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BIOSSEGURANÇA EM MICROBIOLOGIA CLINICA - AULA


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•Biossegurança em 
Microbiologia Clinica
REQUISITOS BÁSICOS PARA LABORATÓRIO DE 
MICROBIOLOGIA 
• ƒ Elaborar e viabilizar normas para coleta, conservação e transporte de material 
de interesse clínico; ƒ
• Estabelecer e executar rotinas microbiológicas, dentro dos padrões técnico-
científicos vigentes, que permitam o isolamento e identificação dos principais 
agentes infecciosos de importância clínica, por gênero e, se possível, por 
espécie; 
• Determinar a sensibilidade às drogas antimicrobianas; ƒ 
• Efetuar o controle de qualidade de suas atividades e dos processos de 
esterilização; ƒ Divulgar e implementar normas de biossegurança; ƒ 
• Participar junto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do 
rastreamento epidemiológico dos surtos de infecção hospitalar; ƒ
• Fornecer periodicamente dados relacionados com a etiologia das infecções 
hospitalares e da resistência às drogas; ƒ 
• Executar outras atividades afins de natureza não rotineira e de relevância em 
determinadas situações como, por exemplo, estudos microbiológicos de 
materiais inanimados, portadores, desinfetantes, etc. 
INFRA-ESTRUTURA FÍSICA 
RECURSOS MATERIAIS 
O equipamento mínimo para funcionamento de um 
laboratório de microbiologia consiste em: 
• ƒ estufa bacteriológica 
• forno de Pasteur 
• autoclave 
• microscópio binocular 
• capela de fluxo laminar 
INFRA-ESTRUTURA FÍSICA 
• centrifugador de baixa rotação 
• homogeneizador 
• banho-maria de pequena dimensão 
• ƒ destilador para água 
• balança para tarar tubos 
• ƒ balança comum com uma ou duas casas decimais ƒ 
• bico de Bunsen 
• geladeira 
RECURSOS HUMANOS 
• É recomendável que a supervisão técnico-
científica do laboratório esteja a cargo de 
médico ou profissional de nível superior, 
especializado em microbiologia, e, se 
possível, em tempo integral.
Profa Cledja Soares de Amorim Castro
Biossegurança 
Laboratório de Microbiologia
“A biossegurança é o conjunto de ações
voltadas para a prevenção, minimização ou
eliminação de riscos inerentes às atividades de
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços, visando à
saúde do homem, dos animais, a preservação
do meio ambiente e a qualidade dos
resultados”
Definição
(Teixeira & Valle, 1996)
Identificar o risco biológico (microrganismos ou 
seus produtos que podem causar alguma 
patologia).
Estabelecer estratégias. 
Objetivos da Biossegurança
“Eliminar a exposição da equipe de um 
laboratório, de outras pessoas e do meio 
ambiente em geral aos agentes 
potencialmente 
perigosos”
Introdução (cont.)
A BIOSSEGURANÇA LEGAL – Brasil
Processos envolvendo organismos geneticamente
modificados, de acordo com a Lei de 
Biossegurança – N. 8974 de 05 de Janeiro de 
1995.
O órgão regulador dessa Lei é a Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança (CTNBio)
A responsabilidade legal pela segurança em
ambientes de trabalho cabe aos administradores de
hospitais e laboratórios. No entanto, os funcionários
também são responsáveis pela sua adesão às
técnicas microbiológicas seguras e da incorporação
das normas de biossegurança ao seu trabalho diário
delineadas no “Manual de Segurança de
Laboratório”.
Biossegurança 
• Instalações do laboratório
– m2/ funcionário
– Posição e altura de bancadas
– Circulação do ar-pressão negativa
– Posições de pia e lava olhos
– Controle da temperatura ambiental
• Categoria do microrganismo- nível de 
segurança do laboratório
CRITÉRIOS
• Alteração genética e recombinação genética
• Estabilidade
• Virulência
• Modo de transmissão
• Endemicidade
• Consequência epidemiológica
• Disponibilidade de medidas profiláticas e de 
tratamento eficaz
Nível 1 de Biossegurança (NB1)
Trabalho com microrganismos que não 
causam infecções no homem adulto e sadio.
Ex.: Bacillus subtilis
Área física: instalações básicas, pia
Práticas básicas de microbiologia
Laboratório de colégio
Nível 2 de Biossegurança (NB2)
• Agente associado a doenças humanas
• Risco Individual moderado e limitado risco para 
comunidade
• EX: Salmonella sp
Área física: instalações básicas, pia
Uso de EPI: Luvas, protetor facial e jaleco
Equipamentos de contenção: centrífugas com caçapa, 
cabine de segurança biológica
Laboratório de Microbiologia Clinica
Nível 3 de Biossegurança (NB3)
Laboratórios que trabalham com microrganismos 
que tem um potencial para transmissão por via 
respiratória e que causam infecções graves e 
fatais.
