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Reanimação em crianças


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Orientações para profissionais
Reanimação 
Cardiorrespiratória
Básica da Criança
Educação
em Saúde
VOL. 53
Reanimação 
Cardiorrespiratória 
Básica da Criança
Orientações para profissionais 
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Reanimação cardiorrespiratória da criança 
Parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação da atividade mecânica 
cardíaca confirmada por inconsciência e ausência de respiração 
adequada. Se adequadamente tratada, pode ser reversível. 
Diferente do que ocorre no adulto, a PCR em crianças raramente é um 
evento súbito, pois predominam as causas não cardíacas. Muitas das 
causas de PCR em crianças são preveníveis, como a asfixia por corpo 
estranho e o trauma. 
O ritmo elétrico cardíaco de parada mais comum em crianças é a 
assistolia, um ritmo muito difícil de ser revertido. Mesmo quando 
a PCR é revertida, a criança tem grandes chances de sofrer danos 
neurológicos.
Para efeitos de manobras de ressuscitação, as crianças podem ser 
classificadas em quatro categorias:
1) Recentemente nascido: o recém nascido ainda na sala 
de parto
2) Lactente: até 1 ano de idade
3) Crianças: 1 a 8 anos de idade
4) Adultos: maior do que 8 anos ou com sinais de puberdade
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Medidas básicas de reanimação cardiorrespiratória 
C - A - B 
Compressões – Abertura da via aérea – Boca a boca
1º Avaliação da segurança do socorrista
Avaliar se o ambiente onde está a vítima não oferece risco de vida para 
o socorrista. Se o ambiente for perigoso, deve-se chamar socorro e 
aguardar. No ambiente da saúde, atenção para o uso de Equipamentos 
de Proteção Individual (EPI).
2º Confirmação da inconsciência
O socorrista deve se colocar ao lado da vítima, bater levemente no 
ombro e chamá-la em voz alta. Avaliar presença de ventilação: 
enquanto está chamando pela vítima, observar se a vítima está 
ventilando adequadamente. Não confundir respiração agônica com 
ventilação normal. Se a vítima não estiver ventilando ou estiver com 
uma ventilação agônica deve ser considerada em PCR. Não perder 
tempo para avaliar se está ventilando. Ainda enquanto está chamando 
pela vítima e observando a ventilação, palpar pulso central (braquial 
em lactentes, carotídeo em maiores de 1 ano de idade). Não dispender 
mais do que 10 segundos para verificar pulso. Na dúvida da presença 
de pulso, considerar a vítima em PCR.
3º Chamar socorro
Se a vítima estiver em PCR, ativar sistema de emergência avançado 
(SAMU -192 - ou equipe do seu hospital. Se não estiverem disponíveis, 
acionar Bombeiros ou Brigada Militar)
*Se o socorrista estiver sozinho deve primeiro realizar 5 ciclos de 
manobras de reanimação cardiorrespiratória e depois sair para 
ativar o socorro avançado, voltando e retomando as manobras 
rapidamente. Se houver mais de uma pessoa, um socorrista 
chama socorro e vai buscar um Desfibrilador Automático (DEA) 
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- se disponível - e o outro inicia imediatamente as manobras de 
ressuscitação.
4º Posicionar a vítima
Posicionar a vítima em decúbito dorsal, sobre superfície plana e dura, 
com a cabeça no mesmo plano do tórax. 
1) C Circulação/compressões: após identificar a PCR e acionar o 
socorro avançado o profissional da saúde deve iniciar as compressões 
torácicas imediatamente; 
Lactente - colocar dois dedos no meio do tórax da criança, 
sobre o esterno, logo abaixo da linha intermamilar, e comprimir 
o tórax aproximadamente quatro cm. Após, a compressão deve 
ser aliviada sem retirar os dedos do tórax, deixando a parede 
torácica retornar completamente à posição original; o tempo 
de compressão e descompressão deve ser igual. Se apenas um 
socorrista estiver presente, realizar 30 compressões e intercalar 
com duas ventilações; se dois socorristas estiverem presentes, 
realizar 15 compressões e intercalar com duas ventilações. As 
compressões devem ser rápidas e fortes, com uma velocidade 
de no mínimo 100 compressões/minutos. Profissionais da saúde 
treinados e, em mais de um socorrista, podem usar a técnica de 
compressão com as duas mãos.
