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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG INSTITUTO DE MATEMÁTICA, ESTATÍSTICA E FÍSICA – IMEF CÁLCULO III EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES DE ORDEM “N” 1. FUNDAMENTOS GERAIS 1.1DEFINIÇÕES E TEOREMA DA UNICIDADE Uma equação diferencial linear de ordem n é uma equação da forma: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )xgyxbyxbyxbyxbyxb nnnn =+′+′′+++ −− 01211 K (1) onde os coeficientes ( ) njxb j ,,2,1,0, K= , e ( )xg são admitidos contínuos em algum intervalo I e ( ) 0≠xbn , Ix∈∀ . Observe que ( ) njxb j ,,2,1,0, K= , dependem somente da variável x, em outras palavras, não dependem de y nem de nenhuma de suas derivadas. Ex.: 1) A equação diferencial ( ) 22 2 =−′+′′ ysenxyxyx é de segunda ordem, e nesta equação ( ) xxb 22 = , ( ) 21 xxb = , ( ) senxxb −=0 e ( ) 2=xg . Como estas funções não dependem de y ou de qualquer derivada sua, a equação diferencial é linear. 2) A equação diferencial 2xyyxyy =+′+′′′ é de terceira ordem, e nesta equação temos yb =3 , é uma função que depende de y, portanto a equação não é linear. TEOREMA 1: Consideremos o PVI constituído pela equação diferencial (1) e pelas n condições iniciais ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 101201000 ,,,, −− ==′′=′= nn cxycxycxycxy K (2) Se ( )xg e ( ) njxb j ,,2,1,0, K= , são funções contínuas em algum intervalo I contendo 0x e se ( ) 0≠xbn , Ix∈∀ , então o PVI dado por (1) e (2) tem uma e somente uma solução definida em I. Quando prevalecem as condições do Teorema 1 sobre ( )xbn , podemos dividir ambos os membros da equação diferencial (1) por ( )xbn , obtendo: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )xyxayxayxayxay nnn φ=+′+′′+++ −− 01211 K (3) onde ( ) ( ) 1,,2,1,0, −== nj xb xb a n j j K e ( ) ( ) ( )xb xg x n =φ . Se ( ) 0≡xφ (ou ( ) 0≡xg ), então a equação diferencial (3) (ou (1)) é homogênea. Em caso contrário, é não-homogênea. (Observe que, neste contexto, as equações diferenciais de ordem n homogêneas não têm a mesma definição das equações diferenciais de 1ª ordem com coeficientes homogêneos.) Se todos os coeficientes ( )xa j (ou ( )xb j ) em (3) (ou (1)) são constantes, a equação se chama equação diferencial de coeficientes constantes. Se algum dos coeficientes não é constante, a equação é de coeficientes variáveis. COROLÁRIO 1: A única solução da equação diferencial de ordem n homogênea ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 001211 =+′+′′+++ −− yxbyxbyxbyxbyxb nnnn K com condições iniciais nulas ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 0,,0,0,0 01000 ==′′=′= − xyxyxyxy nK é a solução identicamente nula. 1.2 OPERADOR DIFERENCIAL LINEAR Definimos o operador diferencial linear ( )yL por ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )yxayxayxayxayyL nnn 01211 +′+′′+++≡ −− K (4) onde ( ) 1,,2,1,0, −= nixai K , são contínuas em algum intervalo I. Então a equação diferencial (3) pode ser escrita como: ( ) ( )xyL φ= (5) Em particular, uma equação diferencial linear homogênea pode expressar-se como: ( ) 0=yL (6) TEOREMA 2: O operador ( )yL é linear; isto é, ( ) ( ) ( )22112211 yLcyLcycycL +=+ (7) onde 1c e 2c são constantes arbitrárias e, 1y e 2y são funções arbitrárias n-vezes deriváveis. PROVA: Sejam ( )xyy 11 = e ( )xyy 22 = funções n-vezes deriváveis, 1c e 2c constantes arbitrárias , então: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )( )221102211122112 2 2 22111 1 122112211 ycycxaycyc dx d xaycyc dx d xa ycyc dx d xaycyc dx d ycycL n n nn n ++++++ +++++≡+ − − − K Através da álgebra das derivadas, temos: ( ) nk dx yd c dx yd cycyc dx d k k k k k k ,,2,1,22 1 12211 K=+=+ Portanto, podemos escrever: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2021012121112 2 2 222 1 2 21 1 2 1 121 1 1 11 2 2 1 12211 yxacyxac dx dy xac dx dy xac dx yd xac dx yd xac dx yd xac dx yd xac dx yd c dx yd cycycL n n nn n nn n n n ++++++ +++++≡+ − − −− − − K Logo obtemos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ++++++ + +++++≡+ − − − − − − 20 2 12 2 2 21 2 1 1 2 2 10 1 12 1 2 21 1 1 1 1 12211 yxa dx dy xa dx yd xa dx yd xa dx yd c yxa dx dy xa dx yd xa dx yd xa dx yd cycycL n n nn n n n nn n K K logo ( ) ( ) ( )22112211 yLcyLcycycL +=+ TEOREMA 3; (Princípio da Superposição) Se 1y e 2y são duas soluções de ( ) 0=yL , então 2211 ycyc + é também solução de ( ) 0=yL para 1c e 2c constantes arbitrárias. PROVA: Sejam 1y e 2y duas soluções de ( ) 0=yL , então temos que ( ) 01 =yL e ( ) 02 =yL . Pelo Teorema 2, se 1c e 2c são duas constantes arbitrárias temos: ( ) ( ) ( )22112211 yLcyLcycycL +=+ portanto ( ) 02211 =+ ycycL então 2211 ycyc + é também solução de ( ) .0=yL 2. TEORIA DAS SOLUÇÕES 2.1 DEPENDÊNCIA LINEAR Um conjunto de funções ( ) ( ) ( ){ }xyxyxy n,,, 21 K é linearmente dependente no intervalo I, se existem constantes nccc ,,, 21 K , não todas nulas, tais que ( ) ( ) ( ) 02211 ≡+++ xycxycxyc nnK (8) em I. Em outras palavras, podemos dizer que um conjunto de funções é linearmente dependente se existe outro conjunto de constantes, não todas nulas, tais que (8) se verifica. Note que 021 ==== nccc K é um conjunto de constantes que sempre satisfaz (8). 2.2 INDEPENDÊNCIA LINEAR Um conjunto de funções ( ) ( ) ( ){ }xyxyxy n,,, 21 K é linearmente independente no intervalo I, se não é linearmente dependente em I, isto é, se as únicas constantes que satisfazem (8) em I são 021 ==== nccc K . Ex.: 1) O conjunto { }senxxx ,1,5, é linearmente dependente no intervalo [ ]1,1− , pois existem constantes 0,1,5 321 ==−= ccc e 04 =c , não todas nulas, tais que (8) se verifica, ou seja: 0010515 ≡⋅+⋅+⋅+⋅− senxxx 2) O conjunto { }xx ee −, é linearmente independente no intervalo ( )+∞∞− , , pois considerando a equação: 021 ≡+ − xx ecec Obtemos: xxx eccecec 21212 −≡⇒−≡ − portanto, para qualquer valor não nulo de 1c , o membro esquerdo da equação xecc 212 −≡ é constante, enquanto que o direito não é, logo a única solução para esta equação é 021 == cc . 2.3 SOLUÇÕES LINEARMENTE INDEPENDENTES TEOREMA 4: A equação diferencial linear homogênea de ordem n ( ) 0=yL sempre tem n soluções linearmente independentes. Se ( ) ( ) ( )xyxyxy n,,, 21 K representam essas soluções, então a solução geral de ( ) 0=yL é ( ) ( ) ( ) ( )xycxycxycxy nn+++= K2211 (9) onde nccc ,,, 21 K são constantes arbitrárias. Ex.: As funções ( ) xsenxy 21 = e ( ) xxy 2cos2 = são soluções da equação diferencial linear de segunda ordem 04 =+′′ yy , pois ( ) xxy 2cos21 =′ e ( ) xsenxy 241 −=′′ , então 04 11 =+′′ yy ( ) xsenxy 222 −=′ e ( ) xxy 2cos42 −=′′ , então 04 22 =+′′ yy Além disso, estas soluções são linearmente independentes, pois 002cos2 2121 ==⇔=+ ccxcxsenc Logo a solução geral da equação diferencial 04 =+′′ yy é ( ) xcxsencxy 2cos2 21 += OBS.: O Teorema 4 realça a importância de podermos determinar se um conjunto de soluções de ( ) 0=yL é linearmente independente ou não. Em geral, o problema não pode ser resolvido diretamente a partir de (8); não podemos experimentar todos os possíveis valores de nccc ,,, 21 K . Existe,entretanto, outro método para resolver este problema. 2.4 WRONSKIANO Definição: Sejam ( ) ( ) ( )xyxyxy n,,, 21 K as n soluções da equação diferencial linear de ordem n ( ) 0=yL , definimos o Wronskiano dessas soluções no ponto x pelo determinante: ( ) ( )( ) )1()1( 2 )1( 1 21 21 21 21 ,,, −−− ′′′′′′ ′′′ == n n nn n n n n yyy yyy yyy yyy xyyyWxW L MMM L L L K (10) OBS.: No caso 2=n , isto é para as equações diferenciais de segunda ordem ( ) ( ) ( ) 001 =+′+′′= yxayxayyL temos: ( ) ( )( ) 2121 21 21 21 , yyyy yy yy xyyWxW ′−′= ′′ == Ex.: O Wronskiano do conjunto de soluções { }xxsen 2cos,2 da equação diferencial 04 =+′′ yy é: ( ) ( ) ( ) 2222cos2 2cos2 2cos2 2cos2 −= − == xsenx xxsen x dx d xsen dx d xxsen xW TEOREMA 5: Se f e g forem funções deriváveis em um intervalo aberto I, e se ( )( ) 0, 0 ≠xgfW em um ponto Ix ∈0 , então f e