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Da uniformização da jurisprudência

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Da uniformização da jurisprudência
A uniformização de jurisprudência é um incidente processual que ocorre na fase recursal, na competência originária ou na remessa necessária – não se confunde com ação de recurso, ele é parte de um recurso de uma remessa necessária ou de uma competência originária – onde o mesmo suspende o julgamento com o intuito de determinar uma interpretação mais acertada a cerca de um direito concreto. Tem caráter preventivo e visa desembaraçar e dar celeridade ao Poder Judiciário.
O referido incidente pode ser suscitado pelo órgão fracionado, pela parte ou pelo Ministério Público com a finalidade de se chegar a uma pacificação a respeito de um determinado fato, buscando o entendimento mais justo para tal.
Para se suscitar a uniformização de jurisprudência, é necessário que haja um julgamento em curso, podendo este ser de recurso, de remessa necessária ou de ação originária. Este julgamento precisa ser perante turma, câmara ou seção. Portanto se conclui que seja um órgão fracionado e que haja multiplicidade incorporada de turmas ou câmaras com diversidade de pensamentos, não sendo assim admissível órgão especial ou pelo réu pleno por não haver diversidade de decisões. No mesmo tribunal, tem de se ter havido decisão em que se tenha adotado uma diferente tese juridicamente falando.
Sendo respeitados os requisitos, o órgão fracionado irá analisar o incidente, deixando por hora suspenso o julgamento do recurso. Se o incidente não apresentar relevância retoma-se o julgamento do recurso. Se apresentar relevância o julgamento será definitivamente suspenso, será lavrado um acordão e remetido ao órgão competente para julgamento.
Uma vez remetido, o mesmo sofrerá nova apreciação da existência ou não de divergência pelo próprio órgão competente. Em caso de negativa, determina-se a volta dos autos para o órgão fracionado afastando assim a uniformização de jurisprudência. Em caso de reconhecimento de divergência, ouve-se o Ministério Público e cada magistrado vota na tese que lhe for aparentemente mais correta. Diante da decisão tomada, analisa-se se foi atingida por meio de maioria absoluta ou relativa. Sendo absoluta, a tese será incluída na súmula da jurisprudência dominante do tribunal, constituindo precedente na uniformização da jurisprudência. Sendo relativa, vinculará apenas o julgamento do processo onde se instaurou o incidente.
A decisão tomada pelo órgão fracionado, independentemente de reconhecimento ou não da divergência, não admite recurso. Contudo remete-se tal decisão ao órgão julgador do recurso, vinculado pela decisão do incidente.

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