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04 Nota de Aula Crimes contra a Saude Publica

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1	
  
 
Régis Gonçalves Pinheiro 
Penal III – Parte Especial 
 
Nota de Aula nº 04 
 
Título VIII – DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA 
 
Capítulo I – DOS CRIMES DE PERIGO COMUM (arts. 250 a 259) 
Capítulo II – DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E TRANSPORTES 
E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS (arts. 260 a 266) 
Capítulo III – DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA (arts. 267 a 285) 
 
 
CAPÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA 
 
Características gerais dos crimes contra a saúde: 
- dano ou perigo de dano à saúde de um número indeterminado de pessoas; 
- não há ataque a integridade física de uma única pessoa; 
- o bem jurídico tutelado é a saúde pública; 
 
Epidemia 
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: 
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. 
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. 
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, 
de dois a quatro anos. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública (a saúde pública como um dos aspectos 
da incolumidade pública, Mirabete); 
Obs.1: o germe patogênico é objeto material do tipo penal. 
Obs.2: germe patogênico pode ser compreendido como o micro-organismo capaz de 
produzir moléstia infectocontagiosa. Ex.: bactérias, bacilos, vírus, protozoários, fungos, 
etc. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
O crime é causar epidemia mediante a propagação de germes patogênicos. 
 
Observações: 
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ 
UNIVERSIDADE	
  DE	
  FORTALEZA	
  
Centro	
  de	
  Ciências	
  Jurídicas	
  –	
  CCJ	
  
Curso	
  de	
  Direito	
  
	
   2	
  
- a doutrina classifica epidemia como um surto de uma doença acidental e 
transitória, que ataca um grande número de indivíduos ao mesmo tempo, em 
determinando país ou região; 
- o tipo penal em análise refere-se somente as epidemias causadas pela ação 
humana; 
- para adequação objetiva da conduta humana ao tipo, é necessário que a epidemia 
se produza efetivamente >>>>> crime concreto; 
- para a configuração do crime é necessário demonstrar que a epidemia decorre da 
ação humana (nexo de causalidade e nexo de risco): 
Identificação dos meios 
para propagação dos 
germes patogênicos 
Demonstração de que o meio 
utilizado era idôneo para a 
propagação da epidemia 
Constatação de que a 
epidemia não decorre de 
mero evento natural 
 
- epidemia ≠ pandemia ≠ endemia; 
- o agente pode cometer o crime diretamente ou indiretamente; 
 
Direta: lançamento de vírus ao ar 
Indiretamente: pessoa portadora de 
moléstia infecciosa que comparece a 
recinto público e dolosamente tosse na 
direção de outros indivíduos. 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – é a vontade livre e consciente de causar epidemia. 
Observações: 
- para que ocorra a adequação subjetiva do tipo penal, é necessário que ocorra a 
epidemia ======> crime de perigo concreto; 
- ausência de dolo: 
 
Quando o agente 
DESCONHECE 
- a natureza patogênica dos germes; 
- a possibilidade de sua propagação; 
- a possibilidade de que sua propagação possa 
causar uma epidemia 
 
afasta-se o dolo da 
ação 
 
- se a intenção do agente for contaminar pessoa determinada, o crime será o do art. 
131, CP (perigo de contágio de moléstia grave). 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se quando várias pessoas são infectadas pelo germe patogênico. 
A tentativa é possível. 
 
06) Formas 
 
Simples Art. 267, caput. 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 267, § 1º. Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. 
Obs.1: crime preterdoloso: há dolo no crime antecedente (epidemia) e 
culpa no consequente (morte); 
Obs.2: basta a morte de uma única pessoa para que o crime se 
	