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Criança - colocar o “calcanhar” de uma das mãos no meio do 
tórax, sobre o esterno, de forma que os dedos não toquem no 
tórax. Com o braço estendido e perpendicular ao corpo da 
vítima, o socorrista deve deixar que seu próprio peso comprima 
o tórax, comprimindo-o aproximadamente 5 (cinco) cm. Após, 
a compressão deve ser aliviada sem retirar as mãos do tórax; o 
tempo de compressão e descompressão deve ser igual. Se um 
socorrista estiver presente, realizar 30 compressões e intercalar 
com duas ventilações; se dois socorristas estiverem presentes, 
realizar 15 compressões e intercalar com duas ventilações. As 
compressões devem ser rápidas e fortes, com uma velocidade de 
no mínimo 100 compressões/minuto.
 *Se a criança for “grande” pode-se utilizar a técnica com 2 
(duas) mãos, da mesma forma em que é utilizada para adultos.
2) A Abertura da via aérea: na maioria dos indivíduos inconscientes 
em posição supina, a musculatura da língua obstrui a via aérea. Deve-
se então, com uma das mãos na testa, posicionar a cabeça para trás, 
enquanto o dedo indicador e médio da outra mão tracionam a parte 
óssea do queixo para cima. Em lactentes deve-se tracionar suavemente 
e pouco a cabeça para trás, evitando a hiperextensão (manobra head 
tilt-chin lift).
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3) B Boca a boca: 
Lactentes – colocar os lábios sobre o nariz e a boca (manobra 
boca a boca e nariz) da vítima e expirar ar suficiente para expandir 
o tórax desta. Realizar essa manobra duas vezes, durando cada 
uma aproximadamente 1 (um) segundo. No ambiente de saúde 
deve-se usar um ressuscitador máscara-balão (“Ambu”), se 
houver mais de um socorrista.
Crianças e adultos - com os dedos polegar e indicador da mão 
que está sobre a testa, deve-se pinçar o nariz para fechá-lo e assim 
evitar o escape de ar. Em seguida o socorrista inspira, coloca seus 
lábios ao redor dos lábios da vítima e expira ar suficiente para 
expandir a caixa torácica. Realizar essa manobra duas vezes, 
durando cada uma aproximadamente 1 (um) segundo.
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*Se um socorrista, realizar ciclos de 30 (trinta) compressões para 
duas ventilações até a chegada do socorro avançado, sem realizar 
pausas, exceto para aplicação do DEA. 
**Se dois socorristas, realizar ciclos de 15 (quinze) compressões 
para duas ventilações; estes devem alternar a realização das 
compressões trocando a cada dois minutos ou cinco ciclos.
4) Desfibrilador externo automático (DEA): se houver um DEA no 
local, utilizá-lo assim que estiver disponível. Ligar o aparelho e seguir 
as instruções. Minimizar o tempo sem as compressões ao ajustar o 
aparelho. Existem DEAs que possuem um sistema de atenuação da 
carga elétrica com pás pediátricas, estes devem ser utilizados; caso 
contrário pode-se utilizar um DEA com especificações para adultos 
Após a administração do choque, iniciar imediatamente as manobras 
de reanimação.
Referência 
Guidelines da American Heart Association Circulation 2010; vol.122; 
suppl 3; pág 862-875.
1) Para informações sobre os treinamentos ou para agendar 
um treinamento prático, entre em contato: COREME - 
(51) 3359.8285 - Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Rua Ramiro 
Barcelos, 2350 - 2º andar.
2) Recomendamos que o treinamento em ressuscitação 
cardiorrespiratória seja realizado no mínimo uma vez ao ano.
Rua Ramiro Barcelos, 2350 
Largo Eduardo Z. Faraco
Porto Alegre/RS 90035-903 
Fones 51 3359 8000 
Fax 51 3359 8001
www.hcpa.ufrgs.br
Assessoria de Comunicação Social HCPA - junho/11 - PGS053 - 288743
NÚCLEO DE TREINAMENTO EM REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA - NTRCR
	PGS053_Reanimacao Crianca Profissionais.pdf
	Página 1
	Página 2