Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AMANDA FERREIRA Eletrofisiologia do músculo cardíaco ● Vasos ○ Artérias e artérias de menor calibre: vasos de condutância. Possui tecido elástico em abundância para não romper porque recebe sangue vindo do coração, com pressão alta. ○ Arteríolas: ramificações das artérias. Abundância de musculatura lisa, ou seja, são capazes de fazer muita vasoconstrição - vasos de resistência (à entrada de sangue). São elas que controlam a pressão arterial: há um número muito maior de arteríolas do que de artérias, então, quando elas fazem vasoconstrição, a pressão nelas aumenta muito e, por consequência, aumenta nas artérias. A pressão medida na artéria é um reflexo do que está acontecendo nas arteríolas. ○ Capilares: não têm musculatura, só endotélio. Sua principal função é fazer troca, com tecidos, células. Não faz vasoconstrição nem vasodilatação. São vasos da microcirculação. ○ Veias e vênulas: Vasos de capacitância -> têm camada elástica, mas não tem tanta camada muscular, então resistem menos ao estiramento. São consideradas reservatório de sangue no corpo de tão elásticas -> Quando em repouso, 65% do sangue está nas veias. Ao ter demanda por sangue, as veias fazem venoconstrição e o sangue é desviado para as artérias. ● A principal função do sistema circulatório é transportar materiais para e de todas as partes do corpo. Além disso, leva nutrientes, água, gases que entram no corpo a partir do meio externo; materiais que se movem de célula para célula; e resíduos que as células eliminam. ● Como a força de ejeção do sangue no VE é muito maior que no VD, a pressão da aorta será muito maior que a da artéria pulmonar. ● Coronárias: A principal função delas é irrigar o músculo cardíaco. ● O músculo cardíaco não tem uma disposição igual, tem camadas de músculos, cada uma com as fibras dispostas em um sentido. Isso faz com que, na contração, a força seja direcionada para todos os lados (como quando se torce uma toalha). ● Há uma separação fibrótica entre átrios e ventrículos que causa um isolamento elétrico. Isso é necessário para que os átrios e os ventrículos não se contraiam ao mesmo tempo. Esse isolamento causa um retardo na condução do estímulo elétrico e, assim, a contração ocorre em tempo diferentes. ● Os discos intercalares (formam as conexinas) - membranas celulares que separam as células miocárdicas umas das outras - permitem a sinapse elétrica. Assim que acontece uma despolarização dessas células (entrada de Na+, por exemplo), os discos intercalares permitem a passagem do íon para as outras células e, consequentemente a despolarização delas - propagação do PA. ● O coração funciona como se fosse uma única célula; como um sincício falso, ou seja, como se fossem várias células representando uma só. O que acontece com uma célula AMANDA FERREIRA vai acontecer com todas as outras por causa dos discos intercalares que permitem a comunicação entre os citoplasmas. ● O cardiomiócito pode ter mais de um núcleo. ● Nó sino-atrial: grupo de células especializado em gerar espontaneamente um PA. Marcapasso cardíaco natural. Na falha dele, outros marcapassos vão ter atividade. ● Características do músculo cardíaco: ○ As contrações são determinadas por atividade elétrica que surge espontaneamente nas células marcapasso (nó SA - átrio direito). ○ Em condições normais, o estímulo para ativação elétrica das câmaras cardíacas origina-se no NSA. ○ O potencial de repouso no NSA é menos negativo que na fibra muscular ventricular. Isso é explicado pelo fato de as células das fibras sinusais serem, por natureza, mais