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A PRAGMÁTICA DO STRESS: CONCEITOS E RELEITURAS NO AMBIENTE EMPRESARIAL

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57 
 
 MENDONÇA, M. B.; SOLANO, A, F. 04, nº 1, p. 57-67, JAN-JUN, 2013. 
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266) 
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista 
 
 
 
A PRAGMÁTICA DO STRESS: CONCEITOS E RELEITURAS NO AMBIENTE 
EMPRESARIAL 
 
 
MENDONÇA, Minéia Bignardi 1 
 
SOLANO, Alexandre Francisco 2 
 
 
RESUMO 
O presente artigo objetiva analisar o conceito de stress, observado nas diversas 
áreas da vida humana e nitidamente na relação do homem com o seu trabalho. 
Aliás, o stress é uma constante desde os tempos remotos. Embora hoje, temos a 
ciência de seus efeitos positivos e negativos aqui debatidos. Assim, o objetivo 
central do presente estudo é apontar os fatores relacionados com o estresse no 
ambiente empresarial e na prática administrativa. Através de um estudo bibliográfico, 
nota-se que os níveis de estresse, quando em patamares elevados, podem gerar 
perdas no desempenho profissional. 
 
Palavras-chave: Administração; Estresse; Efeitos positivos; Efeitos negativos; 
Estressores. 
 
ABSTRACT 
This article aims to analyze the concept of stress, observed in various areas of 
human life and clearly the relationship between man and his work. In fact, stress is a 
constant since ancient times. Although today we have the science of its positive and 
negative effects discussed here. Thus, the central aim of this study is to point out the 
factors related to stress in the business environment and administrative practice. 
Through a bibliographical study, we note that the stress levels, while at high levels, 
can cause losses in performance. 
 
Keywords: Administration; Stress; Positive effects, Negative effects; Stressors. 
 
 
1
 Graduanda em Administração pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nossa Senhora 
Aparecida – UNIESP Sertãozinho-SP. E-mail: mineiabignardi@gmail.com. 
2
 Mestre em História Social e graduado em Letras e História pela UFU. Professor do Curso de Letras, 
Administração e Pedagogia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nossa Senhora Aparecida – 
UNIESP Sertãozinho-SP. E-mail: onalos2@ig.com.br. 
 
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 MENDONÇA, M. B.; SOLANO, A, F. 04, nº 1, p. 57-67, JAN-JUN, 2013. 
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266) 
 
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista 
 
 
INTRODUÇÃO: STRESS CAMINHOS E DESCAMINHOS 
Atualmente, o assunto stress é muito discutido, pois representa um dos 
fatores causadores das alterações do organismo do indivíduo, que pode levá-lo às 
doenças ou até, supostamente, à morte. Aliás, seus primeiros sintomas foram 
percebidos pelo homem na antiguidade, quando o mesmo lutava por sua 
sobrevivência. Entretanto, o primeiro termo, stress, foi utilizado por Hobert Hook, na 
área da física, tentando traduzir as sobrecargas, esforços ou pressões, em meados 
do século XVII (WESTFALL, 2008). 
Hoje, o conceito de stress é muito contestado por suas várias definições. 
Todavia, apesar de todas as discussões, os estudiosos ainda não chegaram a um 
acordo. Selye (1956), chamado “o pai da teoria stress”, atribuiu a definição partindo 
do aspecto biológico. Definiu esse estado como uma síndrome, ou seja, fruto de um 
alto nível de desgaste causado pela vida. Dessa forma, o pesquisador partiu do 
pressuposto de que esse não é uma tensão nervosa, nem possui relação com o 
desequilíbrio da homeostase. Lembrando que esse outro conceito – a homeostase – 
refere-se ao equilíbrio do organismo, entendemos que a sua interrupção ou o seu 
desequilíbrio gera o principal sintoma do stress. 
Lipp (1996), afirma que os fatores, causadores da instabilidade da 
homeostase interna, podem ser considerados estressores, ou seja, qualquer agente 
capaz de gerar características de stress. Contudo, independente do que aconteça no 
ambiente externo, é necessário manter o equilíbrio interno para o bem da saúde do 
indivíduo. Em seu livro “O stress está dentro de você” Lipp (1999, p.36), reitera sua 
ideia dizendo que “o stress é uma tensão, que por consequência propicia um 
desequilíbrio no organismo do sujeito”. 
Os estressores podem ser bons (positivos) ou ruins (negativos); tudo vai de 
acordo com a interpretação do indivíduo às reações que lhe são impostas, gerando, 
assim, sintomas tanto físicos como psicológicos. A consequência, disso é o stress, 
que pode ser interpretado de duas formas: 
• Eustress (positivo): aquele que a tensão é recompensada pelos 
resultados obtidos; 
• Distress (negativo): aquele em que o indivíduo acaba ficando doente 
devido a tantas pressões e sobrecargas submetidas. 
 
