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Evolução da Hotelaria, Conceitos etc..

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Histórico da Evolução Hoteleira 
 
Dos Primórdios ao Mundo Globalizado 
 
Os primórdios 
 
O surgimento da Indústria Hoteleira no mundo tem algumas teorias 
diferenciadas. Para muitos autores, o marco inicial da hospedagem, coincide 
com os Jogos Olímpicos, que teria sido de imprescindível importância ao 
desenvolvimento do Turismo Mundial. Na Grécia Antiga, visitantes de várias 
localidades iam à Olímpia assistir aos jogos olímpicos, competições essas que 
duravam dias. Considerado um dos mais importantes eventos da época, ele 
tinha força até mesmo para interromper as guerras em andamento e atrair 
milhares de pessoas. Registros com nomes dos vencedores das competições, 
começam a ser feitos, entretanto, somente a partir de 776 ªC . O estádio e o 
pódio, onde se homenageavam os vencedores e ficava a chama olímpica, 
faziam parte da infra-estrutura projetada para o evento. Mais tarde foram 
acrescentados os balneários e uma hospedaria, com cerca de 10 mil metros 
quadrados, com o objetivo de abrigar os visitantes. Este foi o primeiro hotel que 
se tem notícia. 
Novos rumos para o turismo 
 
Os grandes deslocamentos do povo romano, seria outro marco de extrema 
importância para o desenvolvimento dos meios de hospedagem. No início da 
expansão de seu Império, os romanos iniciaram a construção de estradas entre 
as cidades conquistadas que eram utilizadas especialmente como meio de 
comunicação. Um funcionário do correio romano sempre levava consigo 
correspondências de uma cidade a outra através destas vias, que não eram 
muito utilizadas para transporte de mercadorias, devido suas construções 
serem muito precárias. Com isso, o transporte fluvial e marítimo eram os mais 
eficientes da época. Com o passar dos anos, essas vias foram se expandindo, 
fazendo a ligação de cidades cada vez mais distantes, gerando em 
conseqüência a necessidade de hospedagem desses funcionários que levavam 
as correspondências. A princípio, as hospedagens eram realizadas em lugares 
particulares ou abandonados. No século IV a.C. Roma governava a Itália 
Central, o que trouxe a necessidade de construir caminhos para que os 
homens transitassem. Assim, o imperador romano Apio Claudio construiu 
nesse século a Via Appia, considerado o primeiro caminho romano. Com o 
tempo a rede de caminhos ganhou projeção : estendeu-se até o sul da Itália, 
alastrando-se posteriormente por toda a península itálica. Ao final do século I 
a.C. já existiam 19 estradas que interligavam toda a península. Os 
historiadores atribuem à este processo de expansão das estradas romanas, o 
princípio da hospedagem com fins lucrativos ou de benefícios. As pousadas 
romanas apresentavam um diferencial com relação as hospedagens das 
Olimpíadas, pois faziam parte do sistema econômico das cidades, gerando um 
comércio entre os viajantes e os moradores e a troca de mercadorias entre 
regiões. Segundo GONÇALVES; CAMPOS (1999), a organização era tanta nas 
estradas romanas que, para se transitar, as pessoas deveriam possuir um 
documento, muito parecido com o passaporte. Considerando-se que na época 
os meios de transportes não percorriam distâncias superiores a 60 quilômetros 
diários, as viagens tornavam-se longas e cansativas, o que resultou na criação 
das hospedarias na qual, em Roma, obedeciam à regras muito rígidas. Na 
época, o hoteleiro não poderia receber um hóspede que não tivesse uma carta 
assinada por uma autoridade, comprovando sua viagem à negócios ou a 
serviço do imperador. A famosa Via Appia, por exemplo, era um local repleto 
de pequenas pousadas, ao tempo do Império Romano e naqueles 
estabelecimentos ocorria toda a sorte de orgias, crimes e desordens. É 
possível que Olimpíadas de fato tenham marcado o início da Hotelaria, mas 
certamente foi a expansão do Império Romano que criou nas pessoas o hábito 
de se hospedarem em locais diferenciados. Foi também essa expansão do 
Império que alavancou a construção de várias pousadas ao longo das vias. 
Mas essa expansão sofreu, a princípio, resistência dos moradores locais, uma 
vez que na maior parte das vezes, os viajantes que passavam pelas cidades 
eram "invasores" romanos que estavam levando ordens do Imperador ou 
recolhendo informações para ele. 
Problemas de Segurança 
 
De acordo com GONÇALVES; CAMPO (1999, p. 37) Isso levava as 
autoridades a colocarem os donos de pousadas em sua folha de pagamento, 
para eles relatarem tudo que ouvissem de seus hóspedes. A lei obrigava a 
manter vigília à noite, visando a segurança dos hóspedes, de quem era 
obrigatório anotar os nomes, a procedência e a nacionalidade. Esse panorama 
continuou mais ou menos inalterado até o final da Idade Antiga. Com a queda 
do Império Romano, as estradas vieram a ser menos usadas, em razão da falta 
de segurança. Esse fato diminuiu o número de hóspedes, prejudicando 
seriamente as pousadas. Essa resistência existiu até o advento do 
Cristianismo, religião essa que prega o "amor ao próximo". Criou-se assim uma 
certa segurança entre moradores e viajantes quanto ao lugar onde se 
hospedavam, pois esses agora estavam protegidos por Deus. 
Expansão do Mercado Hoteleiro através do Cristianismo 
 