permeáveis ao cálcio e ao sódio, e as cargas positivas desses íons que cruzam com a membrana neutralizarem boa parte da negatividade intracelular. ○ Células marcapasso são aquelas que têm a capacidade de gerar um PA na ausência de qualquer estímulo externo. Esta propriedade é denominada automatismo e está presente nas células do NSA, nó átrio-ventricular (NAV), feixe de hiss e fibras de purkinje. Essas células também têm receptor beta 1 e M2, que podem então, com o simpático, acelerar (gerar mais PA) ou, com o parassimpático, desacelerar os batimentos cardíacos. Então, o NSA está sob a influência do simpático e do parassimpático. ○ Nas outras células do miocárdio também tem receptores beta1 e M2. A função nesse caso é dar força de contração (simpático) ou reduzi-la (parassimpático) ○ Todo o sistema de condução elétrica do coração tem células parecidas com as do nó SA, e são também capazes de gerar PA. ○ As células do músculo cardíaco formam um sincício elétrico, o que permite a contração sincrônica do coração. Sincício verdadeiro: célula com vários núcleos, ela toda vai reagir ao mesmo tempo (?) Sincício falso: Várias células, mas todas funcionando da mesma forma, tendo a mesma atividade ao mesmo tempo. “Devido aos discos intercalares, as células estão tão interconectadas que, quando uma delas é excitada,o PA se espalha para todas, propagando-se de célula a célula pela treliça de interconexões.” ○ “O coração é, na verdade, composto por dois sincícios; o sincício atrial, que forma a parede dos dois átrios, e o sincício ventricular, que forma a parede dos dois ventrículos. Os átrios são separados dos ventrículos por tecido fibroso que circunda as aberturas das valvas atrioventriculares (A-V), entre os átrios e os ventrículos. Normalmente os potenciais não atravessam esta barreira fibrosa para atingir, diretamente, os ventrículos a partir do sincício AMANDA FERREIRA atrial. Em vez disso, eles são conduzidos por meio de um sistema especializado de condução, chamado feixe A-V.” ○ O coração consegue bater com ritmo próprio. Quem determina esse ritmo é o nó SA. ○ A atividade elétrica e os batimentos são coordenados. Ou seja, foi gerado um PA no nó SA, ele percorre as fibras cardíacas e contrai. A resposta desse PA é contração de músculo cardíaco (cardiomiócito). ○ No átrio direito, o nó SA está em contato com as células do miocárdio. Então, assim que ele gera o PA há a transmissão elétrica desse potencial para as células que estão ao redor.Assim que a primeira célula despolarizou, a última também vai ser despolarizada (sincício). ○ O PA da célula do NSA é diferente do PA das outras células cardíacas. ○ A célula muscular cardíaca é parecida com a célula do músculo esquelético. ○ Automatismo: capacidade de gerar PA, de gerar seus próprios batimentos. ● Condução do estímulo: ○ O NSA está no átrio direito -existem 2 tipos de célula no coração: as que geram PA e as que respondem a esse PA. Ele é o primeiro grupo de células especializadas. O estímulo elétrico que ele gera, o PA, percorre um caminho pré determinado de células especializadas (capazes de gerar e conduzir o PA), que é o sistema de condução do coração - Como elas estão em contato com a células contráteis, ao percorrer essas células especializadas, o PA é conduzido para as células contráteis. ○ Então, seguindo esse caminho, depois do NSA há as vias internodais (entre o NSA e o NAV), que transmitem o PA para os átrios. Nesse momento, como o NAV está no limite entre átrios e ventrículos, há um atraso na condução do estímulo (camada fibrosa). O impulso percorre rapidamente os átrios, mas, quando