g são linearmente independentes em I. De outra forma, se f e g forem linearmente dependentes em I, então ( )( ) 0, =xgfW para todo Ix∈ . PROVA: Para provar a primeira parte deste Teorema, imaginemos uma combinação linear ( ) ( )xgcxfc 21 + e suponhamos que esta expressão seja nula em todo o intervalo I. Calculando esta expressão e a sua derivada em um ponto Ix ∈0 , obtemos: ( ) ( ) ( ) ( ) =′+′ =+ 0 0 0201 0201 xgcxfc xgcxfc (11) O determinante dos coeficientes do sistema de equações (11) é ( )( ) 0, 0 ≠xgfW , então a única solução do sistema de equações (11) é 021 == cc , portanto f e g são linearmente independentes. A segunda parte deste Teorema é consequência imediata da primeira. Imaginemos que f e g sejam linearmente dependentes e suponhamos que a conclusão é falsa, ou seja, ( )( )xgfW , não seja nulo para todo Ix∈ . Então existe um ponto Ix ∈0 tal que ( )( ) 0, 0 ≠xgfW ; pela primeira parte do Teorema isto determina que f e g são linearmente independentes, o que é uma contradição com a hipótese, e portanto completa a prova. TEOREMA 6: (TEOREMA DE ABEL) Fixadas duas soluções ( )xy1 e ( )xy2 da equação diferencial linear de segunda ordem ( ) ( ) ( ) 001 =+′+′′= yxayxayyL , onde ( )xa1 e ( )xa0 são funções contínuas no intervalo I, então o Wronskiano ( )xW é dado por ( ) ( )∫= − dxxaCexW 1 , (12) onde C é uma constante que depende do par de soluções 1y e 2y , mas não depende de x. Além disso, ( )xW ou é nulo para todo Ix∈ (se 0=C ), ou nunca é nulo em I (se 0≠C ). PROVA: Inicialmente observamos que se ( )xy1 e ( )xy2 são soluções da equação diferencial de segunda ordem ( ) ( ) ( ) 001 =+′+′′= yxayxayyL , então ( ) ( ) ( ) 0101111 =+′+′′= yxayxayyL ( ) ( ) ( ) 0202122 =+′+′′= yxayxayyL Multiplicando a primeira equação por 2y− , a segunda por 1y , e somando as duas equações resultantes, obtemos: ( ) ( ) ( ) ( ) 01201211221021121 =+′+′′+−′−′′− yyxayyxayyyyxayyxayy ou seja ( )( ) 0212112121 =′−′+′′−′′ yyyyxayyyy (13) Fazendo ( ) 2121 21 21 yyyy yy yy xW ′−′= ′′ = (14) e ( ) 212121212121 yyyyyyyyyyyyxW ′′−′′=′′−′′−′′+′′=′ (15) Podemos escrever a equação (13) como: ( ) 01 =+′ WxaW (16) A equação (16) pode ser facilmente resolvida, pois é uma equação diferencial linear de primeira ordem, com as variáveis separáveis, logo a sua solução geral é: ( ) ( )∫= − dxxaCexW 1 (17) onde C é uma constante. O valor de C depende do par de soluções da equação ( ) ( ) ( ) 001 =+′+′′= yxayxayyL . Porém, como a função exponencial nunca é nula, ( )xW não é nulo, a menos que 0=C , e neste caso ( ) IxxW ∈∀= ,0 . Ex.: As funções ( ) xxy =1 e ( ) x xy 1 2 = são soluções da equação diferencial 0,032 2 >=−′+′′ xyyxyx pois ( ) 2 1 1 2 1 − =′ xxy e ( ) 2 3 1 4 1 − −=′′ xxy então substituindo na equação diferencial, obtemos: 0 2 3 22 1 3 4 1 2 2 1 2 12 1 2 1 2 1 2 3 2 =−+−=− + − −− xx x xxxxx De modo análogo, ( ) 22 1 x xy −=′ e ( ) 32 2 x xy =′′ Logo substituindo na equação diferencial, obtemos: 0 13411 3 2 2 23 2 =−−=− −+ xxxxx x x x Observe que ( ) 2 3 2 3 2 3 2 2 1 2 1 2 3 2 1 1 2 1 1 −−− − −=−−= − = xxx x x x x xW Agora, para utilizarmos a equação (17), devemos escrever a equação diferencial dada na forma: 0,0 2 1 2 3 2 >=−′+′′ xy x y x y de modo que ( ) x xa 2 3 1 = , então temos: ( ) 2 3 ln ln 2 3 2 3 2 3 −−− ===∫= − CxCeCeCexW x xdx x onde esta última equação dá o Wronskiano de qualquer solução da equação diferencial dada. No caso das soluções particulares explícitas neste exemplo, devemos escolher 2 3 −=C . OBS.: De modo análogo ao Teorema 6, fixadas n soluções ( )xy1 , ( )xy2 ( )xyn,K da equação diferencial linear de ordem n ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 00111)( =+′+++= −− yxayxayxayyL nnn K , onde ( ) 1,,2,1,0, −= nkxak K são contínuas no intervalo I, o Wronskiano ( )xW é dado por ( ) ( )∫= −− dxxanCexW 1 , onde C é uma constante que depende do par de soluções nyyy ,,, 21 K , mas não depende de x. Além disso, ( )xW ou é nulo para todo Ix∈ (se 0=C ), ou nunca é