Após várias guerras civis, o imperador Constantino, unifica mais uma vez o 
Império Romano, que estava dividido entre dois governantes: Galério, 
Imperador do Oriente e Constâncio, Imperador do Ocidente. Foi a conversão 
de Constantino ao Cristianismo que tornou essa a religião da unificação do 
Império. Tanto na época de Constantino como ao longo de todo o século IV a 
corte imperial deu impulso decisivo ao processo de cristianização do Império. 
Após uma divergência com o Senado e com a sociedade Romana, Constantino 
coloca a cidade de Constantinopla, localizada no oriente, como capital do 
Império Romano, levando dessa forma a religião cristã ao Oriente. O 
Cristianismo trouxe consigo os novos preceitos de amor ao próximo, fazendo 
com que os moradores de muitos lugares do mundo oferecessem melhor 
tratamento aos peregrinos, tornando-os hóspedes especiais ao dar-lhes 
pousada. Devido a sociedade cristã haver nascido onde convergiam dois 
mundos, o oriental e o ocidental, isso proporcionou sua rápida expansão. Esse 
episódio gerou uma proximidade entre hóspedes e donos de hospedarias, 
passando a ter especial importância histórica na trajetória do setor. A qualidade 
no atendimento começou a ser considerada de extrema importância. Hoje, no 
mercado hoteleiro a qualidade no atendimento é tratada como um aspecto 
mercadológico, enquanto nesse período esse diferencial estava mais ligado à 
religião e suas pregações. Mesmo com essa diferença conceitual, a qualidade 
pode-se dizer passou a ser estudada e empregada. O produto hoteleiro é 
estático. O consumidor deve ir até ele. Já nas empresas industriais ou 
comerciais fazem chegar o produto até o cliente . A empresa hoteleira, quando 
comparada a outros tipos de empresa, é menos propensa à automação, pois o 
tratamento pessoal e o calor humano fazem parte essencial da prestação dos 
serviços hoteleiros. BENI (1998, p. 187) 
As Cruzadas e sua relação com a Hotelaria 
 
As Cruzadas , guerras que ocorreram entre territórios dominados pela Igreja 
Católica e territórios dominados pela religião Islâmica , estão entre os fatos 
históricos que influenciaram no desenvolvimento da Hotelaria e da 
hospedagem. Após séculos de guerras, as religiões começaram a recuperar os 
lugares santos com objetivo de proteger os peregrinos. Segundo La Torre 
(1982, p.10), esses locais eram chamados de hospitais. "Esse fato propiciou a 
fundação de hospitais (cuja raiz latina é hospedes, que significa hóspede), que 
se multiplicaram posteriormente entreos povos ocidentais da Europa." 
Inicialmente esses hospitais, que abrigavam velhos, enfermeiros e peregrinos, 
não possuíam fins lucrativos. Mas com o passar dos anos os hospitais (que 
eram, muitas vezes mosteiros) passaram a cobrar para estadia dessas 
pessoas. Muitos desses mosteiros até os dias de hoje são meios de 
hospedagem muito utilizados e visitados, principalmente na Europa Ocidental. 
Surgem os Primeiros Meios de Hospedagem 
 
De acordo com citações anteriores, os meios de hospedagem possuem sua 
origem nos balneários e na hospedaria de atletas durante os jogos Olímpicos e 
seu desenvolvimento durante a expansão do Império Romano e do 
Cristianismo. Há de se observar, entretanto, que esses meios de hospedagem 
não possuíam como função principal a hospedagem. Tratava-se na verdade de 
casas particulares onde os viajantes se acomodavam em pequenos quartos, 
estábulos, ou alguns meios eram somente utilizados esporadicamente, em 
datas comemorativas ou durante guerras. Dessa forma concluímos que a 
funcionalidade principal destes estabelecimentos seria a moradia e não a 
hospedagem. O mesmo acontecia com os mosteiros aonde as funções 
religiosas eram prioritárias. Os primeiros estabelecimentos de hospedagem 
com o propósito exclusivamente comercial surgiram no final da Idade Média na 
Europa. Eram as tabernas e as pousadas. As pousadas eram públicas com fins 
lucrativos, localizadas em povoados onde se ofereciam alimentos, bebidas e 
albergues a viajantes, cavaleiros e carruagens. As tabernas tinham o mesmo 
objetivo das pousadas, mas geralmente estavam localizadas nas estradas ou 
fora dos povoados, a uma distância que poderia ser percorrida a cavalo 
durante o dia. Como coloca LA TORRE (1982, p. 12). Nesses abrigos, os 
hóspedes eram obrigados a cuidar da própria alimentação, da iluminação 
(velas, lampiões, etc.) e das roupas de dormir. De acordo com GONÇALVES; 
CAMPOS (1999), o desenvolvimento das estradas por toda Europa e o 
crescimento do comércio entre os países, fez com que a hospedagem 
começasse a possuir parte significativa da economia local. No século XII, as 
viagens na Europa voltavam a se tornar mais seguras, e rapidamente as 
hospedarias se estabeleceram ao longo das estradas. aprimorando, 
assimilando e aplicando novos conceitos. Leis de regulamentação de preços, 
aumento na qualidade dos serviços, na higiene e na alimentação foram apenas 
algumas das melhorias que foram acontecendo. Aos poucos, diversos países 
implantavam leis e normas para regulamentar a atividade hoteleira, 
especialmente a França e a Inglaterra. A França, por exemplo, já dispunha de 
leis reguladoras dos estabelecimentos e serviços hoteleiros no ano de 1254 
(século XIII), enquanto na Inglaterra isso aconteceu em 1446 (século XV). No 
ano de 1514 (século XVI), os hoteleiros de Londres foram reconhecidos 
legalmente, passando de hostelers (hospedeiros) para innholders (hoteleiros). 
Nas pesquisas, notam-se divergências de datas. Há referências assinalando 
que foi na França, em 1407, onde criou-se a primeira lei para registro de 
hóspedes visando aumentar a segurança das hospedarias, e não em 1254 
como descrito acima. O mesmo ocorre com as informações a seguir. No ano de 
1561, também na França, as tarifas das pousadas foram regulamentadas e por 
conseqüência os hóspedes passaram a exigir maior conforto. Por outro lado, 
na Inglaterra, no período de 1750 a 1820, as estalagens foram substituídas 
pelos Inns, que ofereciam diversidade de serviços, alto padrão de limpeza e 
excelente alimentação. 
Hotelaria Na Europa 
 