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 MENDONÇA, M. B.; SOLANO, A, F. 04, nº 1, p. 57-67, JAN-JUN, 2013. 
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266) 
 
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista 
 
 
Segundo os pesquisadores Lazarus e Launier (1978, p.187), o stress é 
definido como: 
Qualquer evento que demande do ambiente interno ou externo que 
taxe ou exceda as fontes de adaptação de um indivíduo ao sistema 
social ou tissular. Os avanços teóricos no conceito e abordagem do 
stress se baseiam principalmente nas considerações segundo as 
quais o indivíduo tem capacidade para controlar as repercussões 
fisiológicas decorrentes do efeito desencadeado pelos stressores. 
 
Esses estressores, de acordo com os mesmos autores, podem ser externos 
ou internos. Seguindo a mesma linha Lipp (2001), cita um pouco sobre quais seriam 
esses fatores. No caso dos externos, sua identificação é muito clara, pois está 
incorporada às mudanças que o indivíduo pode passar, como por exemplo, aquelas 
enfrentadas na “sociedade moderna”, que são notáveis, extasiadas, estimuladoras e, 
muitas vezes, aceleradas, exigindo certa adaptação, principalmente, no seu novo 
ritmo; ou até mesmo naquela disputa ou receio em relação à outra pessoa, 
pressões, ambição entre outros. 
Os estressores internos, não obstante, podem ser métodos errados de 
analisar o que acontece na vida, ao criarmos expectativas e sonhos que não 
poderão existir ou algum estado emotivo. Essas pesquisas afirmam que, ao longo de 
um período de proximidades constantes, com fatores que geram stress no trabalho, 
podem ser provocados também desgastes físicos além dos psicológicos, 
prejudicando sua qualidade de vida e dando, assim, início a um procedimento de 
stress. Logo, complementa-se com um segmento que define stress como: 
 
Uma relação particular entre uma pessoa, seu ambiente e as 
circunstâncias às quais está submetida, que é avaliada pela pessoa 
como uma ameaça ou algo que exige dela mais que suas próprias 
habilidades ou recursos e que põe em perigo o seu bem-estar 
(RODRIGUES, 1997, p.32). 
 
Voltando-se a essa definição de modo mais didático, ao denominar o stress 
como Síndrome Geral de Adaptação, abrangendo o tema e subdividindo-o em três 
fases, temos: 
- Primeira fase – Reação de alerta: Após o primeiro contato com o agente 
estressor, o corpo já começa a sofrer algumas mudanças peculiares, que vem 
juntamente com a diminuição da resistência, o que pode até acarretar a morte do 
indivíduo, se este agente for eficaz o suficiente para isso; 
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Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266) 
 
