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Orçamentos e BDI Msc. Engª. Inaiara Oliveira (Parte 3) 2 Insumos (Conceito- Preços e Unidades): 3 Insumos- Conceituação: Insumos são todos os elementos necessários para construção da obra. Na construção civil, ocorrem três tipos de insumos básicos à implementação de um empreendimento: a mão-de-obra, os materiais a serem utilizados, e os equipamentos necessários ao beneficiamento destes, durante a transformação em produto final. 4 Unidades de insumos de compra x orçamento: O levantamento das quantidades de materiais a serem utilizados ocorre a partir das composições unitárias. No entanto, estas não trazem sempre as mesmas unidades em que os materiais são encontrados comercialmente. Assim, ao checar a quantidade de um determinado material, é preciso verificar se as práticas de comercialização deste permitem a aquisição desta quantidade ou é necessário ajustá-la às unidades do comércio. 5 Unidades de insumos de compra x orçamento: Por isso recomenda-se efetuar uma tabela de conversão de unidades de medida do insumo de orçamento e insumo de compras, ou seja Adequando as unidades dos insumos levantados nos quantitativos com a conversão, para efeito de compra. 6 Tabela Conversão Unidade compra x orçamento: 7 Cotação de Preços: Preço Insumo pode ser obtido através de cotação efetuada por profissional empresa (comprador ou eng. Suprimentos) Preço Insumo pode ser obtido por assinatura de Banco de Dados com Listagem de preços mensais de insumos via web Compra técnica pode ser efetuada pela alta gerência por exemplo: esquadrias,estacas, estrutura metálica (compra em escala ou pacotes p/ várias obras) Estabelecer o limite de valor que o comprador terá de autonomia para fechar compra sem passar pela aprovação da direção. 8 Roteiro de Cotação de Insumos: Listagem de todos equipamentos, materiais e serviços a serem empregados na obra (enviar ao compras para cotação, observar as unidades) Identificar os insumos importantes – (Curva ABC) e efetua negociação destes com fornecedores em função da quantidade. Efetuar 03 cotações de preços de cada insumo e equalizar as propostas (Impostos, Alíquotas, Frete e embalagem) Registrar e documentar as cotações (empresa-fone-contato-data) 9 Critérios Gerais de Cotação: a) Consultar fornecedores com boa atuação no mercado, que apresentem boas condições de preços e estoques; b) Pedir Preços à vista ou com prazo de 28 dias, como a empresa paga normalmente; c) Incluir todos os impostos aplicados; d) Considerar sempre os custos de transporte (preços posto obra ou preços com frete destacado); e) Cotação mensal e não por proposta.;: CIF x FOB Frete FOB – Free on board A sigla FOB em português pode ser traduzida por “Livre a bordo”. Neste tipo de frete, o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria. Frete CIF - Cost, Insurance and Freight Em português, a sigla CIF significa “Custo, Seguros e Frete”. Neste tipo de frete, o fornecedor é responsável por todos os custos e riscos com a entrega da mercadoria, incluindo o seguro e frete. Esta responsabilidade finda quando a mercadoria chega ao destino designado pelo comprador. 10 11 Critérios específicos de cotação: Além dos critérios gerais, existem outros que precisam ser estabelecidos para cada insumo em particular. São eles: a) Descrever detalhadamente o insumo, de forma a não deixar qualquer tipo de dúvida sobre sua essência ou característica;. b) Escolher a unidade ou embalagem adequada ao porte da obra; c) Definir quantidade de referência, (pois quanto maior a quantidade, menor o preço); d) Verificar se os prazos de entrega são aceitáveis; e) Identificar os Insumos Importantes (Curva ABC); f) Considerar sempre preços posto obra, com transporte por conta do fornecedor ou com o acréscimo do custo da contratação de frete. g) Cotação mensal e não proposta. 