Até o surgimento das ferrovias, em torno de 1840, por 200 anos, nota-se que 
os meios de hospedagem foram se desenvolvendo em relação a quantidade, 
sem contudo priorizar conceitos de qualidade ou modernização. As diligências 
de carruagens que garantiam os hóspedes para as pousadas e hotéis, 
assumiam grande importância na época, valendo enfatizar que os meios de 
hospedagem mais preparados possuíam até cocheiras e estábulos para 
acomodar os cavalos que puxavam essas carruagens. Segundo GONÇALVES; 
CAMPOS (1999, p. 41), essas pousadas mais preparadas já trabalhavam como 
agenciadores de diligências, uma vez que se tornavam ponto de saída e de 
chegada dos viajantes e ofereciam passagens para essas viagens. Algumas 
das maiores pousadas daquele período foram projetadas especificamente para 
se integrar com esse meio de transporte (carruagem). Elas dispunham de 
escritório de reservas e salas de espera, enquanto muitas "estações" 
possibilitavam ao viajante fazer reservas e comprar passagem de diligências, 
de várias rotas, a partir da pousada - o Hotel Royal, na Inglaterra, por exemplo, 
tinha um total de 23 linhas. A chegada das ferrovias foi um duro golpe para os 
meios de hospedagem existentes na época. Como não se modernizaram e não 
se adaptaram as novas tecnologias, muitos estabelecimentos fecharam as 
portas. Os meios de transportes estavam ficando mais rápidos e eficientes e 
não mais criavam a necessidade de grandes períodos de hospedagem ao 
longo dos caminhos. Mais uma vez os meios de hospedagem se adaptaram 
aos novos meios de transporte. Hotéis e pousadas foram construídos nas 
redondezas das estações de trens e não mais ao longo das vias por onde 
passavam as diligências, pois nessas muitas hospedarias já estavam 
estabelecidas e muitas outras estavam fechando suas portas. Enquanto a 
hotelaria se desenvolvia nas beiras das estradas sofria com o desenvolvimento 
do transporte, nas regiões portuárias era notória a proliferação de novos hotéis 
e pousadas. Nota-se neste momento da história a predominância do turismo de 
negócios, onde os viajantes passavam mais tempo nas cidades desenvolvendo 
projetos ou fechando negócios do que exatamente passeando. A grande 
pioneira no desenvolvimento da Hotelaria, a Europa , com destaque para 
Inglaterra e a França, com o tempo se viu ultrapassada no que diz respeito a 
qualidade e modernização, perdendo aos poucos a sua supremacia para a 
nova potência que surgia no final do século XIX e início do XX, os Estados 
Unidos. Um dos últimos marcos da história da hotelaria no século XIX foi a 
construção, em 1870, do primeiro estabelecimento hoteleiro em Paris, 
considerado o início da hotelaria planejada. As inovações foram o banheiro 
privativo em cada quarto e a uniformização dos empregados. O pioneiro foi o 
suíço César Ritz. Porém, com estudos mercadológicos e de aperfeiçoamento 
no atendimento, os Estados Unidos passaram a ser a nova referência da 
Hotelaria Mundial. No final do século XIX, a expansão da economia norte-
americana provocou aumento no turismo de negócios e no de lazer. O conceito 
de apartamentos "double" e "single", bem como a disponibilização de utensílios 
para higiene pessoal e sabonete cortesia, remonta ao ano de 1829, numa 
iniciativa do "Tremont House", de Boston, considerado o maior e mais caro 
hotel da época. A continuidade das inovações veio com César Ritz, em 1870, 
ao construir o primeiro hotel em Paris, considerado o marco inicial da hotelaria 
planejada, que além de banheiro privativo, investiu na uniformização dos 
funcionários. O modernismo tem seu início em 1908, com a inauguração do 
"Statler Hotel" em Búfalo. Na década de 50, surgiram nos Estados Unidos os 
motéis, que se multiplicaram rapidamente, fazendo concorrência com os hotéis. 
Com o passar do tempo, houve uma incorporação dos motéis pela associação 
norte-americana de hotéis, o que possibilitou a aproximação dos dois 
segmentos. 
Hotelaria Na Europa 
 