   3	
  
qualifique; 
Obs.3: no caso de uma pluralidade de mortes, não há concurso de 
delitos, mas circunstância judicial desfavorável (a rt. 59, caput, CP) 
dosimetria da pena; 
Obs.4: Se a intenção do agente é a morte, através da epidemia, 
responderá por epidemia na modalidade simples, e por homicídeo ou 
genocídio, em concurso formal (art. 70, caput, parte final, CP); 
Obs.5: A epidemia agravada pela morte é crime hediondo (art. 1º, 
VII, Lei 8.072/90); 
Obs.6: A epidemia agravada pela morte admite a prisão temporária 
(art. 1º, III, i, da Lei 7.960/89); 
Culposa Art. 267, § 2º. Violação do dever objetivo de cuidado. 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum; 
Crime Material ou Causal – consuma-se com o resultado naturalístico; 
Crime de Perigo Comum e Concreto – necessita da comprovação do perigo comum a 
pessoas indeterminadas, e necessita ser provado; 
Instantâneo; 
Comissivo (excepcionalmente comissivo por omissão); 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada 
	
   4	
  
INFRAÇÃO DE MEDIDA SANITÁRIA PREVENTIVA 
Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou 
propagação de doença contagiosa: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde 
pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
Dolo - O crime é infringir (violar) determinação do Poder Público destinada a impedir a 
introdução ou propagação de doença contagiosa. 
 
Observações: 
- trata-se de norma penal em branco, pois o seu complemento encontra-se na 
determinação do Poder Público; 
- a determinação do Poder Público pode ser através de lei, portaria, decreto, 
regulamento, etc., oriundo de autoridade pública competente (federal, estadual 
ou municipal); 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – é a vontade livre e consciente de infringir as determinações sanitárias do poder 
público. 
Não há modalidade culposa. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Crime de perigo comum abstrato, e se consuma com a mera infração da determinação 
do Poder Público. Não é necessário resultado naturalístico. 
A tentativa é possível 
 
06) Formas 
 
Simples Art. 268, caput. 
Causa de 
Aumento de 
Pena 
Art. 268, parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se o 
agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de 
médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro. 
Decorre do dever especial do ocupante de cargo público ou profissão 
de saúde; 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
 
	
   5	
  
FORMAS QUALIFICADAS DE CRIME DE PERIGO 
COMUM 
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão 
corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é 
aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No 
caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-
se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao 
homicídio culposo, aumentada de um terço. 
 
Crime doloso de perigo 
comum 
(crime antecedente doloso) 
Lesão Corporal de Natureza 
Grave (culpa no crime 
consequente) 
Pena Privativa de liberdade 
é aumentada de metade 
Morte (culpa no crime 
consequente) 
Pena Privativa de 
Liberdade é dobrada 
Crime culposo de perigo 
comum 
Lesão Corporal (de 
qualquer natureza) 
Pena é aumentada de 
metade 
Morte Aplica-se a pena cominada 
ao homicídio culposo, 
aumentada de um terço 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum; 
Crime Formal – consuma-se com a prática da condutacriminosa, não sendo exigido o 
resultado naturalístico; 
Crime de Perigo Comum e Abstrato – necessita da comprovação do perigo comum a 
pessoas indeterminadas, o qual não necessita ser provado, pois é presumido; 
De forma livre; 
Instantâneo; 
Comissivo (excepcionalmente comissivo por omissão); 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada 
	
   6	
  
OMISSÃO DE NOTIFICAÇÃO DE DOENÇA 
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é 
compulsória: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: somente o médico; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
O crime omissivo próprio. 
Dolo – a conduta típica é deixar de denunciar à autoridade pública competente 
(autoridade sanitária) doença cuja notificação é compulsória. 
Ex.: cólera, febre amarela, varíola, difteria, etc. 
 
Observações: 
- trata-se de norma penal em branco, pois o seu complemento encontra-se em lei 
ou ato administrativo; 
- o médico que notifica essas doenças, não comete o crime previsto no arg. 154, 
CP, violação de segredo profissional; 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – é a vontade livre e consciente de não denunciar a autoridade pública, doença 
cuja notificação é compulsória. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Crime de perigo comum abstrato, e se consuma no momento em que expira o prazo 
fixado em lei ou ato administrativo para efetuar o comunicado. 
A tentativa não é possível. 
 
