Foram conduzidos estudos com CARVEDILOL, BISOPROLOL e METAPROLOL e foi constatado que eles reduzem a taxa de mortalidade em pacientes com IC crônica estável independente da gravidade do quadro. O bloqueio beta em longo prazo diminui o volume cardíaco, a hipertrofia do miocárdio e a pressão de enchimento. Por outro lado aumenta a fração de ejeção (remodelagem ventricular). Anti-Isquêmicos: Reduzem o consumo de oxigênio pelo miocárdio pela redução da frequência cardíaca. A diástole prolongada aumenta o tempo de perfusão coronariana e reduzem o aumento da pressão arterial induzida e da contratilidade induzida pelo exercício físico. Efeitos Adversos: Arritmia, broncoconstrição e disfunção sexual. Contraindicações: DPOC, asma, bradicardia sinusal, doença do nó sinusal, diabetes (aumentam o quadro hipoglicêmico) e gestação. Obs: CUIDAR COM A INTERRUPÇÃO ABRUPTA DO TRATAMENTO -> UP REGULATION: A droga deve ser retirada lentamente e gradual, por risco de isquemia miocárdica. Autacóides São substâncias naturais com estruturas químicas diferentes e com atividades fisiológicas e farmacológicas diversas. São classificados como “hormônios” locais porque atuam perto do local de síntese, mas não podem ser chamados de neurotransmissores ou hormônios endógenos. Ex: ÓXIDO NÍTRICO, BRADICININA, HISTAMINA, SEROTONINA, ANGIOTENSINA, PROSTAGLANDINAS, LEUCOTRIENOS e TROMBOXANOS. Fisiologicamente: Secreção gástrica e funções neurovegetativas. Patologicamente: Inflamação (são os principais mediadores), alergia (histamina), anafilaxia, choque, hipertensão, dismenorréia, depressão e ansiedade. Principais ácidos precursores: ácido araquidônico e ácido prostanóico. EICOSANÓIDES Derivados do ácido araquidônico que são liberados pela fosfolipase A2. São produzidos pela maioria das células e por uma variedade de estímulos físicos, químicos e hormonais, regulados conforme a necessidade e raramente sofrem acúmulo tecidual. São os principais mediadores da dor, febre e inflamação. Os eicosanoides também participam de diferentes processos patológicos: câncer, trombose, alergias, asma e infecções. COX: Prostaglandinas e tromboxanos. LOX: Lipogenases e leucotrienos. Para produção de diferentes prostaglandinas e tromboxanos são necessárias enzimas sintetases para essa metabolização. Ex: Tromboxano sintetase presente nas plaquetas. COX 1: Participa mais dos processos fisiológicos. Chamada de enzima constitutiva. COX 2: Participa mais dos processos patológicos. Chamada de enzima induzida. Efeitos no Sistema Vascular Prostaglandinas: Existem aquelas que realizam vasodilatação e vasoconstrição. Leucotrieno C4 e Leucotrieno D4: Vasodilatação Exsudação do plasma nas vênulas pós-capilares Aumento da permeabilidade capilar Edema e eritema Redução da pressão arterial Efeitos no Sangue Tromboxano A2 produzido pelas plaquetas promove agregação plaquetária. Prostaglandina I2 (prostaciclina) produzida pelas células endoteliais dificulta a agregação plaquetária. PGE2 inibe a diferenciação de linfócitos e leucotrienos B4 são potentes quimiotáxicos que realizam adesão de neutrófilos as células endoteliais. Efeitos no Rim As prostaglandinas PGE2 e PGI2 aumenta o fluxo plasmático renal causando diurese, natriurese e caliurese (perda de potássio na urina). O tromboxano A2 diminui o fluxo sanguíneo renal. Efeitos no Trato Gastrointestinal As prostaglandinas PGE (principalmente) e PGI inibem a secreção de HCl e aumenta a secreção de bicarbonato e muco, ou seja, inibem a lesão gástrica. São CITOPROTETORAS GÁSTRICAS. As prostaglandinas PGE e PGF realizam a contração do músculo longitudinal desde o estômago até o cólon: diarréia e cólicas. Os AINEs levam a diminuição da PGE por isso causam sintomas gástricos. Efeito no Sistema Respiratório PGF, PGD e leucotrienos (LTC4 e LTD4) contraem o músculo liso brônquico e traqueal (broncoespasmo). Ainda os leucotrienos são importantes mediadores de respostas alérgicas, asmáticas e anafiláticas. A prostaglandina PGE relaxa a musculatura brônquica e a traquéia. Efeitos no Sistema Reprodutivo As prostaglandinas PGE, PGI e PGF fazem contração uterina. A PGE é responsável pela dismenorréia primária. A PGF 2α causa luteólise, contração uterina (no parto, menstruação ou aborto), transporte do sêmen, motilidade das trompas e contração do canal deferente. Efeitos no Sistema Imunológico As prostaglandinas inibem a função linfocitária e a proliferação de células do sistema imunológico. Efeitos no Sistema Endócrino Aumento a secreção de insulina, ACTH, hormônio do crescimento e prolactina. Efeitos no Sistema Nervoso Central A prostaglandina PGD causa analgesia central e sono. A prostaglandina PGE é estimulada pela interleucina-I, aumenta a temperatura corporal e promove sono. Efeitos no Sistema Termorregulador A liberação de PGE2 no hipotálamo gera mecanismos conservadores de calor que causam a febre. MISOPROSTOL É a versão sintética da prostaglandina E1 (PGE1) usada no tratamento e prevenção de úlcera. Administrado via oral em comprimidos de 100 e 200mg. Para efeito abortivo associar com MIFEPRISTONA. Nome Comercial: CYTOTEC Efeitos
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