Até o surgimento das ferrovias, em torno de 1840, por 200 anos, nota-se que 
os meios de hospedagem foram se desenvolvendo em relação a quantidade,sem contudo priorizar conceitos de qualidade ou modernização. As diligências 
de carruagens que garantiam os hóspedes para as pousadas e hotéis, 
assumiam grande importância na época, valendo enfatizar que os meios de 
hospedagem mais preparados possuíam até cocheiras e estábulos para 
acomodar os cavalos que puxavam essas carruagens. Segundo GONÇALVES; 
CAMPOS (1999, p. 41), essas pousadas mais preparadas já trabalhavam como 
agenciadores de diligências, uma vez que se tornavam ponto de saída e de 
chegada dos viajantes e ofereciam passagens para essas viagens. Algumas 
das maiores pousadas daquele período foram projetadas especificamente para 
se integrar com esse meio de transporte (carruagem). Elas dispunham de 
escritório de reservas e salas de espera, enquanto muitas "estações" 
possibilitavam ao viajante fazer reservas e comprar passagem de diligências, 
de várias rotas, a partir da pousada - o Hotel Royal, na Inglaterra, por exemplo, 
tinha um total de 23 linhas. A chegada das ferrovias foi um duro golpe para os 
meios de hospedagem existentes na época. Como não se modernizaram e não 
se adaptaram as novas tecnologias, muitos estabelecimentos fecharam as 
portas. Os meios de transportes estavam ficando mais rápidos e eficientes e 
não mais criavam a necessidade de grandes períodos de hospedagem ao 
longo dos caminhos. Mais uma vez os meios de hospedagem se adaptaram 
aos novos meios de transporte. Hotéis e pousadas foram construídos nas 
redondezas das estações de trens e não mais ao longo das vias por onde 
passavam as diligências, pois nessas muitas hospedarias já estavam 
estabelecidas e muitas outras estavam fechando suas portas. Enquanto a 
hotelaria se desenvolvia nas beiras das estradas sofria com o desenvolvimento 
do transporte, nas regiões portuárias era notória a proliferação de novos hotéis 
e pousadas. Nota-se neste momento da história a predominância do turismo de 
negócios, onde os viajantes passavam mais tempo nas cidades desenvolvendo 
projetos ou fechando negócios do que exatamente passeando. A grande 
pioneira no desenvolvimento da Hotelaria, a Europa , com destaque para 
Inglaterra e a França, com o tempo se viu ultrapassada no que diz respeito a 
qualidade e modernização, perdendo aos poucos a sua supremacia para a 
nova potência que surgia no final do século XIX e início do XX, os Estados 
Unidos. Um dos últimos marcos da história da hotelaria no século XIX foi a 
construção, em 1870, do primeiro estabelecimento hoteleiro em Paris, 
considerado o início da hotelaria planejada. As inovações foram o banheiro 
privativo em cada quarto e a uniformização dos empregados. O pioneiro foi o 
suíço César Ritz. Porém, com estudos mercadológicos e de aperfeiçoamento 
no atendimento, os Estados Unidos passaram a ser a nova referência da 
Hotelaria Mundial. No final do século XIX, a expansão da economia norte-
americana provocou aumento no turismo de negócios e no de lazer. O conceito 
de apartamentos "double" e "single", bem como a disponibilização de utensílios 
para higiene pessoal e sabonete cortesia, remonta ao ano de 1829, numa 
iniciativa do "Tremont House", de Boston, considerado o maior e mais caro 
hotel da época. A continuidade das inovações veio com César Ritz, em 1870, 
ao construir o primeiro hotel em Paris, considerado o marco inicial da hotelaria 
planejada, que além de banheiro privativo, investiu na uniformização dos 
funcionários. O modernismo tem seu início em 1908, com a inauguração do 
"Statler Hotel" em Búfalo. Na década de 50, surgiram nos Estados Unidos os 
motéis, que se multiplicaram rapidamente, fazendo concorrência com os hotéis. 
Com o passar do tempo, houve uma incorporação dos motéis pela associação 
norte-americana de hotéis, o que possibilitou a aproximação dos dois 
segmentos. 
O desenvolvimento da Hotelaria nos Estados Unidos 
 
A grande diferença para o enorme desenvolvimento e crescimento da hotelaria 
nos Estados Unidos foi a consciência de igualdade que se desenvolveu no 
novo país. Enquanto no século XIX na Europa, os únicos que podiam desfrutar 
de luxos eram os aristocratas, nos Estados Unidos esses luxos estavam a 
disposição de quem pudesse pagar, não importando se esses pertenciam a 
classes nobres ou não. De acordo com DUARTE (1996, p. 10): "Os hotéis 
foram abertos para a comunidade". 
Marcos do desenvolvimento da Hotelaria dos EUA 
 
- 1794 - Abertura do City Hotel, primeiro prédio construído para ser um hotel, 
com 73 quartos. - 1829 - inauguração do Tremont House de Boston. 
Considerado o "Adão e Eva" da Hotelaria. Suas inovações físicas eram 
marcantes: oferecia quartos com acomodação privada, single e double (o 
conceito anterior ainda era de grandes quartos com muitas camas). Todos com 
portas e fechaduras. Cada quarto tinha sua bacia e jarro para higiene pessoas. 
Oferecia um sabonete de cortesia. O surgimento do mensageiro. O Tremont 
House foi um marco importantíssimo para o desenvolvimento da hotelaria 
mundial. Os hóspedes buscavam luxos para suas estadias, e os hotéis 
proporcionavam o que eles desejavam. Os meios de hospedagem não eram 
mais apenas locais de hospedagem simples e pura (o que significava: para 
dormir) e sim um local de conforto, criados para proporcionar uma estadia 
melhor que as das próprias residências. 
Classe Média alavanca setor hoteleiro nos EUA 
 