• Usar cabine de Segurança Biológica
• Acesso controlado
• Sistema de ventilação especial
Exemplo: laboratório de trabalha com 
micobactérias e de pesquisa.
Nível 4 de Biossegurança-(NB4)
• Laboratório que trabalha com 
microrganismos infecciosos de alto risco de 
infecção individual de transmissão pelo ar
• Causa de transmissão desconhecida
• Sem tratamento e sem cura ou profilaxia
• Gabine biológica III
• Sistema especial de descarte
• Acesso rigoroso
• Laboratório que trabalha com ebola
Bacillus subtilis
Cabines Biológicas
• Classe I:
– Ar de fora para dentro, sem circulação de ar.O ar passa pelo filtro 
HEPA antes de ser liberado para fora do laboratório (protege 
somente o manipulador)
• Classe II: ar é reciclável, protege o operador, produto e o meio 
ambiente.
– Classe II A (30% do ar entra 70% reciclável
– Classe II B3 ((70% do ar entra 30% reciclável (Micobactérias)
– CLASSE II B2 (100% de exaustão)
• Classe III: hermeticamente fechada, impermeável a gases.
Cabine Biológica
Classe I Classe II
Cabine Biológica
EPIs
• VIAS DE TRANSMISSÃO 
DOS MICRORGANISMOS
Risco biológico
Critérios para ocorrer uma infecção:
O microrganismo deve estar presente em 
quantidade suficiente para causar uma infecção 
(variável com o microrganismo).
O microrganismo deve ter capacidade de 
invasão e deve haver mecanismo que permitam 
a entrada (ex. aerossóis).
O hospedeiro deve ser susceptível à infecção 
pelo microrganismo.
Vias de Infecção e Atividades Laboratóriais
Inalação: Atividades que geram aerossol
Bacillus anthracis 
Brucella spp 
Coxiella burnetti 
Burkholderia pseudomallei 
Francisella tularensis 
Mycobacterium tuberculosis
Vias de Infecção e Atividades Laboratóriais
Inalação: Atividades que geram aerossol
Manipulação de agulhas e seringas
 Expelir ar
 Tirar agulha
Inoculação
 Flambar alças
 Refriar a alça no meio de cultura
 Fazer estrias
Manipulação de pipetas
 Homogeinizar suspensões
 Colocar a suspenção no meio de cultura
Manipulação de amostras e culturas
 Centrifugação
 Homogeinização
 Decantação de fluidos
 Remoção de tampas
 Filtração de material 
Vias de Infecção e Atividades Laboratóriais
Ingestão: Atividades relacionadas com transmissão oral
Salmonella spp
Shigella dysenteriae 
Escherichia coli
Campylobacter jejuni
Vibrio cholerae
Yersinia pestis
Giardia lambia
Vias de Infecção e Atividades Laboratóriais
Ingestão: Atividades relacionadas com transmissão oral
Pipetar com a boca
Passar a mão ou material contaminado na boca
Alimentos e bebidas na área de trabalho
Vias de Infecção e Atividades Laboratóriais
Inoculação: Atividades relacionadas com transmissão 
direta intravenosa ou subcutânea
HIV
Vírus da Hepatites B e C
Plasmodium vivax 
Vias de Infecção e Atividades Laboratóriais
Inoculação: Atividades relacionadas com transmissão 
direta intravenosa ou subcutânea
Manipulação de agulhas e seringas
Manuseio de lâminas
Vias de Infecção e AtividadesLaboratóriais
Inoculação: Atividades relacionadas com pele 
e mucosas contaminadas
Streptococcus pyogenes 
Staphylococcus aureus 
Neisseria meningitidis 
Crytococcus neoformans 
Vias de Infecção e Atividades Laboratóriais
Inoculação: Atividades relacionadas com pele e 
mucosas contaminadas
Olhos, boca e narina
Lesão de pele
Trabalhar em superfícies contaminadas
Trabalhar com equipamentos 
contaminados
LEMBREM-SE
• Sempre ter em mente que toda superfície, 
tanto de trabalho como de recipientes, pode 
ter sido contaminada inadvertidamente. O 
manuseio das amostras deve ser feito com 
cuidado para prevenir eventual acidente ou 
produção de aerossóis. Utilizar luvas 
sempre que necessário
Equipamentos de proteção
Atividades Equipamentos de 
proteção
Nivel de segurança
Triagem e processamento 
inicial das amostras
Luvas, jaleco, cabine de 
segurança biológica
2
Subcultivo de hemoculturas Luvas, jaleco, cabine de 
segurança biológica ou 
óculos de proteção
2
Subcultivo de colônias ou de 
meios em caldo
Jaleco, óculos de proteção e 
luvas
2