06) Formas 
 
Simples Art. 269, caput. 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime próprio; 
Crime de Mera Conduta – consuma-se com a prática da conduta criminosa, e o tipo não 
prevê o resultado naturalístico; 
Crime de Perigo Comum e Abstrato – necessita da comprovação do perigo comum a 
pessoas indeterminadas, o qual não necessita ser provado, pois é presumido; 
Instantâneo; 
	
   7	
  
Omissivo próprio; 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Unissubsistente – a conduta criminosa é composta de um único ato. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada 
	
   8	
  
ENVENENAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL OU DE SUBSTÂNCIA 
ALIMENTÍCIA OU MEDICINAL 
Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância 
alimentícia ou medicinal destinada a consumo: 
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. 
§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para o 
fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada. 
 
MODALIDADE CULPOSA 
§ 2º - Se o crime é culposo: 
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
Objetos materiais: 
a) água potável de uso comum ou particular; 
b) substâncias alimentícias destinadas a consumo; 
c) substância medicinal destinada a consumo. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
O crime é envenenar água potável de uso comum ou particular, ou substância 
alimentícia ou medicinal destinada a consumo. 
Observação: pouco importa se o efeito do envenenamento é imediato ou mediato, 
mortal ou não; 
Obs.2: O crime de envenenamento de água potável admite a prisão temporária (art. 1º, 
III, j, da Lei 7.960/89); 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – é a vontade livre e consciente de envenenar água potável de uso comum ou 
particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo. 
Observação: com o envenenamento o agente deseja criar o perigo, e não o evento letal. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Crime de perigo abstrato (presumido). Consuma-se com o envenenamento da água 
potável ou de substância alimentícia ou medicinal. 
Obs.1: não é necessário que as pessoas venham efetivamente a tomar água ou consumir 
as substâncias envenenadas. 
Obs.2: o veneno empregado deve ser idôneo a provocar malefícios à saúde das pessoas. 
A tentativa é possível. 
 
06) Formas 
 
	
   9	
  
Simples Art. 270, caput. 
Equiparado Art. 270, § 1º. Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo 
ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a 
substância envenenada. 
Obs.1: se o agente que realizou o envenenamento também pratica as 
ações posteriores previstas no (§1º), responderá apenas pelo caput. 
Obs.2: a conduta prevista no (§1º) é de perigo abstrato, consuma-se 
tão só com a entrega a consumo ou com o depósito. 
Obs.3: a conduta de depósito, prevista no (§1º), é crime permanente. 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
Culposa Art. 270, § 2º. Violação do dever objetivo de cuidado. 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum; 
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime de Perigo Comum e abstrato – perigo comum a pessoas indeterminadas, mas não 
necessita ser provado; 
Instantâneo; 
Comissivo (excepcionalmente comissivo por omissão); 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada. 
	
   10	
  
CORRUPÇÃO OU POLUIÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL 
Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a 
imprópria para consumo ou nociva à saúde: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos. 
 
Modalidade culposa 
Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
Objeto material: 
a) água potável de uso comum ou particular; 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
O crime é corromper ou poluir água potável de uso comum ou particular. 
Corromper = apodrecer, estragar; 
Poluir = conspurcar, sujar. 
Obs.1: a água deve torna-se imprópria para o consumo ou nociva a saúde; 
Obs.2: como a lei diz “água potável”, não há crime se o agente corrompe ou polui água 
destinada a outros fins, como lavagem de automóveis, irrigação, banho de animais, etc.; 
Obs.3: se o agente corrompe e polui a mesma água, comete um único crime (Crime de 
Conteúdo Variado ou de ação múltipla). 
 
Observação importante: Vide art. 54, § 2º, III, Lei 9.605/98 (Crimes Ambientais). 
Aplica-se o art. 54, § 2º, III, Lei 9.605/98, se: 
 
CORRUPÇÃO e/ou POLUIÇÃO 
 
+ 
INTERRUPÇÃO DO 
ABASTECIMENTO PÚBLICO DE 
ÁGUA DE UMA COMUNIDADE 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – é a vontade livre e consciente de corromper e/ou poluir água potável de uso 
comum ou particular, ciente de que causa perigo para um número indeterminado de 
pessoas. 
Modalidade culposa: parágrafo único. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Crime de perigo abstrato (presumido). Consuma-se com a poluição e/ou corrupção da 
água potável, de forma a torná-la imprópria para o consumo ou nociva a saúde. 
A tentativa é possível. 
 
