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MM. JUÍZO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE TRÊS PASSOS/RS
Sandra Oliveira, brasileira, solteira, recepcionista, endereço eletrônico..., CPF..., RG..., residente e domiciliada no município de Três Passos/RS, vem, por intermédio de seu advogado (procuração em anexo), com endereço profissional a rua..., bairro..., cidade..., OAB/UF..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor: AÇÃO DE COBRANÇA DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS pelo rito da Lei 11.804/08, artigos 227 a 229 CF, 1694 CC, lei 5478/68 em face de Luis Ferreira, brasileiro, solteiro, vendedor, endereço eletrônico..., residente e domiciliado no município de Três Passos/RS, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I-DOS FATOS 
A autora encontra-se em período gestacional, sendo que sua gravidez é fruto de um relacionamento com o réu, o qual perdurou por aproximadamente 4 anos, porém, há 3 meses estão “separados”, pois, ao dar a notícia da referida gravidez ao companheiro, a autora foi surpreendida com a afirmação de que o réu não desejava o filho.
	Decidida a seguir com a gestação, a autora foi expulsa de casa pelo companheiro, o qual negou-se a reconhecer a paternidade e ajuda-la financeiramente.
	Atualmente Sandra está no quinto mês de gestação, e está recebendo ajuda financeira de sua genitora, mas não tem condições de bancar sozinha todos os gastos com enxoval, pré-natal e demais despesas da gestação por ser pessoa pobre.
	Sustentou a autora que a parte ré recebe um bom salário e possui condições de pagar os alimentos gravídicos (R$ 2.480,00), tendo em vista que não possui outros filhos ou familiares que necessitem de sua ajuda financeiramente.
II- DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
II.1. dos alimentos provisórios em sede de tutela provisória de urgência
A autora necessita, em caráter de urgência dos alimentos pleiteados, conforme preconiza o art. 300 e seguintes do CPC.
Diante do evidente perigo de dano ou risco ao resultado útil ao processo, haja vista que a autora não tem condições de custear a gravidez, e ainda, em razão da probabilidade do direito da autora estar estampada por meio das fotos em anexo, requer a fixação liminar de 30% sobre a renda do réu, a título de alimentos gravídicos.
Ainda, conforme o art. 4º da Lei 5478/68: “Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.”
Ocorre que, a autora não possui condições de bancar sozinha com todos os gastos da gestação por ser pessoa pobre, na verdade, está passando por graves dificuldades financeiras, não podendo arcar com custos com alimentação, exames de demais despesas advindas da gestação, conforme comprovantes em anexo.
Já o réu é vendedor e percebe um rendimento de R$ 2.480,00 (dois mil e quatrocentos e oitenta reais) mensais e não possui outros filhos ou familiares que necessitem de sua ajuda financeira.
Diante do exposto, pede-se os alimentos provisórios, em sede de tutela provisória de urgência, no patamar de 30% do salário percebido pelo réu, a ser descontado de sua folha de pagamento, e depositado na conta.
II.2. DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS
Os alimentos gravídicos tem previsão específica na Lei 11804/08 art. 2º, que preconiza: “Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.”
Nos termos do art. 6º da Lei 11804, para a concessão dos alimentos gravídicos, basta a existência de indícios da paternidade.
Na hipótese não restam dúvidas de que o réu é o pai do nascituro, tendo em vista que a autora só teve esse relacionamento em sua vida, relacionamento este que durou 4 anos, fato comprovado por meio de fotos compartilhadas no perfil de ambos nas redes sociais, as partes mantinham relações sexuais habituais e só teve fim quando a autora anunciou a gravidez ao réu, inclusive, este negou-se a reconhecer a paternidade e ajuda-la financeiramente.
Ainda, nos moldes do art. 1694, § 1º do CC, para que qualquer espécie de alimento seja concedida, é necessária a presença do binômio: necessidade do alimentando e possibilidade do alimentante.
Com estas considerações, resta evidente a necessidade da autora em receber alimentos gravídicos durante todo o período de gestação, fixados em 30% do salário do réu.