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista 
 
 
- Segunda fase – Fase de relutância: Ocorre se o contato com o agente 
estressor passar a ser relativo com a adaptação do sujeito. Este por sua vez, não 
apresentará vestígios específicos da reação de alerta e a defesa surgirá acima do 
esperado; 
- Terceira fase – Fase de cansaço: Posteriormente a um contato prolongado 
com o mesmo agente estressor, o qual o organismojá se acostumou, a disposição 
em adaptar-se consequentemente acaba. Os vestígios da reação de alerta voltam, 
ainda mais fortes, inconvertíveis e o sujeito vem a óbito. 
O stress já foi conceituado também como uma analogia específica entre a 
pessoa e o ambiente na qual essa é submetida. Todavia, alguns autores entendem 
que o stress está ligado ao estado emocional do indivíduo, quando se vê diante das 
mudanças da vida; porém se preocupando em não perder o caráter científico. 
Castiel (1994, p.34), concluiu que “a teoria stress se designa em explicações 
para discutir o procedimento entre doença e saúde”. De acordo com o autor, o termo 
stress pode ser compreendido como uma força efetuada a um corpo, que este 
mesmo se deturpa, tal como a sua proporção. 
Podemos considerar também como um nervosismo ou tensão física à 
exigência e, quiçá, à pressão que a fundamenta. Castiel (1994), também argumenta 
que podemos falar apenas da associação entre determinados tipos específicos de 
stress e doenças características, ou seja, não podemos debater a relação entre o 
stress e a doença em pontos abrangentes. Em síntese, compreende-se que o stress 
nada mais é que um desgaste total do organismo, unido a uma dificuldade de 
adaptação às mudanças. 
Já a etimologia da palavra stress deriva do latim, stringere, que significa 
apertar, pressionar (HOUAISS, 2001). Atualmente, a palavra tem o significado de 
pressão, por isso muitas pessoas quando estão se sentindo de alguma forma, 
pressionadas, seja por falta de tempo, dinheiro, sobrecarga, pressa, entre outros, 
estão numa situação de stress. O corpo não reage de forma adequada, com o 
equilíbrio do organismo, devido à total pressão exercida sobre o indivíduo. Este por 
sua vez, estando frágil ao stress, não se encontra hábil para lidar com os 
estressores causadores de tais sintomas. 
Não obstante, o stress ocupacional vem desempenhando uma função 
preocupante no meio social. Ele é distinguido como um dos perigos mais agravantes 
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Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266) 
 
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para a saúde e segurança do ser humano. O stress referente ao trabalho é uma 
ameaça ao bem-estar dos indivíduos, que trabalham dentro da organização, sendo a 
maioria das enfermidades confrontada ao grau de agentes estressores. 
No emprego, esse sintoma baseia-se em uma perspicácia apontada por uma 
incerteza, desacordo e sobrepesos que concede de aspectos do funcionário e 
também da empresa (TETRICK, 1992). Ou seja, são vários os acontecimentos que 
colaboram para que o indivíduo passe por um experimento de stress. 
Atualmente, algumas pesquisas constataram que o local de trabalho, as 
condições da corporação e algumas relações entre o trabalho e o trabalhador 
auxiliam nas reações que a pessoa tem em relação ao stress. Assim sendo, a 
estrutura organizacional acaba sendo comprometida, com um funcionamento 
negativo, diminuição no seu padrão, aumento da “rotatividade”, ausências e 
funcionários mais agressivos no trabalho (QUICK et al., 1997, apud ROSSI et al., 
2005). 
O stress no ambiente de trabalho vem como uma “resposta aos estressores 
causadores, que podem ser fisiológicos, psicológicos ou comportamentais” (ROSSI 
et al., 2005, p.105). Os funcionários acabam se prejudicando por não conseguirem 
resistir aos estressores no local de trabalho e, consequentemente, isso afeta a 
organização empresarial. 
Quando uma pessoa começa a sentir os primeiros sintomas do stress é 
porque isso deve ter decorrido de alguns fatores que podem dar o início a essa 
doença. Um dos mais acusados é o tempo, responsável pelas pressões no trabalho 
e no começo da maior parte dos problemas relacionados ao stress. “Prazos finais 
que se aproximam, tempo que se esgota, tanta coisa a fazer e não há tempo 
suficiente para tudo – o dia nunca parece suficientemente longo para tudo que 
precisa ser feito” (FRANÇA-LIMONGI, 2009, p. 62). O autor ressalta alguns ditos que 
são ouvidos no decorrer do dia a dia, dentro e fora do trabalho, para justificar a falta 
de tempo para resolver os seus problemas. 
Para muitos, um limite estabelecido para a entrega de algo representa o 
princípio de um grande problema, pois quanto mais perto chega esse tempo limite 
mais as tensões crescem. O excesso de trabalho também é um fator relevante, uma 
vez que a imposição na produção eficiente faz com que as pessoas trabalhem com 
mais empenho e sintam essa sobrecarga, desencadeando os primeiros sintomas do 
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Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266) 
 