06) Formas 
	
   11	
  
 
Simples Art. 271, caput. 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
Culposa Art. 271, parágrafo único. Violação do dever objetivo de cuidado. 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum; 
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime de Perigo Comum e abstrato – perigo comum a pessoas indeterminadas, mas não 
necessita ser provado; 
Instantâneo; 
Comissivo (excepcionalmente comissivo por omissão);Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada 
	
   12	
  
FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE 
SUBSTÂNCIA OU PRODUTOS ALIMENTÍCIOS 
Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício 
destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, 
tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a 
substância alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado. 
§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste artigo em 
relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico. 
 
Modalidade culposa 
§ 2º - Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
O objeto material: substância ou produto alimentício destinado a consumo. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
Crime de ação múltipla. 
Corromper 
Adulterar 
Falsificar 
Alterar 
 
Substância 
 
Produto alimentício 
 
Destinado a consumo 
(nº. indeterminado de 
pessoas) 
Tornando-o nocivo à 
saúde 
 
Reduzindo-lhe o valor 
nutritivo 
Obs.: lembrar sempre da noção de número indeterminando de pessoas 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – vontade livre e consciente de: 
Corromper 
Adulterar 
Falsificar 
Alterar 
 
Substância 
 
Produto alimentício 
 
Destinado a consumo 
(nº. indeterminado de 
pessoas) 
Tornando-o nocivo à 
saúde 
 
Reduzindo-lhe o valor 
nutritivo 
 
05) Consumação e Tentativa 
Crime de perigo concreto. Consuma-se com a criação da situação de perigo comum, ou 
seja, quando o agente: 
Corromper 
Adulterar 
Falsificar 
 
Substância 
 
 
Destinado a consumo 
(nº. indeterminado de 
Tornando-o nocivo à 
saúde 
 
	
   13	
  
Alterar Produto alimentício pessoas) Reduzindo-lhe o valor 
nutritivo 
Obs.1: é necessário comprovar a provocação de nocividade ou redução do valor 
nutritivo do produto ou substância alimentícia. (Crime de perigo comum e 
concreto). 
Obs.2: mas não é necessário para a consumação, que o produto ou a substância 
alimentícia seja comercializada ou consumida. 
A tentativa é possível. 
 
06) Formas 
 
Simples Art. 272, caput. 
Equiparada Art. 272, § 1º-A. Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, 
expõe à venda, importa, tem em depósito para vender ou, de 
qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substância 
alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado. 
Obs.1: se o agente que realizou as práticas do caput e também pratica 
as ações posteriores previstas no (§1º-A), responderá apenas pelo 
caput. (Progressão criminosa e Princípio da Consunção). 
Obs.2: a conduta “expor a venda” e “ter em depósito para venda”, 
prevista no (§1º-A), é crime permanente. 
 
Art. 272, § 1º. Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações 
previstas neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor 
alcoólico. 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
Culposa Art. 272, § 2º. 
Obs.: a modalidade culposa não abrange as condutas falsificar 
(caput) e fabricar (§ 1º-A). 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum; 
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime de Perigo Comum e concreto – perigo comum a pessoas indeterminadas, mas 
necessita ser provado a nocividade ou redução do valor nutricional; 
Instantâneo; 
Comissivo (excepcionalmente comissivo por omissão); 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada. 
	
   14	
  
FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE 
PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS 
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins 
terapêuticos ou medicinais: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. 
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito 
para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto 
falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. 
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as 
matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em 
diagnóstico. 
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em 
relação a produtos em qualquer das seguintes condições: 
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; 
II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; 
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua 
comercialização; 
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; 
V - de procedência ignorada; 
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. 
 