chega no NAV, ele dá uma paradinha e depois continua nos ventrículos. ○ No septo interventricular, as células especializadas (o caminho) são chamadas feixe de hiss, que se divide em ramo direito e esquerdo. O ramo direito vai para o ventrículo direito e o ramo esquerdo para o ventrículo esquerdo, respectivamente, denominando-se fibras de purkinje. ○ Obs: Exceto pelo feixe de células especializadas, os átrios e ventrículos são completamente separados por uma barreira fibrosa contínua. Essa barreira normalmente funciona como isolante para evitar a passagem do impulso dos átrios para os ventrículos, por qualquer via que não a das células especializadas (anterógrada). ○ Obs: despolarização de átrio -> contração de átrio -> enchimento de ventrículo -> despolarização de ventrículo -> contração de ventrículo O retardo na emissão do impulso no NAV é para dar tempo de o ventrículo se encher de sangue e só aí poder contrair. ○ O NSA é o marcapasso central, mas todas as outras células desse “caminho” também são capazes de gerar PA. AMANDA FERREIRA ○ Se o NSA falhar, marcapassos ectópicos assumem os batimentos. ○ Se o NSA (80 bat/min) falhar, o NAV começa a comandar o coração - sistema de proteção. Porém a frequência cardíaca do NAV será menor ( +/- 45 bat/min) - por isso que o dominante é o NSA; ele não dá tempo de o NAV produzir PA, ele inibe o NAV. ○ A frequência do PA no NSA é maior porque a expressão dos canais de Na+ e K+ (corrente I-F) e o canal de Ca2+ do tipo T é maior. ○ Se o NAV falhar, o feixe de hiss assume, mas com uma frequência ainda menor ( +/- 30 bat/min). E, se ele falhar, as fibras de purkinje assumem. ○ Como, nos átrios, o NSA é o único com capacidade de gerar PA, se ele falha, os átrios não se contraem. Então, chega menos sangue nos ventrículos - uma parte do sangue que o ventrículo recebe vem direto da veia cava ou da veia pulmonar. ○ O que tem a despolarização mais rápida é o que comanda. ○ Obs: A emissão de impulsos pelos marcapassos ectópicos não se inicia imediatamente ao interrompimento do NSA ou outro. Isso acontece porque essa autoexcitação estava “sobrepujada” (overdriven) pelos rápidos impulsos sinusais e se encontravam, consequentemente, em estado de supressão. Durante esse tempo em que não há transmissão de impulso, os ventrículos não bombeiam sangue e a pessoa desmaia em virtude da falta de fluxo sanguíneo para o cérebro. ○ Obs: 1 batimento = 1 PA. A frequência cardíaca reflete o PA que o NSA gerou. ○ Obs: a câmara cardíaca de uma pessoa que pratica atividade física comporta mais sangue que a do sedentário. Assim, ela demanda menos batimentos para ejetar a mesma quantidade de sangue que um sedentário (frequência cardíaca menor). ○ Obs: > 100 bat/min = taquicardia < 60 bat/min = bradicardia ○ Uma característica dessa condução é a incapacidade, exceto em estados anormais, dos PA serem conduzidos retrogradamente para os átrios, a partir dos ventrículos. Isso impede a reentrada de impulsos cardíacos por essa via, dos ventrículos para o átrio, sendo, portanto, unidirecional. ○ Obs: Quando o coração despolariza, no ventrículo, o impulso segue pelo septo interventricular, vai até o ápice e volta (para cima nas laterais). Os ventrículos despolarizam de baixo para cima, fazendo com que a contração consiga ejetar realmente o sangue. ● Excitação rítmica do coração: ○ Célula do NSA: ■ É uma célula em plena atividade o tempo todo. ■ Tem a bomba de Na+/K+ e canais de Ca2+ do tipo T. AMANDA FERREIRA ■ Além disso, ela tem um canal para Na+ (entra muito) e para K+ (sai pouco) (é específico desse tipo de célula, só ela tem) chamado