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stress. Consequentemente, a sobrecarga também vem a ser um fator, pois quando 
não há tempo para a realização de seus deveres estabelecidos, nem mecanismos 
para que um trabalho seja bem feito, acontece uma instabilidade ou conflito entre as 
imposições do trabalho e a competência do funcionário em deferir aquilo que lhe é 
imposto (ROSSI et al., 2005). 
Dando segmento, Wilson (2000), destaca também que um dos principais 
fatores é o controle, já que quanto menos esse for efetuado sobre sua atividade e 
sobre o universo que é vivido, maior a possibilidade de que a pessoa sofra algum 
nível de stress como ira, aflição, receio, entre outros. O maior elemento causador da 
falta de controle é o próprio indivíduo, pois existem alguns confrontos entre o que 
pensar, a sua própria característica, e o que realmente acreditar. 
A ausência de controle pode decorrer de vários elementos, sendo que, 
quando um funcionário não tem autorização para utilizar sua capacidade ou 
conhecimento para por em prática o seu parecer, se sentirá inseguro e dependente 
dentro do seu trabalho (ROSSI et al., 2005). Esse exemplo citado pode gerar uma 
insatisfação por parte do individuo, causando uma indignação, na qual este pode 
perder o controle dentro do seu local de trabalho. 
A insatisfação com o salário também é um ponto muito importante, isso 
decorre quando um funcionário acredita que não recebe o devido valor necessário 
pela sua atuação dentro da empresa. “É muito importante para as pessoas que 
alguém note o que elas fazem e que alguém se importe com a qualidade de seu 
trabalho” (ROSSI et al, 2005, p. 48). 
Devido a esses vários fatores citados, que são considerados os estressores 
organizacionais, o indivíduo pode se deprimir diante das situações, avistando-se em 
uma posição insuportável. Essa consequência faz com que o indivíduo desenvolva 
alguns danos, não somente para a sua saúde, mas também para a organização da 
empresa. O sujeito demonstra-se mais irritado, com menos disposição, baixo 
rendimento e falta de interesse pelo serviço. 
 
 
 
 
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 MENDONÇA, M. B.; SOLANO, A, F. 04, nº 1, p. 57-67, JAN-JUN, 2013. 
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266) 
 
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista 
 
 
1. FATORES ATUANTES DO STRESS SOBRE O INDIVÍDUO EM DIVERSAS 
OCUPAÇÕES 
“A natureza do trabalho está mudando muito rapidamente. Talvez agora mais 
do que nunca o stress no emprego represente uma ameaça para a saúde dos 
trabalhadores e por sua vez, para a saúde da organização” (ROSSI et al, 2008, p. 
189). 
É necessário, a partir do exposto, se atentar mais aos resultados que o stress 
vem causando no ambiente de trabalho. Um perfil desse stress, que é analisado e 
bastante estudado atualmente, é o burnout, provocando uma “reação prolongada” 
em relação aos estressores permanentes no ambiente ocupacional. Existem três 
aspectos que são principais com respeito ao burnout, “a exaustão, o ceticismo, e um 
sentimentode ineficácia profissional” (ROSSI, et al, 2008, p.3). 
Segundo o mesmo autor, há uma gradação respectiva entre tais elementos, 
sendo que um ocorre em decorrência do outro, dando um segmento às suas 
consequências. O burnout foi citado neste para explicar a sua associação às 
inúmeras maneiras de comportamento negativo dentro do ambiente ocupacional, 
como por exemplo, descontentamento, falta de comprometimento com a empresa, 
possibilidades de abandonar o emprego, ausência no trabalho, revezamento, entre 
outros. 
Não obstante, uma pessoa que está passando por esse tipo de problema, 
pode fomentar um embate negativo com seus companheiros de trabalho, ou até 
mesmo ocasionar conflitos, afetando tudo que esteja relacionado ao serviço. Esse 
perfil está automaticamente vinculado a tudo que for atribuído de ruim dentro do 
ambiente de trabalho, à proporção que os funcionários começam a realizar suas 
tarefas baseando-se apenas em fazer o básico e não a sua melhor dedicação. Esse 
tipo de síndrome é desencadeado por conflitos emocionais vinculados às condições 
e à organização do trabalho. “Destaque para os fatores psicossociais e 
organizacionais na gênese e no agravamento desses transtornos” (ROSSI, et al, 
2008, p. 85). 
Outro fator que acontece em decorrência do stress é o sono. Esse pode sim 
ser considerado um problema eminente para as organizações. Rossi (2008, p.56), 
relata em seu livro, “Stress e Qualidade de Vida No Trabalho: O Positivo e o 
Negativo”, uma posição sobre o assunto: 
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 MENDONÇA, M. B.; SOLANO, A, F. 04, nº 1, p. 57-67, JAN-JUN, 2013. 
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266) 
 
