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liquidação de sentença.

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O objetivo da liquidação é, portanto, o de integrar a decisão liquidanda, chegando a uma solução acerca dos elementos que faltam para a completa definição da norma jurídica individualizada, a fim de que essa decisão possa ser objeto de execução. Dessa forma, liquidação de sentença é atividade judicial cognitiva pela qual se busca complementar a norma jurídica individualizada estabelecida num título judicial. Como se trata de decisão proferida após atividade cognitiva, é possível que sobre ela recaia a autoridade da coisa julgada material”
O procedimento de liquidação de sentença não enseja nova discussão da lide já decidida, que deu origem à sentença ilíquida, mas tão-somente integrar o título judicial.
É considerada como sendo um simples incidente processual, não constituindo como processo autônomo, mas simples fase, eventualmente necessária para a prestação da tutela ressarcitória à parte, destinada a outorgar liquidez a condenação na sentença condenatória ilíquida.
Assim, salienta-se que a liquidação de sentença judicial mostra-se necessária nos casos de existência de sentença genérica, ou seja, naqueles casos em que verifica-se omissão em relação ao valor efetivamente devido pelo condenado, quando o tema for pertinente a correta satisfação do pedido pretendido.
Trata-se de instituto que possibilita às partes a ao juiz uma tramitação menos burocrática do processo, em atenção aos casos em que a apuração de eventual quantum devido seria por demais dispendiosa, nada obstante, por exemplo, a incerteza do próprio direito posto em causa.
Assim, durante a fase de conhecimento a atenção dos envolvidos, principalmente no que tange à instrução probatória, residirá na procedência ou não do pedido posto em causa. Somente num segundo momento, e acaso concedido o pedido da parte, o valor será discutido.
A liquidação de sentença também encontrará aplicação diante de situações de ordem prática que impeçam o autor de quantificar o seu pedido.
Nessa hipótese, inviável negar a ele a propositura da demanda, possibilitando a formulação de pedido genérico que, acaso concedido, será depois quantificado, sem que daqui decorra a violação de qualquer garantia ao réu.
Todavia, deve-se atentar que em regra deve o autor da demanda formular pedido certo e determinado.
Hipóteses:
Conforme já disposto no tópico anterior, a liquidação de sentença faz-se necessária nos casos em que não for possível a formulação de pedido certo e determinado, bem como nos casos em que a sentença condenatória ser ilíquida.
DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA Art. 509. : Observando-se o disposto no § 1º do artigo 509 do CPC/15, verifica-se que no caso de estar presente na sentença uma parte liquida e outra ilíquida, ao credor é licito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. A razão é bastante simples, uma vez que o processo só deve ocupar o espaço de tempo absolutamente necessário para a obtenção da tutela jurisdicional do direito.
Verificando-se que na sentença parte da decisão mostra-se desde logo líquida e, portanto, comporte execução imediata, submeter o demandante à espera de liquidação da outra parcela da obrigação consubstanciada na sentença a fim de que se preserve a unidade do processo, seria altamente perverso, bem como violaria frontalmente o direito fundamental à razoável duração do processo.
Assim, mostra-se razoável proceder-se com a cisão da causa para fins de execução imediata de parte da sentença e submissão da outra parcela à fase de liquidação.
Em relação ao requerimento, a liquidação consiste em simples fase processual, sendo que no Direito Brasileiro, não se oferece como um processo autônomo, conforme já mencionado.
Por este motivo, inicia-se mediante simples requerimento do credor ou do devedor, não sendo necessário para tanto, a forma exigida pela petição inicial. Todavia, cumpre esclarecer que tem o liquidante o ônus de apontar no requerimento, a maneira pela qual pretende alcançar o valor devido.
Por fim, cumpre esclarecer que o CPC/15 disciplina a manutenção do cabimento do agravo de instrumento, contra as decisões interlocutórias proferidas em sede de liquidação.
Das espécies e procedimentos de Liquidação de Sentença
Em relação as espécies de liquidação de sentença, o Código de Processo Civil de 2015, prevê a possibilidade do procedimento de liquidação de sentença por arbitramento e por meio do procedimento comum.