nulo em I (se 0≠C ). TEOREMA 7: Sejam 1y e 2y as soluções da equação diferencial linear de segunda ordem ( ) ( ) ( ) 001 =+′+′′= yxayxayyL , onde ( )xa1 e ( )xa0 são contínuas no intervalo aberto I. Então 1y e 2y são linearmente dependentes em I se e somente se ( )( ) 0, 21 =xyyW para todo Ix∈ . Ou, de outra forma, 1y e 2y são linearmente independentes em I se e somente se ( )( ) 0, 21 ≠xyyW para todo Ix∈ . PROVA: Sabemos do Teorema 6, que ( )( )xyyW 21 , ou é nulo em todo I ou nunca é nulo em I. Para demonstrar o Teorema 7, observamos inicialmente, que se 1y e 2y forem linearmente dependentes, então ( )( ) 0, 21 =xyyW para todo It∈ , em virtude do Teorema 5. Falta demonstrar o inverso, isto é, que se ( )( ) 0, 21 =xyyW para todo It∈ , então 1y e 2y são linearmente dependentes. Seja 0x um ponto qualquer do intervalo I; então necessariamente ( )( ) 0, 21 =xyyW . Logo o sistema de equações ( ) ( ) ( ) ( ) =′+′ =+ 0 0 022011 022011 xycxyc xycxyc (18) tem uma solução não-trivial. Com estes valores de 1c e 2c , seja ( ) ( ) ( )xycxycx 2211 +=φ , então ( )xφ é uma solução da equação ( ) ( ) ( ) 001 =+′+′′= yxayxayyL e pelas equações (18), ( )xφ também satisfaz as condições iniciais ( ) 00 =xφ e ( ) 00 =′ xφ (19) Portanto pelo Corolário 1, temos ( ) 0=xφ para todo Ix∈ . Uma vez que ( ) ( ) ( )xycxycx 2211 +=φ , onde 1c e 2c não são ambas nulas, isto significa que 1y e 2y são linearmente dependentes. Segue-se, então, e imediatamente, a outra forma do enunciado do Teorema. Ex.: Vimos que as funções ( ) xsenxy 21 = e ( ) xxy 2cos2 = são duas soluções linearmente independentes da equação diferencial 04 =+′′ yy e que o Wronskiano do conjunto de soluções { }xxsen 2cos,2 é: ( ) IRxxW ∈∀≠−= ,02 . Observe que neste caso os coeficientes ( ) 01 =xa e ( ) 40 =xa são funções contínuasIRx∈∀ . OBS.: O Teorema 7, embora tenha sido considerado para as equações diferenciais lineares de segunda ordem, continua sendo válido para uma equação diferencial linear de ordem n. TEOREMA 8: Seja ( ) ( ) ( ){ }xyxyxy n,,, 21 K um conjunto de n soluções da equação diferencial linear homogênea de ordem n ( ) 0=yL . Esse conjunto é linearmente independente no intervalo I, se e somente se o Wronskiano do conjunto não é identicamente nulo nesse intervalo. OBS.: Lembre-se de que, os coeficientes de ( )yL devem ser contínuos no intervalo I, no caso dos Teoremas 7 e 8. Se essa condição de continuidade não é satisfeita, estes teoremas não são verdadeiros. TEOREMA 9: Consideremos agora a equação diferencial linear geral (não- homogênea) ( ) ( )xyL φ= . Seja py uma solução particular qualquer da mesma, e seja hy a solução geral da equação homogênea associada ( ) 0=yL , então a solução geral de ( ) ( )xyL φ= é ph yyy += Ex.: Seja a equação diferencial xyy =+′′ 4 . Uma solução particular desta equação é 4 x y p = e a solução geral da equação homogênea associada, 04 =+′′ yy , é xcxsencyh 2cos2 21 += , logo a solução geral da equação diferencial dada é: 4 2cos2 21 x xcxsencyyy ph ++=+= 3. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES HOMOGÊNEAS DE SEGUNDA ORDEM COM COEFICIENTES CONSTANTES 3.1 A EQUAÇÃO CARACTERÍSTICA A equação diferencial 001 =+′+′′ yayay (20) em que 1a e 0a são números reais, corresponde a equação algébrica 001 2 =++ aa λλ (21) obtida de (20) mediante a substituição de y ′′ , y ′ e y por 2λ , 1λ e 10 =λ , respectivamente. A equação (21) é chamada equação característica de (1). Ex.: A equação característica de 012 =−′+′′ yyy é 0122 =−+ λλ . A equação característica pode ser fatorada como segue: ( )( ) 021 =−− λλλλ (22) 3.2 SOLUÇÃO EM TERMOS DAS RAÍZES CARACTERÍSTICAS A solução de (20) se obtém diretamente a partir das raízes de (22). Há três casos a considerar. CASO 1: Se 1λ e 2λ são ambas reais e distintas, então x e 1 λ e xe 2λ são duas soluções linearmente independentes da equação diferencial (20) e a sua solução geral é xx ececy 21 21 λλ += (23) No caso especial 12 λλ −= , a solução (23) pode ser escrita como: xsenhkxky 1211 cosh λλ += (24) onde 211 cck += , 212 cck −= , 2 cosh 11 1 xx ee x λλ λ −+ = e 2 11 1 xx ee xsenh λλ λ −− = CASO 2: Se iba +=1λ é complexo, então como em (20) e (21), 1a e 0a são números reais, as raízes de (21) devem aparecer em pares conjugados; assim a outra raiz é iba −=2λ . Duas soluções linearmente independentes da equação diferencial (20) neste caso são ( )xibae + e ( )xibae − , e a solução geral (complexa é): ( ) ( )xibaxiba ekeky −+ += 21 Usando as relações de Euler isenbxbxe ibx += cos e isenbxbxe ibx −=− cos podemos escrever a solução geral como: ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ]senbxkkibxkke isenbxbxkisenbxbxke ekekeeekeeky ax ax ibxibxaxibxaxibxax 2121 21 2121 cos coscos −++= =−++= =+=+= −− Definindo 211 kkc += e ( )212 kkic −= como duas novas constantes arbitrárias, podemos escrever a solução geral como: senbxecbxecy axax 21 cos += (25) A equação (25) é real se 1c e 2c são ambas reais, o que ocorre se e somente se 1k e 2k são complexos conjugados. Como estamos interessados na solução geral real, devemos impor a 1k e 2k a restrição de serem complexos conjugados. CASO 3: Se 1λ e 2λ são ambas reais e iguais, ou seja, 21 λλ = , então x e 1 λ e xxe 1λ são duas soluções linearmente independentes da equação diferencial (20), e sua solução geral é: xx xececy 11 21 λλ += (26) OBS.: As soluções acima não são válidas se a equação diferencial não é linear ou se não tem coeficientes constantes. Ex.: Resolva as seguintes equações diferenciais: 1) 02 =−′−′′ yyy Equação característica: 022 =−− λλ Raízes da equação característica: 11 −=λ e 22 =λ são reais e distintas, logo a solução geral da equação diferencial dada é: xx ececy 221 += − 2) 04 =−′′ yy Equação característica: 042 =−λ Raízes da equação característica: 21 =λ e 22 −=λ são reais e distintas, logo a solução geral da equação diferencial dada é: xx ececy 22 2 1 −+= Ou então, como 21 λλ −= , de acordo com a equação (24) podemos escrever a solução geral como: xsenhkxky 22cosh 21 += 3) 054 =+′+′′ yyy Equação característica: 0542 =++ λλ Raízes da equação característica: i+−= 21λ e ,22 i−−=λ são complexas e conjugadas, logo de acordo com a equação (25), a solução geral da equação diferencial dada é: senxecxecy xx 22 2 1 cos −− += 3) 044 =+′+′′ yyy Equação característica: 0442 =++ λλ Raízes da equação característica: 221 −== λλ , são reais e iguais, logo de acordo com a equação (26), a solução geral da equação diferencial dada é: xx xececy 22 2 1 −− += 4. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES HOMOGÊNEAS DE ORDEM “N” COM COEFICIENTES CONSTANTES 4.1 A EQUAÇÃO CARACTERÍSTICA Considere a equação diferencial linear homogênea de ordem “n” com os coeficientes constantes ( ) ( ) 001 1 1 =+′+++ − − yayayay n n n K (27) onde 1,2,1,0, −= nja j K são constantes. A equação característica associada à equação diferencial (27) é dada por: 001 1 1 =++++ − − aaa n n n λλλ K (28) A equação característica (28) é obtida substituindo ( )jy por njj ,,2,1,0, K=λ . Ex.: A equação característica associada à equação diferencial linear de quarta ordem ( ) 0234 =−′+′′+′′′− yyyyy é 0123 234 =−++− λλλλ . 4.2 SOLUÇÃO EM TERMOS DAS RAÍZES CARACTERÍSTICAS Assim como para as equações diferenciais lineares homogêneas de 2ª ordem e coeficientes constantes, as raízes da equação característica (28) determinam a solução da equação diferencial (27). Se as raízes são todas reais e distintas, a solução da equação diferencial (27) é dada por: xn xx necececy λλλ +++= K21 21 (29) Se as raízes são distintas, mas algumas delas são complexas, a solução ainda é da forma (29), sendo que os termos que envolvem exponenciais complexas também podem combinar-se de modo a encontrar termos contendo senos e cossenos. Se kλ é raiz de multiplicidade p da equação característica, isto é, se ( ) p kλλ − é um fator da mesma, mas ( ) 1+− pkλλ não é, então haverá p soluções linearmente independentes