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IMPUGNAÇÃO A IMPENHORABILIDADE

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Carla Alexandra Guerra – Advocacia e Consultoria Jurídica
Advogada - OAB/MT 15.477
EXCELENTÍSSIMO(A) SR.(A) DR.(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA PRIMEIRA SERVENTIA CÍVEL DA COMARCA DE PATO BRANCO-PR 
Processo n° 
Código 
		
I-DA ALEGAÇÃO DE IMPENHORABILIDADE 
Releva transcrever, neste passo, o que dispõe o art. 1º do enfocado diploma legal: 
“Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.” 
Também o art. 5º e seu parágrafo único, da mesma lei, fazem referência ao casal e à entidade familiar, verbis: 
“Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. 
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil.” 
A referência é constante, assim, no sentido de abranger-se, com a proteção legal a família ou entidade equiparada. 
Assim, é imperioso, quando se invoca a proteção legal referida, demonstrar-se, não só que o imóvel é o único que possui o devedor, mas, também, que é destinado à residência familiar. 
O embargante não requereu prova testemunhal com pessoas que frequentam a residência, ou correspondências recentes. Não existe nos autos, pois, substrato probatório a embasar os pleitos da embargante. 
Como se vê, foi alegado, mas não foi provado. A jurisprudência, contudo, faz tal exigência: 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BEM DE FAMÍLIA. LEI Nº 8.009/90. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. I - A Leinº 8.009/90 excepciona o bem de família, assim compreendido como a residência, o único imóvel utilizado pela entidade familiar para moradia permanente, da constrição judicial por dívida. II - A concessão do beneplácito depende da comprovação nos autos de dois requisitos, embora não em conjunto: a) que o bem penhorado seja o único imóvel de propriedade do executado; ou b) existindo outros imóveis de propriedade do executado, que o bem penhorado constitua a moradia da entidade familiar. Precedentes do STJ. (...) TRIBUNAL - TERCEIRA REGIÃO AC - APELAÇÃO CIVEL – 812891 DJU DATA:31/01/2007 JUIZA ALDA BASTO (grifamos e suprimimos) 
É preciso, rogata venia, que o Judiciário atente para o seguinte fato: a alegação de bem de família foi desvirtuada pelos devedores. Atualmente, toda e qualquer execução em que se penhore um imóvel encontra a alegação de bem de família. Com certeza, ainda que o interesse que se pretenda proteger com a Lei 8.009/90 seja legítimo, não é o interesse da dita Lei revogar a obrigação dos devedores em honrar suas obrigações com todo seu patrimônio (artigo 391 do Código Civil). 
“Art.391 – Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.” 
A jurisprudência do STJ e do TJ-PR é vigilante na asserção de que as exceções à impenhorabilidade que constam no art. 3º da Lei 8.009/90 devem ser compreendidas restritivamente. Por outro lado, também consentem que a interpretação restritiva não pode dar ensejo às práticas de má-fé que desvirtuam os objetivos da Lei. A tutela dos direitos não pode se prestar ao acobertamento do abuso do direito, isto é, à conduta que ofende aos parâmetros da boa fé objetiva.
Consoantemente, o STJ tem permitido em suas decisões, que seja feito o desmebramento de parte do imóvel, menciona a juriprudencia:
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ALEGAÇÃO DE
OFENSA A DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. NÃO CABIMENTO. VIOLAÇÃO À
COISA
JULGADA. BEM DE FAMÍLIA, POSSIBILIDADE DE PENHORA PARCIAL. REEXAME
DE MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE.
1.- A alegação de ofensa a dispositivo da Constituição Federal não tem passagem em sede de recurso especial, voltado ao enfrentamento de questões infraconstitucionais, apenas.
2.- Decisão judicial que determina a penhora parcial de imóvel com extensa área não malfere a coisa julgada proveniente de decisão judicial anterior que reconheceu esse mesmo imóvel como bem de família.
3.- A Jurisprudência desta Corte já se manifestou positivamente quanto à possibilidade de desmembramento de imóveis sobre os quais recaiam a proteção conferida pela Lei 8.009/90 quando for possível preservar a destinação própria tutelada pela norma protetiva.
Precedentes.
(STJ-PR 439292/PR (Acordão), Relator: ministro. SIDNEI BENETI, Data de Julgamento: 11/02/2014, T3- TERCEIRA TURMA).
Desta forma, sendo possível a divisão física do lote, sem que haja comprometimento do imóvel residencial do devedor, é perfeitamente plausível haver o desmembramento para fins de efetivação de penhora.
Não podemos deixar de salientar a finalidade a que se destina o processo, o exequente tem o escopo de obter o adimplemento da obrigação por parte do devedor. Em síntese, Elpídio Donizete argumenta que:
 “É preciso distinguir entre o devedor infeliz e de boa-fé, que vai ao desastre patrimonial em razão de involuntárias circunstâncias da via, e o caloteiro chicanista, que se vale das formas do processo executivo e da benevolência dos juízes como instrumento a serviço de suas falcatruas. Quando não houver meios mais amenos para o executado, capazes de conduzir à satisfação do credor, que se apliquem os mais severos”.
Ante estas considerações, tendo em vista que não se demonstrou concorrerem todos os requisitos da Lei 8009/90, requer-se sejam julgados improcedentes os pedidos iniciais, mantendo-se a penhora e condenando-se os Embargantes no pagamento das verbas de sucumbência. 
II- DOS PEDIDOS 
Sejam julgados improcedentes os pedidos de impenhorabilidade. 
Não deferimento de concessão de levantamento de penhora. 
Ocorrendo o deferimento de levantamento de penhora, que conceda o desmebramento parcial do imóvel. 
requer-se sejam julgados improcedentes os pedidos iniciais, mantendo-se a penhora e condenando-se os Embargantes no pagamento das verbas de sucumbência. 
Nesses termos,
Pede deferimento.
Sorriso-MT, aos … de .............. de 2018.
Carla Alexandra Guerra
OAB/MT 15.477

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