Modalidade culposa 
§ 2º - Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
Crime de ação múltipla. 
Corromper 
Adulterar 
Falsificar 
Alterar 
Produto destinando a fins terapêuticos 
 
Produtos destinando a fins medicinais 
Obs.1: produto destinando à prevenção, melhora ou cura de doenças. 
Obs.2: lembrar sempre da noção de número indeterminando de pessoas 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – vontade livre e consciente de: 
Corromper 
Adulterar 
Falsificar 
Produto destinando a fins terapêuticos 
 
Produtos destinando a fins medicinais 
	
   15	
  
Alterar 
 
05) Consumação e Tentativa 
Crime de perigo abstrato (não há consenso na doutrina abstrato/concreto). Consuma-se 
com o ato de: 
Corromper 
Adulterar 
Falsificar 
Alterar 
Produto destinando a fins terapêuticos 
 
Produtos destinando a fins medicinais 
Obs.1: Presume-se o perigo à coletividade com a alteração do produto destinando 
para fins terapêuticos ou medicinais. (Crime de perigo comum e abstrato). 
Obs.2: mas não é necessário para a consumação, que o produto seja 
comercializado ou consumido. 
A tentativa é possível. 
 
Obs.: Vide o art. 277, CP, que criminaliza atos preparatórios. 
 
06) Formas 
 
Simples Art. 273, caput. 
Equiparada Art. 273, § 1º. Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, 
expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, 
distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, 
adulterado ou alterado. 
Obs.1: se o agente que realizou as práticas do caput e também pratica 
as ações posteriores previstas no (§1º), responderá apenas pelo caput. 
(Progressão criminosa e Princípio da Consunção). 
Obs.2: a conduta “expor a venda” e “ter em depósito para venda”, 
prevista no (§1º), é crime permanente. 
 
Art. 273, § 1º-B. Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações 
previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: 
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; 
II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso 
anterior; 
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua 
comercialização; 
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; 
V - de procedência ignorada; 
VI - adquiridosde estabelecimento sem licença da autoridade sanitária 
competente. 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
Culposa Art. 272, § 2º. 
Obs.: a modalidade culposa não abrange a conduta falsificar (caput). 
 
07) Classificação doutrinária 
	
   16	
  
Crime Comum; 
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime de Perigo Comum e abstrato – perigo comum a pessoas indeterminadas, mas não 
necessita ser provado; 
Instantâneo; 
Comissivo; 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada. 
	
   17	
  
EMPREGO DE PROCESSO PROIBIDO OU DE SUBSTÂNCIA NÃO 
PERMITIDA 
Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, 
gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática, anti-séptica, conservadora 
ou qualquer outra não expressamente permitida pela legislação sanitária: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
Crime consiste em empregar no fabrico de produtos destinados ao consumo de um 
número indeterminando de pessoas 
Revestimento 
Gaseificação artificial 
Matéria corante 
Substância aromatizada 
Antisséptica 
Conservadora 
Ou qualquer outra (interpretação 
analógica ou intra legem) 
 
 
 
Não expressamente permitida pela legislação 
sanitária 
Obs.1: norma penal em branco. 
Obs.2: lembrar sempre da noção de número indeterminando de pessoas 
Obs.3: vide art. 2º, III, Lei 1.521/51 – Crimes Contra a economia Popular (divergência 
de peso e composição dos produtos). 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – vontade livre e consciente de empregar no fabrico de produtos destinados ao 
consumo de um número indeterminando de pessoas: 
Revestimento 
Gaseificação artificial 
Matéria corante 
Substância aromatizada 
Antisséptica 
Conservadora 
Ou qualquer outra 
 
 
 
Não expressamente permitida pela legislação 
sanitária 
 
05) Consumação e Tentativa 
Crime de perigo abstrato. Consuma-se com o emprego, no fabrico de produtos: 
De revestimento 
Gaseificação artificial 
Matéria corante 
 
 
 
	
   18	
  
Substância aromatizada 
Antisséptica 
Conservadora 
Ou qualquer outra 
Não permitida pela legislação sanitária 
 
A tentativa é possível. 
 
06) Formas 
 
Simples Art. 273, caput. 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum; 
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime de Perigo Comum e abstrato – perigo comum a pessoas indeterminadas, mas não 
necessita ser provado; 
Instantâneo; 
Comissivo; 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada. 
	