12 Identificação de insumos importantes Na construção civil, um pequeno conjunto de cerca de 30 a 50 itens tem influência decisiva no custo. Os insumos restantes têm pouca representatividade no custo da obra - resultado. Para o setor de edificações, cerca de 8% dos insumos da obra representam 85% do custo. Logo, estes itens podem ser classificados como “importantes”, enquanto 92% são classificados como “normais.” Portanto deve-se examinar as curvas ABC produzidas por programas de orçamento de obras para separar-se os insumos mais importantes do orçamento . Para os insumos normais deve-se adotar um procedimento genérico de cotação, como adoção de preços publicados em revistas, disquetes, Internet, ou fazer cotações trimestrais, etc. Para os insumos importantes é conveniente elaborar um estudo minucioso, não esquecendo das especificações técnicas, ciente de que qualquer erro poderá significar a perda de uma concorrência ou a contratação de uma obra com prejuízo 13 Preços Total: Deve- se incluir nos preços cotados os custos com transporte para colocar o material no local da obra e os impostos incidentes sobre o preço de materiais de construção, tais como o IPI e o ICMS. Na mão de obra deve se incluir os custos com encargos sociais e todos os custos que possam ser relacionados com a hora trabalhada, tais como transporte, alimentação, EPI e ferramentas em geral, entre outros. Nos equipamentos, além da depreciação, deve- se considerar também os custos com juros do capital investido e a manutenção (oficina) dentro do custo horário calculado . 14 Preço Médio O cálculo da média aritmética é o padrão a ser utilizado pelo orçamentista, isto é, o cálculo médio de preços de fornecedores de destaque de sua região. Na prática, compra-se itens abaixo do preço médio (compras programadas de boa quantidade) e acima do preço médio (pequenas quantidades em depósitos por exemplo) . O critério do preço médio só pode ser desprezado no caso de se ter materiais em estoque, na compra antecipada, em contrato de fornecimento a preço fixo, ou extrema confiança no preço de um determinado fornecedor . Adotar o preço mínimo de uma lista de materiais só é justificável em obras de pequeno porte com início imediato, face à grande possibilidade de negociação e controle neste caso específico . Adotar o preço máximo não é tecnicamente correto. O local para embutir riscos e margens de erro é na margem bruta, nas despesas indiretas 15 Preço a ser utilizado no orçamento: Qual dos preços coletados será indicado no orçamento? Muitos autores defendem a média, outros o mais alto ou o mais baixo. A sugestão é que se use o preço de mercado que mais se aproxime da média dos valores coletados. Essa justifica-se pelo fato de se tratar de um valor próximo da média, que é sempre uma consideração ponderada, – nem tão alta, nem tão baixa, mas com o respaldo de ter sido identificada no mercado. Provavelmente, com três ou mais valores se possa conhecer valores se possa conhecer a tendência do mercado e não preços de ocasião. Uma grande diferença que existe entre a busca de preços para orçamento e para compra está na atitude frente a preços de oferta. No primeiro, devem ser evitados preços promocionais, pois há grande probabilidade de que, quando da aquisição do material, este não estar mais com preço especial e a diferença entre o preço orçado e o atualizado ser maior que a esperada. 16 Reajuste do preço base Ao apresentar um orçamento ao cliente e assinar o contrato da obra, a construtora está fornecendo um preço e assegurando legalmente sua fixação por um longo período.Para garantir a validade dos preços apresentados, a empresa construtora que trabalha com preço do dia de seus fornecedores, precisará efetuar projeções financeiras internas, utilizando-se de conceitos de moeda paralela e matemática financeira. A definição correta dos preços unitários dos principais insumos do orçamento tem relação direta com o nível de precisão e segurança do orçamento. 17 Reajuste do preço base Ao definir o preço P◦ de um determinado insumo ou de um determinado contrato, o orçamentista deverá informar qual o mês a que P◦. se refere. Se a tomada de preços foi efetuada no mês m, dizemos que o preço é P◦. base m corrigido pelo índice X. É o conceito de PREÇO-BASE, sempre com periodicidade mensal. Existe ainda possibilidade do índice oficial adotado para a manutenção do valor do contrato apresentar uma variação inferior à inflação real dos insumos da obra. Caso este fator não tenha sido previamente considerado, resta renegociar com o contratante ou absorver o prejuízo. 