Identificação e antibiograma Jaleco, óculos de proteção e 
luvas
2
Manipulação de culturas 
com Micobacterias e fungos
Jaleco, óculos de proteção, 
luvas, mascara, cabine de 
segurança biológica e 
centrifuga com caçapa de 
proteção
3
Orientação para descontaminação 
em caso de acidente
• Usar luvas e jalecos
• Colocar sobre sangue, fluido ou material contaminado 
papel absorvente ( tipo papel toalha)
• Saturar o papel toalha com hipoclorito de sódio a 1%por 
10 min
• Remover os resíduos e descarta-los em caixa apropriada ou 
saco de autoclave
• Fazer nova descontaminação da área com hipoclorito de 
spodio a 1%
• Todo material utilizado na limpeza deverá ser descartado 
em local apropriado
ACIDENTES COM 
MICOBACTERIAS 
• Área isolada das demais
• Filtro HEPA 
• Cabine Biológica II
• Contato mínimo
• Usar centrifuga com caçapa protegida
• Usar tubos cônicos com tampa de rosca (50mL)
• Impedir circulação de pessoas-deslocamento do ar
• Utilizar EPI
• Mascara N95
• Papel toalha embebido com hipoclorito 0,2% na área de 
processamento de amostra
Equipamentos de Segurança
Barreiras primárias
 Cabines de Segurança Biológica
Classe I
Classe II
Classe III 
 Copo de segurança da centrifuga
 Equipamento de segurança individual
 Luvas, aventais, gorros, proteção para 
sapatos, botas, máscaras, protetor 
facial,respiradores e óculos. 
Cabines de Segurança Biológica
Classe I 
 Frente aberta
 Proteção para a equipe
 Proteção ao ambiente
Cabines de Segurança Biológica
Classe II 
 Frente aberta
 Proteção para a equipe
 Proteção ao ambiente
 Proteção da amostra 
contra contaminação 
externa
Dependências para animais
Laboratórios Clínicos
Natureza infecciosa desconhecida
Responsabilidade do diretor 
estabelecer os procedimentos
Biossegurança 2
Cabine de segurança biológica
Classe I ou II (A ou B3)
Normas para Laboratórios 
Agentes biológicos ou toxinas (graves ou fatais) 
Normas estabelecidas
Acesso controlado
Saber quem esta nas áreas do laboratório
Controle da circulação de materiais
Tenha um plano de emergência 
Possua um protocolo para relato de incidentes
Placas de Risco
Placas de Alerta
Placas de Comando
Placas de Segurança
Importação e Expedição Interestadual
Embalagem e rotulagem de substâncias infecciosas 
Container primário, embalagem secundária e embalagem externa resistente a impacto
Importação e Expedição Interestadual
Embalagem e rotulagem de amostras clínicas 
Container primário, embalagem secundária e embalagem externa resistente a impacto
Fontes de Informações
• Consultas
– Recomendações sobre risco biológico
– Procedimento de descontaminação
– Aspectos de gerenciamento da 
segurança
Fontes de Informações
• Centers for Disease Control (CDC)
• National Institutes of Health (NIH)
• National Animal Disease Center 
• Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI)
– Antigo NCCLS
• Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) 
Diretrizes do National Institutes of Health (NIH) → 
Níveis de Biossegurança 
Classes de 1 a 4 → Agente Etiológico / Grau de 
risco
1980 → Laboratórios envolvendo o HIV
 Normas → Precauções Universais
1988 → Ato de Rastreamento do lixo hospitalar
BLBM → práticas, procedimentos e instalações
→ inclui Bactérias Multi Resistentes 
Introdução (cont.)
Introdução (cont.)
 Década de 70 → saúde do trabalhador
“práticas preventivas para o trabalho em contenção a nível 
laboratorial, com agentes patogênicos para o homem”. 
(WHO, 1993)
 Década de 80 → riscos em ambientes laboratoriais
químicos, físicos, radioativos e ergonômicos.
(WHO, 1993)
 Década de 90 → inclusão de temas como ética em 
pesquisa, meio ambiente, animais e processos 
envolvendo tecnologia de DNA recombinante, em 
programas de biossegurança
(INSERM, 1991)
Estratégias 
 Baseadas na habilidade de intervir em 
um ou mais passos do processo da 
infecção.
Pré-analítica, analítica e pós analítica
 A combinação das várias estratégias 
são denominados níveis de 
biossegurança.

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