   19	
  
INVÓLUCRO OU RECIPIENTE COM FALSA INDICAÇÃO 
Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêuticos ou 
medicinais, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que nele 
existe em quantidade menor que a mencionada: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
Crime consiste em: 
 
 
Inculcar 
(indicar, 
apregoar) 
 
 
falsamente 
 
Invólucro 
 
Recipiente 
Produtos alimentícios 
 
Produtos terapêuticos 
 
Produtos medicinais 
a existência de substância que 
não se encontra em seu 
conteúdo 
 
que nele existe em quantidade 
menor que a mencionada 
 
Obs.1: o crime é praticado com emprego de fraude. 
Obs.2: lembrar sempre da noção de número indeterminando de pessoas. 
Obs.3: embora não haja consenso na doutrina, a conduta deve implicar riscos a saúde de 
pessoas indeterminadas. 
Obs.4: vide art. 2º, III, Lei 1.521/51 – Crimes Contra a economia Popular (divergência 
de peso e composição dos produtos). 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – vontade livre e consciente de indicar falsamente: 
 
Invólucro 
 
Recipiente 
Produtos alimentícios 
 
Produtos terapêuticos 
 
Produtos medicinais 
a existência de substância que não se encontra 
em seu conteúdo 
 
que nele existe em quantidade menor que a 
mencionada 
Não admite a modalidade culposa. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Crime de perigo abstrato. Consuma-se com a indicação falsa no invólucro ou recipiente. 
A tentativa é possível. 
 
06) Formas 
 
Simples Art. 275, caput. 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
	
   20	
  
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum; 
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime de Perigo Comum e abstrato – perigo comum a pessoas indeterminadas, mas não 
necessita ser provado; 
Instantâneo; 
Comissivo; 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada. 
	
   21	
  
PRODUTO OU SUBSTÂNCIA NAS CONDIÇÕES DOS DOIS ARTIGOS 
ANTERIORES 
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, 
entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275. 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
Crime de Ação Múltipla. O Crime consiste em: 
Vender 
Expor à venda 
Ter em depósito para vender 
Ou qualquer outra forma (interpretação 
analógica ou intra legem) 
 
Entregar a consumo 
 
Produto nas condições 
dos arts. 274 e 275 
Obs.: o agente que praticou os crimes dos arts. 274 e 275, e também pratica a conduta 
típica do art. 276, responde apenas por aquele. 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – vontade livre e consciente de: 
Vender 
Expor à venda 
Ter em depósito para vender 
Ou qualquer outra forma entregar a consumo 
 
Produto nas condições dos arts. 274 
e 275 
 
Obs.: na modalidade “ter em depósito para vender” há também o elemento subjetivo do 
tipo “para venda”. 
 
Não admite a modalidade culposa. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Crime de perigo abstrato. Consuma-se com a prática de uma das ações nucleares. 
A tentativa é possível. 
 
Obs.1: nas modalidades “vender” e “entregar a consumo” é crime instantâneo; 
Obs.2: nas modalidades “expor à venda” e “ter em depósito para vender” é crime 
permanente; 
 
06) Formas 
 
Simples Art. 276, caput. 
	
   22	
  
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum; 
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime de Perigo Comum e abstrato – perigo comum a pessoas indeterminadas, mas não 
necessita ser provado; 
Instantâneo (“vender” e “entregar a consumo”) ou permanente (“expor à venda” e “ter 
em depósito para vender”); 
Comissivo; 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada. 
	
   23	
  
SUBSTÂNCIA DESTINADA À FALSIFICAÇÃO 
Art. 277- Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à 
falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
Crime de Ação Múltipla. O Crime consiste em: 
Vender 
Expor à venda 
Ter em depósito 
Ceder 
 
Substância destinada à falsificação de 
produtos 
alimentícios 
terapêuticos 
medicinais 
Obs.: o legislador criminalizou atos preparatórios. 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – vontade livre e consciente de praticar uma das ações típicas: 
Vender 
Expor à venda 
Ter em depósito 
Ceder 
 
Substância destinada à falsificação de 
produtos 
alimentícios 
terapêuticos 
medicinais 
Obs.: é necessário que o agente tenha ciência de que a substância se destina a 
falsificação. 
Não admite a modalidade culposa. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Crime de Formal e de perigo comum e abstrato. Consuma-se com a prática de uma das 
condutas criminosas, não sendo necessário que se cause dano a alguém. 
A tentativa é possível (CAPEZ, PRADO, MIRABETE), não é possível (MASSON, 
NUCCI). 
Obs.1: nas modalidades “vender” e “ceder” é crime instantâneo; 
Obs.2: nas modalidades “expor à venda” e “ter em depósito” é crime permanente; 
 
06) Formas 
 
Simples Art. 277, caput. 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum; 
	
   24	
  
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime de Perigo Comum e abstrato – perigo comum a pessoas indeterminadas, mas não 
necessita ser provado; 
Instantâneo (“vender” e “ceder”) ou permanente (“expor à venda” e “ter em depósito”); 
Comissivo; 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada. 
	