O grande público da hotelaria americana,no final do século XIX , era a classe 
média, o que representou para os empresários da época um grande desafio 
em desenvolver conceitos que satisfaziam a esse público com igualdade no 
atendimento e preços mais acessíveis. Nota-se no período o desenvolvimento 
de um padrão de atendimento, com dignidade, respeito e principalmente 
privacidade, diferencial que até então não existia na hotelaria. O primeiro 
empresário a encontrar soluções para esse mercado foi Ellsworth M. Statler, 
que inaugurou em 1908 o "Statler Hotel" em Búfalo, que entrou para a história 
como o primeiro hotel comercial moderno. Além de incorporar todas as 
técnicas anteriormente conhecidas , introduziu inovações como portas corta-
fogo protegendo as escadarias principais, fechaduras em todas as portas 
(porém com a maçaneta abaixo do tambor da chave), interruptor de luz ao 
lado das portas de entrada nos ambientes, banheiro privativo para cada 
apartamento, água corrente, espelho de corpo inteiro em todos os quartos e 
jornal matutino gratuito para os hóspedes. Statler criou, ainda, um slogan que 
contribuiu muito para o marketing do seu hotel: "A room and a bath a dollar 
and a half". (Um quarto e um banheiro por um dólar e meio). 
Primeira Guerra Mundial e Depressão. A Hotelaria Americana em crise. 
 
O período da Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918), coincide com uma 
estagnação na expansão do setor, que volta a reagir de 1910 a 1920, 
assinalando a construção de luxuosos e famosos hotéis ,como o Hotel 
Pennsylvania (atual Stlater) em Nova York; New Yorker (de Ralf Ritz) em 
Nova York e Stevens Hotel (hoje pertencente a marca Conrad Hilton) em 
Chicago. A década de 30 marcaria a grande depressão (1929 a 1939) e o pior 
período para a hotelaria norte-americana.Nesse período, 85% das 
propriedades hoteleiras fecharam suas portas ou ficaram sobre intervenção 
judicial, conforme informa DUARTE (1996,p. 13). 
A Segunda Guerra Mundial e a Recuperação do Setor 
 
O setor hoteleiro começou a dar sinais de aquecimento e recuperação com a 
Segunda Guerra Mundial (1931 a 1941). Grandes negócios eram feitos 
principalmente no que se diz respeito à indústria bélica e de suprimentos 
.Milhares de americanos foram convocados para a guerra e outros milhares se 
deslocavam de suas casas em função dos negócios. A falta de mão de obra 
qualificadaneste período, repercutiu nos padrões de qualidade e eficiência 
dos hotéis. Apesar disso, a procura por apartamentos era muito grande, 
resultando na construção de um maior número de hotéis. A recuperação 
significativa do setor, entretanto, viria somente na década de 50. O Século XX 
foi de grande desenvolvimento para o setor hoteleiro nos EUA, excluindo os 
períodos da primeira guerra e da grande depressão. As grandes redes 
hoteleiras se expandiram não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o 
mundo, com o compromisso de manter a qualidade e a eficiência, seguindo 
sempre o mesmo padrão. 
Histórico da Hotelaria no Brasil 
 
Registros históricos assinalam o século XVII como início da atividade de 
hospedagem em São Paulo, apresentando Marcos Lopes como hoteleiro 
oficial. Nesta época, a atividade hoteleira ainda não tinha um status próprio, 
sendo exercida sempre em conjunto com outras. Ou seja, profissionais de 
diferentes setores, como barbeiros, alfaiates, sapateiros e outros, eram 
também donos de estalagens. O mercado referia-se a eles como vendedores 
de alimentos e hospedagem. Mas não demorou a surgir a definição de 
"vendeiros" e "taberneiros", como forma de organizar o mercado. No início do 
século XVIII, começaram a surgir na cidade do Rio de Janeiro as primeiras 
estalagens, ou casas de pasto, que ofereciam alojamento aos interessados, 
desencadeando posteriormente a necessidade de se classificar os meios de 
hospedagem então existentes. Foi Charles Burton que fez a primeira 
classificação das hospedarias paulistanas adotando como critério a divisão 
em 5 categorias, que iam desde "simples pouso de tropeiro" (1° categoria) até 
hotéis (5° categoria). 1ª Categoria Simples pouso de tropeiro. 2ª Categoria 
Telheiro coberto ou rancho ao lado das pastagens. 3ª Categoria Venda, 
correspondente a "pulperia" dos hispano-americanos, mistura de venda e 
hospedaria. 4ª Categoria Estalagens ou hospedarias. 5ª Categoria hotéis. Há 
de observar que nesta época, 1870, já existiam muitos hotéis importantes na 
capital paulista, mas as pessoas somente podiam se hospedar nos hotéis 
tradicionais mediante carta de apresentação. Impulsionado pelo turismo de 
negócios, o setor começa a experimentar grande destaque e notória 
expansão, ganhando, inclusive, fama internacional. As belezas naturais e a 
música popular conferem prestígio ao país, e começam a despontar destinos 
importantes como o Rio de Janeiro, onde o marco da hotelaria foi a 
inauguração do Copacabana Palace, decisivo na consolidação da capital 
fluminense como pólo de turismo e lazer. Em 1922, o potencial e vocação da 
cidade do Rio de Janeiro para o turismo se intensificaram com a inauguração 
do "Hotel Glória", até hoje um dos maiores hotéis do Brasil, com 700 
apartamentos. 
 