A liquidação por arbitramento, encontra previsão no artigo 509, inciso I do CPC/15, a qual será realizada por meio de determinação sentencial ou quando exigido pela natureza objeto da liquidação.
Neste caso, nada mais é, do que a utilização da prova pericial no procedimento, ou seja, nos casos em que há a precisão de um perito. Caberá nos casos, conforme já referido, quando a sentença determina, quando as partes convencionarem ou quando a natureza objeto da liquidação assim o exigir. Diferentemente da liquidação pelo procedimento comum, neste caso, não serão necessários fatos novos, pois a perícia dirá respeito apenas de fatos já definidos.
A liquidação por arbitramento, em outras palavras, é aquela em que a apuração do elemento faltante para a completa definição da norma jurídica depende apenas da produção de uma prova pericial. (...). Por fim, deve-se proceder à liquidação por arbitramento, quando assim o exigir a natureza do objeto da liquidação, é dizer, quando a perícia mostra-se como meio idôneo. [3] 
Em relação a forma procedimental a ser adotada, a parte postula a liquidação por arbitramento, sendo nomeado perito pelo Juízo e fixado prazo para fins de entrega do laudo. Posteriormente, com o laudo, o juiz profere a decisão, declarando o valor da condenação ou individualizando o seu objeto. Se ao analisar o laudo, o Juiz verificar a necessidade de realização de nova prova pericial, assim será feita, sendo que em caso de estarem presentes os dados necessários para o convencimento do juízo, será dispensada a realização de nova perícia. Logo, conforme exarado acima, sendo o magistrado o destinatário da prova, lhe é facultado determinar ou dispensar a produção de provas que entenda imprescindíveis ou inúteis ao deslinde da controvérsia, conforme se extrai dos artigos 130
Art. 510.  Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
Nesta modalidade de liquidação não há contestação, sendo que a contestação caberá nos casos de liquidação pelo procedimento comum.
m contrapartida, passando a análise da liquidação pelo procedimento comum, previsto no artigo 509, inciso II do CPC/15, antes chamada de “liquidação por artigos”, esta será adotada sempre que existir a necessidade de se provar e alegar fato novo, sendo este de importância comprovada por acontecimentos do mundo real, para fins de apuração da liquidação.
A liquidação pelo procedimento comum, será necessária, quando para se determinar o valor da condenação, houver a necessidade de fato que tenha ocorrido após a sentença e que tenha relação direta com a determinação da obrigação nela constituída.
Em relação a forma procedimental, o requerente postula o pedido de liquidação, indicando os fatos a serem provados, como forma de servir de base para a liquidação e requer na forma de artigos. Posteriormente, o juiz intima o devedor a acompanhar a liquidação que será realizada por meio do procedimento comum.
Ademais, de acordo com a disposição contida no artigo 511 do CPC/15, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias.
Diferente da liquidação por arbitramento, neste caso, o dano terá de ser provado por quem o alega, pois a prova cabal do quantum devido de fato existe e o valor não necessita de arbitramento para se fazer presente.
Neste tipode liquidação, o procedimento inicia-se do zero, o que pode gerar uma certa demora, para o credor que busca uma celeridade no recebimento da condenação.
Em relação a natureza procedimental, em ambos os casos não poderá ser ignorada.Dos Honorários Advocatícios em fase de liquidação
Em relação a possibilidade ou não de fixação de honorários advocatícios, na fase de liquidação de sentença, discussão essa presente em vários julgados dos principais Tribunais, o Código de Processo Civil de 2015, não resolveu essa questão.
No que pese, a disposição contida no §1º do artigo 85 do CPC/15, que trata acerca da fixação dos honorários em cada uma das fases processuais, verifica-se que não consta a fase de liquidação de sentença. Nesse ponto, colaciona-se o dispositivo abaixo:
Art. 85.  A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
§ 1º. São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.
Verifica-se que o aludido artigo, faz menção apenas a reconvenção, cumprimento de sentença, execução e nos recursos interpostos, sendo omisso no ponto atinente a liquidação.