   25	
  
OUTRAS SUBSTÂNCIAS NOCIVAS À SAÚDE PÚBLICA 
Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer 
forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada 
à alimentação ou a fim medicinal: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
 
Modalidade culposa 
Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
Crime de Ação Múltipla. O Crime consiste em: 
- Fabricar 
- Vender 
- Expor à venda 
- Ter em depósito para vender 
- Ou de qualquer outra forma 
entregar a consumo 
 
coisa 
 
substância 
 
 
nociva à saúde 
 
 
ainda que não 
destinada 
 
à alimentação 
 
à fim medicinal 
Obs.: destinado ao consumo de um número indeterminado de pessoas; 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – vontade livre e consciente de: 
- Fabricar 
- Vender 
- Expor à venda 
- Ter em depósito para vender 
- Ou de qualquer outra forma 
entregar a consumo 
 
coisa 
 
substância 
 
 
nociva à saúde 
 
 
ainda que não 
destinada 
 
à alimentação 
 
à fim medicinal 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se com a prática de uma das condutas criminosas, não sendo necessário o 
efetivo consumo da coisa ou substância nociva. 
A tentativa é possível. 
Obs.1: nas modalidades “fabricar”, “vender” e “entregar a consumo” é crime 
instantâneo; 
Obs.2: nas modalidades “expor à venda” e “ter em depósito para vender” é crime 
permanente; 
 
06) Formas 
Simples Art. 278, caput. 
Qualificada pelo Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
	
   26	
  
resultado Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
Culposa Parágrafo único 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum; 
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime de Perigo Comum e concreto – perigo comum a pessoas indeterminadas, mas 
necessita ser provado o risco à saúde pública; 
Instantâneo (“fabricar”, “vender” e “entregar a consumo”) ou permanente (“expor à 
venda” e “ter em depósito para vender”); 
Comissivo; 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada. 
	
   27	
  
MEDICAMENTO EM DESACORDO COM RECEITA MÉDICA 
Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica: 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa. 
Modalidade culposa 
Parágrafo único - Se o crime é culposo: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa (há divergência doutrinária); 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
O Crime consiste em: 
Fornecer 
(entregar, vender) 
substância medicinal 
(objeto material) 
em desacordo com receita médica 
(elemento normativo do tipo) 
Obs.1: não compreende receita de dentista, parteira, etc. 
Obs.2: dose errada (risco a saúde) x farmacêutico 
Obs.3: medicamentos genéricos e similares 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – vontade livre e consciente de fornecer substância medicinal que esteja em 
desacordo com a prescrição médica. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se no momento da entrega da substância medicinal que esteja em desacordo 
com a prescrição médica. Crime de perigo presumido. 
A tentativa é possível. 
 
06) Formas 
Simples caput. 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
Culposa Parágrafo único – dever objetivo de cuidado 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum; 
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime de Perigo Comum e abstrato – perigo comum a pessoas indeterminadas, não 
necessita ser provado o risco; 
Instantâneo; 
Comissivo; 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
	
   28	
  
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada. 
	
   29	
  
EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA, ARTE DENTÁRIA OU 
FARMACÊUTICA 
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou 
farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa, na primeira parte, e somente o médico, o dentista e o 
farmacêutico na segunda parte; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
O Crime consiste em: 
Exercer ainda que a título gratuito, a profissão 
de médico, dentista ou farmacêutico 
sem autorização legal 
(elemento normativo do tipo) 
 
Exercer ainda que a título gratuito, a profissão 
de médico, dentista ou farmacêutico 
excedendo-lhe os limites 
(norma penal em branco) 
 
Obs.1: vide art. 359, CP (desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de 
direitos). 
Obs.2: Médico veterinário: proibição de analogia in malam partem; 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – vontade livre e consciente de exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de 
médico, dentista ou farmacêutico sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites. 
Finalidade lucrativa = adiciona-se a pena de multa. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se com a REITERAÇÃO dos atos, o exercíciohabitual da profissão. 
A tentativa é impossível, pois se trata de crime habitual. 
 