Corrente I-F. Através dele vai passar uma corrente I-F. ■ O K+ não sai muito porque dentro da célula está negativo, então ele vai “querer” ficar dentro da célula. A força atrativa é muito maior para o Na+ entrar do que para o K+ sair. ■ Esse canal fica aberto quando a célula está em “repouso”. Se diz que essa célula é permeável a Na+ no repouso. Esse potencial é chamado de POTENCIAL MARCAPASSO. ■ Como a célula é negativa dentro por causa da bomba Na+/K+ (-60mv), o influxo de Na+ faz com que a voltagem aumente até - 50 mv. Quando chega nessa voltagem, o canal I-F se fecha e é aberto o canal de Ca2+ T (voltagem-dependente 50mv) que entra e faz com que a voltagem aumente até atingir o limiar (-40mv). A entrada do Ca2+ T tem função apenas de atingir o limiar, então entra pouco. ■ Obs: no gráfico, o repouso desse tipo de célula aparece inclinado por causa da entrada de Na+ . O repouso é um REPOUSO ATIVO porque a célula é permeável a cátions, primeiro a Na+ e K+ e depois a Ca2+. Ela gera o próprio PA. ■ Ao atingir o limiar, há a abertura de todos os canais de Ca2+ L voltagem dependente (-40mv) com a entrada de forma cavalar desse íon. Nesse momentoé gerado o PA (despolarização). A despolarização chega até mais ou menos +20mv quando os canais de Ca2+ L se fecham. ■ Obs: O canal de Ca2+ L é mais rápido do que o do tipo T, por isso no gráfico a sua atividade aparece mais inclinada. ■ Para a repolarização há a abertura dos canais de K+ (+20mv). A célula tá muito positiva e tem muito K+ dentro, então essa voltagem vai repelir o K+ e o manda para fora. ■ Assim que a célula volta para a voltagem negativa os canais I-F se abrem novamente. ■ A célula do NSA está sobre influência direta do SNA para aumentar ou diminuir a frequência de disparo de PA. ■ O sistema hiss-purkinje recebe o PA gerado no NSA, mas seu PA é um pouco diferente. As fibras do H-P possuem canal de Na+, diferentemente das do NSA que tem canal de Ca2+ L. Então, quando despolariza, abre canal de Na+ e o íon entra rapidamente na célula, mais rápido que na célula do NSA porque o Na+ passa mais facilmente que o Ca2+. A repolarização, por sua vez, ocorre da mesma forma nos dois tipos de célula. ■ Caso o NSA demore a emitir o PA (despolarizar a célula) - seja por ação do parassimpático, drogas ou outro fator, o sistema Hiss-Purkinje assume esse papel e se despolariza sozinho. Esse AMANDA FERREIRA batimento espontâneo do sistema Hiss-Purkinje é chamado batimento de escape. ■ Obs: A despolarização ocorre no relaxamento do cardiomiócito (diástoles). ■ Obs: O parassimpático influencia pouco a força de contração porque o nervo vago só passa perto dos átrios. Já o simpático emite fibras tanto pros átrios como pros ventrículos. O parassimpático, então, influencia muito mais NSA e NAV. ■ Fatores determinantes da frequência de disparo: ● Inclinação do PA (para atingir o limiar): quanto mais inclinado maior a frequência. Demora um tempo menor para atingir o limiar. - Maior expressão dos canais I-F e de Ca2+ ● Potencial limiar (pode ser alterado por medicamento): Se o limiar é mais negativo fica mais fácil atingi-lo. Células do Nó AV têm um potencial mais negativo que as do NSA. ○ Síndrome de Stokes-Adams: Quando o NSA, falha demora um pouco para que um marcapasso ectópico comece a gerar PA. Nesse tempo, não há bombeamento de sangue e, consequentemente, não chega sangue ao cérebro, o que causa desmaio na pessoa. ○ Cada parte do coração tem um PA diferente. ○ No miocárdio: lembrando que trata-se de um sincício. ■ Quando o cardiomiócito recebe o PA gerado no NSA, haverá abertura dos canais de Na+ super rápidos. ■ Em sequência, no túbulo T há a abertura dos canais de Ca2+ L sensível à voltagem; o Ca2+ entra, estimula o receptor de rianodina do retículo sarcoplasmático, gerando a liberação da faísca de cálcio. Obs: nessa célula entra mais cálcio do LEC pro LIC do que na contração muscular esquelética. No cardiomiócito, esse cálcio contribui em média 10% para a força de contração do coração. Então, quando tem uma alteração do cálcio extracelular, pode haver redução de força contrátil do paciente (no músculo esquelético isso não acontece). ■ Quando o Ca2+ chega ao citoplasma ele se liga na troponina C; há o deslocamento da tropomiosina e exposição do sítio da actina para a cabeça da miosina. -> contração ■ Para retirar o Ca2+ do citoplasma, ele volta ao retículo por meio da serca ( quanto mais ativa, mais recolhe cálcio. Necessário para a taquicardia - tem que sair rápido para pode haver outra contração) . ■ Além da serca para recolher o Ca2+, há outra bomba ( Na+/Ca2+) que faz antiporte - Ca2+ para fora e Na+ para dentro. Aí a bomba Na+/K+ pega esse Na+ que entrou ( 3 também) e joga para fora. Essa bomba é importante porque entrou muito Ca2+ do LEC, então ele tem que sair. AMANDA FERREIRA ● Potencial de ação no músculo cardíaco (cardiomiócito) ○ Fases do PA: ■ 0 = despolarização ■ 1 = repolarização rápida ■ 2 = platô ■ 3 = repolarização ■ 4 = repouso ○ Obs: o NSA não tem fase 1 e 2. Só tem repouso, despolarização e repolarização. ○ O cardiomiócito tem abundância de canais de Na+. Então, quando o NSA estimular essa célula quem vai abrir são esses canais voltagem-dependente (despolarização - fase 0) chegando no +20mv (repouso: -90mv). Se diz que tem PA rápido; tem em comum potencial de repouso ou potencial diastólico máximo mais hiperpolarizado e quando ativadas despolarizam rapidamente. ○ Ao chegar no +20mv, há a abertura dos canais de K+. O K+ vai sair e COMEÇA a repolarizar, porém ainda não é repolarização (fase 1). Assim que começa a repolarizar, a célula abre canais de Ca2+ no túbulo T; o cálcio do LEC entra pro LIC e vai sair , ao mesmo tempo, K+, gerando um platô (fase 2). Isso acontece porque a quantidade de K+ que sai é a mesma de Ca2+ que entra ○ Depois da contração, os canais de Ca2+ se fecham e só os de K+ permanecem abertos; a voltagem diminui e ocorre a repolarização (fase 3). ○ No músculo esquelético a contração ocorre quando já passou o PA; o PA no músculo esquelético é muito rápido, muito curto; o período refratário absoluto é curto. Ou seja, no meio da contração é possível gerar outro PA (contração constante - tetania) ○ No caso do cardiomiócito não ocorre tetania devido ao platô. Essa fase prolonga o período refratário absoluto (canais de Na+ inativos). Então, a contração acontece ao mesmo tempo em que está acontecendo o PA e só depois de passado esse período é que a célula pode receber outro estímulo. ○ A célula ventricular tem um PA rápido por causa dos canais de Na+ ○ As células do NSA tem um PA lento por causa da inclinação. “O potencial de ação lento está associado à automaticidade das células marcapasso do NSA e à baixa velocidade de propagação do impulso elétrico nas células do NAV. Estas células não apresentam potencial de repouso estável, mas sim uma lenta e gradual despolarização diastólica, o potencial marcapasso (fase 4) que, ao atingir o potencial limiar, dispara um PA, cuja fase 0 (despolarização) é lenta. A fase 3 repolarizante desloca o potencial de membrana de volta para o potencialdiastólico máximo, que nessas células é de aproximadamente -60 mV.” ● Controle da excitação e da ritmicidade ○ O nervo vago (parassimpático) chega