Doutrinadores afirmam quanto aos alimentos gravídicos, que:
“...não cabe ao magistrado exigir provas robustas para fixação dos alimentos gravídicos, sob pena de a lei perder sua eficácia, notadamente para as pessoas mais humildes, as quais mais necessitam daquele auxílio material. Assim, para a fixação de alimentos gravídicos, cabe à gestante carrear aos autos elementos que comprovem a existência de relacionamento amoroso com o suposto pai. São eles: fotografias, cartões, cartas de amor, mensagens em redes sociais, entre outros. É possível ainda a designação de audiência de justificação, para oitiva de testemunhas acerca do relacionamento mantido pelas partes.”
Em relação à conversão dos alimentos gravídicos em pensão alimentícia:
Prevê o parágrafo único do artigo 6º, da Lei 11.804/2008: “Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão”. A lume do referido dispositivo, os alimentos continuam devidos mesmo após o nascimento, passando a figurar como credor alimentário a criança, e não mais a sua genitora.
Podemos enfatizar, ainda, a seguinte jurisprudência:
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO.  ALIMENTOS GRAVÍDICOS. POSSIBILIDADE. INDÍCIOS DE PATERNIDADE.  O requisito exigido para a concessão dos alimentos gravídicos é de que a parte requerente demonstre "indícios de paternidade", nos termos do art. 6º da Lei nº 11.804/08.   O exame de tal pedido, em sede de cognição sumária, sob pena de desvirtuamento do espírito da Lei, não deve ser realizado com extremo rigor, tendo em vista a dificuldade em produzir prova escorreita do alegado vínculo parental.  Caso em que a mensagem postada pelo agravado no "facebook", à época em que a agravante engravidou, s declarações juntadas aos autos, bem como as declarações de duas pessoas, dando conta de que as partes mantiveram relacionamento público e estável, conferem verossimilhança à alegação de paternidade do réu e autorizam o deferimento dos alimentos gravídicos, em sede liminar.   Os alimentos vão fixados em 20% da renda líquida do alimentante, na linha de precedentes desta Corte, que entendem suficiente o referido percentual para apenas um filho, sem necessidades especiais. DERAM PARCIAL PROVIMENTO.   (Agravo de Instrumento Nº 70069987790, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 11/08/2016)
Conforme está descrito no art. 6º da Lei 11804/08: “Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.”
Destacando, também, seu parágrafo único: “Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.”
III-DOS PEDIDOS
	Diante do exposto, pede-se:
Concessão, de imediato, dos alimentos provisórios oficiado ao empregador a fim de que desconte da folha de pagamento do trabalhador e depositados na conta.xxxx. ainda, que ao final, após o nascimento com vida do nascituro, sejam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor conforme art. 6º, par. único da lei 11.804/08;
b) Condenação do réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios no montante de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa;
Julgamentoprocedente para condenar o réu a pagar a autora mensalmente o valor equivalente a 30% sobre seu salário durante toda a gestação, sendo convertido em pensão alimentícia em favor do menor;
IV- DOS REQUERIMENTOS
	À vista das fortes razões expostas, requer:
Os benefícios da justiça gratuita, por ser economicamente hipossuficiente, conforme declaração anexa, nos termos do art. 98 do CPC; 
Realização de audiência de conciliação obedecendo procedimento especial do art. 693, CPC;
Seja oficiado o empregador a fim de que desconte o valor dos alimentos mensalmente da folha de pagamento do réu, e deposite na conta xxxxx;
Intervenção do Ministério Público, nos termos do art. 178 do CPC;
V- PROVAS
	Pretende a produção de provas por todos os meios em direito admitidos, em especial a prova testemunhal. 
VI -VALOR DA CAUSA
	Dá-se à causa o valor de R$ 8.928 (oito mil novecentos e vinte e oito reais), de acordo com o art. 292, III, CPC.
Nestes termos,
Pede deferimento,
Local e Data.
Advogado/OAB
Acadêmico: Jefferson Adriano Moraes

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