18 Perdas na Construção : O conceito de perdas é, com freqüência, associado ao desperdício de materiais. No entanto, àas perdas estendem-se além deste conceito e devem ser entendidas como qualquer ineficiência que se reflita no uso de equipamentos, materiais, mão-de-obra e equipamentos em quantidades superiores àquelas necessárias à produção da edificação, inclusive consideradas quanto à execução de tarefas desnecessárias que geram custos adicionais e não agregam valor.Tais perdas são conseqüência de um processo de baixa qualidade, que traz como resultado não só uma elevação de custos, mas também um produto final de qualidade deficiente 19 Tipos de Perdas segundo a natureza: A) por superprodução: refere-se à perda que ocorre devido à produção em quantidades superiores às necessárias. Ex: Se produz uma betoneira no final da tarde e não se consegue utilizar toda quantidade ate o final do expediente;. b) Perdas por substituição: decorrem da utilização de um material de valor ou características de desempenhos superiores ao especificado(ISATTO, 1996, P. 8). Ex:Falta aço de diâmetro 10mm na obra então utilizo aço de 12mm; c) Perdas por espera: relacionadas com a sincronização e o nivelamento dos fluxos de materiais e com as atividades dos trabalhadores.Ex:Acontece um imprevisto na obra e o concreto.fica mais de 2 horas no caminhão, d) Perdas por transporte: as perdas por transporte estão associadas ao manuseio excessivo ou inadequado dos materiais e componentes em função de uma má programação das atividades ou de um layout ineficiente do canteiro de obras. (ISATTO, 1996, P.8).; e) Perdas no processamento em si: têm origem na própria natureza das atividades do processo ou na execução inadequada dos mesmos. Decorrem da falta de procedimentos padronizados e ineficiência nos métodos de trabalho, de falta de treinamento da mão-de-obra ou deficiência no detalhamento e construtividade dos projetos;. (ISATTO, 1996, P.9) 20 Tipos de Perdas segundo a natureza: F) Nos estoques: estão associadas à existência de estoques excessivos, em função da programação inadequada na entrega dos materiais ou de erros na orçamentação, podendo gerar situações de falta de locais adequados para a deposição dos mesmos.Ex: Estoque Poe período prolongado pode gerar consumo de argamassa com prazo de validade vencido.; g) Perdas no movimento: decorrem da realização de movimentos desnecessários por parte dos trabalhadores durante a execução das suas atividades e podem ser geradas por frentes de trabalho afastadas e de difícil acesso, falta de estudo de layout do canteiro e do posto de trabalho, falta de equipamentos adequados, etc.; h) Perda pela elaboração de produtos defeituosos: Ocorrem quando são fabricados produtos que não atendem os requisitos de qualidade especificados. Geralmente originam-se da ausência de integração entre o projeto e a execução, das deficiências de planejamento e controle do processo produtivo, ou da falta de treinamento da mão-de-obra. Resultam em retrabalhos ou redução de desempenho do produto final;. 21 Conclusões sobre Perdas na Construção : Perdas são muito mais elevadas do que se considera nos orçamentos Existe uma grande variabilidade nas perdas em diferentes canteiros Elevada parcela destas perdas são previsíveis e evitáveis As empresas desconhecem os seus indices de perdas Principais causas estão vinculadas a problemas gerenciais e etapas pré-produção Influência da mão de obra é relativamente pequena 22 Perdas de Mão Obra: Lógica de Melhoria Mantendo a mesma “quantidade”(esforço) de trabalho: 1. Eliminar perdas 2. Reduzir trabalho adicional 3. Aumentar trabalho efetivo (sem forçar o ritmo de trabalho) 23 Perdas de Mão Obra: Na construção civil, a literatura internacional indica que, em termos globais, as atividades que agregam valor correspondem, em média, a um terço do tempo total gasto pelo mão-de-obra, podendo atingir valores da ordem de 55 a 60% apenas para algumas atividades específicas, como a execução de alvenaria . 