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista 
 
 
 
Embora algumas pessoas acreditem que o sono e a sonolência 
estejam primordialmente sob controle de indivíduos, a pesquisa de 
2008 da FNS conta uma história um tanto diferente. Os resultados 
sugerem que aspectos do trabalho e da própria vida organizacional 
(por exemplo, longas jornadas de trabalho) contribuem para criar os 
problemas de sono. 
 
Estimamos, assim, que o sono no ambiente de trabalho pode promover 
muitas ações negativas para as empresas. Krauss (2003), propôs que os 
estressores do trabalho poderiam ser prováveis premissas para que se origine o 
sono no ambiente ocupacional. Tal pesquisa, também, decorre de evidências, 
partindo de trabalhadores, que demonstram a dificuldade que muitos encontram 
durante suas horas de sono; transtornos da empresa promovem a dificuldade 
noturna à necessidades evidentes dos trabalhadores. 
 O stress, assim, existente em diversas profissões, atribuições ou funções no 
trabalho, foi muito debatido em vários artigos publicados. Posto isto, distintas 
ocupações são relacionadas ao ponto que possuem graus de stress com nível 
superior esperado ao da média. 
 
CONCLUSÃO 
Há vários estressores ligados ao trabalho que podem ser correlacionados aos 
efeitos negativos do stress. Quando o grau desse stress eleva-se, é muito provável 
que isso tenha sido causado por alguns desses elementos como: a característica do 
seu trabalho (sua função) e a existência de estressores dentro do próprio ambiente 
empresarial. De outro modo, como esse sujeito é auxiliado ou amparado também no 
meio familiar, não só no trabalho, assim como os métodos de coping (estratégias 
que são utilizadas dentro da empresa para lidar com situações agravantes ou de 
risco) que são empregados para lidar com o stress. 
Em algumas funções, há uma grande possibilidade de um envolvimento 
emocional das pessoas por conta da sua finalidade no trabalho, isso favorece o 
sujeito a se tornar mais suscetível ao stress. Kahn (1993) apud Rossi et. al. (2008, 
p.67), recomenda que “os cuidadores (por exemplo, enfermeiros e assistentes 
sociais) estão mais propensos a sofrer de exaustão emocional porque têm que 
demonstrar emoções intensas em seu trabalho”. 
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 MENDONÇA, M. B.; SOLANO, A, F. 04, nº 1, p. 57-67, JAN-JUN, 2013. 
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266) 
 
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista 
 
 
Há também outros tipos de estressores que podem ser muito perceptíveis, 
como “a ameaça de violência (por exemplo, assistente social, policial), falta de 
controle em relação ao trabalho (por ex., call centers) ou sobrecarga de trabalho (por 
ex., magistério)” (KAHN, 2008, p. 67). 
Algumas pessoas quando passam por algum problema buscam alternativas 
mais drásticas, muito comuns, porém perigosas, totalmente inviáveis, o que é o caso 
de indivíduos que se tornam dependentes do consumo de bebidas alcoólicas, 
buscando ali a solução para seus problemas. Selligman-Silva (1995) apud Rossi et 
al. (2008), relata que isso, muitas vezes, pode ser responsabilizado pelas relações 
de conjuntura de trabalho, que correspondem aos elementos que podem ser tanto 
psicológicos como sociais, porém de perigo para o trabalhador, que são: nas 
funções menos favorecidas, como de coletor de lixo; nas funções de alto risco como 
garimpo, ou aqueles que trabalham na construção; nas profissões maçantes como a 
do vigilante. 
Rossi at al. (2008, p.85), relata que também existe algumas características 
apresentadas do indivíduo estressado, relacionadas à transtornos psicológicos. O 
sujeito se vê diante de uma situação sem qualquer saída, com problemas 
intermináveis e a frente de muitos obstáculos. Ele relaciona sua solução à sua 
fragilidade e as respostas são dadas por meio de várias formas de depressão, que 
são: 
Clinicamente caracterizados, segundo a CID-10, por humor 
deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida, levando à 
fatigabilidade aumentada e à atividade diminuída; concentração e 
atenção reduzidas; autoestima e autoconfiança reduzidas; ideias de 
culpa; ideias ou atos autolesivos ou suicídio; sono perturbado; apetite 
diminuído; outros. 
 