06) Formas 
Simples caput. 
Qualificada Parágrafo único. Finalidade lucrativa = adiciona-se multa. 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum (primeira parte) e próprio (segunda parte); 
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime Habitual; 
	
   30	
  
Crime de Perigo Comum e abstrato – perigo comum a pessoas indeterminadas, não 
necessita ser provado o risco; 
Instantâneo; 
Comissivo; 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada. 
	
   31	
  
CHARLATANISMO 
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
Crime de múltipla ação ou conteúdo variado. O Crime consiste em: 
Inculcar 
Anunciar 
cura por meio secreto ou infalível. 
Obs.1: A ilicitude reside no segredo e na infalibilidade da cura de determinada doença. 
Obs.2: A medicina é atividade-meio e não atividade-fim. 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – vontade livre e consciente de inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou 
infalível. 
É necessário que o agente tenha ciência da falsidade, da fraude. 
Não é necessário que o fim seja obtenção vantagem econômica. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se com o mero ato de propor ou divulgar cura de doença por meio secreto ou 
infalível. Crime de perigo abstrato. 
A tentativa é admissível. 
Obs.: se o charlatão obtiver vantagem econômica em prejuízo das vítimas, haverá 
concurso material de crimes entre charlatanismo e estelionato. 
 
06) Formas 
Simples caput. 
Qualificada pelo 
resultado 
Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum (primeira parte) e próprio (segunda parte); 
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime Habitual; 
Crime de Perigo Comum e abstrato – perigo comum a pessoas indeterminadas, não 
necessita ser provado o risco; 
Instantâneo; 
Comissivo; 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
	
   32	
  
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada. 
	
   33	
  
CURANDEIRISMO 
Art. 284 - Exercer o curandeirismo: 
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; 
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; 
III - fazendo diagnósticos: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também 
sujeito à multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a saúde pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: a coletividade 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica 
O Crime consiste em exercer, praticar, o curandeirismo. 
Crime de forma vinculada, a lei prever as formas de execução: 
- prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; 
- usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; 
- fazendo diagnósticos: 
 
Obs.1: rituais religiosos, como passes, exorcismos, etc., não caracteriza o crime de 
curandeirismo. 
Obs.2: rituais religiosos não podem ser utilizados para o fim de tratamento de moléstias, 
diagnóstico, etc., pois caracteriza o crime de curandeirismo; 
Obs.3: o indivíduo ignorante, que não tem conhecimento de medicina, e realiza 
cirurgias espirituais, lesionando a pessoa, comete o crime de lesão corporal; 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – vontade livre e consciente de exercer o curandeirismo, por meio de um dos 
modos de execução previsto no tipo penal. 
Não é necessário que o fim seja obtenção vantagem econômica. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se com a prática reiterada de um dos atos previsto no tipo penal. Crime 
habitual. 
A tentativa é inadmissível. 
Crime de perigo abstrato, assim, mesmo que o tratamento seja bem sucedido, o crime se 
configura. 
 
06) Formas 
Simples caput. 
Qualificado Parágrafo único. Prática mediante remuneração = adiciona-se multa. 
Qualificada pelo Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste 
	
   34	
  
resultado Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. 
 
07) Classificação doutrinária 
Crime Comum (primeira parte) e próprio (segunda parte); 
Crime Formal – consuma-se com a conduta; 
Crime Habitual; 
Crime de Perigo Comum e abstrato – perigo comum a pessoas indeterminadas, não 
necessita ser provado o risco; 
Instantâneo; 
Comissivo; 
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma só pessoa; 
Plurissubsistente – a conduta pode ser fracionada em diversos atos. 
 
08) Ação Penal 
Pública incondicionada.

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