De Volta ao Passado 
 
Com a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro (1808) muitos 
estrangeiros passaram a transitar pela cidade, criando dessa forma a 
necessidade de se construir meios de hospedagem mais preparados e com 
maior capacidade. Na época , um dos hotéis que cabe destacar é o Hotel 
Pharoux, privilegiado pela localização estratégica junto ao caís do porto, no 
largo do Paço, considerado um dos estabelecimentos de maior prestígio no 
Rio de Janeiro. O problema da escassez de hotéis no Rio de Janeiro, que já 
acontecia em meados do século XIX, prosseguiu no século XX. A gravidade 
da situação levou o governo a criar leis de incentivo, como o Decreto nº1160 
(...) que isentava por sete anos, de todos os emolumentos e impostos 
municipais, os cincos primeiros grandes hotéis que se instalassem no Rio de 
Janeiro. Considera-se como marco da hotelaria do Rio de Janeiro, o Hotel 
Avenida(1808) e o Copacabana Palace, cuja construção contribuiu de forma 
decisiva para transformar o Rio de Janeiro em pólo de turismo e lazer. Em 
Agosto de 1922, a cidade ganha o Hotel Glória, ainda hoje considerado um 
dos maiores hotéis do Brasil com 700 apartamentos. O Copacabana Palace, 
com sua imponente construção e localização privilegiada, hoje pertencente à 
Cadeia Orient Express, ainda é considerado um dos mais belos e imponentes 
hotéis do Brasil. A partir da década de 30 , a expansão prossegue , através da 
implantação de grandes hotéis nas capitais, estâncias minerais e nas áreas de 
apelo paisagístico. Já na capital paulista, somente a partir da data de 1870 é 
que alguns meios de hospedagem passaram a merecer destaque como: Hotel 
Paulistano, Hotel do comércio, Hotel Universal, Hotel Providência, Hotel 
Quatro Estações entre outros. Nesse início da Hotelaria no país percebemos 
nos meios uma forte influência européia, tanto nos conceitos como nas 
próprias construções. Se considerarmos o século XVIII o período que assinala 
a origem do setor hoteleiro no país, podemos também enfatizar que o século 
XIX foi o de estagnação. A escassez de novos empreendimentos era notória 
especialmente na cidade do Rio de Janeiro. O século XX, por sua vez, foi 
marcado por grande expansão e revolução para o setor. Em São Paulo o 
grande impulso foi a construção da São Paulo Railway e o grande marco foi a 
construção do Hotel Esplanada e do Hotel Términus, com mais de 200 
quartos, localizado na atual Avenida Prestes Maia, onde hoje está o edifício 
da Receita Federal. Posteriormente, em 1923, surge o então moderno Hotel 
Esplanada, ao lado do Teatro Municipal. Com seus 250 apartamentos, 
requintado hall de entrada todo de mármore Carrara, três luxuosos salões-
restaurante, salão de chá,consagrou-se na época como ponto de encontro da 
elite paulista. Na década de 1940, com a proibição dos jogos de azar (1946), o 
setor experimentou uma grande crise, culminando com uma freada brusca na 
construção de grandes hotéis. Muitos dos já existentes fecharam suas portas 
e outros tiveram de passar por total reestruturação, explorando novos nichos. 
Com a proibição, a hotelaria de lazer somente obteve novo avanço com os 
incentivos fiscais da operação 63, do Banco Central. A medida não foi muito 
significativa para o crescimento e desenvolvimento do setor, mas favoreceu o 
grande crescimento da Rede Othon, que figurava entre as maiores do mundo, 
e de outras redes como Vila Rica e Luxor, todas de capitais fechados e 
caracterizadas pela administração familiar. 
 
 
 Anos 40 
 
Na década de 40, houve grande desenvolvimento da hotelaria devido aos 
incentivos do governo. Foram construídos vários hotéis, entre eles o "Grande 
Hotel São Pedro", que hoje é importante no turismo de lazer e convenções e 
abriga a maior escola de hotelaria da América Latina, administrada pelo 
SENAC de São Paulo. Contribuíram para o avanço da hotelaria no Brasil, o 
crescimento da rede Othon, Vila Rica e Luxor. Favorável ao turismo tanto de 
negócios como de lazer, o governo acenou com investimentos significativos 
na hotelaria e no turismo. Em 1966 é criado a EMBRATUR- Instituto Brasileiro 
de Turismo - e junto com ela o FUNGETUR que atua através de incentivos 
fiscais na implantação de hotéis, promovendo uma nova fase na hotelaria 
brasileira, principalmente no segmento de hotéis de luxo, cinco estrelas. Sob a 
tutela da EMBRATUR nos anos 60 e 70 as grandes redes internacionais 
chegam ao país, mas os hotéis construídos são, em sua maioria, de categoria 
cinco estrelas e em quantidade limitadas, assim não acessíveis a grande parte 
da população. 
Anos 70 
 