Atendo-se ao ponto de vista do ambiente de trabalho, os transtornos 
depressivos, podem se apresentar por intermédio de modificações corporais aliados 
aos incidentes que podem ocorrer dentro desse ambiente ocupacional, ao consumo 
excessivo de bebida alcoólica e ausências frequentes no trabalho. 
Concluímos que, com o crescimento mundial financeiro e a integração entre 
países, obtivemos muitos resultados e um deles foi o crescimento de viagens 
internacionais à trabalho, prestando serviços para as organizações. Essa também é 
uma das profissões que se enquadram no stress, pois esse tipo de viagem é uma 
peça primordial de quem trabalha com isso e se qualifica por requisitar um grande 
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 MENDONÇA, M. B.; SOLANO, A, F. 04, nº 1, p. 57-67, JAN-JUN, 2013. 
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266) 
 
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empenho e competência por parte do seu funcionário, passando, assim, a 
desenvolver um aspecto negativo, se convertendo em estressores. As viagens de 
negócios podem acabar elevando o grau de stress do indivíduo, acarretando 
problemas psicológicos e físicos, o que pode bloquear o sujeito nas suas funções, 
provocando uma diminuição no êxito da organização. 
Enfim, o estresse denota-se a partir de reações notórias, tanto por aspectos 
emotivos como comportamentais, chegando a ser nítido em ações físicas, 
agravando-se não só em viagens, como citado, mais em todo e qualquer ambiente 
que propicie situações problemáticas, que se tornam repetitivas. Por isso, a 
necessidade de observar na pragmática como conviver e sanar, em partes, os altos 
níveis de estresse no trabalho. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CASTIEL, L. D. O Buraco e o Avestruz: a singularidade do adoecer humano. 
Campinas: Papirus, 1994. 
 
FRANÇA-LIMONGI A. C. Qualidade de vida no trabalho – QVT: conceitos e 
práticas nas empresasda sociedade pós-industrial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
HOUAISS. Diciionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 
 
LAZARUS, R. S.; LAUNIER, S. Stress related transaction between person and 
environment. In: Dervin LA, Lewis M. Perspectives in international psychology. 
New York: Plenum; 1978. 
 
LIPP, M. E. N. Pesquisas sobre stress no Brasil: Saúde, ocupações e grupos de 
risco. Campinas: Papirus, 2001. 
 
LIPP, M. N.; MALAGRIS, L. N. Manejo do estresse. In: RANGÉ, Bernard. 
Psicoterapia comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e 
problemas. Campinas: PSY, 1999. 
 
RODRIGUES, A. I. Estresse e trabalho: aumenta a preocupação com o desgaste 
do trabalhador. São Paulo: Revista Proteção, 17, 1997. 
 
RODRIGUES, M. V. C. Qualidade de vida no trabalho: evolução e análise no nível 
gerencial. 2. ed. Petrópolis, RJ : Vozes, 1994 
 
ROSSI, A. M.; PERREWÉ, P. L.; SAUTER, S. L.; Stress e qualidade de vida no 
trabalho: perspectivas atuais da saúde ocupacional: São Paulo: Atlas, 2008. 
 
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 MENDONÇA, M. B.; SOLANO, A, F. 04, nº 1, p. 57-67, JAN-JUN, 2013. 
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