associadas a kλ dadas por: .,,,, 12 xpxxx kkkk exexxee λλλλ − K Estas soluções, combinadas da forma usual com as outras soluções associadas às demais raízes da equação característica formam a solução completa da equação diferencial (27). Ex.: 1) Considere a equação diferencial linear homogênea de 3ª ordem: 06116 =−′+′′−′′′ yyyy cuja equação característica associada é dada por: 06116 23 =−+− λλλ então 2,1 21 == λλ e 33 =λ são as raízes características, logo a solução geral da equação diferencial considerada é: xxx ecececy 33 2 21 ++= Ex.: 2) Considere a equação diferencial linear homogênea de 4ª ordem: ( ) 02094 =+′′− yyy cuja equação característica associada é dada por: 0209 24 =+− λλ então as raízes características são: 2,5,5321 =−== λλλ e 23 −=λ , logo a solução geral da equação diferencial considerada é: xxxx ececececy 24 2 3 5 2 5 1 −− +++= ou então xsenhkxkxsenhkxky 22cosh55cosh 4321 +++= Ex.: 3) Considere a equação diferencial linear homogênea de 3ª ordem: 03626 =+′+′′−′′′ yyyy cuja equação característica associada é dada por: 03626 23 =++− λλλ então 24,2 21 i+=−= λλ e 243 i−=λ são as raízes características, logo a solução geral da equação diferencial considerada é: ( ) ( )xixix ecececy 243 24 2 2 1 −+− ++= ou então, usando as relações de Euler, temos: xsenekxekecy xxx 22cos 43 4 2 2 1 ++= − Ex.: 4) Considere a equação diferencial linear homogênea de 3ª ordem: ( ) ( ) 02245 =−′+′′+′′′−− yyyyyy cuja equação característica associada é dada por: 0122 2345 =−++−− λλλλλ então 1321 === λλλ e 154 −== λλ são as raízes características, onde a raiz 1 é de multiplicidade 3 e a raiz -1 é de multiplicidade 2, logo a solução geral da equação diferencial considerada é: xxxxx xececexcxececy −− ++++= 54 2 321 Ex.: 5) Considere a equação diferencial linear homogênea de 4ª ordem: ( ) 024 =+′′+ yyy cuja equação característica associada é dada por: 012 24 =++ λλ ou ( ) 01 22 =+λ então i== 21 λλ e i−== 43 λλ são as raízes características, logo a solução geral da equação diferencial considerada é: ixixixix xececxececy −− +++= 4321 ou então xsenxkxxksenxkxky 4321 coscos +++= 5. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES NÃO HOMOGÊNEAS DE ORDEM “N” COM COEFICIENTES CONSTANTES: Já vimos que a solução geral da equação diferencial linear ( ) ( ) ( ) ( )xyayayayyL nnn φ=+′+++= −− 0111 K (30) é dada por: ph yyy += (31) onde hy é a solução da equação diferencial homogênea associada (27) e py é uma solução particular da equação diferencial (30). Na seção anterior, apresentamos o processo de obtenção da solução hy da equação diferencial linear homogênea de ordem n com coeficientes constantes ( ) 0=yL . A seguir apresentaremos os seguintes métodos para a obtenção da solução py : o Método dos Coeficientes a Determinar e o Método da Variação dos Parâmetros. 5.1 O MÉTODO DOS COEFICIENTES A DETERMINAR O Método dos Coeficientes a Determinar (MCD) inicia-se supondo conhecida a forma da solução particular py , a menos de constantes multiplicativas, que serão determinadas levando-se a suposta solução py na equação diferencial (30) e identificando-se os seus coeficientes. Esse método é aplicado com sucesso para alguns casos especiais da função ( )xφ . 5.1.1 FORMA SIMPLES DO MÉTODO Admite-se que a função procurada, py , possa ser expressa como uma soma dos termos que compõem ( )xφ , a menos de constantes multiplicativas. 