mais nos átrios. Pega NSA e NAV, mas a ação dele não chega nos ventrículos. AMANDA FERREIRA ○ O simpático chega no coração inteiro. Então libera NE para todo o coração. ○ A força de contração vai ser influenciada pela NE, mas não pela ACh. ○ Quando, por um estímulo (exercício físico), a NE é liberada, ela se liga, no miocárdio, ao receptor beta 1 (receptor adrenérgico do miócito e do NSA). ○ No NSA: ■ A função do simpático é aumentar a frequencia cardíca. Para isso, é preciso tornar a despolarização mais rápida, abrindo mais canais de Ca2+ ■ O beta 1 é um receptor metabotrópico, então está acoplado a proteína G. Quando a NE se liga, a subunidade alfa da proteína G se desloca e ativa a enzima adenilato ciclase (fica na membrana). ■ Essa enzima transforma ATP em AMPc (segundo mensageiro). ■ O AMPc ativa a proteína quinase A (PK A). Essa proteína abre mais ainda o canal I-F (Na+ e K+) e de Ca2+ T. Ela faz fosforilação ( doa fósforo para esses canais) e ativação desses canais, permitindo o influxo de maior quantidade de cálcio e sódio. ■ Assim, o tempo de despolarização diminui e a frequência de PA aumenta. Entra com mais carga positiva em repouso e atinge o limiar mais rápido. ■ Cronotropismo + = Aumento da frequência cardíaca. ■ Inotropismo + = aumento da força de contração. ■ Dromotropismos + = aumento da velocidade de condução do PA. ■ Obs: a NE não se liga só aos receptores do NSA, se liga em todos os cardiomiócitos. ■ A adrenalina também se liga ao receptor B1, provocando o mesmo efeito. Então, quando ativa o simpático libera tanto NE como neurotransmissor quanto epinefrina na corrente sanguínea como hormônio. ■ A NE e a E têm cronotropismo +; inotropismo +; e dromotropismo + ■ ACh ● Receptor muscarínico M2. É um receptor de proteína G inibitória (Gi). ● Quando o parassimpático está ativo (repouso), há a liberção de ACh, que se liga ao M2. Pka fica inativa (deixa de fosforilar alguns canais) e causa o fechamento (inativação) de alguns canais I-F e Ca2+ T. Assim demora mais tempo para a entrada dos íons na célula, ou seja, o influxo de cargas positivas fica mais lento, e para atingir o limiar de despolarização. ● Além disso, a ACh abre canal de K+ (potássio sensível à ACh), hiperpolarizando a célula. Fica mais difícil ainda despolarizar. ● Efeito cronotrópico negativo, ○ No cardiomiócito (atrial ou ventricular): AMANDA FERREIRA ■ Mesma cascata celular do NSA (receptor B1, NE, proteína g, subunidade alfa, AMPc, PKA.) ■ Na fibra muscular, a PKA abre mais canais de Ca2+ L, deixando o cálcio entrar mais rápido na célula. Quando entra, ele estimula mais receptores de rianodina, que vão liberar mais cálcio pro citosol. O Ca2+ se liga a troponina C e provoca maior força de contração; vão ser mais sítios de ligação liberados. ■ Obs: quanto mais Ca2+ na célula, maior a força de contração. ■ A serca fica mais ativa na presença de NE, então recapta muito rápido o Ca2+ para o retículo. A NE, através da PKA que tá ativa, fosforila também a Fosfolambam (proteína da serca que quando tá fosforilada ativa muito a ação da serca de recaptação de cálcio) ■ No exercício físico, com a ação da NE, há o aumento de força e muito relaxamento. Tem que ter muito relaxamento para poder caber muito sangue nesse ventrículo. ■ O cardiomiócito, com a NE, melhora o relaxamento. ■ Obs: alguns medicamentos atuam aí: paciente que precisa melhorar a força de contração; paciente com insuficiência cardíaca; AMANDA FERREIRA ● ■ ACh ● A ACh também atua nos músculos, mas as fibras parassimpáticas não chegam aos ventrículos. Então ela influencia pouco na força muscular. Chega