No início da década de 70, o Brasil experimenta um rápido crescimento no 
setor. A criação da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) viabilizou a 
aprovação de inúmeros projetos ligados ao segmento de turismo e hotelaria. 
Essa fase de expansão coincidiu com a disponibilidade de financiamento de 
longo prazo (EMBRATUR, FINAME, etc.) e incentivos fiscais (SUDENE, 
SUDAM) para a construção de hotéis. As linhas de crédito oferecidastornaram-se bastante atrativas, tanto em moeda nacional como em dólar. 
Como resultado, as empresas hoteleiras nacionais praticamente dobraram a 
sua capacidade, enquanto outras de origem internacional aqui também se 
instalaram. Esta década assinala, enfim, o surgimento dos primeiros grandes 
hotéis existentes no país, principalmente nas cidades onde havia um misto de 
negócios e turismo, como Salvador e Rio de Janeiro. Nas cidades turísticas, 
além de financiamentos, os hotéis contavam com incentivos fiscais. Um bom 
exemplo de expansão nesta década é o da Rede de Hotéis Othon, e também 
a Rede Luxor. A Horsa, Hotéis Reunidos S/A, construiu nesta época o Hotel 
Nacional, super luxo da Praia de São Conrado, no Rio de Janeiro, que então 
se equiparava ao mesmo padrão do suntuoso Copacabana Palace, construído 
pela família Guinle, no início do século, e que hoje faz parte da cadeia Orient-
Express. Ainda nesta década, a Abril Cultural lançou resorts padrão luxo, sob 
a marca Quatro Rodas em Recife, São Luís e Salvador, enquanto o Banco 
Real iniciou a construção do luxuoso Transamérica, em São Paulo e, em 
seguida na região de Comandatuba, próximo à Ilhéus, o primeiro resort de 
luxo do Brasil. A década de 70 também foi promissora para hotéis de cadeias 
internacionais. Entre eles estão o Hilton, em São Paulo. Foi no ano de 1972 
que a rede Hilton inaugurou o "São Paulo Hilton", marcando a mudança no 
sentido de uma administração profissionalizada na hotelaria brasileira. Na 
mesma categoria, surgem o Sheraton e o Méridien no Rio de Janeiro, 
enquanto grupos como a francesa Accor, a espanhola Meliá e o Club 
Mediterranée, no mesmo período, iniciam uma forte consolidação de suas 
respectivas marcas, enquanto pelo interior do país e no litoral do Nordeste 
surgem inúmeras construções de hotéis independentes, sendo o Hotel 
Jatiúca, em Maceió, um dos destaques. 
Anos 80 
 
Nos primeiros anos da década de 80, com a crise econômica, as 
perspectivas de novos e lucrativos empreendimentos imobiliários para 
pequenos e médios investidores não eram animadoras. E para tornar o 
quadro ainda mais crítico, o mercado de aluguel estava bastante prejudicado 
pelos efeitos da "Lei do Inquilinato", o que ocasionou a quase total 
paralisação da indústria imobiliária de locação residencial. Com todos esses 
entraves e também com o fim dos financiamentos de longo prazo e dos 
incentivos fiscais, a indústria hoteleira já não podia manter o ritmo de 
crescimento da oferta de novos hotéis, como ocorrera nos anos 70. E todos 
esses fatores reunidos, levaram ao surgimento do fenômeno dos apart-hotéis 
ou flat services, um produto desenvolvido para atender à nova realidade do 
mercado, oferecendo ao setor de construção a oportunidade de um negócio 
novo, seguro e viável. Os pequenos e médios investidores puderam então 
participar de empreendimentos hoteleiros/comerciais, com investimentos 
baixos e um retorno atrativo do capital. O sucesso do novo produto, que 
atendia tanto às expectativas dos investidores quanto dos usuários, foi 
imediato. Na condição de imóvel comercial para fins de locação, o apart-hotel 
tem um custo relativamente baixo, visto que é viabilizado através de 
comercializações individuais. Já os usuários encontraram uma solução de 
hospedagem mais barata, porém, com boa qualidade de serviços hoteleiros. 
O maior exemplo de desenvolvimento de apart-hotéis ocorreu na cidade de 
São Paulo, que além de ter sido a pioneira, foi a cidade onde este conceito 
mais se proliferou, considerando a sua forte vocação para o turismo de 
negócios. 
 