24 Perdas de H de Equipamentos Pode-se ter perdas no uso de equipamentos em quantidades superiores àquelas necessárias à produção da edificação, como por exemplo: horas improdutivas de equipamentos, fato que gera custos adicionais e não agregam valor ao produto final. Quando se desenvolve uma inovação tecnológica na construção deve-se eliminar ao máximo a necessidade de atividades de transporte, espera e inspeção de materiais. As atividades componentes de um processo podem ser classificadas em duas principais categoriais ou seja, atividades de: a)Atividades de conversão: envolvem o processamento dos materiais em produtos acabados;. b) Atividades de fluxo: relacionam-se às tarefas de inspeção, movimento e espera dos materiais 25 Influência do projeto nas falhas das edificações 15 estudos na Europa (Calavera, 1991) Projeto Execução Materiais Uso Outros 42% 28,5% 14,6% 9,6% 5,7% 26 Previsão de Perdas em e compras e/ orçamento Deve ser elaborada uma previsão do consumo de materiais, com base no orçamento, levando em conta os níveis de perdas existentes.Os índices de perdas estão sujeitos a diversas fontes de variabilidade que são responsáveis pela existência de índices bastante distintos para um mesmo serviço. Essa variabilidade é proveniente da consideração de fatores como : o adensamento do concreto, as condições de armazenamento; marca ou fabricante, quanto às unidades de compra e quanto às condições de transporte até o canteiro; 27 Previsão de Perdas em e compras e/ orçamento habilidade da mão-de-obra disponível na utilização dos materiais e o nível de controle existente em obra sobre essa utilização,; as condições de projeto quanto às formas e dimensões, ou seja, o grau de dificuldade na execução dos elementos. Portanto, é preciso estar consciente de que os índices de perdas têm uma série de condicionantes e que podem restringir seu uso fazendo com que o orçamentista analise de forma crítica o valor indicado confrontando-o com as condições da empresa e da obra . 28 Produtividade Produtividade é o tempo necessário para realizar uma tarefa ou serviço. È a relação entre a quantidade ou valor produzido e a quantidade ou valor de insumos aplicados à produção. A baixa produtividade é corrente na construção civil, sendo que a mão-de-obra empregada é extremamente desqualificada ( não é treinada, é analfabeta e muito pobre). O desperdício de materiais e de mão-de-obra decorrentes provoca o encarecimento do produto . Pelas máscondições de trabalho e de remuneração, a construção é o último refúgio de emprego formal do trabalhador urbano. 29 Alternativas para melhorias de qualidade e produtividade Existem diversas formas de reduzir as perdas na Construção Civil. Formas Diretas: treinamento específico de mão-de- obra, mecanização, racionalização de processos, organização de canteiros, detalhamento de projetos, real integração dos vários subprojetos (projetos arquitetônicos, elétricos, Hidrosanitários e estruturais), adequação das técnicas e materiais empregados às condições regionais e locais e aperfeiçoamento das técnicas de orçamentação e gerenciamento das obras. Formas Indiretas: valorização da mão-de-obra, através de programas de alfabetização, saúde familiar, alimentação em obra, distribuição de cestas básicas, controle de alcoolismo e de outras drogas 30 Apropriação dos Serviços: A apropriação do custo em obra é a verificação do custo real de cada serviço no canteiro de obra, com a finalidade propícia de servir de base a futuros orçamentos e controlar economicamente a execução da obra. Dentro deste parâmetro, é de suma importância a obtenção do cálculo dos coeficientes de consumo ou produtividade, uma vez que são o ponto de partida para obter-se o custo direto de um serviço ou produto 31 Apropriação de Mão de Obra: 32 Apropriação de Mão de Obra: 33 Apropriação de Materiais: 34 Apropriação de Equipamentos:
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