1° Caso: Se ( ) ( )xpx n=φ é um polinômio de grau n em x, então procuramos a solução na forma: 01 1 1 AxAxAxAy n n n np ++++= − − K (31) onde njA j ,,2,1,0, K= são constantes a determinar. Ex.: Vamos encontrar a solução geral da equação diferencial 132 3 +=−′+′′ xyyy Sabemos que a solução geral é da forma: ph yyy += A equação característica da equação homogênea associada é: 0322 =−+ λλ cujas raízes reais e distintas são: 11 =λ e 32 −=λ , portanto temos: xx h ececy 3 21 −+= Neste exemplo, a função ( )xφ é o polinômio ,13 +x de modo que a solução py é suposta na forma: DCxBxAxy p +++= 23 Então CBxAxy p ++=′ 23 2 e BAxy p 26 +=′′ Logo substituindo na equação diferencial dada, obtemos: ( ) ( ) ( ) 1323226 3232 +=+++−++++ xDCxBxAxCBxAxBAx ou seja ( ) ( ) 1322346363 323 +=−++−++−+− xDCBxCBAxBAAx daí, identificando os termos semelhantes, chegamos ao seguinte sistema: =−+ =−+ =− =− 1322 0346 036 13 DCB CBA BA A cuja solução é: 27 49 , 9 14 , 3 2 , 3 1 −=−=−=−= DCBA . Portanto 27 49 9 14 3 2 3 1 23 −−−−= xxxy p a solução geral da equação diferencial dada é: 27 49 9 14 3 2 3 1 233 21 −−−−+= − xxxececy xx 2° Caso: Se ( ) ( )xpex nxαφ = , onde α é uma constante conhecida e ( )xpn é um polinômio de grau n em x, então procuramos a solução na forma: ( )0111 AxAxAxAey nnnnxp ++++= −− Kα (32) onde njA j ,,2,1,0, K= são constantes a determinar. Ex.: Vamos encontrar a solução geral da equação diferencial ( ) xexyyy 2244 +=+′+′′ Sabemos que a solução geral é da forma: ph yyy += A equação característica da equação homogênea associada é: 0442 =++ λλ cujas raízes reais e repetidas são: 221 −== λλ , portanto temos: xx h xececy 2 2 2 1 −− += Neste exemplo, a função ( ) ( ) xexx 22+=φ , de modo que a solução py é suposta na forma: ( ) xp eBAxy 2+= Então ( ) xp eBAAxy 222 ++=′ e ( ) xp eBAAxy 2444 ++=′′ Logo substituindo na equação diferencial dada, obtemos: ( ) ( ) ( ) ( ) xxxx exeBAxeBAAxeBAAx 2222 24224444 +=+++++++ ou seja ( ) ( ) xx exeBAAx 22 216816 +=++ daí, identificando os termos semelhantes, chegamos ao seguinte sistema: =+ = 2168 116 BA A cuja solução é: 32 3 , 16 1 == BA . Portanto x p exy 2 32 3 16 1 += e a solução geral da equação diferencial dada é: xxx e x xececy 222 2 1 32 3 16 +++= −− 3° Caso: Se ( ) ( ) xsenxpex nx βφ α= , onde α e β são constantes conhecidas e ( )xpn é um polinômio de grau n em x, então procuramos a solução na forma: ( ) ( )0111 01 1 1 cos BxBxBxBxe AxAxAxAxseney n n n n x n n n n x p +++++ +++++= − − − − K K β β α α (33) onde njBA jj ,,2,1,0,, K= são constantes a determinar. 4° Caso: Se ( ) ( ) xxpex nx βφ α cos= , onde α e β são constantes conhecidas e ( )xpn é um polinômio de grau n em x, então procuramos a solução na forma: ( ) ( )0111 01 1 1 cos BxBxBxBxe AxAxAxAxseney n n n n x n n n n x p +++++ +++++= − − − − K K β β α α (34) onde njBA jj ,,2,1,0,, K= são constantes a determinar. Ex.: Vamos encontrar a solução geral da equação diferencial xsenyyy 22 =−′−′′ Sabemos que a solução geral é da forma: ph yyy += A equação característica da equação homogênea associada é: 022 =−− λλ cujas raízes reais e repetidas são: 11 −=λ e 22 =λ ,portanto temos: xx h ececy 2 21 += − Neste exemplo, a função ( ) xsenx 2=φ , de modo que a solução py é suposta na forma: xBxAseny p 2cos2 += Então xBsenxAy p 222cos2 −=′ e xBxAseny p 2cos424 −−=′′ Logo substituindo na equação diferencial dada, obtemos: xsenxBxAsenxBsenxAxBxAsen 22cos222222cos22cos424 =−−+−−− ou seja ( ) ( ) xxsenxBAxsenBA 2cos022cos62228 ⋅+=−−++− daí, identificando os termos semelhantes, chegamos ao seguinte sistema: =−− =+− 062 128 BA BA cuja solução é: 20 1 , 20 3 =−= BA . Logo xxseny p 2cos20 1 2 20 3 +−= e a solução geral da equação diferencial dada é: xxsenececy xx 2cos 20 1 2 20 32 21 +−+= − 5.1.2 GENERALIZAÇÃO Quando a função ( )xφ é a soma (ou diferença) de funções dos tipos apresentados, admitimos para a solução particular py a soma (ou diferença) das supostas soluções correspondentes. 5.1.3 MODIFICAÇÕES EVENTUAIS Se qualquer termo da suposta solução particular py , semconsiderar as constantes multiplicativas, coincidir com algum termo da solução geral hy da equação diferencial homogênea associada, a solução py deve ser modificada, multiplicando-a por mx , onde m é o menor inteiro positivo tal que o produto de mx pela solução procurada não tenha nenhum termo em comum com hy . Ex.: Consideremos a EDO senxeeyyy xx +−=+′−′′ 2223 . A solução geral da equação homogênea associada é: xx h ececy 2 21 += e de acordo com a descrição do método, a solução particular deveria ser do