mais no NSA e NAV. ● Também é receptor M2 ● Na célula muscular cardíaca, há inibição da proteína G, forma menos PKA (fica mais no seu estado inativo), diminui a abertura do canal de Ca2+ L (inibição da cascata). Ca2+ entra menos do LEC pro LIC, estimula menos receptor de rianodina, libera menos Ca2+ pelo retículo, menos Ca2+ na troponina C, menos sítios de ligação para a miosina, menor força. ● Esse efeito, porém, é pouco visto, dada a falta de fibras parassimpáticas no ventrículo. ● Obs: em alguns casos de arritimia, de taquicardia são usados alguns agonistas de receptor M2. ● Em repouso há a ação do parassimpático ● Efeito cronotrópico negativo. AMANDA FERREIRA ■ Paciente com coração transplantado: ● Se corta as fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas - não atuam mais. ● Em repouso a frequência cardíaca é maior já que não há a atuação do parassimpático (+- 115 bat/min) ● Em atividade física a frequência cardíaca aumenta pouco porque ainda tem a ação da adrenalina liberada pela glândula suprarenal. Inervação indireta - só de epinefrina/ norepinefrina, ACh não tem. ● Atuação dos receptores nas artérias: ○ Receptores: Alfa 1, alfa 2, M 3. ■ M 3: ● Aderido à parede dos vasos sanguíneos e acoplado a uma proteína G diferente da que se acopla ao M 2 no coração. A proteína G acoplada ao M 3 é estimulatória. ● Assim que a ACh se liga ao receptor M 3, essa proteína G, quando se desloca no citoplasma, fosforila a Fosfolipase C. Essa enzima converte alguns fosfolípides da membrana em trifosfato de inositol (IP 3) e diacilglicerol (moléculas sinalizadoras intracelulares - segundos mensageiros). Essas moléculas, principalmente o IP3, estimulam no retículo sarcoplasmático a liberação de Ca2+ para o citosol. (HAVERÁ VASOCONSTRIÇÃO) ● A partir de agora depende do tipo de célula: ○ Músculo liso nos brônquios: ■ Ocorre maior liberação de cálcio intracelular, gerando a contração (broncoconstrição) ○ Na parede dos vasos sanguíneos: ■ Antes do músculo tem uma camada de endotélio. O receptor M3 se encontra nele. Obs: o endotélio não tem actina e miosina. ■ Quando a ACh se ligar no M3 do endotélio, os estoques intracelulares vão liberar o Ca2+. Esse cálcio tem o papel deativar o complexo cálcio-calmodulina, que converte L-arginina (aminoácido) em óxido nítrico ( NO). Essa reação é catalizada pela eNOS (óxido nítrico sintase- endotelial) que é ativada pela presença de Ca2+. ■ O NO é um gás volátil responsável pela vasodilatação. Ele é liberado pelo endotélio por ação da ACh e migra para a célula muscular lisa, gerando seu relaxamento (inibe o processo contrátil) AMANDA FERREIRA ■ O M3 é um receptor excitatório no endotélio, mas têm como resposta o relaxamento da musculatura lisa (vasodilatação). ■ O NO é uma substácia parácrina, ou seja, atua no mesmo local em que foi liberado. Os neurônios também produzem NO, mas, nesse caso, ele funcionará como neurotransmissor. ■ Obs: Esse mecanismo é importante para a ereção. Viagra age dessa forma, faz o papel da ACh. ■ Obs: Na prática, o organismo humana libera pouca ACh para a circulação porque o parassimpático não chega no vaso sanguíneo. Mas há drogas que estimulam/ inibem esse sistema. Há uma maior liberação de NE e E por ação do simpático, causando vasoconstrição. A vasodilatação, fisiologicamente, ocorre quando há a inibição do simpático. ■ Obs: existem 3 tipos de enzimas que produzem NO: a endotelial, a neuronal e a induzida (processo infeccioso). ■ Então, apesar do M3 ser excitatório, no vaso não vai acontecer constrição porque o receptor está no endotelio e não na célula muscular.
Compartilhar