 Anos 90 e 2000 
 
Na década de 90, a indústria hoteleira no Brasil passou a vislumbrar uma 
nova fase de desenvolvimento. No início do Governo Collor, o BNDES 
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) começou a 
oferecer uma linha de crédito especial para a construção de hotéis. Apesar 
de apresentar condições (prazo e juros) significativamente desfavoráveis em 
relação as fontes de financiamento de hotéis no exterior, muitas 
propriedades hoteleiras foram financiadas pelo BNDES. Com a implantação 
do Plano Real, a indústria hoteleira foi ainda mais beneficiada. A estabilidade 
econômica do país gerou um grande interesse dos investidores institucionais, 
principalmente dos Fundos de Pensão e de outros investidores atraídos pela 
possibilidade de bons retornos sobre o capital aplicado na construção de 
novos hotéis. Essa década reflete um dos períodos de maior expansão da 
oferta da Indústria Hoteleira. Vários hotéis de luxo foram inaugurados em 
São Paulo (Meliá, Inter-Continental, Renaissance e Sofitel), em Belo 
Horizonte (Ouro Minas), em Porto Alegre (Sheraton), em Pernambuco (Blue 
Tree Cabo de Santo Agostinho e SummerVille) e na Costa do Sauípe, um 
novo destino surgido na Bahia, com cinco hotéis de luxo. Na cidade do Rio 
de Janeiro, que já contava com uma grande oferta de hotéis, foram feitas as 
reformas de importantes propriedades como o Copacabana Palace, o Le 
Méridien e o Sofitel Rio Palace. Por volta de 1998, o país estava em pleno 
movimento. Além das fontes de capital internas, a indústria hoteleira 
brasileira atraiu recentemente a atenção do capital estrangeiro, que começou 
a investir em hotéis no Brasil, primeiramente através das próprias cadeias 
hoteleiras. Exemplos destes investimentos incluem: a compra da rede 
Caesar Park pelo grupo mexicano Posadas; a construção do Grand Hyatt em 
São Paulo, com investimento da própria Hyatt e do grupo argentino 
Libermann; o Marriott Copacabana com investimento total da Marriott 
International; o novo Hilton em São Paulo, construído pela Hilton 
International; e o Grupo Pestana de Portugal que adquiriu quatro hotéis em 
Salvador, Rio de Janeiro, Angra dos Reis e Natal. Em 2002, podemos notar 
uma movimentação no setor hoteleiro, relacionada basicamente com os 
efeitos da globalização, o aumento da competitividade, a internacionalização 
das empresas, os custos mais acessíveis das passagens, aumento da 
longevidade, e outros fatores relacionados. 
A Hotelaria no Brasil 
A hotelaria hoje é destacada pela rede Accor com seus produtos Ibis, 
Formula 1, Sofitel, Novotel, Mercure e Grand Mercure. Detem o mercado 
com 138 hoteis sendo 23.030 apartamentos. 
A rede Atlantica está em segundo lugar com 74 hotéis em operação sendo 
12.189 apartamentos, que trabalha com as marcas Comfort, Quality, Park 
Suites, Radisson, Clarion, Four Points, Sleep Inn, Park Inn, Go Inn. 
A terceira rede em destaque é a BHG - Brazilian Hospitality Group que 
detêm 33 hotéis sendo 5.499 apartamentos em plena ascensão. 
Fonte : Jones Lang Lasalle Hotels - Hotelaria em números Brasil 2010 
Ranking das administradoras nacionais e internacionais 
Ranking das 10 maiores administradoras hoteleiras nacionais e 
internacionais em 2010 
1o Accor 6o Sol Meliá 
2o Atlantica 7o Transamérica 
3o BHG 8o Windsor 
4o Blue Tree 9o Othon 
5o Nacional Inn 10o IHG 
 
Fonte : Jones Lang LaSalle Hotels 
 
Ranking das marcas hoteleiras nacionais e internacionais 
Ranking das marcas hoteleiras nacionais e internacionais. 
Marcas Internacionais 
* Essas cadeias são classificadas independente da forma de administração. 
1o Accor 6o Posadas 
2o Choice 7o Best Western 
3o Golden Tulip 8o Carlson 
4o Meliá 9o Starwood 
5o IHG 10o Vila Galé 
Marcas nacionais 
* Essas cadeias são classificadas independente da forma de administração. 
1o Blue Tree 6o Bourbon 
2o Nacional Inn 7o Slaviero 
3o Transamérica 8o Bristol hotelaria 
4o Windsor 9o Nobile 
5o Othon 10o Intercity 
Fonte : Jones Lang LaSalle Hotels - Hotelaria em números Brasil 2010 
 
Histórico da Evolução Hoteleira 
Dos Primórdios ao Mundo Globalizado 
 
Bibliografia 
 
Referências bibliográficas 
- Almanaque Abril. SãoPaulo: Abril, 1997. 
 
- ANDRADE, Nelson; BRITO, Paulo Lucio de; JORGE, Wilson Edson. 
Hotel: Planejamento e Projeto. 2ª edição. São Paulo: Senac, 2000. 
 
- BENI,Mario Carlos. Análise Estrutural do Turismo. 2ª edição. São Paulo: 
Senac, 1998. CASTELLI, Geraldo. Administração Hoteleira. 8ª edição. 
Caxias do Sul: Educs, 2001. 
 
- CORNELL, Tim. Grandes Impérios e Civilizações: Roma Legado de um 
Império Vol. I. Rio de Janeiro: Del Prado, 1982. 
 
- CORNELL, Tim. Grandes Impérios e Civilizações: Roma Legado de um 
Império Vol. II. Rio de Janeiro: Del Prado, 1982. 
 
- DUARTE, Vladir Vieira. Administração de Sistemas Hoteleiros - 
Conceitos Básicos. São Paulo: SENAC, 1996. 
 
- MASO, Leonardo B. Dal. Roma de los Cesares. Firenze: Bonechi , 1974. 
 
- RONÁ, Ronaldo di. Apostila sobre Transportes. São Paulo,1999 
 
- http://www.abih.com.br. Acesso em: 12/06/01 
 
- http://www.copacabanapalace.orient-express.com. Acesso em: 
12/06/2001 
 
- Raio X da Hotelaria Brasileira - As Redes Hoteleiras do Brasil - Volume I

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