tipo: xDCsenxBeAey xxp cos 2 +++= que contém termos idênticos aos que aparecem na solução hy , então a solução particular deve ser modificada, sendo substituída pela função: xDCsenxBxeAxey xxp cos 2 +++= Substituindo py na equação diferencial, obteremos a equação: ( ) ( ) senxeexDCsenxDCBeAe xxxx +−=+−++++− 22 2cos33 que será satisfeita em qualquer x quando 10 1 ,2,1 =−=−= CBA e 10 3 =D . A solução geral é, portanto: xsenxxexeececy xxxx cos 10 3 10 1 2 2221 ++−−+= 5.1.4 LIMITAÇÕES DO MÉTODO Naturalmente o Método dos Coeficientes a Determinar não se aplica às equações diferenciais ordinárias que não possuem coeficientes constantes ou àquelas em que a função ( )xφ não é de algum dos tipos considerados anteriormente, então nestes casos aplicamos o Método da Variação dos Parâmetros, que veremos a seguir. 5.3 O MÉTODO DA VARIAÇÃO DOS PARÂMETROS A Variação dos Parâmetros é um método alternativo, mais geral do que o Método dos Coeficientes a Determinar, para determinar uma solução particular da equação diferencial linear de ordem n ( ) ( ) ( ) ( )xyayayayyL nnn φ=+′+++= −− 0111 K (35) desde que se conheça s solução da homogênea associada ( ) 0=yL . Lembremos que se ( ) ( ) ( )xyxyxy n,,, 21 K são n soluções linearmente independentes de ( ) 0=yL , então a solução geral de ( ) 0=yL é: nnh ycycycy +++= K2211 (36) 5.3.1 VARIAÇÃO DOS PARÂMETROS Uma solução particular de ( ) ( )xyL φ= tem a forma nnp yvyvyvy +++= K2211 (37) onde niyi ,,2,1, K= são dadas por (36) e nivi ,,2,1, K= são funções incógnitas de xá serem determinadas. Para determinar iv , resolvemos primeiro o seguinte sistema de equações lineares em iv′ : ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) =′++′+′ =′++′+′ =′′++′′+′′ =′++′+′ −−− −−− xyvyvyv yvyvyv yvyvyv yvyvyv n nn nn n nn nn nn nn φ1122 1 11 22 22 2 11 2211 2211 0 0 0 K K M K K (38) Em seguida, integramos cada iv′ para obter a iv correspondente, desprezando todas as constantes de integração. Isto é válido porque estamos procurando apenas uma solução particular. As 1−n primeiras equações do sistema (38) provêm da exigência de que as 1−n primeiras derivadas de py (37) e hy (36), sejam formalmente as mesmas (com os v′ s substituindo os c′ s). Então, a última equação de (38) é uma consequência direta da verificação ( ) ( )xyL p φ= . Como ( ) ( ) ( )xyxyxy n,,, 21 K são n soluções linearmente independentes de ( ) 0=yL , seu Wronskiano é diferente de zero. Isto significa que o sistema (38) tem determinante diferente de zero, admitindo pois, solução única para ( ) ( ) ( )xvxvxv n′′′ ,,, 21 K . 5.3.2 OBJETIVO DO MÉTODO O Método da Variação dos Parâmetros pode ser aplicado a todas as equações diferenciais lineares de ordem n. É portanto mais poderoso do que o Método dos Coeficientes a Determinar que, de modo geral, é restrito as equações diferenciais lineares com os coeficientes constantes e as formas particulares de ( )xφ . Nos casos em que ambos os métodos são aplicáveis, recomendamos o Método dos Coeficientes a Determinar, por ser em geral mais eficaz. Nos casos de impossibilidade prática de integração das funções ( )xvi′ devemos recorrer a outros métodos (em particular, métodos numéricos). Ex.:Consideremos as equação diferencial linear de 3ª ordem: xyy sec=′+′′′ Temos que: senxcxccyh 321 cos ++= , logo senxvxvvy p 321 cos ++= Como senxyxyy === 321 ,cos,1 e ( ) xx sec=φ , decorre de (20) que: ( ) ( ) ( ) =−′+−′+′ =′+−′+′ =′+′+′ xsenxvxvv xvsenxvv senxvxvv sec.cos.0. 0cos..0. 0.cos.1. 321 321 321 Resolvendo o sistema, obtemos: 1,sec 21 −=′=′ vxv e tgxv −=′3 , e portanto: ( )∫∫ +==′= tgxxxdxdxvv seclnsec11 ∫∫ −=−=′= xdxdxvv 122 ( )∫∫ =−=′= xtgxdxdxvv cosln33 Substituindo ( ) ( )xvxv 21 , e ( )xv3 em senxvxvvy p 321 cos ++= , obtemos: ( ) ( ) ( )xsenxxxtgxxy p coslncossecln +−+= Logo a soluço geral da equação diferencial considerada é: ( ) ( ) ( )xsenxxxtgxxsenxcxccyyy ph coslncosseclncos 321 +−++++=+=
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